quarta-feira, 23 de março de 2011

Quarta-feira, 23 de março de 2011

Segunda Semana da Quaresma - 2ª Semana do Saltério (Livro III) - cor Litúrgica Roxa

Hoje: Dia Mundial da Meteorologia

Santos: Vitoriano e Companheiros (mártires), Bento (o Eremita), Etelvaldo (o Eremita), Pedro de Gubbio (beato), Sibilina de Pavia (beata, virgem), José Oriol, Turíbio de Mongrovejo (bispo), Nicon (mártir), Vitoriano (mártir), Fidelis, Domício, Catarina de Genova (franciscana, viúva, 3ª ordem).

Antífona: Não me abandoneis jamais, Senhor, meu Deus, não fiqueis longe de mim! Depressa, vinde em meu auxílio, ó Senhor, minha salvação. (Sl 37, 22-23)

Oração: Ó Deus, conservai constantemente vossa família na prática das boas obras e, assim como nos confortais agora com vossos auxílios, conduzi-nos aos bens eternos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo.

I Leitura: Jeremias (Jr 18, 18-20)

Jeremias busca segurança em Deus

Naqueles dias, 18disseram eles: "Vinde para conspirarmos juntos contra Jeremias; um sacerdote não deixará morrer a lei; nem um sábio, o conselho; nem um profeta, a palavra. Vinde para o atacarmos com a língua, e não vamos prestar atenção a todas as suas palavras". 19Atende-me, Senhor, ouve o que dizem meus adversários. 20Acaso pode-se retribuir o bem com o mal? Pois eles cavaram uma cova para mim. Lembra-te de que fui à tua presença, para interceder por eles e tentar afastar deles a tua ira. Palavra do Senhor!

Comentando a I Leitura

Vinde, ataquemo-lo

A história é cheia de exemplos de inocentes que sofrem e de justos perseguidos ou obrigados a calar por homens que se sentem perturbados em suas consequências. Nestes continua a história de Cristo, traído pelos seus, perseguido pelos poderosos, condenado à morte de cruz. A oração de Jesus, semelhante à de Jeremias pelo sentido que exprime e pela compaixão, tão semelhante à sorte que coube a Jeremias, não leva mais o grito da humanidade incapaz de compreender a dor, mas torna-se motivo de conforto para os homens provados pelo sofrimento e angústia da morte, porque Cristo nos salvou por sua morte. A cruz, depois de Jesus Cristo, torna-se símbolo de vida; não perde a dureza, mas já não é destituída de significado. [MISSAL COTIDIANO, ©Paulus, 1997]

Salmo: 30 (31), 5-6.14.15-16 (R/.17b)
Salvai-me pela vossa compaixão, ó Senhor Deus

5Retirai-me desta rede traiçoeira, porque sois o meu refúgio protetor! 6Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito, porque vós me salvareis, ó Deus fiel!

14Ao redor, todas as coisas me apavoram; ouço muitos cochichando contra mim; todos juntos se reúnem, conspirando e pensando como vão tirar-me a vida.

15A vós, porém, ó meu Senhor, eu me confio, e afirmo que só vós sois o meu Deus! 16Eu entrego em vossas mãos o meu destino; libertai-me do inimigo e do opressor!

Evangelho: Mateus (Mt 20, 17-28)

Eles o condenarão à morte

Naquele tempo, 17enquanto Jesus subia para Jerusalém, ele tomou os doze discípulos à parte e, durante a caminhada, disse-lhes: 18"Eis que estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos sumos sacerdotes e aos mestres da lei. Eles o condenarão à morte, 19e o entregarão aos pagãos para zombarem dele, para flagelá-lo e crucificá-lo. Mas no terceiro dia ressuscitará".

20A mãe dos filhos de Zebedeu aproximou-se de Jesus com seus filhos e ajoelhou-se com a intenção de fazer um pedido.21Jesus perguntou: "O que tu queres?" Ela respondeu: "Manda que estes meus dois filhos se sentem, no teu reino, um à tua direita e outro à tua esquerda". 22Jesus, então, respondeu-lhes: "Não sabeis o que estais pedindo. Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber?" Eles responderam: "Podemos". 23Então Jesus lhes disse: "De fato, vós bebereis do meu cálice, mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda. Meu Pai é quem dará esses lugares àqueles para os quais ele os preparou".

24Quando os outros discípulos ouviram isso, ficaram irritados contra os dois irmãos. 25Jesus, porém, chamou-os e disse: "Vós sabeis que os chefes das nações têm poder sobre elas e os grandes as oprimem. 26Entre vós não deverá ser assim. Quem quiser tornar-se grande, torne-se vosso servidor; 27quem quiser ser o primeiro, seja vosso servo. 28Pois, o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate em favor de muitos". Palavra da Salvação!

Comentário do Evangelho

O exemplo do Filho do Homem

Apesar do testemunho de Jesus, os discípulos estavam atrelados aos esquemas mundanos, mostrando-se pouco sensíveis aos ensinamentos do Mestre. O intento dos filhos de Zebedeu foi uma prova disto.


Fazendo ouvido de mercador, quando Jesus revelou seu destino de sofrimento e morte, estavam preocupados em garantir para si os melhores lugares no Reino a ser instaurado. Bem se vê que estavam longe de sintonizar com o Reino anunciado por Jesus, pois imaginavam um reino onde os chefes se tornam tiranos, e os grandes se tornam opressores, por estarem revestidos de autoridade.


No Reino almejado por Jesus, a grandeza consiste em pôr-se ao serviço do semelhante, de maneira despretensiosa, e o primeiro lugar será ocupado por quem se dispusera assumir a condição de servo. A tirania cede lugar ao serviço, e a opressão transforma-se em amor eficaz em benefício do próximo. Bastava contemplar o modo de proceder do Mestre Jesus que se autodenomina “Filho do Homem”. Jamais buscara ser servido, como se a sua condição de enviado do Pai lhe desse este direito; tampouco teve a arrogância de se considerar superior a quem quer que seja. Manteve sempre sua postura de servo, consciente da missão recebida do Pai, a ponto de entregar a sua própria vida para que toda a humanidade obtivesse salvação. Dera o exemplo no qual os discípulos deveriam inspirar-se.
[O EVANGELHO NOSSO DE CADA DIA, Jaldemir Vitório, ©Paulinas]

Leituras paralelas dos Evangelhos: Mc 10,32-45; Lc 18, 31-34

Oração da assembleia: (DEUS CONOSCO)

Senhor Deus, que vossa misericórdia purifique nossa vida, e em vossa bondade acolhei nossa prece.

-Por toda a Igreja, rezemos. Ó Deus, ouvi-nos!

-Pelas Comunidades cristãs, rezemos. Ó Deus, ouvi-nos!

-Para que nossa sociedade viva a fraternidade, rezemos. Ó Deus, ouvi-nos!

-Por todo o Povo de Deus, rezemos. Ó Deus, ouvi-nos!

-Pelos missionários da copiosa redenção, rezemos. Ó Deus, ouvi-nos!

-Pela Juventude e seus ideais, rezemos. Ó Deus, ouvi-nos!

-Intenções próprias da Comunidade!

Oração sobre as Oferendas:

Considerai, ó Deus, com bondade, as oferendas que vos apresentamos e concedei-nos, por meio delas, o perdão dos nossos pecados. Por Cristo, nosso Senhor.

Antífona da comunhão:

O Filho do homem veio não para ser servido, mas para servir e dar a sua vida pela salvação de todos. (Mt 20,28)

Oração Depois da Comunhão:

Senhor nosso Deus, vós quisestes que a eucaristia fosse para nós penhor da imortalidade. Fazei que ela nos conduz à eterna salvação. Por Cristo, nosso Senhor.

Para sua reflexão: O Evangelho do dia nos trás o terceiro anúncio da paixão, isto é, Jesus irá sofrer tribulações (Getsêmani, o julgamento, a flagelação, a zombaria, e a cruz). Isso ocorre no início da ultima viagem para Jerusalém. Essa subida é como uma perseguição pascal, em direção à nova páscoa. Sobre o pedido da mãe dos filhos de Zebedeu protagoniza um exemplo de que nem tudo o que pedimos nos é concedido, ainda que não saibamos pedir como é devido (cf. Rm 8,26). Já a autoridade sugerida por Jesus deveria ser exercida não por ostentação do poder, como ocorre em nosso meio hoje, mas como espírito de serviço e nisso se conhece a grandeza do Reino de Deus, tal como colocado nos versículos de 26 a 28. A busca da nossa humildade, perante o Senhor, ainda é uma atitude de inteligência espiritual do cristão contemporâneo.

São Turíbio de Mongrovejo

Turíbio Alfonso de Mongrovejo nasceu na cidade de Majorca de Campos, Leon, na Espanha, em 1538, no seio de uma família nobre e rica. Estudou em Valadolid, Salamanca e Santiago de Compostela, licenciado em direito e foi membro da Inquisição. Sua vida era pautada pela honestidade e lisura, mas, jamais poderia suspeitar que Deus o chamaria para um grande ministério. Quando então foi nomeado Arcebispo para a América espanhola, pelo Papa Gregório XIII, atendendo um pedido do rei Felipe II, da Espanha, que tinha muita estima por Turíbio.

O mais curioso é que ele teve de receber uma a uma todas as ordens de uma só vez até finalizar com a do sacerdócio, para em 1580, ser consagrado Arcebispo da Cidade dos Reis, chamada depois Lima, atual capital do Peru, aos quarenta anos de idade. Isso ocorreu porque apesar de ser tonsurado, isto é, ter o cabelo cortado como os padres, ainda não pertencia ao clero. E, foi assim que surgiu um dos maiores apóstolos da Igreja, muitas vezes comparado a Santo Ambrósio.

Chegando à América espanhola em 1581, ficou espantado com a miséria espiritual e material em que viviam os índios. Aprendeu sua língua e passou a defendê-los contra os colonizadores, que os exploravam e maltratavam. Era venerado pelos fiéis e considerado um defensor enérgico da justiça, diante dos opressores.

Apoiado pela população, organizou as comunidades de sua diocese e depois reuniu assembléias e sínodos, convocando todos os habitantes para a evangelização. Sob sua direção, foram realizados dez concílios diocesanos e os três provinciais que formaram a estrutura legal da Igreja da América espanhola até o século XX. Inclusive, o Sínodo Provincial de Lima, em 1582, foi comparado ao célebre Concílio de Trento. Conta-se que neste sínodo, com fina ironia, Turíbio desafiou os espanhóis, que se consideravam tão inteligentes, a aprenderem uma nova língua, a dos índios.

Quando enviou um relatório ao rei Felipe II, em 1594, dava conta de que havia percorrido quinze mil quilômetros e administrado o sacramento da crisma a sessenta mil fiéis. Aliás, teve o privilégio e a graça de crismar três peruanos, que depois se tornaram santos da Igreja: Rosa de Lima, Francisco Solano e Martinho de Porres.

Turíbio fundou o primeiro seminário das Américas e pouco antes de morrer doou suas roupas, inclusive as do próprio corpo, aos pobres e aos que o serviram, gesto, que revelou o conteúdo de toda sua vida. Faleceu no dia 23 de março de 1606, na pequena cidade de Sanã, Peru. Foi canonizado em 1726, pelo Papa Bento XIII, que declarou São Turíbio de Mongrovejo "apóstolo e padroeiro do Peru", para ser celebrado no dia do seu trânsito. [Paulinas.org.br]

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