domingo, 28 de fevereiro de 2010

Santos Romão e Lupicino

28 de Fevereiro


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São Romão entrou para a vida religiosa com 35 anos, na França, onde nasceram os dois santos de hoje. Ele foi discernindo sua vocação, que o deixava inquieto, apesar de já estar na vida religiosa. Ao tomar as constituições de Cassiano e também o testemunho dos Padres do deserto, deixou o convento e foi peregrinar, procurando o lugar onde Deus o queria vivendo.

Indo para o Leste, encontrou uma natureza distante de todos e percebeu que Deus o queria ali.

Vivia os trabalhos manuais, a oração e a leitura, até o seu irmão Lupicino, então viúvo, se unir a ele. Fundaram então um novo Mosteiro, que se baseava nas regras de São Pacômio, São Basílio e Cassiano.

Romão tinha um temperamento e caminhada espiritual onde com facilidade era dado à misericórdia, à compreensão e tolerância. Lupicino era justiça e intolerância. Nas diferenças, os irmãos se completavam, e ajudavam aos irmãos da comunidade, que a santidade se dá nessa conjugação: amor, justiça, misericórdia, verdade, inspiração, transpiração, severidade, compreensão. Eles eram iguais na busca da santidade.

O Bispo Santo Hilário ordenou Romão, que faleceu em 463. E em 480 vai para a glória São Lupicino.

Santos Romão e Lupicino, rogai por nós!

Beato Daniel Brottier

Daniel Brottier era natural da França. Nasceu no dia 7 de setembro de 1876. Ingressou na Congregação do Espírito Santo (Padres Espiritanos) e por sete anos foi missionário no Senegal (Äfrica). Na Primeira Guerra Mundial, alistou-se voluntariamente como capelão militar nas linhas de frente. Por quatros anos, assistiu os moribundos, cuidou dos feridos, deu assistência espiritual a seus compatriotas. No fim da Guerra foi condecorado com a Cruz da Guerra e com a Legião de Honra. Em 1923, tornou-se diretor da Casa dos Órfãos Aprendizes de Auteuil, que chegou a abrigar cerca de mil e quatrocentos jovens abandonados e carentes. Fundou também a União Nacional dos Antigos Combatentes, com cerca de dois milhões de associados. Sua fé, sua oração, sua grande capacidade inventiva e de organização fizeram dele um apóstolo e homem de empresa, empreendedor e contemplativo. Daniel Brottier foi um homem de nosso tempo. Morreu no dia 28 de fevereiro de 1936. Foi beatificado pelo Papa João Paulo II, em 1984, em Roma.


São Torcato, bispo


São Torcato é considerado o primeiro dos Varões Apostólicos, bispos enviados ainda no século I para evangelizar a Península Ibérica. A sua história está envolvida em lenda. Aparentemente, terá aportado a Cádis, no sul de Espanha, onde teria morrido e sido sepultado.
O seu corpo terá sido trazido para o norte da Península no século VIII, quando os cristãos de Cádis fugiram da invasão dos mouros, e depositado no mosteiro de Celanova, perto de Ourense. Mais tarde, as suas relíquias foram distribuídas por vários mosteiros da Galiza e do norte de Portugal. No ano de 1059 (cerca de cem anos antes da independência de Portugal), já existia o mosteiro de S. Torcato, perto de Guimarães, o mais célebre centro português da devoção ao santo bispo, o qual veio a dar o nome a muitas aldeias no Minho.


Comentário ao Evangelho feito por : Anastásio do Sina


Evangelho segundo S. Lucas 9,28-36.

Uns oito dias depois destas palavras, levando consigo Pedro, João e Tiago, Jesus subiu ao monte para orar. Enquanto orava, o aspecto do seu rosto modificou-se, e as suas vestes tornaram-se de uma brancura fulgurante. E dois homens conversavam com Ele: Moisés e Elias, os quais, aparecendo rodeados de glória, falavam da sua morte, que ia acontecer em Jerusalém. Pedro e os companheiros estavam a cair de sono; mas, despertando, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com Ele. Quando eles iam separar-se de Jesus, Pedro disse-lhe: «Mestre, é bom estarmos aqui. Façamos três tendas: uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias.» Não sabia o que estava a dizer. Enquanto dizia isto, surgiu uma nuvem que os cobriu e, quando entraram na nuvem, ficaram atemorizados. E da nuvem veio uma voz que disse: «Este é o meu Filho predilecto. Escutai-o.» Quando a voz se fez ouvir, Jesus ficou só. Os discípulos guardaram silêncio e, naqueles dias, nada contaram a ninguém do que tinham visto.


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Anastásio do Sinai (?-depois de 700), monge
Homilia sobre a Transfiguração

«Moisés e Elias [...] falavam da sua morte, que ia acontecer em Jerusalém»


Neste dia apareceu misteriosamente no Monte Tabor a condição da vida futura e do Reino da alegria. Neste dia, os mensageiros da Antiga e da Nova Aliança reuniram-se de forma extraordinária em torno de Deus na montanha, portadores de um mistério cheio de paradoxo. Neste dia, desenha-se no Monte Tabor o mistério da Cruz que, pela morte, dá a vida: assim como Cristo foi crucificado entre dois homens no Monte Calvário, assim também Se apresentou na majestade divina entre Moisés e Elias. E a festa de hoje mostra-nos este outro Sinai, montanha ó quão mais preciosa que o Sinai, pelas suas maravilhas e os seus eventos, que ultrapassa, pela teofania que nela se deu, as visões divinas figuradas e obscuras. [...]

Rejubila, ó Criador de todas as coisas, Cristo Rei, Filho de Deus resplandecente de luz, que transfiguraste à Tua imagem toda a criação e de forma misteriosa a recriaste. [...] E rejubila, ó imagem do Reino celeste, santíssimo Monte Tabor, que ultrapassas em beleza todas as montanhas! Monte Gólgota e Monte das Oliveiras, cantai juntos um hino e rejubilai; cantai a Cristo a uma só voz no Monte Tabor e celebrai-O juntos!


"O PÃO NOSSO DE CADA DIA" TRANSMITIDO PELA REDE VIDA DE TELEVISÃO DIA 28/02/10.

Padre Fernando J. C. Cardoso

Arquidiocese de São Paulo

No domingo passado, primeiro da quaresma, nós contemplamos Jesus no deserto às voltas com satanás, o tentador.

Neste segundo domingo da quaresma nós O contemplamos envolvido de luz e de esplendor, na intimidade com Deus, seu Pai.

Ao proclamar a Igreja este texto da Transfiguração, no segundo domingo da quaresma, quer indicar a nós que peregrinamos neste mundo através de suas agruras, de suas cruzes, de suas dificuldades, de seus sofrimentos, que o término de nossa peregrinação é glorioso, Ele foi antecipado na Transfiguração e se tornou definitivo para Jesus por ocasião da Páscoa de sua Ressurreição.

A meio caminho quaresmal, envolvidos com nossas penitências, a Igreja nos mostra por antecipação também, onde é que nos conduz à porta estreita do Evangelho que procuramos levar a sério nestes dias de penitencia e de recolhimento.

O Evangelista Lucas, muito sensível às seguidas e repetidas orações de Jesus, nos diz que Jesus foi transfigurado enquanto estava em oração.

Verdadeiramente a oração nos propicia não apenas um encontro com Deus, mas uma transfiguração à medida que nos tornamos, pouco a pouco, homens e mulheres de oração, de intimidade com Deus nós nos vamos transfigurando.

A Escritura nos fala do rosto transfigurado de Moisés, devido ao contato com Deus durante quarenta dias e quarenta noites. É possível que nossos rostos materiais não se transfigurem, mas o que é muito mais importante do que o rosto, o coração, este sim pouco a pouco na oração, o contato direto, silencioso e íntimo com Deus, vai se transfigurando e quando este coração se transfigura não nos leva apenas à uma intimidade pessoal com Deus, leva-nos também a amar e acolher no mesmo amor todos aqueles que são amados por Deus.

Transfiguração do coração, eis a graça que nós gostaríamos de pedir para nós durante esta peregrinação quaresmal. Transfiguração do coração prévia para todos aqueles e aquelas que desejam um dia participar definitivamente da páscoa de Jesus, envoltos eles também no mundo da beleza de Deus.


Jesus transfigurado: perspectiva da vitória

Postado por: padrepacheco

fevereiro 28th, 2010

Já chegamos à segunda etapa de nossa subida à festa pascal. A primeira leitura de hoje nos apresenta a fé com a qual Abraão recebe a promessa de Deus e assim é considerado justo pelo Senhor. Mas o tema que retém nossa atenção está no Evangelho de hoje: a visão da fé que descobre o brilho divino no rosto de Jesus Cristo.

No Evangelho, Lucas nos conta como Jesus foi orar no monte, levando consigo Pedro, Tiago e João e, de repente, ficou transfigurado diante dos olhos deles. Cristo pareceu-lhes envolto de glória, acompanhado por Moisés (a Lei) e Elias (os Profetas). Falavam com Ele sobre seu “êxodo” em Jerusalém, onde iria enfrentar a condenação e a morte. No momento em que despontava o conflito mortal, Deus mostrou aos discípulos a face invisível de Jesus, o aspecto glorioso do Senhor.

Na segunda leitura, Paulo anuncia que Cristo nos há de transfigurar conforme a Sua existência gloriosa. Todos nós somos chamados a ser filhos de Deus. Nosso destino verdadeiro é a glória que Deus nos quer dar. Ora, para chegar lá devemos – como Jesus – iniciar nosso “êxodo”, nossa caminhada da fé e do amor fraterno, comprometido com a prática da transformação. Isso nos pode levar a galgar o calvário, como aconteceu ao Senhor. O caminho é árduo e as nossas forças parecem insuficientes. Às vezes parece que não existe perspectiva de mudança. Uma sociedade mais justa e mais fraterna parece sempre mais inalcançável. Mas assim como os discípulos de Jesus, pela sua transfiguração no monte, puderam entrever a glória no fim da caminhada, assim sabemos nós que a caminhada da cruz é a caminhada da glória.

Antes de ser desfigurado no Gólgota, o verdadeiro rosto de Cristo foi transfigurado. Revela, no monte Tabor, Seu brilho divino. Para a fé, os rostos dos nossos irmãos, explorados e pisoteados, brilham como rostos dos filhos de Deus. Apesar da desfiguração produzida pela miséria, desigualdade, exclusão, o brilho divino está aí.

Se nós precisamos realizar uma mudança política, econômica e cultural, a mudança radical é a que Deus opera quando torna filho Seu aquele que nem figura humana tem. A consciência disso é que nos vai tornar mais irmãos e, daí, mais empenhados em criar uma sociedade digna da glória de Deus, que habita em nossos irmãos excluídos.

O que transparece na glorificação de Cristo não é apenas a Sua própria vitória em Jerusalém, mas o nosso destino final. Os apóstolos não entenderam isso; queriam construir no monte Tabor três tendas para permanecer com Jesus na Sua glória. Ainda não sabiam que o caminho da Ressurreição passava pela Paixão. E também não sabiam que eles mesmos deveriam seguir este caminho até o fim, para chegar à sua vitória e consumação na glória.

Deus dá sinais para que acreditemos. Contudo, este sinais não são a plena visão, pois, se o fossem, já não precisaríamos acreditar. Assim fez o Todo-poderoso também com Abraão. Este tinha assumido sua caminhada na obediência na vida da fé, mas não tinha descendência. O Senhor, então, lhe jurou que lhe daria uma [descendência] e ele acreditou, o que lhe foi imputado como justiça. O sinal da promessa é um sacrifício, mas o “trabalho” não é fácil: os urubus estão aparentemente mais interessados nas carnes recortadas do que Deus, e Abraão tem que esperar, cansado, o pôr-do-sol e a escuridão, para ver o Senhor passar como um fogo devorador entre os pedaços da vítima. Nesse momento, o Altíssimo faz aliança com Abraão.

Que Deus nos alimente com Sua Palavra, para que, purificado nosso olhar de fé, nos alegremos com a visão de fé.

Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova


Domingo, 28 de fevereiro de 2010

Segunda Semana da Quaresma - 2ª Semana do Saltério (Livro III) - cor Litúrgica Roxa

Santos do Dia: Mártires da Peste de Alexandria, Protério (bispo e mártir), Romano e Lupicino (abades), Hilário (papa), Osvaldo de Worcester (arcebispo), Ângela de Foligno (beata e viúva), Vilana de Florença (beata e matrona), Hedviges da Polônia (beata e matrona), Antônia de Florença (beata e viúva), Luísa Albertoni (beata e viúva).

Antífona: Meu coração disse: Senhor, buscarei a vossa face. É vossa face, Senhor, que eu procuro, não desvieis de mim o vosso rotos! (Sl 26,8)

Oração do Dia: Ó Deus, que nos mandastes ouvir o vosso Filho amado, alimentai nosso espírito com a vossa palavra, para que, purificado o olhar de nossa fé, nos alegremos com a visão da vossa glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo..

I Leitura: Gênesis (Gn 15, 5-12.17-18)

Deus fez aliança com Abrão, homem de fé

Naqueles dias, 5o Senhor conduziu Abraão para fora e disse-lhe: "Olha para o céu e conta as estrelas, se fores capaz!" E acrescentou: "Assim será a tua descendência". 6Abrão teve fé no Senhor, que considerou isso como justiça. 7E lhe disse: "Eu sou o Senhor que te fez sair de Ur dos caldeus, para te dar em possessão esta terra". 8Abrão lhe perguntou: "Senhor Deus, como poderei saber que vou possuí-la?" 9E o Senhor lhe disse: "Traze-me uma novilha de três anos, uma cabra de três anos, um carneiro de três anos, além de uma rola e de uma pombinha". 10Abrão trouxe tudo e dividiu os animais pelo meio, mas não as aves, colocando as respectivas partes uma frente à outra. 11Aves de rapina se precipitaram sobre os cadáveres, mas Abrão as enxotou.

12Quando o sol já se ia pondo, caiu um sono profundo sobre Abrão e ele foi tomado de grande e misterioso terror. 17Quando o sol se pôs e escureceu, apareceu um braseiro fumegante e uma tocha de fogo, que passaram por entre os animais divididos. 18Naquele dia o Senhor fez aliança com Abrão, dizendo: "Aos teus descendentes darei esta terra, desde o rio do Egito até o grande rio, o Eufrates". Palavra do Senhor!

Salmo: 26(27), 1.7-8.9abc.13-14 (R/.1a)

Senhor é minha luz e salvação

O Senhor é minha luz e salvação; de quem eu terei medo? O Senhor é a proteção da minha vida; perante quem eu tremerei?

Ó Senhor, ouvi a voz do meu apelo, atendei por compaixão! Meu coração fala convosco confiante, é vossa face que eu procuro.

Não afasteis em vossa ira o vosso servo, sois vós o meu auxílio! Não me esqueçais nem me deixeis abandonado, meu Deus e salvador!

Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver na terra dos viventes. Espera no Senhor e tem coragem, espera no Senhor!

II Leitura: Carta de Paulo aos Filipenses (Fl 3, 17-4,1)

Só pensam nas coisas terrenas

17Sede meus imitadores, irmãos, e observai os que vivem de acordo com o exemplo que nós damos. 18Já vos disse muitas vezes, e agora o repito, chorando: há muitos por aí que se comportam como inimigos da cruz de Cristo. 19O fim deles é a perdição, o deus deles é o estômago, a glória deles está no que é vergonhoso e só pensam nas coisas terrenas.

20Nós, porém, somos cidadãos do céu. De lá aguardamos o nosso salvador, o Senhor, Jesus Cristo. 21Ele transformará o nosso corpo humilhado e o tornará semelhante ao seu corpo glorioso, com o poder que tem de sujeitar a si todas as coisas. 4,1Assim, meus irmãos, a quem quero bem e dos quais sinto saudade, minha alegria, minha coroa, meus amigos, continuai firmes no Senhor. Palavra do Senhor!

Evangelho: Lucas (Lc 9, 28b-36)

Jesus no deserto era guiado pelo Espírito e foi tentado

Naquele tempo, 28bJesus levou consigo Pedro, João e Tiago, e subiu à montanha para rezar. 29Enquanto rezava, seu rosto mudou de aparência e sua roupa ficou muito branca e brilhante. 30Eis que dois homens estavam conversando com Jesus: eram Moisés e Elias. 31Eles apareceram revestidos de glória e conversavam sobre a morte, que Jesus iria sofrer em Jerusalém. 32Pedro e os companheiros estavam com muito sono. Ao despertarem, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com ele.

33E quando estes homens se iam afastando, Pedro disse a Jesus: "Mestre, é bom estarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias". Pedro não sabia o que estava dizendo. 34Ele estava ainda falando, quando apareceu uma nuvem que os cobriu com sua sombra. Os discípulos ficaram com medo ao entrarem dentro da nuvem. 35Da nuvem, porém, saiu uma voz que dizia: "Este é o meu Filho, o escolhido. Escutai o que ele diz!" 36Enquanto a voz ressoava, Jesus encontrou-se sozinho. Os discípulos ficaram calados e naqueles dias não contaram a ninguém nada do que tinham visto. Palavra da Salvação!

Deus se faz “aliado” do homem

Um rito sacrifical sela o pacto entre Deus e Abraão, na mesma linha dos ri tos que toda religião realiza como expressão de suas relações com a divindade. Mas alguns elementos entre os que são postos em evidência, adquirem sucessivamente, à luz da história da salvação, um sentido bem maior.

A iniciativa vem de Deus. Sua é a escolha de Abraão, sua a promessa de uma terra e de uma descendência que ultrapassa toda esperança. Abraão tem fé no Senhor, e isto lhe é imputado como justiça. Desde então o caminho de Abraão, amigo do Senhor, se orientará de acordo com os planos daquele que o chamou e que caminha ao lado dele. Deus oferece sua amizade; Abraão e os seus dizem sim. A aliança éo novo sentido da história pessoal de Abraão e do povo que dele nascerá como sinal da fidelidade de Deus. Da parte de Deus, a aliança, com suas promessas e suas exigências, jamais será traída: Abraão se torna dono da terra que Deus lhe havia prometido.

O povo se esquecerá muito frequentemente do seu Deus, mas o Senhor será fiel à aliança. É o "Deus de Abraão, Jsaac, Jacó" que manda Moisés fazer sair o povo do Egito e estabelece com ele uma aliança no Sinai, na perspectiva

de um novo ingresso na terra dos antepassados. Toda aliança supõe uma saída e uma entrada; um êxodo do Egito e um ingresso na terra prometida; ou, segundo os profetas, um êxodo do pecado, da injustiça social, do formalismo cultual, para um ingresso no reino messiânico de paz e de fidelidade.

A aliança nos engaja

Cristo se apresenta como a aliança definitiva entre Deus e o seu povo. Também para ele a aliança se faz através de um êxodo (no evangelho, Moisés e Elias falam do seu "êxodo", sua morte) e de um ingresso (a face do Cristo muda de aspecto e as suas vestes fulgurantes indicam a ressurreição). Como a aliança com Abraão se faz no rito de passagem no meio dos animais sacrificados, e a aliança do Sinai na aspersão do sangue sobre o povo presente, também a aliança definitiva se faz no sangue do Filho de Deus.

A Ceia do Senhor: celebração da aliança

Os apóstolos não compreendem, no momento, o episódio da transfiguração, mas quando o Espírito desce sobre eles, tornam-se as testemunhas do fato decisivo da cruz e ressurreição. A eles e a toda a comunidade suscitada por seu testemunho, é confiado o memorial da nova aliança, selado não com o sangue dos animais imolados, mas com o sangue de Cristo, para a remissão dos pecados.

A Igreja, tornada herdeira de Israel e da promessa de Abraão, renova sua aliança com Deus, através do rito da eucaristia, no qual a palavra de ação de graças torna explícito o gesto da comunidade. O Pão e o Vinho partilhados são o sinal da nossa comunhão com Deus, da nossa caminhada com Cristo, nele e com ele, aceitando as exigências da aliança na alegria de sermos seus amigos. Reconheçamos também que a iniciativa é de Deus, e com humildade, mas com coragem, como Paulo (2~ leitura), tomemos nossa parcela nas lutas pelo anúncio do evangelho, sabendo que a tarefa é comum, do Pai e nossa.

Bíblia: palavras do Deus da aliança

A um homem fechado em si mesmo, bloqueado em sua exacerbada autonomia, profundamente inquieto, estrangeiro num mundo que não conhece, urge redescobrir algo ou alguém em quem confiar para dar segurança e sentido à própria vida. A comunidade cristã oferece a esse homem uma proposta de solução apresentando o Deus da aliança, o Deus que entra em contato conosco, o Deus que nos trata por "tu" e a quem podemos tratar por "tu". E é na Bíblia que encontramos esse Deus "diferente". A um homem empenhado, portanto, em dar uma solução e uma direção a sua vida, impõe-se uma avaliação atenta e responsável da proposta da Escritura e depois uma leitura que procure apreender o seu sentido profundo, ultrapassando uma concepção episódica e mítica.

Esse estudo se impõe particularmente ao cristão, para o qual o encontro com o Deus da aliança se faz antes de tudo na comunidade cristã e na Palavra que nela é proclamada.

Não basta uma leitura pessoal; corremos o risco de pôr a palavra de Deus a nosso serviço, de cair num estéril subjetivismo, de não permitir que a palavra "reviva”.

A leitura "comunitária" faz com que a Palavra de Deus caminhe junto com a comunidade; enriquece-a continuamente, através da ação do Espírito, com novos significados e atualizações, que fazem penetrar melhor no mistério do plano salvífico.

Ótima oportunidade para tal confronto comunitário é a preparação, em grupo, das leituras da liturgia dominical. [MISSAL COTIDIANO, ©Paulus, 1995]

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Quando criamos falsos deuses

Por: Claudio Peixoto Campos

Era o ano de 1985 mais ou menos aula de religião ou moral e cívica do colégio Salesiano, e o velho discurso de invasão de terra (MST) do comunismo no poder a burguesia fedia. Os padres vibravam quase em estase com o iluminado comunismo. Eu não era muito católico, mas achava que invasão de terras não era o projeto de Jesus na terra.

“É porque você é de uma burguesia privilegiada “ – Respondiam os padres.

Ser de “burguesia privilegiada” ou rico é um “mal” que os padres tinham que atacar, ser rico era e é para alguns padres estar na anti- sala do inferno; estava no discurso da virgem Maria, na historia do jovem rico, mais fácil um camelo passar no furo de uma agulha que um rico entrar no reino de Deus. Ser pobre, burro e medíocre era o caminho certo de ir ao céu. Sempre achei que isso só servia para aumentar a briga de classes e o ódio entre elas.

E o Papa João Paulo II afirmava que em uma realidade na qual o que reina é o ódio, a única realidade a transformar tal situação é a vivência do amor; se não for esse sentimento nobre a situação retornará com força maior.

Ironia das ironias depois de João Evangelista, apenas José de Arimateia (rico) foi o único discípulo que ficou com o Senhor, comprou o corpo do Mestre e lhe deu uma sepultura.

Enquanto esses padres louvavam o pobre como meta para o céu; eu dizia que Jesus não louvava a pobreza, o que Jesus condenava era a avareza, apesar de muito criticado depois descobri que Santo Agostinho tinha o mesmo pensamento que eu.

A verdadeira inteligência é reconhecer Deus em tudo. Conhecereis a verdade e ela o libertara!

E quem é medíocre não entra no céu, a meta do céu é muito grande para você ser médio, morno, ou você é ou não é.

Mas continuemos a minha historia que as minhas idéias teológicas davam outra carta. Depois à medida que eu ia estudando o comunismo era assunto geral em todas as matérias podia ser até de matemática e em especial historia, geografia. Uma coisa me deixava com o pé atrás com o comunismo Nossa Senhora de Fátima, falou contra ele e a mãe de Deus não mente. E outra coisa era que os professores metiam o pau na Igreja católica, e os padres davam todo apoio a esse comunismo, quer dizer era um paradoxo. Tinha até novela (Roque Santeiro) que dizia que ser padre comunista , assim como ser ateu, era ser muito inteligente.

Leonardo Boff e Frei Beto eram os mestres e referencia desse movimento. Gente dois homens decaídos, Judas. Como um padre pode dar ouvido a esses caras que traíram a Igreja? Então um dia passei a ler sobre o comunismo e a frase de Marx “ A religião é o ópio do povo” me fez gelar a alma, que deu mais força a minha tese quer dizer um padre comuna estava cavando a própria sepultura ou ajudando a eliminar a Igreja, quer dizer eles eram futuros Judas .

Quando fui para o seminário um dos motivos de não me encaixar no sistema é que combati e combato até hoje esses padres de esquerda ou vermelhos. Eu dizia a eles a base do comunismo é o ateísmo, o MST é contra o projeto de Deus, eles são abortistas, que a primeira coisa que eles fazem e censurar a igreja e matar padres. Ninguém me deu ouvidos eu era o profeta Jeremias dentro da Igreja, ninguém me dava ouvidos e se possível me jogavam numa cisterna. E pior que não me dar ouvidos é não dar ouvido ao que Nossa Senhora disse lá em Fátima aos três pastorzinhos contra os males do comunismo. Reza-se muito o terço ouve-se pouco Nossa Senhora.

Quando o Lula ganhou os padres diziam “Hosana Lula filho de Davi bendito quem vem em nome do Senhor”. É a facilidade que temos de criar Deuses; não me admira o Lula se comparar a Jesus; diante dessa manifestação eclesial que ser humano não se sentiria o supra sumo e dono da verdade?

Logo que saiu o programa bolsa família Dom Mauro Moreli foi um dos primeiros a criticar no Jornal da Diocese de Caxias “O Pilar” foi ali que comecei a sentir uma ruptura entre a Igreja. Depois foi o Bispo em greve de fome no rio São Francisco, as coisas não iam bem entre a Igreja e o Estado. Mas o que me deu mais força na minha tese foi quando o Santo Papa João Paulo II (dane-se quem não achar que ele não é santo) mandou o cardeal Joseph Ratzinger, hoje Papa Bento XVI, dizer que a Igreja não pode ser comunista. E por isso que muito padre torceu a cara quando ele ser tornou Papa, duvidando da escolha do Espírito Santo que age no meio de sua Igreja. Gente é por isso que a Igreja esta essa zona, nessa torre de Babel.

O Estado por sua vez fez o que eu esperava liberando o aborto, tirando as cruzes dos locais públicos e substituindo pela foto do presidente eleito, não se pode existir dois messias numa repartição publica. Alias o que é uma Igreja Católica sem Jesus na cruz? Tem muita paróquia, vide a São Rafael, ai que tem a cruz vazia (sem Cristo) para mim isso são pedaços de paus cruzados; mas o padres dizem que isso é moderno, para mudar essa idéia de sofrimento em CRISTO esta sendo colocada fora da própria Igreja! Então como é que pode reclamar que o resto do mundo esta banindo a Cruz salvífica de Cristo?

Eu queria ver como estão esses padres de esquerda hoje. Será que eles conseguiram o que queriam apoiando a esquerda?

S. Leandro, bispo, +600


Nasceu em Cartagena e foi para Sevilha em 554. Destacou-se pela sua luta contra o Arianismo.

Foi exilado pelo Rei Visigodo Levegildo para Constantinopla de 579 a 582. Mas retornou a Sevilha quando Recaredo, filho do rei visigodo e que havia sido baptizado por Leandro, ascendeu ao trono.

Presidiu ao terceiro Concilio de Toledo em 589. Converteu novamente os Visigodos à fé cristã ortodoxa. Escreveu várias regras de conduta para as freiras. Introduziu em Niceia o Credo na Missa no Ocidente.

Na Espanha ele é considerado Doutor da Igreja. Faleceu em Sevilha no ano de 600 DC.

S. Gabriel de Nossa Senhora das Dores, confessor, +1862

São Gabriel das Dores

27 de Fevereiro


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São Gabriel das DoresNascido a 1838 em Assis, na Itália, dentro de uma família nobre e religiosa, recebeu o nome de batismo Francisco, em homenagem a São Francisco.

Na juventude andou desviado por muitos caminhos, e era dado a leitura de romances, festas e danças. Por outro lado, o jovem se sentiu chamado a consagrar-se totalmente a Deus, no sacerdócio ministerial. Mas vivia 'um pé lá, outro cá'. Ou seja, nas noitadas e na oração e penitência.

Aos 18 anos, desiludido, desanimado e arrependido, entrou numa procissão onde tinha a imagem de Nossa Senhora. Em meio a tantos toques de Deus, ouviu uma voz serena, a voz da virgem Maria, que dizia que aquele mundo não era para ele, e que Deus o queria na religião.

Obediente a Santíssima Virgem, na fé, entrou para a Congregação dos Padres Passionistas. Ali, na radicalidade ao Evangelho, mudou o nome para Gabriel, e de acordo também com a sua devoção a Nossa Senhora, chamou-se então: Gabriel da Dores.

Antes de entrar para a Congregação, já tinha a saúde fraca, e com apenas 23 anos partiu para a glória, deixando o rastro da radicalidade em Deus.

Em meios as dores, São Gabriel viveu o santo Evangelho.

São Gabriel das Dores, rogai por nós!
Data de 1838 o nascimento de São Gabriel de Nossa Senhora das Dores, na cidade de Assis. Órfão de mãe aos quatro anos, foi para a cidade de Espoleto, onde estudou com os Irmãos das Escolas Cristãs e com os jesuítas.



Eleito ainda muito jovem para o cargo de presidente da Academia de Literatura, em 1856, o santo decidiu ingressar na ordem dos passionistas, na congregação da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Possuidor de uma alma alegre e bem humorada, a todos cativava pela sua simplicidade e humildade.



Morreu muito jovem, com apenas 24 anos, no dia 27 de Fevereiro de 1862. Foi beatificado por Pio X em 1908 e canonizado por Bento XV, em 1920.

Santo Isaac o Sírio

Evangelho segundo S. Mateus 5,43-48.

«Ouvistes o que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem. Fazendo assim, tornar-vos-eis filhos do vosso Pai que está no Céu, pois Ele faz com que o Sol se levante sobre os bons e os maus e faz cair a chuva sobre os justos e os pecadores. Porque, se amais os que vos amam, que recompensa haveis de ter? Não fazem já isso os cobradores de impostos? E, se saudais somente os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não o fazem também os pagãos? Portanto, sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste.»


Da Bíblia Sagrada




Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Santo Isaac o Sírio (séc. VII), monge em Nínive, perto de Mossoul, no actual Iraque
Discursos ascéticos, 2ª série, 38,5 et 39,3 (a partir da trad. Alfeyev, Bellefontaine 2001, p. 46)

«Ele faz com que o Sol se levante sobre os bons e os maus»


No Criador, não há mudança, não há intenções anteriores ou posteriores; na Sua natureza, não há ódio nem ressentimentos, não há lugar maior ou menor no Seu amor, nem antes nem depois no Seu conhecimento. Pois, se todos crêem que a criação começou a existir como consequência da bondade e do amor do Criador, nós sabemos que esta primeira motivação não diminui nem se altera no Criador em consequência do curso desordenado da Sua criação.

Seria profundamente odioso e perfeitamente blasfemo supor que há em Deus ódio e ressentimento - sequer para com os próprios demónios -, ou imaginar Nele alguma fraqueza ou paixão. [...] Muito pelo contrário, Deus age sempre connosco pelos caminhos que sabe serem para nossa vantagem, quer estes sejam para nós causa de sofrimento ou de consolo, de alegria ou de tristeza, quer sejam insignificantes ou gloriosos. Todos eles são orientados para os mesmos bens eternos.