quinta-feira, 14 de julho de 2011


Autoridades evitam comentar desaparecimento de Bispos





10:40 - 13/07/2011

As autoridades da China evitaram comentar sobre a notícia do desaparecimento de quatro bispos chineses ligados à autoridade do Vaticano que teria ocorrido nos últimos dias para serem obrigados a comparecer a uma ordenação episcopal não reconhecida pela autoridade papal prevista para esta quinta-feira.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hong Lei, se limitou a dizer que a ordenação "é uma manifestação concreta da liberdade de religião" e que, "de acordo com uma tradição decenal, a Igreja Católica chinesa conduz a escolha e a consagração dos bispos seguindo os princípios da independência" e da autonomia.

Católicos chineses denunciaram que quatro bispos da província meridional de Guangdong sumiram após serem detidos pela polícia local, que os obriga a participar da ordenação de um novo bispo considerada ilegítima pela Santa Sé. Outros dois sacerdotes teriam desaparecido na província setentrional de Hebei.

Na última semana, o Vaticano emitiu um comunicado em que anunciou a excomunhão do bispo Paolo Lei Shiyin, da diocese de Leshan, nomeado sem o consentimento do Santo Padre, e lançou uma advertência aos bispos que participaram da consagração.

A nomeação de bispos pela Igreja Patriótica, a autoridade católica sob controle do governo chinês, tem sido o principal obstáculo para o restabelecimento de relações diplomáticas entre Pequim e Santa Sé, rompidas desde 1951 pelo governo de Mao Tsé-Tung em meio à Revolução Cultural.

A nomeação de um bispo para a diocese de Chengde, no norte da China, no último mês de novembro abalou as tentativas de restabelecimento de contato.

O papa Bento XVI chegou a pedir a todos os católicos do mundo, em maio deste ano, que rezem pelos bispos chineses que se recusam a participar dessas ordenações sob "pressão" do governo chinês.

A Igreja Patriótica tem atualmente cinco milhões de fieis em território chinês, mas acredita-se que os católicos que seguem a autoridade do Vaticano somem ao menos o dobro deste número.

Fonte: ANSA

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