quarta-feira, 15 de junho de 2011


Quarta-feira, 15 de junho de 2011

11ª Semana do Tempo Comum, Ano Impar, 3ª do Saltério (Livro III), cor Litúrgica Verde

Hoje: Semana do Migrante

Santos: Vito, Germana Cousin, Líbia, Joana Mance, Landelino (ex-bandido do Artois, convertido), Hesíquio (mártir no Danúbio inferior), Dulas (mártir da Ásia Menor), Guido (popular nos países francos e germânicos), Abraão (monge persa)

Antífona: Ouvi, Senhor, a voz do meu apelo: tende compaixão de mim e atendei-me; vós sois meus protetor: não me deixeis; não me abandoneis, ó Deus, meu salvador! (Sl 26, 7.9).

Oração: Ó Deus, força daqueles que esperam em vós, sede favorável ao nosso apelo e, como nada podemos em nossa fraqueza, dai-nos sempre o socorro da vossa graça, para que possamos querer e agir conforme vossa vontade, seguindo os vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I Leitura: II Carta de Paulo aos Coríntios (2Cor 9, 6-11)

Deus ama e recompensará quem dá com alegria

Irmãos, 6"quem semeia pouco colherá também pouco e quem semeia com largueza colherá também com largueza". 7Dê cada um conforme tiver decidido em seu coração, sem pesar nem constrangimento; pois Deus "ama quem dá com alegria".

8Deus é poderoso para vos cumular de toda sorte de graças, para que, em tudo, tenhais sempre o necessário e ainda tenhais de sobra para toda obra boa, 9como está escrito: "Distribuiu generosamente, deu aos pobres; a sua justiça permanece para sempre". 10Aquele que dá a semente ao semeador e lhe dará o pão como alimento, ele mesmo multiplicará as vossas sementes e aumentará os frutos da vossa justiça. 11Assim, ficareis enriquecidos em tudo e podereis praticar toda espécie de liberalidade, que, através de nós, resultará em ação de graças a Deus. Palavra do Senhor!

Comentando a I Leitura[1]

Deus ama quem dá com alegria

“Deus ama a quem dá com alegria” (v.7). Dar, dar-se é o “trabalho” da Trindade: doação total, contínua, na alegria plena, de que nossas pequenas alegrias são um pálido reflexo. Muitas das tragédias pequenas ou grandes, conhecidas ou anônimas, que envolvem continuamente o mundo, são no fundo lutas para roubar uma pequenina migalha de alegria aparente, posta quiçá no dinheiro, no prazer ou no poder. Quer-se tomar, sobretudo “tomar para si”. Ao contrário, diz-nos a Escritura que a alegria está em dar, em dar-se. Dando, enriquecemo-nos. É uma alegra economia, que não está descrita em nossas cotações de bolsa ou nos boletins das transações comerciais, mas que acaba por dar a todos um valor, embora em outro plano. A Bíblia nos apresenta novo modelo de desenvolvimento, que não teme recessões nem inflações. Mas exige de cada um de nós e de nossa sociedade uma mentalidade de administradores, não de senhores dos bens (materiais e espirituais).

Salmo: 111 (112), 1-2.3-4.9 (R/1a)
Feliz aquele que respeita o Senhor!

Feliz o homem que respeita o Senhor e que ama com carinho a sua lei! Sua descendência será forte sobre a terra, abençoada a geração dos homens retos!

Haverá glória e riqueza em sua casa, e permanece para sempre o bem que fez. Ele é correto, generoso e compassivo, como luz brilha nas trevas para os justos.

Ele reparte com os pobres os seus bens, permanece para sempre o bem que fez, e crescerão a sua glória e seu poder.

Evangelho: Mateus (Mt 6, 1-6.16-18)

Esmola, oração, jejum, tudo sem ostentação

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 1"Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles. Caso contrário, não recebereis a recompensa do vosso Pai que está nos céus. 2Por isso, quando deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem elogiados pelos homens. Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa. 3Ao contrário, quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua mão direita, 4de modo que, a tua esmola fique oculta. E o teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa.

5Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de rezar em pé, nas sinagogas e nas esquinas das praças, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa. 6Ao contrário, quando tu orares, entra no teu quarto, fecha a porta, e reza ao teu Pai que está oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa.

16Quando jejuardes, não fiqueis com o rosto triste como os hipócritas. Eles desfiguram o rosto, para que os homens vejam que estão jejuando. Em verdade vos digo: Eles já receberam a sua recompensa. 17Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto, 18para que os homens não vejam que tu estás jejuando, mas somente teu Pai, que está oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa". Palavra da Salvação!

Comentário o Evangelho

A verdadeira piedade

A relação do ser humano com Deus acontece através de gestos concretos. A piedade bíblica valorizava, de modo especial, três práticas de piedade: a esmola, a oração e o jejum. A esmola manifesta a abertura de coração para o próximo, especialmente, para quem é pobre e depende da misericórdia alheia para sobreviver. Orar é entrar em comunhão com Deus, como superação dos limites humanos e como projeção para o Absoluto. O jejum coloca-se no nível da relação do ser humano consigo mesmo, evidenciando a capacidade de manter, sob controle, as próprias paixões, os próprios sentimentos e, até mesmo, os instintos.


Jesus ensinou a seus discípulos uma maneira diferente de praticar a piedade, maneira que ele chamou de justiça. Tudo deve ser feito com a máxima discrição: a esmola deve ser dada sem ostentação; a oração verdadeira, feita no recesso do próprio quarto, de modo a ser Deus a única testemunha; o jejum, dissimulado com banhos e perfumes para se evitar toda aparência de abatimento. Quem age assim, é visto por Deus, que se dá conta de tudo, até mesmo do que se passa em segredo.


Jesus não aboliu as práticas de piedade. Pelo contrário, deu-lhes uma impostação nova. Esse é o modo concreto de vivê-las na perspectiva da justiça do Reino. A verdadeira piedade é, pois, um caminho excelente de encontro com Deus e com os irmãos. [O EVANGELHO DO DIA. Jaldemir Vitório. ©Paulinas, 1998]

Oração da assembleia (Liturgia Diária)

Para que a Igreja siga firme na missão de conduzir o povo a Deus, rezemos. Senhor, escutai a nossa prece.

Para que sejamos atentos às necessidades do próximo e generosos com ele, rezemos.

Para que nossa oração se traduza em gestos concretos de solidariedade, rezemos.

Para que as autoridades busquem sempre a verdade e a justiça, rezemos.

Para que sejam recompensados os que vivem a fé e o amor no dia a dia, rezemos.

(preces espontâneas da assembleia)

Oração sobre as Oferendas:

Ó Deus, que pelo pão e vinho alimentais a vida dos seres humanos e os renovais pelo sacramento, fazei que jamais falte este sustento ao nosso corpo e à nossa alma. Por Cristo, nosso Senhor.

Antífona da comunhão:

Pai santo, guarda no teu nome os que me deste, para que sejam um como nós, diz o Senhor (Jo 17,11).

Oração Depois da Comunhão:

Ó Deus, esta comunhão na eucaristia prefigura a união dos fiéis em vosso amor; fazei que realize também a comunhão na vossa Igreja. Por Cristo, nosso Senhor.

Para sua reflexão: Tal como na maioria das religiões, as boas obras quer dizer justiça, ou seja, a observância das três práticas fundamentais: a esmola, a oração e o jejum, desde que feitas sem ostentação. Jesus critica os que fazem grande exibição de sua caridade, através da esmola, por meio da imagem da trombeta sendo tocada. Hoje em dia isso infelizmente ainda ocorre, por exemplo, quando grandes campanhas de arrecadação de alimentos são destinadas às crises localizadas, como se o povo carente só necessitasse do alimento nesses períodos pontuais, uma vez que a fome pode está sempre às portas dos mais necessitados praticamente o ano todo. Para muitos, o que vale é a repercussão da mídia! Sobre a oração o comportamento a ser evitado é fazer um espetáculo público de si mesmo na oração, afinal ela não é dirigida a outro pecador, mas a Deus em favor do primeiro e das necessidades pessoais e comunitárias, sem alarde, mas com muita fé. Já sobre o jejum havia dias especiais designados para essa prática no calendário judaico e os fariseus piedosos jejuavam dois dias por semana. O que se critica não é o jejum em si, é claro, mas da forma como é feito através de uma exibição hipócrita. Aqui segue-se o exemplo da oração: o jejum é destinado a Deus, de forma discreta e com plena fé. O que o Evangelho do dia sugere é que melhoremos a qualidade das nossas práticas de fé para que Deus possa nos atender. Paz e Bem!

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