sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

São Tomaz de Aquino



Quando criança de cinco anos, Tomás, ouvindo os monges beneditinos cantar os louvores a Deus, cheio de admiração, perguntou: "Quem é Deus?" Toda sua vida foi uma incomparável e insaciável procura do mistério de Deus!

Tomás nasceu em 1225 de uma nobre família do condado de Aquino, perto de Roma. Teve a oportunidade de receber toda a formação possível na época. Estudou, primeiro, no vizinho mosteiro de Monte Cassino e depois na Universidade de Nápoles, onde travou conhecimento com a Ordem Dominicana à qual quis filiar-se.

O jovem Tomás, com 19 anos, a fim de realizar este desejo, teve que enfrentar oposição cerrada da família, especialmente da condessa sua mãe. Para subtrair-se a ela, viajou, às escondidas, para Roma, encerrando-se no mosteiro dominicano de Santa Sabina, de onde pouco depois foi enviado a Paris.

Contudo, em sua viagem, foi detido por um pelotão de soldados, guiados por dois de seus irmãos, que serviam às tropas imperiais sediadas na Itália. Enviado ao lar paterno, no castelo de Roccaseca, Tomás ficou detido por ordem de sua mãe. Com isso esperava dissuadi-lo do serviço à Igreja. Os ambiciosos familiares o queriam destinar a um cargo político ou administrativo ou, pelo menos, a um rendoso ofício prelatício, ao passo que Tomás estava escolhendo uma ordem desconhecida, com o designativo de mendicante.

Toda a oposição resultou em vão. Apenas libertado, seguiu sua vocação. Esteve em Colônia para os estudos filosóficos e teológicos sob a direção do célebre mestre Alberto Magno. Passou depois para Paris, o maior centro de estudos superiores na Europa. Daí por diante sua vida foi inteiramente tomada pelo ensino e pela elaboração de suas obras filosóficas e teológicas.

"A curta vida de Santo Tomás (1225-1274) não foi de modo algum tranquila, como poderia fazer-nos pensar a magnitude de sua obra. Viajou continuamente e desempenhou várias funções: professor universitário, consultor da Ordem, pregador oficial. Em meio de tantas viagens e ocupações, lia, meditava e redigia suas obras. Sua Suma Teológica é uma das obras fundamentais do pensamento humano. Obra que marcou o rumo da orientação filosófico-teológica da Igreja durante meio milênio. Santo Tomás aparece assim como um dos grandes elaboradores do pensamento cristão. O esforço realizado pelos Santos Padres na incorporação da cultura clássica à mensagem cristã foi completado por Santo Tomás no campo filosófico, enxertando a filosofia de Aristóteles em seu sistema teológico".

A convite do papa, Tomás preparou liturgia, ofício e missa da solenidade do Corpo de Deus; resultou uma maravilhosa síntese de teologia eucarística e, ao mesmo tempo, um monumento de fé e de amor à presença de Cristo na Eucaristia.

Em 1274, Tomás foi convidado a participar do Segundo Concílio Ecumênico de Lião, mas a morte o surpreendeu em viagem, no dia 7 de março. Foi canonizado pelo Papa João XXII que, aos que objetavam que faltasse milagre no processo, respondeu: "Quantas as proposições teológicas que ele escreveu, tantos são os milagres que fez". Sua memória venera-se no dia 28 de janeiro, dia em que seu corpo foi trasladado para Tolosa, em 1369.

Exemplo de pureza de vida, de desapego das grandezas mundanas, de firmeza na vocação religiosa, de amor entranhado à oração e à contemplação, de fidelidade à Igreja, Santo Tomás, declarado Doutor Angélico, agigantou-se no firmamento do pensamento católico como as torres das catedrais góticas, a desafiar os tempos e a apontar para o mistério de Deus. [Extraído de O SANTO DO DIA de Dom Servilio Conti, páginas 53 e 54, Ó Editora Vozes, 1997]

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