terça-feira, 30 de agosto de 2011

A palavra de Deus é viva e eficaz

Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Balduíno da Cantuária (?-c. 1190), abade cisterciense, depois bispo
Homilia 6; PL 204, 451-453 (trad: Breviário)


«A Palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante que uma espada de dois gumes» (He 4,12). Aos que buscam a Cristo, que é a Palavra, o Poder e a Sabedoria de Deus, fica bem declarada nesta expressão da Escritura toda a grandeza, força e sabedoria Daquele que é a verdadeira Palavra de Deus. Esta Palavra, eterna como o Pai desde o princípio (Jo 1, 1), foi revelada no devido tempo aos apóstolos e por eles anunciada aos povos e humildemente acolhida com fé. [...]


Esta Palavra de Deus é viva, porque o Pai Lhe comunicou o poder de ter a vida em Si mesma tal como Ele tem a vida em Si mesmo (Jo 5, 26). Por esta razão, Ela não somente é viva, mas é a própria vida, como de Si mesma proclama: «Eu sou o caminho, a verdade e a vida» (Jo 14,6). Precisamente porque esta Palavra é a vida, é viva e vivificante. De facto, assim como o Pai ressuscita os mortos e dá a vida, assim também o Filho dá a vida a quem quer (Jo 5,21). Dá a vida quando chama o morto do sepulcro dizendo: «Lázaro, sai para fora!» (Jo 11,43). Quando esta Palavra é anunciada mediante a voz do pregador, transmite pela voz que se ouve exteriormente a voz que actua interiormente, e que chama os mortos à vida para renascerem na alegria dos filhos de Abraão (Mt 3,9). Portanto, é viva esta Palavra no coração do Pai, é viva na boca do pregador, é viva no coração de quem crê e ama.



Liturgia da Terça-Feira — 30.08.2011

Terço do Rosário: Mistérios Dolorosos (clique aqui...)
(Caríssimos, após meditar as leituras deste dia, rezem o Terço ao Vivo - Mistérios Dolorosos - com os Freis Agostinianos do Seminário Santa Mônica e se preferir, clique aqui para baixar o Santo Rosário e gravar no seu celular, MP3 ou CD e rezar onde desejar)


— São Cesário de Arles

Os santos, como ninguém, entenderam que a Graça do Cristo que quer santificar a todos, é sempre a mesma, na eficiência, abundância e liberalidade. Cesário de Arles foi um destes homens que se abriu ao querer de Deus, e por isso como Bispo tornou-se uma personalidade marcante do seu tempo.

Cesário nasceu na França em 470, e ao deixar sua casa entrou para o mosteiro de Lérins, onde se destacou pela inteligência, bom humor, docilidade e rígida penitência, que mais tarde acabou exigindo imperfeitamente dos monges sob sua administração. Diante dos excessos de penitências, Cesário precisou ir se tratar na cidade de Arles - Sul da França- local do aprofundamento dos seus estudos e mais tarde da eleição episcopal.

São Cesário de Arles, até entrar no Céu com 73 anos de idade, ocupou-se até o fim com a salvação das almas e isto fazia, concretamente, pela força da Palavra anunciada e escrita, tornando-se assim o grande orador popular do Ocidente latino e glória para a vida monástica. Já que escreveu duas Regras monásticas. Em tudo buscava comunicar a ortodoxia da Fé e aquilo que lutava para viver com o Espírito Santo e irmãos, por isto no campo da moral cristã, Cesário de Arles salientava o cultivo da justiça, prática da misericórdia e o cuidado da castidade.

São Cesário de Arles, rogai por nós!


XXII SEMANA DO TEMPO COMUM
(Verde, Glória, Creio – II Semana do Saltério)

Antífona da entrada: Tende compaixão de mim, Senhor, clamo por vós o dia inteiro; Senhor, sois bom e clemente, cheio de misericórdia para aqueles que vos invocam (Sl 85,3.5).

Oração do dia
Deus do universo, fonte de todo bem, derramai em nossos corações o vosso amor e estreitai os laços que nos unem convosco para alimentar em nós o que é bom e guardar com solicitude o que nos destes. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Primeira Leitura (1Ts 5,1-6.9.11)
Leitura da primeira carta de são Paulo aos Tessalonicenses.

5 1 A respeito da época e do momento, não há necessidade, irmãos, de que vos escrevamos.
2 Pois vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como um ladrão de noite.
3 Quando os homens disserem: Paz e segurança!, então repentinamente lhes sobrevirá a destruição, como as dores à mulher grávida. E não escaparão.
4 Mas vós, irmãos, não estais em trevas, de modo que esse dia vos surpreenda como um ladrão.
5 Porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia. Não somos da noite nem das trevas.
6 Não durmamos, pois, como os demais. Mas vigiemos e sejamos sóbrios.
9 Porquanto não nos destinou Deus para a ira, mas para alcançar a salvação por nosso Senhor Jesus Cristo.
10 Ele morreu por nós, a fim de que nós, quer em estado de vigília, quer de sono, vivamos em união com ele.
11 Assim, pois, consolai-vos mutuamente e edificai-vos uns aos outros, como já o fazeis.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.

Salmo responsorial 26/27

Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver
na terra dos viventes.

O Senhor é minha luz e salvação;
de quem eu terei medo?
O Senhor é a proteção da minha vida;
perante quem eu tremerei?

Ao Senhor eu peço apenas uma coisa,
e é só isto que eu desejo:
habitar no santuário do Senhor
por toda a minha vida;
saborear a suavidade do Senhor
e contempla-lo no seu templo.

Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver
na terra dos viventes.
Espera no Senhor e tem coragem,
espera no Senhor!

Aclamação do Evangelho

Aleluia, aleluia, aleluia.
Um grande profeta surgiu entre nós e Deus visitou o seu povo (Lc 7,16).


Evangelho (Lucas 4,31-37)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 4 31 Jesus desceu a Cafarnaum, cidade da Galiléia, e ali ensinava-os aos sábados.
32 Maravilharam-se da sua doutrina, porque ele ensinava com autoridade.
33 Estava na sinagoga um homem que tinha um demônio imundo, e exclamou em alta voz: 34 "Deixa-nos! Que temos nós contigo, Jesus de Nazaré? Vieste para nos perder? Sei quem és: o Santo de Deus!"
35 Mas Jesus replicou severamente: "Cala-te e sai deste homem". O demônio lançou-o por terra no meio de todos e saiu dele, sem lhe fazer mal algum.
36 Todos ficaram cheios de pavor e falavam uns com os outros: "Que significa isso? Manda com poder e autoridade aos espíritos imundos, e eles saem?"
37 E corria a sua fama por todos os lugares da circunvizinhança.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!

Sobre as oferendas
Ó Deus, o sacrifício que vamos oferecer nos traga sempre a graça da salvação, e vosso poder leve à plenitude o que realizamos nesta liturgia. Por Cristo, nosso Senhor.

Antífona da comunhão: Como é grande, ó Senhor, vossa bondade, que reservastes para aqueles que vos temem! (Sl 30,20)

Depois da comunhão
Restaurados à vossa mesa pelo pão da vida, nós vos pedimos, ó Deus, que este alimento da caridade fortifique os nossos corações e nos leve a vos servir em nossos irmãos e irmãs. Por Cristo, nosso Senhor.


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A Força Libertadora...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

A gente pode se perguntar como é possível na comunidade ter uma pessoa possessa do demônio, mas o texto desse evangelho está justamente mostrando que comunidade não é lugar de gente alienada, mas de pessoas que livremente fizeram a opção de viver o seu discipulado.

Há em Jesus e consequentemente na comunidade cristã, uma força libertadora que supera as Forças do Mal, aqui personificada em um demônio, que havia se apossado de um dos membros. Os ensinamentos de Jesus, suas palavras enchiam de admiração as multidões, que ficavam maravilhadas porque Jesus ensinava como quem tem autoridade.

Claro que Jesus tinha uma oratória eloquente, mas não é da forma de ensinar, que as pessoas se admiram, mas sim do conteúdo, suas palavras geram algo novo em quem as ouve, de modo que as liberta de qualquer Força alienadora.

Ouvir a palavra de Deus marca o início de um processo onde, ter fé será o próximo passo, mas é claro que não poderá ficar só nisso. Até o demônio conhecia Jesus e sabia muito bem quem ele era: o Santo de Deus; olha que bela profissão de Fé! Entretanto, saber quem é Jesus e dizer isso com palavras, não é suficiente para experimentar o processo de libertação, é necessário fazer uma firme e corajosa opção por ele, não dando assim nenhuma chance para o mal, que insiste em nos dominar, como esse demônio.

As palavras de Jesus são rigorosas e firmes “Cala-te e sai dele”, e o Espírito maligno abandonou aquele homem, indo embora sem fazer-lhe mal algum. Que ninguém se iluda achando que na comunidade estará protegido da Força do Mal, pois ela age de maneira insistente, na vida dos que aderiram a Jesus, seu evangelho e sua igreja, sem dar trela, é preciso ter a mesma firmeza de Jesus, fazendo com que nossas pastorais e movimentos, possam ser lugar de encontro com Jesus Libertador, e nas celebrações o momento oportuno em que se realiza esse encontro, com a sua palavra, e com a Eucaristia, onde o Cristo presente em nossa vida continua expulsando as forças do mal.

No coração do cristão só pode haver lugar para uma Força, a graça e o poder, o Bem supremo que é Jesus.

2. A autoridade de Jesus é reconhecida
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Lucas incorpora em seu evangelho esta narrativa de exorcismo, que já se encontrava no evangelho de Marcos. Contudo, enquanto que em Marcos a narrativa é introduzida após o chamado dos quatro primeiros discípulos, em Lucas ela é inserida após a fala de Jesus na sinagoga de Nazaré, inaugurando seu ministério, e antes deste chamado dos discípulos.

A narrativa é um prenúncio dos conflitos que ocorrerão ao longo ministério de Jesus que encontrará resistência e condenação da parte dos chefes religiosos das sinagogas e do Templo de Jerusalém.

O homem com espírito impuro é a expressão destes chefes religiosos que se sentem ameaçados pelo Espírito de Jesus. Jesus não vem para destruir ninguém, mas, sim, para libertar a todos do espírito da cobiça, da ganância, da sede de poder, principalmente quando este espírito se disfarça sob a forma de uma religião.

A autoridade de Jesus é reconhecida pelo seu espírito amoroso, de serviço, de acolhida, de valorização de cada pessoa, de libertação e de promoção da vida.

Oração
Pai, faze-me forte para enfrentar e vencer as forças malignas que cruzam meu caminho, tentando afastar-me de ti. Como Jesus, quero abalar o poder do mal deste mundo.

3. A RUÍNA DO ESPÍRITO MAU
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A desarticulação dos esquemas do espírito mau fazia parte do ministério de Jesus. Vítima das forças demoníacas, o ser humano via-se privado de sua dignidade e reduzido à condição de inimigo de Deus. A libertação tornava-se uma exigência premente. Em todas as circunstâncias em que se defrontou com alguém subjugado pelo espírito mau, Jesus não se furtou em socorrê-lo.

Assim aconteceu com o homem possuído por um espírito impuro, encontrado na sinagoga de Cafarnaum.

Não deixa de ser contraditória a presença de um possesso na assembléia litúrgica sinagogal, em dia de sábado. Tem-se a impressão de que ele foi lá só para se defrontar com o "Santo de Deus". Foi é a maneira como se dirigiu a Jesus.

O demônio constatou a inexistência de pontos em comum entre ele e Jesus. Aliás, pensou que este nada teria a ver com ele. Enganou-se! Ele está na mira do "Santo de Deus" para ser arruinado e ser obrigado a pôr fim à opressão imposta aos seres humanos. Estava chegando ao fim sua liberdade de ação. Doravante, iria defrontar-se com o Messias, o qual se colocaria sempre na defesa da pessoa que estivesse fragilizada por sua ação maligna.

O Mestre agiu com severidade, servindo-se da autoridade e do poder recebidos do Pai. E o homem, livre da opressão demoníaca, pode finalmente associar-se à assembléia cultual.

Oração
Espírito que desarticula o poder do mal, liberta todos os que vivem subjugados pelas forças malignas e, assim, impedidos de reconhecer o amor de Deus, manifestado em Jesus.

Beata Joana Jugan, religiosa, +1879


Joana Jugan lembra a misericórdia de Deus para com os pobres. Fundadora das Irmãzinhas dos Pobres, em 1830, foi beatificada por João Paulo II, no dia 3 de outubro de 1982. Natural da França, nasceu em 1792 e morreu em 1879. Durante toda sua vida, ela procurou identificar-se totalmente com os pobres e necessitados. Por ocasião de sua beatificação, João Paulo II afirmou:

"Na nossa época, o orgulho, a busca da eficiência e a tentação dos meios poderosos dominam facilmente o mundo e por vezes, infelizmente, a Igreja. Criam obstáculos à implantação do reino de Deus. Por isso a fisionomia espiritual de Joana é capaz de atrair os discípulos de Cristo e de lhes encher os corações de simplicidade e humildade, de esperança e de alegria evangélica, vindas de Deus e do esquecimento próprio" (apud J. Leite, op. cit., vol. II, p. 524).

Por ocasião de sua morte, havia cerca de 2.400 Irmãzinhas dos Pobres dedicadas ao serviço dos excluídos e a congregação espalhara-se por mais de dez países. Actualmente as irmãzinhas encontram-se presentes em mais de 30 nações, nos cinco continentes, e são cerca de 5 mil religiosas no mundo inteiro.

Santa Tecla, virgem, mártir, séc. I


Tecla nasceu pelos anos 30 depois de Cristo em Ícone, cidade da actual Turquia. Reza a história que seus pais eram ricos e devassos. Tecla tinha desprezo pelo modo de vida de seus pais. Na busca de uma vida mais sã e culta dedicou-se ao estudo de Literatura e Belas Artes. Aos 18 anos encontrou o Apóstolo Paulo seguindo-o no seu apostolado. Após a morte de Paulo continuou com a sua missão de defesa dos pobres, dos escravos e na fundação de comunidades cristãs. Faleceu com cerca de 90 anos sendo considerada a primeira mulher mártir.


Terça-feira, dia 30 de Agosto de 2011

Beato Eustáquio van Lieshout, presbítero, +1943

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Humberto van Lieshout nasceu em Aarle Rixtel, Holanda, em 3 de novembro de 1890. Educado por pais dedicados e bons cristãos, e na convivência de seus oito irmãos, Humberto desenvolveu-se como rapaz generoso e piedoso.

Um dia caiu-lhe nas mãos a biografia do famoso missionário S. Damião de Veuster, o apóstolo da caridade cristã entre os asilados leprosos da Ilha de Molokai. Quis imitá-lo e por isso conseguiu matricular-se no Seminário dos Padres dos Sagrados Corações, mas encontrou bastante dificuldade em seus estudos. Seu abnegado esforço, firmeza de vontade e persistência venceram a fraqueza de seus talentos intelectuais.
No noviciado trocou o seu nome de batismo pelo de Eustáquio, e fez sua profissão religiosa em 27 de janeiro de 1915. Dedicando-se muito à oração e aos estudos, agora com menos dificuldade, no dia 10 de agosto de 1919 foi ordenado sacerdote. Em sua imensa felicidade, pedia à suas duas irmãs religiosas serem para ele no seu sacerdócio como Moisés na montanha, rezando pelo bom êxito do seu apostolado.
Por quatro anos exerceu diversos ministérios na Holanda, onde ganhou fama de caridoso e santo. Foi condecorado "Cavaleiro da Coroa" pelo Rei Alberto da Bélgica, pelo seu trabalho junto aos refugiados belgas.

Em 1925, finalmente, viu completar-se seu ideal vindo ao Brasil como missionário, com mais dois companheiros. O então bispo de Uberaba, Dom Antônio de Almeida Lustosa, convidou sua congregação para vir para a sua diocese. Foi assim fundada a primeira casa da Congregação dos Sagrados Corações no Brasil em Água Suja, MG, onde assumiram o Santuário de Nossa Senhora da Abadia.
Em 1926 tornou-se vigário de três paróquias, com muitas capelas anexas. Seus paroquianos eram pessoas simples, sem instrução religiosa. No começo custou-lhe ganhar a simpatia daquele povo desconfiado. Visitava os doentes nas choupanas, distribuía roupas e alimentos aos necessitados, acudia aos problemas familiares. Era pai, amigo, advogado e piedoso pastor das almas. Reabriu a escola rural, moralizou as festas da Padroeira, pregou missões populares em todas as três paróquias. Iniciou a construção do novo Santuário, tão conhecido hoje por todo o povo do Triângulo Mineiro. Conquistou assim todo a região, e ganhou fama de santo e milagreiro.
Quando foi transferido para Poá, SP, o povo não permitiu a sua saída. Somente dois meses depois, quando as coisas acalmaram, ele pode assumir essa nova paróquia recém criada. Poá fazia parte da zona suburbana da capital de São Paulo e a maioria da sua população trabalhava nas fábricas e indústrias de São Miguel e São Paulo. Sendo vigário da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, atendia várias outras paróquias vizinhas com seus dois padres coadjutores. Iniciou seu apostolado e as pregações em toda a região. Após uma viagem à Holanda e a Lourdes, na França, de onde trouxe não só muitos donativos mas também muita água da fonte milagrosa, erigiu ao lado da igreja uma imitação da gruta de Lourdes. Suas pregações e bênçãos logo criaram fama e projetaram o seu nome pelo estado e até Brasil afora...Passou a ser conhecido como o "Vigário de Poá". A notícia das curas do ‘santo’ Pe. Eustáquio fizeram afluir muita gente à sua procura. Milhares de pessoas se apinhavam nas ruas da pequena cidade de Poá, que não comportava tanto movimento de gente. A todos o bom padre procurava sempre atender ou dar sua bênção.
Em maio de 1941 a situação tornou-se insustentável e Pe. Eustáquio teve que ser transferido. Por onde passava as multidões acorriam e assim não conseguia mais descansar.

Após algumas transferências, foi empossado como vigário da Paróquia de São Domingos em Belo Horizonte, MG, em 7 de abril de 1942. Por ordem dos superiores, somente no confessionário podia atender os não-paroquianos, em número reduzido, em horários fixos. Assim podia conduzir o seu apostolado na paróquia como um vigário normalmente faria.
A pedido do bispo realizou inúmeras atividades em outras paróquias da capital mineira, como retiros, conferências e confissões; o mesmo aconteceu em outras cidades do interior. Era incansável no trabalho pastoral, e assim consumiu sua robustez física.

De repente a notícia alarmante: Pe. Eustáquio adoecera gravemente, picado por um carrapato perigoso, em suas andanças pelas vilas abandonadas de sua paróquia. Contraíra tifo exenquemático, mal para o qual não havia tratamento adequado naquele tempo. Diversas vezes havia predito sua morte próxima. Em julho de 1942, quando atendera uma senhora acamada havia anos e que pedia a Deus de ir para o céu, disse: "A senhora viverá, ainda, por muitos anos. Sou eu quem vou morrer no ano que vem".
Sofreu terrivelmente, mas aguardou a morte com calma e alegria. Dia 30 de agosto de 1943 sua bela alma descansou definitivamente na paz de Deus. Dia 31 foi decretado luto oficial no município de Belo Horizonte, e toda a cidade acorreu para o último adeus.

Durante cinco anos seu túmulo foi constantemente visitado por gente de todo o Brasil e em 1949 foi feita a exumação e trasladação para a sepultura definitiva na Igreja dos Sagrados Corações, cuja construção ele mesmo iniciara em 13 de maio de 1943.

Foi beatificado por Bento XVI em 2006

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Capitulo Vi-Perigo na Fonte

O temor do Senhor é o princípio da sabedoria. Os insensatos desprezam a sabedoria e a instrução. (Provérbios 1,7)

As duas voltaram a caminhar, só que o que elas não sabiam é que Noema filha do fazendeiro mais rico da região ficou sabendo da empreitada de Catarina, como ela ficou famosa por fugir da vila, ficando com inveja querendo chegar na frente dela até a Igreja da Matriz, pegando seu cavalo e com algum suborno seguiu viagem rumo a fama e a gloria.

E veja só como são as coisas desse mundo; as três chegaram ao mesmo instante a nascente do rio parando para beber água, Zelinda entrou na mata, pois disse precisar aliviar a bexiga, enquanto Catarina puxou seu terço para a oração do meio na intenção de Nossa Senhora do Rosário. Noema, que não estava fazendo nada, logo viu que do outro lado do riacho havia uma árvore com belas frutas e convidou Catarina.

- Vamos lá do outro lado comer aquelas frutas.

Catarina por um instante fez que ia, mas se lembrou do que Dona Sofia tinha dito e alertou Noema.

- Dona Sofia disse que o outro lado é perigoso.

Noema:

- Aquela Japa não sabe de nada!

Noema montou no seu cavalo e foi se aproximando para pegar uma fruta, estava tão fixada na fruta que nem percebeu que na árvore havia uma serpente a espreita, fazendo o seu SSSSS habitual, e quando ela esticou a mão para pegar a fruta à serpente armou o bote e mordeu o pescoço do cavalo que caiu por terra. Catarina vendo a cena atravessou o rio, invocando Nossa Senhora das Graças, e foi em socorro da menina que estava caída por baixo do cavalo.

A serpente era enorme e era preciso fazer algo rápido antes que ela pegasse Noema, Catarina jogou a sacola de comida em cima daquele animal horrendo que se armou para o lado dela e começou a persegui-la, Catarina pensando rapidamente e correu para umas árvores ali perto, e a serpente ia atrás acompanhado os movimentos dela, Catarina fazia um Zig Zag entre as árvores de tal modo que a serpente ficou presa entre elas.

Assim com a serpente fora de combate ela foi ajudar Noema a sair de baixo do cavalo, porém enquanto ela fazia isso a serpente foi se soltando e sorrateiramente foi se aproximando de Catarina, chegando cada vez mais perto, sem que ninguém se desse conta e na hora que ia atacar Zelinda esmaga a cabeça da medonha com sua bengala, salvando as meninas. Depois com a bengala derruba uma fruta, mostrando seu interior e informou a Noema.

- Elas estão podres. Você não sentiu o mau cheiro?

Depois do susto elas resolveram seguir viagem, porém aonde elas queriam chegar era longe e devido à morte de seu cavalo Noema desistiu voltando para trás, mas não sem antes ela testemunhar Catarina encontrar, num pé de cerejeira, outro Anjo pendurado este tinha a palavra “Sabedoria” nele.

Catarina:

- Achei outro anjo. Agora com esse são dois.

Só que a alegria logo virou tristeza quando viram que a sacola de comida que Catarina jogou na serpente se abriu e elas perderam todo o alimento.

Catarina:

- Não vamos nos preocupar Zelinda acredito que Deus provera.

Zelinda:

- Também acredito, vamos seguir viagem então.

Elas então seguiram pelo caminho. Noema para voltar não teve que andar muito, pois encontrou um velho conhecido que estava voltando para a vila no seu carro de boi, Na viagem de volta ela contou sobre os dois anjos que Catarina tinha achado e os dois contaram essa história maravilhosa em duas vilas antes de chegarem na sua. E uma pessoa foi contando para a outra a história da viagem da Catarina.

Martírio de S. João Baptista

A festa do martírio de São João Baptista remonta ao século V, na França; e ao século VI, em Roma. Está ligada à dedicação da igreja construída em Sebaste, na Samaria, no suposto túmulo do Precursor de Jesus. O próprio Jesus apresenta-nos João Baptista:


Ao partirem eles, começou Jesus a falar a respeito de João às multidões: "Que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? Mas que fostes ver? Um homem vestido de roupas finas? Mas os que vestem roupas finas vivem nos palácios dos reis. Então, que fostes ver? Um profeta? Eu vos afirmo que sim, e mais do que um profeta. É dele que está escrito: " eis que envio o meu mensageiro à tua frente; ele preparará o teu caminho diante de ti. Em verdade vos digo que, entre os nascidos de mulher, não surgiu nenhum maior do que João, o Baptista, e, no entanto, o menor no Reino dos céus é maior do que ele ..." (Mateus 11:2-11).


O martírio de João Baptista liga-se à denúncia profética das injustiças cometidas pelos poderosos, inclusive o luxo da corte, cujo desfecho fatal é a morte do inocente e a opressão dos marginalizados.


Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Lansperge, o Cartuxo (1489-1539), religioso e teólogo
Sermão sobre a Degolação de São João Batista. Opera omnia, t. 2, pp. 514 ss.

João Batista morre por Cristo

João não viveu para si próprio nem morreu para si próprio. A quantos homens carregados de pecados a sua vida dura e austera não terá levado à conversão? A quantos homens a sua morte não merecida não terá encorajado a suportar as provas? E a nós, donde nos vem hoje a ocasião para darmos fielmente graças a Deus, senão da lembrança de São João Baptista, assassinado pela justiça, ou seja por Cristo? [...]


Sim, João Baptista sacrificou de todo o coração a sua vida terrena por amor de Cristo; preferiu menosprezar as ordens do tirano que as de Deus. Este exemplo ensina-nos que nada nos deve ser mais querido que a vontade de Deus. Agradar aos homens não serve de grande coisa; em geral, até prejudica grandemente. [...] Por esta razão, com todos os amigos de Deus, morramos para os nossos pecados e as nossas preocupações, pisemos o nosso amor próprio desviado e deixemos crescer em nós o amor fervoroso a Cristo.


Liturgia da Segunda Feira — 29.08.2011

Terço do Rosário: Mistérios Gozosos (clique aqui...)
(Caríssimos, após meditar as leituras deste dia, rezem o Terço ao Vivo - Mistérios Gozosos - com os Freis Agostinianos do Seminário Santa Mônica e se preferir, clique aqui para baixar o Santo Rosário e gravar no seu celular, MP3 ou CD e rezar onde desejar)


— Martírio de São João Batista

Com satisfação lembramos a santidade de São João Batista que, pela sua vida e missão, foi consagrado por Jesus como o último e maior dos profetas: "Em verdade eu vos digo, dentre os que nasceram de mulher, não surgiu ninguém maior que João, o Batista...De fato , todos os profetas, bem como a lei, profetizaram até João. Se quiserdes compreender-me, ele é o Elias que deve voltar." (Mt 11,11-14)

Filho de Zacarias e Isabel, João era primo de Jesus Cristo, a quem "precedeu" como um mensageiro de vida austera, segundo as regras dos nazarenos.

São João Batista, de altas virtudes e rigorosas penitências, anunciou o advento do Cristo e ao denunciar os vícios e injustiças deixou Deus conduzí-lo ao cumprimento da profecia do Anjo a seu respeito: "Pois ele será grande perante o Senhor; não beberá nem vinho, nem bebida fermentada, e será repleto do Espírito Santo desde o seio de sua mãe. Ele reconduzirá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus: e ele mesmo caminhará à sua frente..." ( Lc 1, 15)

São João Batista desejava que todos estivessem prontos para acolher o Mais Forte por isso, impelido pela missão profética, denunciou o pecado do governador da Galileia: Herodes, que escandalosamente tinha raptado Herodíades - sua cunhada - e com ela vivia como esposo.

Preso por Herodes Antipas em Maqueronte, na margem oriental do Mar Morto, aconteceu que a filha de Herodíades (Salomé) encantou o rei e recebeu o direito de pedir o que desejasse, sendo assim, proporcionou o martírio do santo, pois realizou a vontade de sua vingativa mãe: "Quero que me dês imediatamente num prato, a cabeça de João, o Batista" (Mc 6,25)

Desta forma, através do martírio, o Santo Precursor deu sua vida e recebeu em recompensa a Vida Eterna reservada àqueles que vivem com amor e fidelidade os mandamentos de Deus.

São João Batista, rogai por nós!


MARTÍRIO DE SÃO JOÃO BATISTA
(Vermelho, Prefácio Próprio – Ofício da Memória)

Antífona da entrada: Diante dos reis falo da vossa aliança, sem temer a vergonha. Encontro alegria em vossos preceitos, porque muito os amo (Sl 118,46s).

Oração do dia
Ó Deus, quisestes que são João Batista fosse o precursor do nascimento e da morte do vosso filho; como ele tombou na luta pela justiça e pela verdade, fazei-nos também lutar corajosamente para testemunhar a vossa palavra. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Primeira Leitura (Jeremias 1,17-19)
Leitura do livro do profeta Jeremias.

Naqueles dias, a palavra do Senhor foi-me dirigida: 1 17 "Tu, porém, cinge-te com o teu cinto e levanta-te para dizer-lhes tudo quanto te ordenar. Não temas a presença deles; senão eu te aterrorizarei à vista deles;
18 quanto a mim, desde hoje, faço de ti uma fortaleza, coluna de ferro e muro de bronze, (erguido) diante de toda nação, diante dos reis de Judá e seus chefes, diante de seus sacerdotes e de todo o povo da nação.
19 Eles te combaterão mas não conseguirão vencer-te, porque estou contigo, para livrar-te - oráculo do Senhor".
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.

Salmo responsorial 70/71

Minha boca anunciará vossa justiça.

Eu procuro meu refúgio em vós, Senhor:
que eu não seja envergonhado para sempre!
Porque sois justo, defendei-me e libertai-me!
Escutai a minha voz, vinde salvar-me!

Sede uma rocha protetora para mim,
um abrigo bem seguro que me salve!
Porque sois a minha força e meu amparo,
o meu refúgio, proteção e segurança!
Libertai-me, ó meu Deus, das mãos do ímpio.

Porque sois, ó Senhor Deus, minha esperança,
em vós confio desde a minha juventude!
Sois meu apoio desde antes que eu nascesse,
desde o seio maternal, o meu amparo.

Minha boca anunciará todos os dias
vossa justiça e vossas graças incontáveis.
Vós me ensinastes desde a minha juventude,
e até hoje canto as vossas maravilhas.

Aclamação do Evangelho

Aleluia, aleluia, aleluia.
Felizes os que são perseguidos por causa da justiça do Senhor, porque o reino dos céus há der deles! (Mt 5,10)


Evangelho (Marcos 6,17-29)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 6 17 o próprio Herodes mandara prender João e acorrentá-lo no cárcere, por causa de Herodíades, mulher de seu irmão Filipe, com a qual ele se tinha casado.
18 João tinha dito a Herodes: "Não te é permitido ter a mulher de teu irmão".
19 Por isso Herodíades o odiava e queria matá-lo, não o conseguindo, porém.
20 Pois Herodes respeitava João, sabendo que era um homem justo e santo; protegia-o e, quando o ouvia, sentia-se embaraçado. Mas, mesmo assim, de boa mente o ouvia.
21 Chegou, porém, um dia favorável em que Herodes, por ocasião do seu natalício, deu um banquete aos grandes de sua corte, aos seus oficiais e aos principais da Galiléia.
22 A filha de Herodíades apresentou-se e pôs-se a dançar, com grande satisfação de Herodes e dos seus convivas. Disse o rei à moça: "Pede-me o que quiseres, e eu to darei". 23 E jurou-lhe: "Tudo o que me pedires te darei, ainda que seja a metade do meu reino".
24 Ela saiu e perguntou à sua mãe: "Que hei de pedir?" E a mãe respondeu: "A cabeça de João Batista".
25 Tornando logo a entrar apressadamente à presença do rei, exprimiu-lhe seu desejo: "Quero que sem demora me dês a cabeça de João Batista".
26 O rei entristeceu-se; todavia, por causa da sua promessa e dos convivas, não quis recusar.
27 Sem tardar, enviou um carrasco com a ordem de trazer a cabeça de João. Ele foi, decapitou João no cárcere,
28 trouxe a sua cabeça num prato e a deu à moça, e esta a entregou à sua mãe.
29 Ouvindo isto, os seus discípulos foram tomar o seu corpo e o depositaram num sepulcro.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!

Sobre as oferendas
Ó Deus, pela oferenda que vos apresentamos, dai-nos aquela retidão dos vossos caminhos que são João Batista, voz que clama no deserto, ensinou e confirmou com seu sangue. Por Cristo, nosso Senhor.

Prefácio próprio

Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em todo lugar, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso. Proclamamos, hoje, as maravilhas que operastes em são João Batista, precursor de vosso Filho e Senhor nosso, consagrado como o maior entre os nascidos de mulher. Ainda no seio materno, ele exultou com a chegada do salvador da humanidade e seu nascimento trouxe grande alegria. Foi o único dos profetas que mostrou o Cordeiro redentor. Batizou o próprio autor do batismo nas águas assim santificadas e, derramando seu sangue, mereceu dar o perfeito testemunho de Cristo. Por essa razão, unidos aos anjos e a todos os santos, nós vos aclamamos, jubilosos, cantando (dizendo) a uma só voz...

Antífona da comunhão: João Batista dizia a seus discípulos: É preciso que ele cresça e que eu diminua (Jo 3,27.30).

Depois da comunhão
Ó Deus, ao celebrarmos o nascimento de João Batista para a glória, concedei que veneremos no sacramento recebido a realidade que ele simboliza e nos alegremos cada vez mais por seus frutos em nossa vida. Por Cristo, nosso Senhor.

Santo do Dia / Comemoração (MARTÍRIO DE SÃO JOÃO BATISTA)

A festa da natividade de são João Batista ocorre no dia 24 de junho. Ela faz parte da tradição dos cristãos como esta que celebramos hoje, do martírio de são João Batista. No calendário litúrgico da Igreja, esta comemoração iniciou na França, no século V, sendo introduzida em Roma no século seguinte. A origem da comemoração foi a construção de uma igreja em Sebaste, na Samaria, sobre o local indicado como o do túmulo de são João Batista.

João era primo de Jesus e foi quem melhor soube levar ao povo a palavra do Mestre. Jesus dedicou-lhe uma grande simpatia e respeito, como está escrito no evangelho de são Lucas: "Na verdade vos digo, dentre os nascidos de mulher, nenhum foi maior que João Batista". João Batista foi o precursor do Messias. Foi ele que batizou Jesus no rio Jordão e preparou-lhe o caminho para a pregação entre o povo. Não teve medo e denunciou o adultério do rei Herodes Antipas, que vivia na imoralidade com sua cunhada Herodíades.

A ousadia do profeta despertou a ira do rei, que imediatamente mandou prendê-lo. João Batista permaneceu na prisão de Maqueronte, na margem oriental do mar Morto, por três meses. Até que, durante uma festa no palácio daquela cidade, a filha de Herodíades, Salomé, instigada pela ardilosa e perversa mãe, dançou para o rei e seus convidados. A bela moça era uma exímia dançarina e tinha a exuberância da juventude, o que proporcionou a todos um estonteante espetáculo.

No final, ainda entusiasmado, o rei Herodes disse que ela poderia pedir o que quisesse como pagamento, porque nada lhe seria negado. Por conselho da mãe, ela pediu a cabeça de João Batista numa bandeja. Assim, a palavra do rei foi mantida. Algum tempo depois, o carrasco trazia a cabeça do profeta em um prato, entregando-a para Salomé e para sua maldosa mãe. O martírio por decapitação de são João Batista, que nos chegou narrado através do evangelho de são Marcos, ocorreu no dia 29 de agosto, um ano antes da Paixão de Jesus.

Ainda segundo o evangelista Marcos, João Batista, antes de ser decapitado, exultou em voz alta: "Agora a minha felicidade será completa; ele deve crescer, eu, ao contrário, diminuirei". Encerraou, com o martírio, a sua missão de profeta precursor do Messias.


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Herodes e o Cristão sem convicção
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Herodes gostava muito de João Batista e suas pregações no deserto, achava as palavras bonitas e a mensagem chegava a tocar o seu coração. Era um ouvinte entusiasta da Palavra de Deus, poderia tornar-se um discípulo, sua alta posição não o impedia de viver a sua Fé. Entretanto parece que a semente da Palavra caiu em uma terra sufocada pelos espinhos, Herodes estava amasiado com sua cunhada Herodíades e quando João Batista acusou o seu pecado de adultério, Herodes não gostou muito da idéia, começou a pensar que João Batista ainda era um bom pregador, mas que de vez em quando se equivocava, quando queria interferir na vida dos outros, pois cada um deve viver do jeito que quiser e fazer também o que quiser, sem que a Religião interfira em suas decisões, dizendo o que é certo ou o que é errado.

É o cristianismo do oba-oba, sem nenhum compromisso com as virtudes do evangelho, e com as verdades ensinadas por Jesus. Herodes se sairia muito bem neste mundo da pós- modernidade onde as pessoas, em sua grande maioria também são assim, até mesmo aquelas ligadas a alguma pastoral ou movimento, elas pensam assim “Está tudo lindo e maravilhoso, mas que a Igreja não me venha dizer o que devo fazer em certas questões da minha vida”

A Igreja como portadora e anunciadora da Palavra de Deus, jamais deve deixar de lado a sua missão profética, aonde a verdade do evangelho for violada ou ignorada, devem os pastores da Igreja, de maneira prudente e corajosa, anunciar a verdade denunciando a ação pecaminosa de quem a comete. Herodes colocou o prazer da sua relação com Herodíades acima de qualquer princípio, e na sua Festa de aniversário, achando-se um deus, que tudo pode, decidiu fazer o gosto da dançarina, poderia ela pedir qualquer coisa que ele a daria.

Hoje em dia, na busca do prazer e da satisfação dos desejos, vale tudo e pode de tudo. Qualquer profeta intrometido que quiser ser um estraga-prazer deverá ser tirado do caminho, e Herodíades, a amasiada de Herodes, nem pensou duas vezes para pedir a cabeça de João Batista em uma bandeja. Fazemos parte de uma sociedade onde a Vida Humana nada vale; na busca do prazer e do poder estamos diante de um “Vale Tudo”, haja vista os mártires da igreja, que aqui e ali, continuam incomodando e por isso, como João Batista acabam sendo eliminados, por causa do evangelho. A Igreja precisa cada vez mais de cristãos iguais a João Batista, que sejam capazes de dar a vida pela Verdade, pois de cristãos do tipo Herodes, que praticam a religião do descompromisso, muitos templos andam sempre lotados...

2. Martírio de João Batista
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Nesta narrativa fica em destaque a denúncia de João Batista que rejeita a união de Herodes com Herodíades, mulher de seu irmão. O motivo da denúncia, então, seria moral e religioso. Contudo o historiador Flávio Josefo, na segunda metade do primeiro século, observa que Herodes perseguiu João Batista por temer que ele provocasse uma insurreição popular contra os romanos.

Pode-se ver em Herodíades a representação das elites religioso-econômicas da Galiléia que cercam Herodes e que articulam a morte de João Batista.

A narrativa é também um prenúncio do destino de Jesus e um recado aos discípulos: quem assume a missão assume também o destino daquele que o enviou.

Oração
Pai, que as contrariedades da vida jamais me intimidem e impeçam de seguir adiante, cumprindo minha missão de evangelizador.

3. JOÃO BATISTA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

De início, Marcos apresenta a interrogação sobre a identidade e origem de Jesus. No simbolismo da narrativa, os grandes da Galiléia, representados por Herodíades, é que articularam a morte de João.

Trata-se da resistência do poder às ações libertadoras. Os detalhes sobre a execução de João têm dois efeitos: ironizam um rei fraco e advertem os discípulos de Jesus que se inclinam a interpretá-lo como messias poderoso. De Jesus, assim como de João, não se deve esperar glória nem poder, mas o serviço humilde e divino.

O dom da vida eterna não pertence aos poderosos, mas a Deus. O desfecho da vida de João Batista é apresentado em paralelo, como antecipação ao desfecho da vida de Jesus: anúncio do Reino, perseguição, articulação dos poderosos e morte. E a percepção de sua permanência nas comunidades, após a morte.


«Siga-Me»

Comentário ao Evangelho do dia feito por :

São Cesário de Arles (470-543), monge e bispo
Sermão 159; CCL 104, 650


Ao pecar, o homem enchera o seu caminho de obstáculos, mas este ficou facilitado quando Cristo o pisou com a Sua ressurreição e transformou um carreiro estreito numa avenida digna de um rei. A humildade e a caridade são os dois pés que permitem percorrê-la rapidamente. Todos são atraídos para as alturas da caridade, mas a humildade é o primeiro degrau que é preciso subir. Porque levantas o pé acima de ti? Afinal queres subir ou queres cair? Começa pelo primeiro degrau, ou seja, pela humildade, e ele te permitirá subir.


Eis porque o nosso Senhor e Salvador não Se limitou a dizer: «Renuncie a si mesmo», mas antes acrescentou: «Tome a sua cruz e siga-Me». Que significa: tome a sua cruz? Suporte tudo o que lhe é penoso, pois é assim que caminhará atrás de Mim. Assim que tiver começado a seguir-Me, adaptando-se à Minha vida e aos Meus mandamentos, encontrará no seu caminho muitas pessoas que o contradirão, que procurarão desviá-lo, que não apenas troçarão dele mas o perseguirão. Essas pessoas não se encontram somente entre os pagãos que estão fora da Igreja; encontram-se até entre os que, vistos do exterior, parecem estar na Igreja. [...]


Portanto, se desejas seguir Cristo, toma a tua cruz sem mais demora e suporta os maus sem te deixares abater. [...] «Se alguém quiser vir Comigo, tome a sua cruz e siga-Me.» Se quisermos pôr isto em prática, esforcemo-nos, com a ajuda de Deus, por fazer nossas estas palavras do apóstolo Paulo: «Se tivermos de que nos alimentar e vestir, contentemo-nos com isso». Há o perigo de, ao procurarmos mais bens terrestres do que aqueles de que precisamos, «querendo enriquecer», virmos a «cair na armadilha da tentação, numa quantidade de desejos absurdos e perigosos, que precipitam as pessoas na ruína e na perdição» (1Tm 6,8-9). Que o Senhor Se digne tomar-nos sob a Sua protecção e livrar-nos desta tentação.

Santo Agostinho, bispo, Doutor da Igreja, +430

Nasceu em Tagaste, no ano de 354. Africano da Tunísia, era filho de pai pagão e de mãe cristã. Espírito irrequieto e sedento de verdade, enveredou por várias correntes filosóficas e seitas, até chegar ao cristianismo. Incursionou também pelos meandros da vida amorosa, e por muito tempo viveu em companhia de uma mulher e ambos tiveram um filho. Esta mulher anónima, que Santo Agostinho amava e por ela era amado, e da qual nem sequer nos legou o nome, retornou à África e certamente não foi menor em sua oblação.

Agostinho converteu-se por volta do ano 387 e recebeu o baptismo em Milão. Quem o baptizou foi o célebre bispo Santo Ambrósio que, juntamente com Santa Mónica, trabalhou pela sua conversão. Retornando à sua terra, levou vida ascética. Eleito bispo de Hipona, por trinta e quatro anos esteve à frente de seu povo, ensinando-o e combatendo as heresias. Além de "Confissões", escreveu muitas outras obras. Constitui-se, assim, num dos mais profundos pensadores do mundo antigo. É por muitos considerado o pai do existencialismo cristão. Morreu em Hippo Regius, no dia 28 de Agosto de 430.

Liturgia do Domingo — 28.08.2011

Terço do Rosário: Mistérios Gloriosos (clique aqui...)
(Caríssimos, após meditar as leituras deste dia, rezem o Terço ao Vivo - Mistérios Gloriosos - com os Freis Agostinianos do Seminário Santa Mônica e se preferir, clique aqui para baixar o Santo Rosário e gravar no seu celular, MP3 ou CD e rezar onde desejar)

ATENÇÃO: Para complementar os estudos da Liturgia dos Domingos - visite as páginas Homilias e Sermões e Roteiro Homilético - pois elas contém um estudo detalhado das Leituras do Domingo, posicionando-as no tempo, indicando as origens das palavras e das idéias implícitas nos textos bíblicos. Ideal para Catequistas, Ministros da Palavra, Líderes de Grupo de Estudo Bíblico e Leigos interessados em conhecer e praticar a Palavra de Deus.


— Santo Agostinho

Celebramos neste dia a memória do grande Bispo e Doutor da Igreja que nos enche de alegria, pois com a Graça de Deus tornou-se modelo de cristão para todos. Agostinho nasceu em Tagaste, no norte da África, em 354, filho de Patrício (convertido) e da cristã Santa Mônica, a qual rezou durante 33 anos para que o filho fosse de Deus.

Aconteceu que Agostinho era de grande capacidade intelectual, profundo, porém, preferiu saciar seu coração e procurar suas respostas existentes tanto nas paixões, como nas diversas correntes filosóficas, por isso tornou-se membro da seita dos maniqueus.

Com a morte do pai, Agostinho procurou se aprofundar nos estudos, principalmente na arte da retórica. Sendo assim, depois de passar em Roma, tornou-se professor em Milão, onde envolvido pela intercessão de Santa Mônica, acabou frequentando, por causa da oratória, os profundos e famosos Sermões de Santo Ambrósio. Até que por meio da Palavra anunciada, a Verdade começou a mudar sua vida.

O seu processo de conversão recebeu um "empurrão" quando, na luta contra os desejos da carne, acolheu o convite: "Toma e lê", e assim encontrou na Palavra de Deus (Romanos 13, 13ss) a força para a decisão por Jesus:"...revesti-vos do Senhor Jesus Cristo...não vos abandoneis às preocupações da carne para lhe satisfazerdes as concupiscências".

Santo Agostinho, que entrou no Céu com 76 anos de idade (no ano 430), converteu-se com 33 anos, quando foi catequizado e batizado por Santo Ambrósio. Depois de "perder" sua mãe, voltou para a África, onde fundou uma comunidade cristã ocupada na oração, estudo da Palavra e caridade. Isto, até ser ordenado Sacerdote e Bispo de Hipona, santo, sábio, apologista e fecundo filósofo e teólogo da Graça e da Verdade.

Santo Agostinho, rogai por nós!


22º Domingo do Tempo Comum ANO A
(Verde, Glória, Creio – II Semana do Saltério)
"A CAMINHO DA CRUZ"

Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs! A primeira leitura é um trecho das "confissões", amarguradas e dolorosas, de Jeremias, por causa da hostilidade que o profeta encontra no exercício do seu ministério. São trechos característicos de Jeremias e muito importantes porque estão na origem de uma tradição literária sobre o tema do profeta perseguido. O ministério profético não é uma vocação a tranquilidade: é incômodo para quem fala e para quem ouve. Para Jesus, o sofrimento, a paixão e a morte não são um escândalo; são ao contrário e de certo modo, uma conseqüência da situação de pecado do homem e são algo que "deve" vir, um momento especial e determinante já prefigurado e prenunciado pelos profetas no plano salvífico de Deus. Entoemos cânticos jubilosos ao Senhor!

ATENÇÃO: VEJA NO FINAL DO FOLHETO TRANSCRITO ABAIXO, OS COMENTÁRIOS DO EVANGLEHO COM SUGESTÕES PARA A HOMILIA DESTE DOMINGO. VEJA TAMBÉM NAS PÁGINAS "HOMILIAS E SERMÕES" E "ROTEIRO HOMILÉTICO" OUTRAS SUGESTÕES E COMENTÁRIO EXEGÉTICO COM ESTUDOS COMPLETOS DA LITURGIA DESTE DOMINGO.

• SÃO PAULO • 28 DE AGOSTO DE 2011 • ANO 35 • Lt. 06 • Nº 49 • A •

Vocação para os Ministérios e Serviços na Comunidade - Dia Nacional do Catequista

Anim. Neste Domingo, a liturgia nos apresenta a Cruz como método de vida e compromisso de fé. Hoje, que é também o Dia Nacional do Catequista, destacamos a vocação para os Ministérios e Serviços na comunidade. Sendo a cruz parte integrante do Mistério pascal, o caminho do cristão é permeado das lutas contra a morte. Mas é, atravessando pela morte que se chega à ressurreição. Por meio da catequese e dos outros ministé­rios comunitários, a Igreja cumpre o seu papel de ser formadora de discípulos missionários de Jesus Cristo.

RITOS INICIAIS

1. ABERTURA Sl 85(86) (Fx 1)
Senhor, de mim tem piedade, dia e noite, a ti meu clamor! Tu és um Deus de bondade, para quem por ti chama, és amor!
1. Ó Senhor, põe teu ouvido bem aqui, pra me escutar. Infeliz eu sou e pobre, vem depressa me ajudar! Teu amigo eu sou, tu sabes, só em ti vou confiar.
2. Compaixão de mim, Senhor! Eu te chamo, noite e dia. Vem me dar força e coragem e aumentar minha alegria. Eu te faço minha prece, pois minh’alma em ti confia.
3. Tu és bom e compassivo e a quem pede, dás perdão. Dá ouvido a meus pedidos: meu lamento é oração. Na hora amarga eu te procuro, sei que não te chamo em vão.
4. Não existe nenhum deus, para contigo se igualar, nem no mundo existe nada que se possa comparar às belezas que na terra teu amor soube criar.

2. SAUDAÇÃO
P. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
T. Amém.
P. O Deus da esperança, que nos cumula de toda alegria e paz em nossa fé, pela ação do Espírito Santo, esteja convosco.
T. Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo.

3. ATO PENITENCIAL
P. Irmãos e irmãs, reconheçamos as nossas culpas para celebrarmos dignamente os santos mistérios, já que tantas vezes não temos assumido a cruz como seguimento de Jesus, valor que assimilamos já na catequese.
(Silêncio)
P. Senhor, que sois o caminho que leva ao Pai, tende piedade de nós.
T. Senhor, tende piedade de nós.
P.Cristo, que sois a verdade que ilu­­mina os povos, tende piedade de nós.
T. Cristo, tende piedade de nós.
P. Senhor, que sois a vida que renova o mundo, tende piedade de nós.
T. Senhor, tende piedade de nós.
P. Deus todo-poderoso tenha compaixão de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna.
T. Amém.

4. GLÓRIA (preferencialmente cantado)
P. Glória a Deus nas alturas,
T. e paz na terra aos homens por Ele amados. / Senhor Deus, Rei dos céus, Deus Pai todo-poderoso. / nós vos louvamos, nós vos bendizemos, / nós vos adoramos, nós vos glorificamos, / nós vos damos graças por vossa imensa glória. / Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito, / Senhor Deus, Cordeiro de Deus, Filho de Deus Pai. / Vós que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós. / Vós que tirais o pecado do mundo, acolhei a nossa súplica. / Vós que estais à direita do Pai, tende piedade de nós. / Só vós sois o Santo, só vós, o Senhor, / só vós o Altíssimo, Jesus Cristo, / com o Espírito Santo, na glória de Deus Pai. Amém.

5. ORAÇÃO
P. Oremos (silêncio): Deus do universo, fonte de todo bem, derramai em nossos corações o vosso amor e estreitai os laços que nos unem convosco para alimentar em nós o que é bom e guardar com solicitude o que nos destes. Por N.S.J.C.
T. Amém.

LITURGIA DA PALAVRA

Anim. Abramos os nossos corações para acolher a mensagem que as leituras de hoje nos trazem, a fim de que possamos ser mais comprometidos com o Mistério Pascal de Jesus.

6. PRIMEIRA LEITURA (Jr 20,7-9)
Leitura do Livro do Profeta Jeremias

7Seduziste-me, Senhor, e deixei-me seduzir; foste mais forte, tiveste mais poder. Tornei-me alvo de irrisão o dia inteiro, todos zombam de mim. 8Todas as vezes que falo, levanto a voz, clamando contra a maldade e invocando calamidades; a palavra do Senhor tornou-se para mim fonte de vergonha e de chacota o dia inteiro. 9Disse comigo: “Não quero mais lembrar-me disso nem falar mais em nome dele”.
Senti, então, dentro de mim um fogo ardente a penetrar-me o corpo todo: desfaleci, sem forças para suportar.
— Palavra do Senhor.
T. Graças a Deus.

7. SALMO RESPONSORIAL 62(63)
(HL3, p. 143-144 - Fx3)
A minha alma tem sede de vós como a terra sedenta, ó meu Deus!
1. Sois vós, ó Senhor, o meu Deus! Desde a aurora ansioso vos busco! A minh’alma tem sede de vós, como a terra sedenta e sem água! Venho, assim, contemplar-vos no templo, para ver vossa glória e poder.
2. Vosso amor vale mais do que a vida: e por isso meus lábios vos louvam. Quero, assim, vos louvar pela vida e elevar para vós minhas mãos! A minh’alma será saciada como em grande banquete de festa.
3. Cantará a alegria em meus lábios, ao cantar para vós meu louvor! Para mim fostes sempre um socorro; de vossas asas à sombra eu exulto! Minha alma se agarra em vós; com poder vossa mão me sustenta.

8. SEGUNDA LEITURA (Rm 12,1-2)
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos

1Pela misericórdia de Deus, eu vos exorto, irmãos, a vos oferecerdes em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus: este é o vosso culto espiritual. 2Não vos conformeis com o mundo, mas transformai-vos, renovando vossa maneira de pensar e de julgar, para que possais distinguir o que é da vontade de Deus, isto é, o que é bom, o que lhe agrada, o que é perfeito.
— Palavra do Senhor.
T. Graças a Deus.

9. ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO (Fx 6)
Aleluia, aleluia, aleluia, aleluia. (bis)
Que o Pai do Senhor Jesus Cristo nos dê do saber o espírito, conheçamos, assim, a esperança à qual nos chamou, como herança!


10. EVANGELHO (Mt 16,21-27)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 21Jesus começou a mostrar a seus discípulos que devia ir a Jerusalém e sofrer muito da parte dos anciãos, dos sumos sacerdotes e dos mestres da lei, e que devia ser morto e ressuscitar no terceiro dia. 22Então Pedro tomou Jesus à parte e começou a repreendê-lo, dizendo: “Deus não permita tal coisa, Senhor! Que isto nunca te aconteça!” 23Jesus, porém, voltou-se para Pedro e disse:
“Vai para longe, satanás! Tu és para mim uma pedra de tropeço, porque não pensas as coisas de Deus, mas sim as coisas dos homens!”
24Então Jesus disse aos discípulos: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. 25Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la. 26De fato, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua vida? O que poderá alguém dar em troca de sua vida? 27Porque o Filho do homem virá na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um de acordo com a sua conduta”.
— Palavra da Salvação.
T. Glória a vós, Senhor.

11. HOMILIA

... (VER SUGESTÕES DE HOMILIA MAIS ABAIXO NA SEÇÃO COMENTÁRIOS DO EVANGELHO) ...

12. PROFISSÃO DE FÉ
P. Creio em Deus Pai todo-poderoso / T. criador do céu e da terra,/ e em Jesus Cristo seu único Filho, nosso Senhor, /que foi concebido pelo poder do Espírito Santo; /nasceu da Virgem Maria;/ padeceu sob Pôncio Pilatos, / foi crucificado, morto e sepultado. / Desceu à mansão dos mortos; /ressuscitou ao terceiro dia, / subiu aos céus; / está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, / donde há de vir a julgar os vivos e os mortos. / Creio no Espírito Santo; / na Santa Igreja Católica; / na comunhão dos santos; / na remissão dos pecados; / na ressurreição da carne; / na vida eterna.
Amém.

13. ORAÇÃO DOS FIÉIS
P. Irmãos e irmãs, no Dia Nacional do Catequista, e de oração pela vocação aos Ministérios e Serviços na Comunidade, elevemos ao Pai nossas preces, rezando de todo o coração:
T. Ajudai-nos, Senhor, a levar a cruz de cada dia.
1. Pai Santo, abençoai a Igreja em sua missão de anunciar a morte de Cristo e proclamar a ressurreição.
2. Iluminai e recompensai os que se dedicam ao ministério da catequese.
3. Fazei florescer na Igreja muitas vocações a serviço da comunidade.
3. Socorrei os que sucumbem sob o peso da injustiça e da maldade.
4. Fortalecei nossas paróquias, para que sejam redes vivas de comunidades.
(outras intenções comunitárias)
P. Encerremos nossas preces suplicando a Jesus, Mediador da fé e autor da vocação:
Jesus, Mestre Divino, que chamastes os Apóstolos a vos seguirem, continuai a passar pelos nossos caminhos, pelas nossas famílias, pelas nossas escolas e continuai a repetir o convite a muitos jovens. Dai coragem às pessoas convidadas. Dai força para que vos sejam fiéis como apóstolos leigos, como sacerdotes, como religiosos e religiosas para o bem do Povo de Deus e de toda a humanidade. Amém.

LITURGIA EUCARÍSTICA

14. APRESENTAÇÃO DAS OFERENDAS (Fx 4)
1. As mesmas mãos que plantaram a semente aqui estão. O mesmo pão que a mulher preparou aqui está. O vinho novo que a uva sangrou jorrará no nosso altar!
A liberdade haverá, a igualdade haverá e nesta festa onde a gente é irmão, o Deus da vida se faz comunhão! (bis)
2. Na flor do altar brilha o sonho da paz mundial. A luz acesa é fé que palpita hoje em nós do livro aberto o amor se derrama total no nosso altar!
3. Benditos sejam os frutos da terra de Deus, benditos sejam o trabalho e a nossa união. Bendito seja Jesus que conosco estará além do altar!

15. ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS
P. Orai, irmãos e irmãs...
T. Receba o Senhor por tuas mãos este sacrifício, para glória do seu nome, para nosso bem e de toda a santa Igreja.
P. Ó Deus, o sacrifício que vamos oferecer nos traga sempre a graça da salvação, e vosso poder leve à plenitude o que realizamos nesta liturgia. Por Cristo, nosso Senhor.
T. Amém.

16. ORAÇÃO EUCARÍSTICA II
(MR, p. 431)
P. O Senhor esteja convosco.
T. Ele está no meio de nós.
P. Corações ao alto.
T. O nosso coração está em Deus.
P. Demos graças ao Senhor nosso Deus.
T. É nosso dever e nossa salvação.
P. Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em todo lugar, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso, por Cristo, Senhor nosso. Nascendo na condição humana, renovou inteiramente a humanidade. Sofrendo a paixão, apagou nossos pecados. Ressurgindo, glorioso, da morte, trouxe-nos a vida eterna. Subindo, triunfante, aos céus, abriu-nos as portas da eternidade. E, enquanto esperamos a plenitude de vosso Reino, com os anjos e com todos os santos, nós vos aclamamos, cantando (dizendo) a uma só voz:
T. Santo,Santo, Santo...
CP. Na verdade, ó Pai, vós sois santo e fonte de toda santidade.
CC. Santificai, pois, estas oferendas, derramando sobre elas o vosso Espírito, a fim de que se tornem para nós o Corpo V e o Sangue de Jesus Cristo, vosso Filho e Senhor nosso.
T. Santificai nossa oferenda, ó Senhor!
Estando para ser entregue e abraçando livremente a paixão, ele tomou o pão, deu graças e o partiu e deu a seus discípulos, dizendo:
TOMAI, TODOS, E COMEI: ISTO É O MEU CORPO, QUE SERÁ ENTREGUE POR VÓS.
Do mesmo modo, ao fim da ceia, ele tomou o cálice em suas mãos, deu graças novamente, e o deu a seus discípulos, dizendo:
TOMAI, TODOS, E BEBEI: ESTE É O CÁLICE DO MEU SANGUE, O SANGUE DA NOVA E ETERNA ALIANÇA, QUE SERÁ DERRAMADO POR VÓS E POR TODOS, PARA REMISSÃO DOS PECADOS. FAZEI ISTO EM MEMÓRIA DE MIM.
Eis o mistério da fé!
T. Anunciamos, Senhor, a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!
CC. Celebrando, pois, a memória da morte e ressurreição do vosso Filho, nós vos oferecemos, ó Pai, o pão da vida e o cálice da salvação; e vos agradecemos porque nos tornastes dignos de estar aqui na vossa presença e vos servir.
T. Recebei, ó Senhor, a nossa oferta!
E nós vos suplicamos que, participando do Corpo e Sangue de Cristo, sejamos reunidos pelo Espírito Santo num só corpo.
T. Fazei de nós um só corpo e um só espírito!
1C. Lembrai-vos, ó Pai, da vossa Igreja que se faz presente pelo mundo inteiro: que ela cresça na caridade, com o Papa Bento, com o nosso bispo Odilo e todos os ministros do vosso povo.
T. Lembrai-vos, ó Pai da vossa Igreja!
2C. Lembrai-vos também dos nossos irmãos e irmãs que morreram na esperança da ressurreição e de todos os que partiram desta vida: acolhei-os junto a vós na luz da vossa face.
T. Lembrai-vos, ó Pai, dos vossos filhos!
3C. Enfim, nós vos pedimos, tende piedade de todos nós e dai-nos participar da vida eterna, com a Virgem Maria, Mãe de Deus, com os santos Apóstolos e todos os que neste mundo vos serviram, a fim de vos louvarmos e glorificarmos por Jesus Cristo, vosso Filho.
T. Concedei-nos o convívio dos eleitos!
CP ou CC. Por Cristo, com Cristo e em Cristo, a vós, Deus Pai todo-poderoso, na unidade do Espírito Santo, toda a honra e toda a glória, agora e para sempre.
T. Amém.

RITO DA COMUNHÃO

17. RITO DA COMUNHÃO
P. Rezemos com amor e confiança a oração que o Senhor nos ensinou:
T. Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso Reino, seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.
P. Livrai-nos de todos os males, ó Pai, e dai-nos hoje a vossa paz. Ajudados pela vossa misericórdia, sejamos sempre livres do pecado e protegidos de todos os perigos, enquanto, vivendo a esperança, aguardamos a vinda do Cristo Salvador.
T. Vosso é o reino, o poder e a glória para sempre!
P. Senhor Jesus Cristo, dissestes aos vossos Apóstolos: Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz. Não olheis os nossos pecados, mas a fé que anima a vossa Igreja; dai-lhe, segundo o vosso desejo, a paz e a unidade. Vós que sois Deus, com o Pai e o Espírito Santo.
T. Amém.
P. A paz do Senhor esteja sempre convosco.
T. O amor de Cristo nos uniu.
P. Irmãos e irmãs, saudai-vos em Cristo Jesus.
T. Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós. / Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós. / Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo, dai-nos a paz.
P. Felizes os convidados para a Ceia do Senhor. Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
T. Senhor, eu não sou digno(a) de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo(a).

18. CANTO DE COMUNHÃO
(CD Liturgia VI - Fx 27 )
1. É bom estarmos junto à mesa do Senhor e, unidos na alegria, partir o pão do amor.
Na vida caminha quem come deste pão não anda sozinho, quem vive em comunhão.
2. Embora sendo muitos, é só um o nosso Deus. Com ele vamos juntos, seguindo os passos seus.
3. Formamos a Igreja, o Corpo do Senhor, que em nós o mundo veja a luz do seu amor.
4. Foi Deus quem deu outrora ao povo o pão do céu, porém, nos dá agora o próprio Filho seu.
5. Será bem mais profundo o encontro, a comunhão, se formos para o mundo sinal de salvação.
6. A nossa Eucaristia ajude a sustentar quem quer no dia a dia, o amor testemunhar.

19. ORAÇÃO APÓS A COMUNHÃO
P. Oremos (silêncio): Restaurados à vossa mesa pelo pão da vida, nós vos pedimos, ó Deus, que este alimento da caridade fortifique os nossos corações e nos leve a vos servir em nossos irmãos e irmãs. Por Cristo, nosso Senhor.
T. Amém.

20. ORAÇÃO AO NOSSO PATRONO
Ó São Paulo, /Santo Patrono de nossa Arquidiocese, /discípulo e missionário de Jesus Cristo:/ ensina-nos a acolher a Palavra de Deus / e abre nossos olhos à verdade do Evangelho./ Conduze-nos ao encontro com Jesus, / contagia-nos com a fé que te animou/ e infunde em nós coragem e ardor missionário, / para testemunharmos a todos / que Deus habita esta Cidade imensa /e tem amor pelo seu povo! /Intercede por nós e pela Igreja de São Paulo, / ó santo apóstolo de Jesus Cristo! Amém.
T. Amém.

RITOS FINAIS

21. BÊNÇÃO E DESPEDIDA
P. O Senhor esteja convosco.
T. Ele está no meio de nós.
P. Abençoe-vos Deus todo- poderoso Pai e Filho V e Espírito Santo.
T. Amém.
P. Ide em paz e o Senhor vos acompanhe.
T. Graças a Deus.

22. CANTO FINAL (CO 1372)
Quem nos separará, * quem vai nos separar * do amor de Cristo, * quem nos separará? * Se ele é por nós, * quem será, quem será contra nós? * Quem vai nos separar * do amor de Cristo, quem será?
1. Nem a angústia, nem a fome, * nem nudez ou tribulação, * perigo ou espada, toda perseguição!
2. Nem a morte, nem a vida, * nem os anjos, dominações, * presente e nem futuro, poderes e nem pressões!
3. Nem as forças das alturas * nem as forças das profundezas, * nenhuma das criaturas, nem toda a natureza!

Músicas: • CD Litúrgico VI e VII- Ed. Paulus • CO (Cantos e Orações) - Ed. Vozes • HL3 (Hinário Litúrgico 3 CNBB)

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LEITURAS DA SEMANA: de 29 de Agosto a 4 de Setembro de 2011
2ª-: Jr 1, 17-19; Sl 70 (71), 1-2. 3-4a. 5-6ab. 15ab e 17 (R/. 15a); Mc 6, 17-29
3ª-: 1Ts 5, 1-6.9-11; Sl 26 (27), 1. 4. 13-14 (R/. 13); Lc 4, 31-37
4ª-: Cl 1, 1-8; Sl 51 (52), 10. 11 (R/. 10b); Lc 4, 38-44
5ª-: Cl 1, 9-14; Sl 97 (98), 2-3ab. 3cd-4. 5-6 (R/. 2a); Lc 5, 1-11
6ª-: Cl 1, 15-20; Sl 99 (100), 2. 3. 4. 5 (R/. 2c); Lc 5, 33-39
Sab.: Cl 1, 21-23; Sl 53 (54), 3-4. 6 e 8 (R/. 6a); Lc 6, 1-5
23º DTC. Ez 33, 7-9; Sl 94 (95), 1-2. 6-7. 8-9 (R/. 8); Rm 13, 8-10; Mt 18, 15-20 (Entre irmãos)


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1."A LOUCURA DA CRUZ”
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Domingo à tarde, um sol de lascar! Clima propício para uma praia ou piscina, ou deitar-se em uma rede na varanda e ficar de “papo pro ar” até o anoitecer. Tenho uma amiga que pode fazer isso e eu até a invejo, entretanto, em algumas tardes de domingo, ela se reúne com uma galera da faculdade, para visitar asilos e orfanatos, levam alimentos que arrecadam junto a comunidade, formaram um conjunto musical, ela mesma toca sanfona e dá até gosto quando vão ao asilo e fazem os velhinhos e velhinhas rodopiarem pelo salão, no baile que vai até a tardezinha.

É um grupo que não pertence a nenhuma igreja em particular, e o irmão mais velho dessa minha amiga, comenta que a irmã é maluca, pois após uma semana de exaustivo estudo e trabalho nada mais justo do que relaxar no domingo, usufruindo das propriedades que tem: uma bela chácara e ainda uma casa na praia. Minha amiga talvez não sabe, mas ela está no caminho certo do discipulado. Carregar a cruz e renunciar-se a si mesmo – é ser capaz de ir além, em um amor sem medidas.

Qualquer cristão que trabalhe e estude a semana inteira e que no domingo vai à missa, a tarde, com todo direito e razão, conforme a lógica humana, irá descansar, em alguma atividade de lazer ou esporte .A renúncia proposta por Jesus vai nesse sentido: ultrapassar os limites da normalidade renunciando algo que é de direito. Nos evangelhos há muitas exortações de Jesus, que vão nesse sentido, “Se alguém lhe roubar a túnica, dá-lhe também a capa”, “Se alguém lhe obrigar a andar cinquenta passos, anda com ele outros cem” e o mais difícil de todos “Amai os vossos inimigos, rezai por eles e abençoai-os e não os amaldiçoeis”.

Poderíamos dizer que ser cristão, é estar acima da média, na relação com o próximo, pois quem permanece na mediocridade do estritamente necessário, não pode dizer que é discípulo.

Talvez um outro exemplo que poderá nos ajudar a compreender melhor o altruísmo da cruz, seja um atleta olímpico, que tem sempre como meta quebrar até o próprio recorde: qual atleta que vai deixar seu país, indo para as Olimpíadas pretendendo uma classificação bem modesta? Atleta que pensa dessa maneira, dificilmente irá algum dia ao podium. Cristão que não se doa, não se entrega, e que não é capaz de carregar as pequenas cruzes do dia a dia, não pode atribuir-se o título de discípulo.

O amor humano é limitado e finito, pode até se acabar um dia, mas o amor Cristão não tem limites e nem medidas, vai sempre além, São Francisco de Assis poderia até ser Santo, sem precisar fazer o que fez, despojar-se de tudo que tinha e era seu por direito, até mesmo a roupa do corpo. O próprio Deus, para salvar a humanidade, não poupou nem o seu Filho querido, e diante disso, a mesquinhez humana questiona: será que precisava tanto?

A parábola do Bom Samaritano não deixa nenhuma dúvida a esse respeito, , o Samaritano não apenas parou, para ver o que estava acontecendo com o homem caído à beira da estrada, mas foi muito além, cuidando das suas feridas, colocou-o no próprio animal, transportou para a Hospedaria mais próxima e não contente, pediu ao Hospedeiro que cuidasse dele, que na volta pagaria todas as despesas.

Nesse sentido, o discípulo é como um atleta olímpico, que ao cumprir a lei do amor, quebra todos os recordes. Claro que a modernidade se opõe a esse modo de pensar, até se ensina em algumas culturas para que a pessoa pratique o bem, mas há um limite. Poderíamos dizer que aí está a grande diferença entre o pensamento dos homens, que coloca um limite para o amor, e o pensamento de Deus, que rompe todos os limites, vivendo o amor ágape.

O apóstolo Pedro se opõe a esse modo de pensar e agir de Jesus, para ele, a ação messiânica de Jesus não precisa passar por tão grande sacrifício, pois não é essa a vontade de Deus. É por causa dessa última afirmação que Pedro é chamado de Satanás por Jesus, que significa aquele que é contra o projeto de Deus, que criou o homem e o chamou para viver a vocação do amor em toda sua plenitude, Deus não é um masoquista que gosta de ficar vendo o homem sofrer, o sofrimento é conseqüência da rejeição, que no tempo de Jesus, e na modernidade, o homem manifesta, recusando-se a viver aquilo que é essencial para quem quiser ser discípulo e merecer o nome de Cristão.

A recusa e rejeição ocorrem porque uma vida assim, de entrega total pela causa do reino, implica em uma grande perda, exatamente como pensa o irmão da minha amiga, que aos olhos do mundo PERDE seu precioso tempo de lazer e descanso, nas tardes de domingo, só para ver um sorriso no rosto de tantos velhinhos e velhinhas, que a amam de paixão, e até reclamam que ela deveria ir ao asilo mais vezes.

“Quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la, e quem perder a sua vida, por causa de mim, vai ganhá-la”

José da Cruz é diácono permanente da
Paróquia Nossa S. Consolata-Votorantim/SP

e-mail: cruzsm@uol.com.br

2. O seguimento de Jesus significa renunciar aos projetos pessoais
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

A introdução, "A partir de então", relaciona-se com a estada de Jesus com seus discípulos na região gentílica de Cesaréia de Filipe, ao norte da Galiléia e à profissão de fé de Pedro. Eles vão iniciar a viagem em direção ao sul com destino a Jerusalém.

Na Galiléia os escribas e os fariseus das sinagogas de Cafarnaum e de mais algumas cidades entraram em conflito com Jesus e até já desejavam sua morte. Indo a Jerusalém, a sede do poder religioso do judaísmo, Jesus pressente o desfecho violento. É o momento de advertir os discípulos sobre o que os espera lá.

Os discípulos não contavam com o arriscar a vida, pois esperavam que Jesus assumisse o papel de um messias poderoso que lhes conferiria uma boa e vantajosa posição no sistema. Já se sabia que os líderes religiosos, fariseus, herodianos, sacerdotes, estavam articulando a morte de Jesus.

A novidade, agora, é a iminência da morte em Jerusalém, para onde Jesus caminha. Pedro havia professado sua fé em que Jesus era o tradicional messias poderoso, esperado por Israel. Nos evangelhos de Marcos e Lucas Pedro é repreendido por Jesus por tal compreensão.

Em Mateus, que transfere o messianismo terreno de Jesus para um messianismo celestial, Pedro é elogiado. Agora, em uma narrativa que se encontra nos três evangelhos sinóticos, quando Jesus fala dos sofrimentos que deve enfrentar em Jerusalém da parte dos anciãos, sumos sacerdotes e escribas, até a morte, Pedro o rejeita com veemência. Jesus, por sua vez o repreende austeramente, e as censuras de Jesus contradizem os elogios mencionados por Mateus anteriormente: se Pedro tinha acolhido a revelação messiânica do céu, agora só tem em mente as coisas dos homens; se era pedra fundamento da construção da Igreja, agora é pedra de tropeço; e se as portas do Inferno nunca prevalecerão contra a Igreja, Pedro, agora, faz o jogo de satanás.

A ordem de Jesus a Pedro, "Volte para trás de mim", tem o sentido do retorno de Pedro ao chamado inicial que lhe foi feito: "Vinde após mim, e vos farei pescadores de homens" (Mt 4,19). Jesus exige uma firme compreensão de sua missão libertadora e misericordiosa, rejeitando qualquer ideologia de poder, comparada a um espírito mau.

Tal contradição presente no texto de Mateus sugere que os elogios a Pedro, por sua compreensão messiânica triunfalista sobre Jesus, expressem um empenho tardio na exaltação da instituição eclesial embrionária.

O seguimento de Jesus significa renunciar aos projetos pessoais de realização aos olhos da sociedade estruturada pelos poderosos, e tomar a cruz. A cruz era o instrumento de suplício e morte imposto pelos romanos àqueles que ameaçavam a ordem do império. Eram os subversivos. Durante a revolta judaica no ano 6 d.C. os romanos crucificaram 500 revoltosos, contornando Jerusalém.

Tomar a sua cruz, o que é diferente de "tomar o poder", não tem nada de messiânico. Tomar a cruz e perder sua vida é deixar-se seduzir pelo chamado de Jesus e renovar as estruturas desta sociedade conformando-a a tudo que é bom e agradável a Deus.

Aqueles que são seduzidos pelo mundo dos ricos ambiciosos, pensando assim salvar suas vidas, são aprisionados pelas malhas do poder. Seguir Jesus e tomar sua cruz significa rejeitar os critérios de sucesso deste mundo e comprometer-se com a construção do mundo novo de fraternidade, justiça e paz, sem temer as adversidades que surgirão.

Oração
Pai, coloca-me em sintonia com teu Filho Jesus, cuja morte resultou da fidelidade a ti, sem temer seguir o caminho que traçaras para ele.

3. O SEGUIR JESUS
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Jesus vinha exercendo seu ministério na Galiléia, onde se misturavam gentios e colônias judaicas, e nas regiões gentílicas vizinhas. Agora, tendo chegado bem ao norte, em Cesaréia de Filipe, como que dando por encerrado seu ministério nestas regiões, Jesus toma a decisão de voltar ao sul e, atravessando a Galiléia, seguir o caminho de Jerusalém.

Nesta nova etapa de seu ministério, Jesus decide fazer seu anúncio libertador e vivificante diretamente entre as multidões de fieis do judaísmo que acorriam a Jerusalém, para atenderem ao preceito religioso de cumprir o dever de celebrar a Páscoa. Esta era a principal festa religiosa da tradição de Israel, e era a ocasião de todos os fieis, particularmente os que moravam em regiões mais distantes, trouxessem suas ofertas e dízimos anuais ao Templo. Jesus tinha consciência de que os chefes das sinagogas e do Templo de Jerusalém tinham a intenção de, em algum momento oportuno, matá-lo.

A pregação e a prática libertadora de Jesus suscitara o ódio destes chefes, que tinham garantidos sua autoridade e seu poder a partir da Lei opressora, elaborada ao longo da tradição de Israel. Agora, a ida a Jerusalém poderia ser fatal. Contudo Jesus não renuncia ao propósito de anunciar ao mundo, sem restrições, o projeto de Pai, de libertar o mundo de toda opressão e promover a vida plena para todos. Jesus, então, fala aos discípulos sobre as provações que o aguardam em Jerusalém. Ë o chamado "anúncio da Paixão". Este "anúncio" pode ter dois sentidos. Na perspectiva messiânica é o sofrimento necessário redentor, de acordo com a tradição do Primeiro Testamento.

Porém pode significar a comum prática repressora dos poderosos deste mundo que não toleram e procuram destruir todo aquele que promove a libertação do povo oprimido, tal como foi Jesus em toda sua vida. Mateus, em seu evangelho, faz um contraste. Pedro, ao identificar Jesus com o Cristo, tinha uma revelação de Deus, era proclamado como pedra da Igreja, a as portas do inferno não prevaleceriam sobre ela (cf. 7 ago.). Agora, ao rejeitar o confronto de Jesus em Jerusalém, não tem a compreensão das coisas de Deus, é pedra de tropeço, e satanás.

Jesus convida os discípulos a consagrarem sua vida à causa da justiça e da vida. Seduzidos pelo chamado de Jesus (primeira leitura), empenham-se em renovar as estruturas deste mundo conformando-o a tudo que é bom, justo, e agradável a Deus (segunda leitura).