Quinta-feira, 31 de março de 2011
Terceira Semana da Quaresma - 2ª Semana do Saltério (Livro II) - cor Litúrgica Roxa
Santos: Amós e Oséias (profetas, Séc. VII AC), Balbina (Roma, virgem), Acácio (Antioquia da Pisídia, bispo), Benjamim (diácono, Pérsia, mártir), Guido de Pomposa (abade, Itália), Joana de Tolosa (virgem), Boaventura de Forli (beato), Cornélia, Luís da Casoria (servo de Deus, confessor franciscano da 1ª ordem).
Antífona Eu sou a salvação do povo, diz o Senhor: quando, em qualquer aflição, clamarem por mim, eu os ouvirei e serei seu Deus para sempre.
Oração do Dia: À medida que se aproxima a festa da salvação, nós vos pedimos, ó Deus, que nos preparemos com maior empenho para celebrar o mistério da Páscoa. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo.
I Leitura: Jeremias (Jr 7, 23-28)
Esta é a nação que não escutou a voz do Senhor
Assim fala o Senhor: 23"Dei esta ordem ao povo dizendo: Ouvi a minha voz, assim serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo; e segui adiante por todo o caminho que eu vos indicar para serdes felizes.
24Mas eles não ouviram e não prestaram atenção; ao contrário, seguindo as más inclinações do coração, andaram para trás e não para frente, 25desde o dia em que seus pais saíram do Egito até o dia de hoje. A todos enviei meus servos, os profetas, e enviei-os cada dia, começando bem cedo; 26mas não ouviram e não prestaram atenção; procedendo ainda pior que seus pais.
27Se falares todas essas coisas, eles não te escutarão, e, se os chamares, não te darão resposta. 28Dirás, então: Esta é a nação que não escutou a voz do Senhor, seu Deus, e não aceitou correção. Sua fé morreu, foi arrancada de sua boca". Palavra do Senhor!
Comentando a I Leitura
Esta é a nação que não escutou a voz do Senhor, seu Deus
Ao formalismo do tempo de Sião pode corresponder; no culto cristão, o formalismo da Palavra. Ao escutá-la, portanto, cumpre ter disposição interior para aceitá-la como expressão da vontade de Deus e norma de ações. A palavra de Deus não pode encontrar esta resposta se não for lida no acontecimento que se cumpre, se não revelar a presença de Deus no mundo atual. Caso contrário, permanece abstrata e ineficaz. De fato a Palavra de Deus, mesmo inspirada, e sobretudo a palavra da pregação, não são absolutas, porquanto são apenas a interpretação e o comentário de uma Palavra mais profunda que é a manifestação de Deus através do acontecimento. (Os relatos da ressurreição de Jesus são palavras de Deus, como são palavras de Deus, embora em outro nível, as alocuções dos sacerdotes na Páscoa; mas a verdadeira Palavra de Deus é a ressurreição de Cristo, o acontecimento entrelaçado na vida dos homens mediante o qual Deus falou). A Palavra de Deus, por conseguinte é mais profunda do que tudo o que dela se diz. A obediência à palavra é, por isso, comunhão com Deus, presente em nossa vida e em nossos atos, verificada à luz objetiva das palavras ditas sobre a Palavra. [MISSAL COTIDIANO, ©Paulus, 1997]
Salmo: 94(95), 1-2.6-7.8-9 (R/.8)
Oxalá ouvísseis hoje a voz do Senhor: não fecheis os vossos corações
1Vinde, exultemos de alegria no Senhor, aclamemos o Rochedo que nos salva! 2A seu encontro caminhemos com louvores, e com cantos de alegria o celebremos!
6Vinde adoremos e prostremo-nos por terra, e ajoelhemos ante o Deus que nos criou! 7Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor; e nós somos o seu povo e seu rebanho, as ovelhas que conduz com sua mão.
8Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: "Não fecheis os corações como em Meriba, 9como em Massa, no deserto, aquele dia, em que outrora vossos pais me provocaram, apesar de terem visto as minhas obras".
Evangelho: Lucas (Lc 11, 14-23)
Todo reino dividido contra si mesmo será destruído
Naquele tempo, 14Jesus estava expulsando um demônio que era mudo. Quando o demônio saiu, o mudo começou a falar, e as multidões ficaram admiradas. 15Mas alguns disseram: É por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa os demônios".16Outros, para tentar Jesus, pediam-lhe um sinal do céu. 17Mas, conhecendo seus pensamentos, Jesus disse-lhes: "Todo reino dividido contra si mesmo será destruído; e cairá uma casa por cima da outra. 18Ora, se até Satanás está dividido contra si mesmo, como poderá sobreviver o seu reino? Vós dizeis que é por Belzebu que eu expulso os demônios. 19Se é por meio de Belzebu que eu expulso demônios, vossos filhos os expulsam por meio de quem? Por isso, eles mesmos serão vossos juízes.20Mas, se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então chegou para vós o Reino de Deus.
21Quando um homem forte e bem armado guarda a própria casa, seus bens estão seguros. 22Mas, quando chega um homem mais forte do que ele, vence-o, arranca-lhe a armadura na qual ele confiava, e reparte o que roubou. 23Quem não está comigo está contra mim. E quem não recolhe comigo dispersa". Palavra da Salvação!
Recomendamos as seguintes leituras paralelas: Mt 9,32-34; 12,22-30; Mc 3,22-27
Comentário do Evangelho
O Reino está entre nós
A presença do Reino de Deus na história da humanidade revelava-se no poder de Jesus de expulsar os demônios, libertando todo ser humano desse poder opressor. Essa libertação significava a retomada do senhorio de Deus na vida de quem era dominado pelo maligno, possibilitando-lhe, novamente, a vivência do amor e da solidariedade.
Jesus personificava o Reino de Deus na medida em que estava todo centrado no Pai, cujas obras buscava realizar. Em suas ações, revelava-se “o dedo de Deus” na vida de tantas pessoas privadas de sua dignidade.
Contudo, isto não era evidente! Só quem estava sintonizado com Jesus tinha condições de perceber Deus agindo por meio dele. Caso contrário, corria-se o risco de interpretá-lo mal e fazê-lo objeto de falsas acusações.
Foi o que aconteceu quando o acusaram de agir com o poder de Belzebu, o chefe dos demônios. Ou quando exigiam dele sinais sempre mais mirabolantes, como prova da autenticidade do seu messianismo.
O fato de ser incompreendido não impedia Jesus de seguir adiante. Movia-o somente a consciência de dever ser fiel ao Pai. Por isso, não cessava de dar testemunho do amor que Deus derramava sobre a humanidade. [O EVANGELHO NOSSO DE CADA DIA, Jaldemir Vitório, ©Paulinas]
Oração da assembleia (DEUS CONOSCO)
Ó Deus, ajudai-nos a compreender que a presença de vosso Filho fez o Reino irromper no mundo. Por vossa bondade, ouvi-nos.Libertai-nos, Senhor!
-Por aqueles que são vitimas do sistema social injusto, rezemos.
-Para que nunca falte a solidariedade como os pobres e oprimidos, rezemos.
-Para que o egoísmo e o preconceito sejam varridos do meio de nós, rezemos.
-Para que cessem a violência e a maldade entre nós, rezemos.
-Por aqueles que oprimem e são gananciosos, rezemos.
-Para que sejamos livres de nossa mesquinhez, rezemos.
-Intenções próprias da Comunidade
Oração sobre as Oferendas:
Ó Deus, para que a oferenda do vosso povo possa agradar-vos, purificai-nos de todo contágio do mal e não nos deixeis seduzir pelas falsas alegrais, pois nos prometestes o prêmio verdadeiro. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão:
Vós nos dais, Senhor, vossos preceitos para que sejam observados fielmente. Possam meus passos orientar-se no cumprimento da vossa justiça. (Sl 118,4-5)
Oração Depois da Comunhão:
Ó Deus, que nos alimentais com os sacramentos, concedei-nos vossos auxílios para colhermos o fruto da salvação nesta celebração e em nossa vida. Por Cristo, nosso Senhor.
Para sua reflexão: Jesus expulsa o demônio, liberta o mudo e o restitui à comunidade. Alguns, para desacreditar Jesus ou para justificar sua rejeição, atribuem o êxito do exorcismo a um pacto com o “chefe dos demônios” cujo nome é Belzebu, o deus deAcaron (vide 2Rs 1,2). Quem tem fé não tem a ousadia de pedir um sinal ao Senhor; espera com paciência e respeito a Sua santa vontade. A fé firme do cristão o arremete para o lado óbvio, o de Deus; não há alternativa. A dúvida deixa margem para pensar na possibilidade de outras forças, passaporte para o fracasso; quem não é amigo de Jesus, e, portanto, de Deus Pai, é seguidor de Belzebu, direta ou indiretamente, e deve arcar com as consequências da opção. A fé é um pressuposto de firmeza na caminhada rumo à salvação, sempre por misericórdia de Deus e quase nunca por nossos méritos.
São Benedito
Há alguns anos atrás, este glorioso santo era comemorado no dia 4 de abril, mas houve uma mudança no calendário. Descendentes de escravos - filho de um casal de extraordinária piedade levados para Sicília, era o primogênito e foi libertado por um professor siciliano chamado Manasseri. Desde os dez anos de idade tinha vocação à penitência e à solidão. Guardador de rebanhos, entregava-se à oração. Por ser preto, pobre, recebia maltratos dos companheiros o que fez com que se aproximasse ainda mais de Jesus, fonte de toda consolação. Aos 18 anos ajudava a outros pobres. Certa vez, quando tinha 21 anos, um jovem senhor, Jerônimo Lanza, vendo sua bondade, convidou-o a visitar o eremitério em que vivia. A vida de Benedito se transformou em um exercício contínuo de todas as virtudes e Deus lhe concedeu o dom dos milagres. Isto fez com que os eremitas precisassem deixar o eremitério e fossem para os rochedos de Montepelegrino, perto de Palermo. Após a morte de Jerônimo, escolheram a são Benedito como superior. Mas por humildade, e conseguindo a autorização do Papa Júlio III, Benedito dirigiu-se aos frades Menores da Observância no Convento de Santa Maria de Jesus, onde foi recebido como um simples irmão leigo, sendo enviado para o Convento de Sant'Ana de Giuliana, onde viveu por três anos. Retornou depois para Santa Maria de Jesus onde passou o resto de sua vida. Assim que chegou foi enviado pelo superior para cuidar da cozinha. Mesmo ali, Deus realizou por seu intermédio, muitos milagres. Nomearam-no em 1578, Guardião. Benedito dizendo-se ser um simples analfabeto suplicou que afastassem dele este cargo. Mas por obediência cedeu à escolha dos superiores. Todos os noviços vinham nele um pai, um guia seguro, cheio de ternura, doçura, prudência e um excelente mestre das Escrituras. São Benedito tinha o dom da Ciência infusa e era um extraordinário conselheiro. Tinha o dom de penetrar nos corações e ler a alma das pessoas. Terminado o prazo de seu cargo, retornou à cozinha felicíssimo por poder ficar obscuro e oculto. Em 1589 ficou doente gravemente e Deus lhe revelou que seu fim estava próximo. Na recepção dos sagrados sacramentos experimentou diante de todos os que o cercavam o antegozo das alegrias celestiais