quinta-feira, 10 de março de 2011

Quinta-feira, 10 de março de 2011

Depois das Cinzas – Início da Quaresma - 4ª Semana do Saltério (Livro III) - Cor Litúrgica Roxa

Hoje: Dia Mundial de Combate ao Sedentarismo

Santos: Anastácia, a Patriciana (virgem, mártir de Constantinopla), Atala de Bobbio (abade), Caio e Alexandre (mártires de Apamea, na Frígia), Codrato, Dionísio, Cipriano, Aneto, Paulo e Crescente (mártires de Corinto), Doroteu de Paris (abade), Emiliano de Lagny (abade), Himelin de Vissenaeken (presbítero), João de Ogilvie (jesuíta, mártir), Kessog de Lennox (bispo, mártir), Macário de Jerusalém (bispo), Simplício (papa), Vítor (mártir do Norte da África), André de Strumi (abade, bem-aventurado), João de Vallumbrosa (monge, bem-aventurado), Pedro de Geremia (dominicano, bem-aventurado).

Antífona: Clamei pelo Senhor, e ele me ouviu: salvou-me daqueles que me atacam. Confia ao Senhor os teus cuidados, e ele mesmo te há de sustentar. (Sl 54, 17-20.23)

Oração: Inspirai, ó Deus, as nossas ações e ajudai-nos a realizá-las, para que em vós comece e termine tudo aquilo que fizermos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo,

I Leitura: Deuteronômio (Dt 30, 15-20)

O Senhor é a tua vida e prolonga os teus dias

Moisés falou ao povo dizendo: 15"Vê que eu hoje te proponho a vida e a felicidade, a morte e a desgraça. 16Se obedecerdes aos preceitos do Senhor teu Deus, que eu hoje te ordeno, amando ao Senhor teu Deus, seguindo seus caminhos e guardando seus mandamentos, suas leis e seus decretos, viverás e te multiplicarás, e o Senhor teu Deus te abençoará na terra em que te fiz entrar, para possuí-la. 17Se, porém, o teu coração se desviar e não quiseres escutar, e se, deixando-te levar pelo erro, adorares deuses estranhos e os servires, 18eu vos anuncio hoje que certamente perecereis. Não vivereis muito tempo na terra onde ides entrar, depois de atravessar o Jordão, para ocupá-lo.

19Tomo hoje o céu e a terra como testemunhas contra vós, de que vos propus a vida e a morte, a bênção e a maldição. Escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e teus descendentes, 20amando ao Senhor teu Deus, obedecendo à sua voz e apegando-te a ele - pois ele é a tua vida e prolonga os teus dias, a fim de que habites na terra que o Senhor jurou dar a teus pais, Abraão, Isaac e Jacó" Palavra do Senhor!

Comentando a I Leitura

Hoje te proponho bênção e maldição

Não são muitos os caminhos a escolher, mas apenas dois: o da vida e o da morte. Parece, pois, que não há escolha: nossa sorte necessária, inelutável, é a morte. Ela vem, mesmo que ninguém a queira. Por outro lado, também o nosso espírito, o intimo de nós mesmos, parece não ter possibilidade de escolha: opta pela bênção, a felicidade, a vida. Tratar-se-á, porém, de possibilidade real de escolha, ou de ilusão? A proposta de Deus ao homem para aceitar a aliança é propriamente a escolha entre a vida e a morte. Não nos pertence definir a vida e a felicidade, porque isto cabe a Deus; é-nos dada apenas a possibilidade de aceitar o dom de Deus. Ninguém por si próprio escolhe a morte. Mas quem recusa a obediência, quem não aceita aquele tipo de morte que consiste em renunciar à vontade de definir a própria felicidade e não entrega nas mãos de Deus a própria vida, entra, de fato, no domínio da morte. É importante, portanto, descobrir que Deus quer nossa felicidade, e aceitar-lhe a proposta. [MISSAL COTIDIANO, ©Paulus, 1997]

Salmo: 1, 1-2.3.4 e 6 (Sl 39[40],5a)
É feliz quem a Deus se confia!

1Feliz é todo aquele que não anda conforme os conselhos dos perversos; que não entra no caminho dos malvados, nem juntos aos zombadores vai sentar-se; 2mas encontra seu prazer na lei de Deus e a medita, dia e noite, sem cessar.

3Eis que ele é semelhante a uma árvore, que à beira da torrente está plantada; ela sempre dá seus frutos a seu tempo, e jamais as suas folhas vão murchar. Eis que tudo o que ele faz vai prosperar.

4Mas bem outra é a sorte dos perversos. Ao contrário, são iguais à palha seca espalhada e dispersada pelo vento. 6Pois Deus vigia o caminho dos eleitos, mas a estrada dos malvados leva à morte.

O Salmo 1 é um salmo de instrução. Ele divide as pessoas em dois grupos: os obedientes à vontade do Senhor (vv. 1-3), e os maldosamente desobedientes (vv 4-5). Cada grupo experimentará as consequências de sua atividade: a vida e prosperidade para os obedientes, ostracismo e perda das raízes para os maus.

Evangelho do dia: Lucas (Lc 9, 22-25)

Primeiro anúncio a Paixão e condições para seguir Jesus

Naquele tempo disse Jesus aos seus discípulos: 22"O Filho do homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia". 23Depois Jesus disse a todos: "Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me. 24Pois quem quiser salvar sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará. 25Com efeito, de que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro, se se perde e se destrói a si mesmo?" Palavra da Salvação!

Leituras paralelas: Mt 16,21-28, Mc 8,31-38; Jo 12,25-26t

Comentando o Evangelho

A perda é salvação

A conclusão da caminhada terrena de Jesus escondia um sentido dificilmente compreensível para os discípulos. O horizonte messiânico no qual se moviam e com o qual interpretavam a pessoa do Mestre os impedia de compreender, em profundidade, o que o fato requeria. Para ser entendida, em sintonia com o pensar de Jesus, era preciso fazer uma violenta inversão de valores. O esquema tradicional era insuficiente para explicá-la.

Na lógica de Jesus, ou seja, na lógica do Reino, a perda é penhor de salvação, ao passo que a salvação, entendida à maneira do mundo, é fator de perda. Daí ser possível esperar que, da humilhação de Jesus resulte exaltação, do abandono por parte dos amigos e conhecidos provenha a solidariedade do Pai, do sofrimento redunde a mais plena alegria, e a morte seja superada pela ressurreição.

O contraste entre o projeto de Jesus e a mentalidade de seus discípulos era flagrante. Não lhes passava pela cabeça a possibilidade de existir um Messias cuja glória fosse alcançada em meio a sofrimentos e, muito menos, num contexto de morte violenta.

Só a fé na ressurreição pode nos levar a dar crédito às palavras de Jesus. Com ela, o Pai deu seu aval às palavras do Filho, assegurando-lhe sua veracidade. Jesus provou ser impossível experimentar a misericórdia do Pai sem abrir mão das ambições mundanas. Só quem é capaz de renunciar-se a si mesmo como ele, experimentará a salvação. (O EVANGELHO DO DIA, Ano “A”. Jaldemir Vitório. ©Paulinas, 1996)

Oração da assembleia: (Liturgia Diária)

-Pela Igreja, para que se comprometa com a divulgação da Campanha da Fraternidade, rezemos: Senhor, escutai nossa prece!

-Pelos que se doam em favor da vida do próximo e dos necessitados, rezemos:

-Pelos que trabalham pelo bem comum e se comprometem com o projeto de Jesus, rezemos.

-Pelas famílias que perdem seus membros por motivo de violência, rezemos:

-Por nossa comunidade e cada um de nós, para que tenhamos sabedoria suficiente para fazer bem nossas escolhas, rezemos.

Oração sobre as Oferendas:

Ó Deus, olhai com bondade as oferendas que colocamos neste altar, para que, alcançando-nos vossa misericórdia, glorifiquem o vosso nome. Por Cristo, nosso Senhor.

Antífona da comunhão:

Criai em mim um coração puro, meu Deus, renovai em minha vida o espírito de firmeza. (Sl 50,12)

Oração Depois da Comunhão:

Ó Deus todo-poderoso, vós nos abençoastes com este alimento celeste. Nós vos pedimos que ele seja sempre para nós fonte de perdão e salvação. Por Cristo, nosso Senhor.

Para sua reflexão: O destino de Jesus, traçado pelo Pai e estendido exemplarmente aos homens, é paradoxal: parte do mistério do reinado de Deus. Já o demônio ofereceu a Jesus o domínio do mundo inteiro, sendo um projeto exatamente oposto ao do Pai. Mas Jesus era focado na sua missão e os discípulos não perceberam os sinais do seu tempo. Só depois da ressurreição de Cristo é que as coisas começam a se encaixarem. Assim acontece com a nossa vida: os sinais dos tempos estão à nossa frente, mas estamos ligados quase sempre nas coias mundanas e curtindo menos a vida espiritual. A quaresma suscita em cada um de nós uma revisão de vida para mudança de rumos, se preciso for.

São João Ogilvie

Em 1593 converteu-se à religião católica, entrou no Colégio escocês de Douai e, em 1695, foi para Lavaina onde teve como mestre o famoso Cornélio Lápido. Prosseguiu seus estudos em Ratisbona em 1598 e um ano depois foi admitido como noviço no Colégio dos Jesuítas em Brunnmoróvia. Estudou em diversos lugares e ordenou-se sacerdote em Paris. Em 1610, aos 31 anos de idade, pedia muitas vezes para trabalhar na Escócia, sua pátria a qual não via há 22 anos e meio, foi atendido. A situação dos escoceses estava péssima: era considerado como crime assistir a missas e quem as assistisse corria o risco de perder a vida, seus bens e herdeiros, confiscados pelo Estado. João partiu para Edimburgo e ali exerceu um apostolado clandestino até dia 3 de outubro de 1614 quando, no dia seguinte foi preso em Glasgow por ordens do arcebispo protestante João Spattiswood. Ficou durante 4 meses preso num regime desumano, sem poder realizar nem um movimento, preso por correntes. Foi torturado várias vezes, para que apostatasse. Cinco vezes foi chamado diante do juiz em Glasgow e Ediumburgo. Na ultima sessão, em 10 de março de 1615, foi enforcado no centro de Glasgow e canonizado em 1976.

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