terça-feira, 29 de março de 2011


Terça-feira, 29 de março de 2011

Terceira Semana da Quaresma - 2ª Semana do Saltério (Livro II) - cor Litúrgica Roxa

Santos: Jonas e Baraquísio (mártires); Marcos de Aresusa (bispo), Cirilo (mártir); Armogastes, Arquinimo e Sáturo (mártires); Gundeleu, Gúdila, Ruperto (bispo), Dimundes (beata, virgem), Bertoldo, Ludolfo (bispo), Secundo (mártir), Pastor e seus Companheiros (mártires orientais), Armogasto e Seus Companheiros (mártires africanos), Eutásio, Leo Heinrichs (servo de Deus, mártir, franciscano da 1ª ordem).

Antífona Eu vos chamo, meu Deus, porque me atendeis; inclinai vosso ouvido e escutai-me. Guardai-me como a pupila dos olhos, à sombra das vossas asas abrigai-me. (Sl 16, 6.8)

Oração do Dia: Ó Deus, que a vossa graça não nos abandone, mas nos faça dedicados ao vosso serviço e aumente sempre em nós os vossos dons. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo.

I Leitura: Daniel (Dn 3, 25.34-43)

O povo de Israel se lembra da fidelidade de Deus

Naqueles dias, 25Azarias parou e, de pé, começou a rezar; abrindo a boca no meio do fogo, disse: 34"Oh! não nos desampares nunca, nós te pedimos, por teu nome, não desfaças tua aliança 35nem retires de nós tua benevolência, por Abraão, teu amigo, por lsaac, teu servo, e por Israel, teu santo, 36aos quais prometeste multiplicar a descendência como estrelas do céu e como areia que está na beira do mar; 37Senhor, estamos hoje reduzidos ao menor de todos os povos, somos hoje o mais humilde em toda a terra, por causa de nossos pecados; 38neste tempo estamos sem chefes, sem profetas, sem guia, não há holocausto nem sacrifício, não há oblação nem incenso, não há um lugar para oferecermos em tua presença as primícias, e encontrarmos benevolência; 39mas, de alma contrita e em espírito de humildade, sejamos acolhidos, e como nos holocaustos de carneiros e touros 40e como nos sacrifícios de milhares de cordeiros gordos, assim se efetue hoje nosso sacrifício em tua presença, e tu faças que nós te sigamos até ao fim; não se sentirá frustrado quem põe em ti sua confiança.

41De agora em diante, queremos, de todo o coração, seguir-lhe, temer-te, buscar tua face; 42não nos deixes confundidos, mas trata-nos segundo a tua clemência e segundo a tua imensa misericórdia; 43liberta-nos com o poder de tuas maravilhas e torna teu nome glorificado, Senhor". Palavra do Senhor!

Comentando a I Leitura

De alma contrita e em espírito de humildade, sejamos acolhidos

Deus educou progressivamente seu povo para passar dos sacrifícios cruentos e materiais ao sacrifício de oblação espiritual que envolve o oferente. Depois da reação dos profetas, mesmo estéril, o tempo do exílio favorece uma expressão mais marcada dos sentimentos de humildade e de pobreza e a consciência de que o sentimento pessoal constitui o essencial do sacrifício. O sacrifício do Sérvio sofredor torna-se o tipo do sacrifício futuro; a oração do perseguido vale tanto quanto os sacrifícios de cabritos e cordeiros. Cristo insere-se nesta visão. Sua obediência, sua pobreza e total disponibilidade constituem a matéria de seu sacrifício. Por sua vez o sacrifício cristão se insere no sacrifício de Cristo: uma vida de obediência e de amor que adquire seu valor litúrgico por sua associação a Cristo. Um culto que não fosse a expressão de semelhantes “sacrifício espiritual” perderia radicalmente seu sentido. [MISSAL COTIDIANO, ©Paulus, 1997]

Salmo: 24(25), 4bc-5ab.6-7bc.8-9 (R/.6a)
Recordai, Senhor, a vossa compaixão!

4bMostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos, 4ce fazei-me conhecer a vossa estrada! 5aVossa verdade me oriente e me conduza, 5bporque sois o Deus da minha salvação.

6Recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura e vossa compaixão que são eternas! 7BDe mim lembrai-vos, porque sois misericórdia 7ce sois bondade sem limites, ó Senhor!

8O Senhor é piedade e retidão, e reconduz ao bom caminho os pecadores. 9Ele dirige os humildes na justiça, e aos pobres ele ensina o seu caminho.

Evangelho: Mateus (Mt 18, 21-35)

O perdão deve brotar do fundo do coração

Naquele tempo, 21Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: "Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?" 22Jesus respondeu: "Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.”

23Porque o reino dos céus é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados. 24Quando começou o acerto, trouxeram-lhe um que lhe devia uma enorme fortuna. 25Como o empregado não tivesse com que pagar, o patrão mandou que fosse vendido como escravo junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía, para que pagasse a divida. 26Oempregado, porém, caiu aos pés do patrão, e, prostrado, suplicava: 'Dá-me um prazo! E eu te pagarei tudo'. 27Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida. 28Ao sair dali, aquele empregado encontrou um dos seus companheiros que lhe devia apenas cem moedas. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: 'Paga o que me deves'. 29O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: 'Dá-me um prazo! E eu te pagarei'. 30Mas o empregado não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia.

31Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes, procuraram o patrão e lhe contaram tudo.32Então o patrão mandou chamá-lo e lhe disse: 'Empregado perverso, eu te perdoei toda a tua dívida, porque tu me suplicaste. 33Não devias tu também, ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?' 34O patrão indignou-se e mandou entregar aquele empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida. 35É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão". Palavra da Salvação!

Perdão das ofensas: vide leituras paralelas em Lc 17,4 e Mt 6, 12. Seguindo o exemplo de Deus e de Jesus (Lc 2, 34+), e assim com já faziam os israelitas entre si (Lv 19, 18-19; cf. Ex 21, 25+), os cristãos devem perdoar uns aos outros (5, 39; 6, 12p, cf. 7,2; 2Cor 2,7; Ef 4,32; Cl 3, 13). No entanto o próximo aplica-se a todos os homens, compreendendo também aqueles aos quais é preciso pagar o mal com o bem. O amor cobre uma multidão de pecados (Pr 10,12 citado por Tg 5, 20; 1Pd 4, 8) [BIBLIA DE JERUSALÉM]. De 23 a 35 temos a Parábola do devedor implacável.

Comentário do Evangelho

Dar e receber perdão

Só é capaz de perdoar o próximo quem, de fato, faz a experiência de sentir-se perdoado por Deus. Pelo contrário, quem se mostra inflexível e incapaz de perdoar, dá mostras de não reconhecer o quanto foi perdoado por Deus. A insensibilidade em relação ao dom recebido de Deus torna impossível a concessão de perdão ao próximo. A simples consciência da imensidade do perdão recebido de Deus deveria ser suficiente para motivar as pessoas a perdoar.

A parábola do servo cruel está centrada neste tema. Quando se tratou de ser perdoado pelo rei que lhe havia emprestado uma quantia enorme de dinheiro, e não tinha com que pagar, o servo suplicou-lhe clemência e tempo. Comovido, o rei deixou-o partir, perdoando-lhe toda a dívida. Logo em seguida, porém, ao encontrar um companheiro que lhe devia uma quantia irrisória, foi incapaz de sensibilizar-se quando este lhe pediu tempo e clemência para quitar seu débito. E mandou aprisioná-lo.

O rei ficou indignado. Parecia-lhe evidente que, assim como o servo havia sido objeto de compaixão, tendo recebido o perdão de sua dívida, o mesmo deveria ter feito com seu companheiro.Por conseguinte, a falta de compaixão para com o próximo impede que se faça a experiência da compaixão de Deus. Deus perdoa a quem está disposto a perdoar. [O EVANGELHO NOSSO DE CADA DIA, Jaldemir Vitório, ©Paulinas]

Oração da assembleia (LITURGIA DIÁRIA)

-Rezemos para que as pessoas que amamos vivam no amor e na paz. Atendei, Senhor, nossa oração!

-Rezemos para que a solidariedade seja alento na vida dos sofredores.

-Rezemos para que as famílias sejam exemplo de união, fraternidade e acolhida.

-Rezemos para que o perdão cure as feridas dos corações e renove as relações sociais.

-Rezemos para que sejamos pessoas cada vez mais disponíveis para o perdão.

-Preces espontâneas

Oração sobre as Oferendas:

Nós vos pedimos, ó Deus, que este sacrifício salvador nos purifique do pecado e dê glória a vosso nome. Por Cristo, nosso Senhor.

Antífona da comunhão:

Quem habitará, Senhor, em vossa casa ou repousará no vosso monte santo? Aquele que caminha na perfeição e pratica a justiça. (Sl 14, 1-2)

Oração Depois da Comunhão:

Ó Deus, que a participação neste mistério nos dê uma vida nova, sendo reconciliação convosco e garantia de vossa proteção. Por Cristo, nosso Senhor.

Para sua reflexão: Ofensa e dívida são dois símbolos que expressam a situação negativa do homem perante Deus. O homem, destinatário da imensa misericórdia de Deus, deve aprender a exercer sua pequena misericórdia com o próximo devedor. Se não perdoamos o nosso irmão, a nossa oração do Pai-nosso poderá estar comprometida perante o Senhor. O fato é que, entre nós pecadores, a misericórdia é pouco usada, sobretudo quando o dinheiro está em jogo. Eis a parte mais difícil: perdoar o irmão, que busca arrependimento, não apenas setenta vezes sete, mas infinitamente. Difícil não é! Assim é a nossa salvação: nada fácil, pois estamos sempre falhando na contra partida!

São Raimundo Lúlio

Fundador de um colégio de línguas orientais para formar apóstolos, aos 30 anos trocou a vida da corte para dedicar-se à contemplação, ao estudo e a uma ativa peregrinação pela Europa, Ásia e África, na finalidade de evangelizar através de sua Arte Magna que visava esclarecer à racionalidade do dogma cristão que supera a todas as objeções opostas, através da metafísica, Recebeu acolhimento dos franciscanos, passando a pertencer a Ordem Terceira, em 1295. Porém grande foi sua decepção quando em Paris sua Arte Magna não foi aceita e nem compreendida. Passou então a escrever sobre o amor. Mostrando-se um Lúlio místico conseguiu total sucesso em suas publicações, sendo a principal delas, "Árvore de Filosofia de Amor". Outro foi "O Cântico do Amigo e do Amado", outra das jóias da literatura universal. No "Livro da Contemplação" também de sua autoria destacava-se estas frases: "Bem-aventurados são, Senhor, aqueles que neste mundo se vestem de cor vermelha e de vestiduras rubras, semelhantes as que vestistes no dia de Vossa morte. Esta bem-aventurança e essa graça espera vosso servo, todos os dias, em Vós".

Só no silêncio o ser humano consegue escutar no íntimo da consciência

a voz de Deus, que verdadeiramente lhe faz livre. (Papa João Paulo II)

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