sábado, 23 de julho de 2011

Liturgia do Sábado — 23.07.2011

Terço do Rosário: Mistérios Gozosos (clique aqui...)
(Caríssimos, após meditar as leituras deste dia, rezem o Terço ao Vivo - Mistérios Gozosos - com os Freis Agostinianos do Seminário Santa Mônica e se preferir, clique aqui para baixar o Santo Rosário e gravar no seu celular, MP3 ou CD e rezar onde desejar)


— Santa Brígida

A santa de hoje nasceu na Suécia, no ano de 1302. Ela foi entregue em casamento a um jovem chamado Wulfon, príncipe de Nerícia.

Ao casar-se com Wulfon, Santa Brígida assumiu, com orações e sacrifícios, a missão de lutar pela conversão de seu esposo, um homem entregue aos vícios e paixões desregradas.

Santa Brígida alcançou esta graça. E, juntamente com seu esposo (agora convertido) numa vida com muitas práticas de piedade, foram a diversas peregrinações, até que aos 32 anos Wulfon veio a falecer.

Agora viúva e mãe de 8 filhos, Santa Brígida dedicou-se inteiramente ao serviço dos mais necessitados, cuidando dos enfermos (dentro de um hospital fundado por ela mesma e por seu esposo). E tudo isto sem perder de vista a formação cristã de seus filhos.

Devota do Sagrado Coração de Jesus e da Santíssima Virgem, Santa Brígida passava horas em adoração a Jesus Sacramentado. Inspirada pelo Espírito Santo, fundou uma Ordem feminina e outra masculina. Consagrou-se na vida religiosa, e em meio a sofrimentos e inspirações reveladoras do próprio Jesus, aprofundou-se no mistério do Cristo crucificado, até que mergulhasse definitivamente neste mistério, quando em Roma, aos 71 anos, entrou na eternidade.

Santa Brígida, rogai por nós!


XVI SEMANA DO TEMPO COMUM *
(Verde – Ofício do Dia da I Semana)

Antífona da entrada: É Deus quem me ajuda, é o Senhor quem defende a minha vida. Senhor, de todo o coração hei de vos oferecer o sacrifício e dar graças ao vosso nome, porque sois bom (Sl 53,6.8).

Oração do dia
Ó Deus, sede generoso para com os vossos filhos e filhas e multiplicai em nós os dons da vossa graça, para que, repletos de fé, esperança e caridade, guardemos fielmente os vossos mandamentos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Primeira Leitura (Êxodo 24,3-8)
Leitura do livro do Êxodo.

24 3 Moisés veio referir ao povo todas as palavras do Senhor, e todas as suas leis; e o povo inteiro respondeu a uma voz: “Faremos tudo o que o Senhor disse.”
4 E Moisés escreveu todas as palavras do Senhor. No dia seguinte, de manhã, edificou um altar ao pé da montanha e levantou doze estelas para as doze tribos de Israel.
5 Enviou jovens dentre os israelitas, os quais ofereceram holocaustos e sacrifícios ao Senhor e imolaram touros em sacrifícios pacíficos.
6 Moisés tomou a metade do sangue para metê-lo em bacias, e derramou a outra metade sobre o altar.
7 Tomou o livro da aliança e o leu ao povo, que respondeu: “Faremos tudo o que o Senhor disse e seremos obedientes.”
8 Moisés tomou o sangue para aspergir com ele o povo: “Eis, disse ele, o sangue da aliança que o Senhor fez convosco, conforme tudo o que foi dito.”
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.

Salmo responsorial 49/50

Imola Deus um sacrifício de louvor.

Falou o Senhor Deus, chamou a terra,
do sol nascente ao sol poente a convocou.
De Sião, beleza plena, Deus refulge.

“Reuni à minha frente os meus eleitos,
que selaram a aliança em sacrifícios!”
Testemunha o próprio céu seu julgamento,
porque Deus mesmo é juiz e vai julgar.

“Imola a Deus um sacrifício de louvor
e cumpre os votos que fizeste ao Altíssimo.
Invoca-me no dia da angústia,
e então te livrarei e hás de louvar-me”.

Aclamação do Evangelho

Aleluia, aleluia, aleluia.
Acolhei docilmente a palavra semeada em vós, meus irmãos; ela pode salvar vossas vidas! (Tg 1,21)


Evangelho (Mateus 13,13-24)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 13 24 Jesus propôs-lhes outra parábola: "O Reino dos céus é semelhante a um homem que tinha semeado boa semente em seu campo.
25 Na hora, porém, em que os homens repousavam, veio o seu inimigo, semeou joio no meio do trigo e partiu.
26 O trigo cresceu e deu fruto, mas apareceu também o joio.
27 Os servidores do pai de família vieram e disseram-lhe: ´Senhor, não semeaste bom trigo em teu campo? Donde vem, pois, o joio?´
28 Disse-lhes ele: ´Foi um inimigo que fez isto!´ Replicaram-lhe: ´Queres que vamos e o arranquemos?´
29 ´Não, disse ele; arrancando o joio, arriscais a tirar também o trigo.
30 Deixai-os crescer juntos até a colheita. No tempo da colheita, direi aos ceifadores: arrancai primeiro o joio e atai-o em feixes para o queimar. Recolhei depois o trigo no meu celeiro´".
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!

Sobre as oferendas
Ó Deus, que no sacrifício da cruz, único e perfeito, levastes á plenitude os sacrifícios da antiga aliança, santificai, como o de Abel, o nosso sacrifício, para que os dons que cada um trouxe em vossa honra possam servir para a salvação de todos. Por Cristo, nosso Senhor.

Antífona da comunhão: O Senhor bom e clemente nos deixou a lembrança de suas grandes maravilhas. Ele dá o alimento aos que o temem (Sl 110,4s).

Depois da comunhão
Ó Deus, permanecei junto ao povo que iniciastes nos sacramentos do vosso reino, para que, despojando-nos do velho homem, passemos a uma vida nova. Por Cristo, nosso Senhor.


MEMÓRIA FACULTATIVA — SANTA BRÍGIDA
(Branco – Ofício da Memória)

Oração do dia: Senhor nosso Deus, que revelastes a santa Brígida os mistérios celestes quando meditava a paixão do vosso filho, concedei-nos exultar de alegria na revelação da vossa glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Sobre as oferendas: Concedei, ó Deus, que este sacrifício em comemoração de santa Brígida nos alcance o vosso perdão e a salvação que esperamos. Por Cristo, nosso Senhor.

Depois da comunhão: Deus todo-poderoso, a força divina deste sacramento nos ilumine e afervore nesta festividade de santa Brígida para que, animados sempre de santos propósitos, multipliquemos as boas obras. Por Cristo, nosso Senhor.

Santo do Dia / Comemoração (SANTA BRÍGIDA):

Brígida, ou Brigite, nasceu princesa, em 1303, no castelo de Finstad, na Suécia. Descendia de uma casa real muito pia, que forneceu à Igreja muitos santos e que se dedicava a construir mosteiros, igrejas e hospitais com a própria fortuna. Além de manter muitas obras de caridade para a população pobre, Brígida, desde a infância, tinha o dom das revelações divinas, todas anotadas por ela no seu idioma sueco. Depois, as descrições foram traduzidas para o latim e somaram oito grandes volumes, que ainda hoje são fonte de consulta para historiadores, teólogos e fiéis cristãos. Aos dezoito anos, ela se casou com o nobre chamado Ulf Gudmarsson, um homem cristão e muito piedoso. O casal teve oito filhos, dentre os quais a filha venerada como santa Catarina da Suécia. Era com rigor que eles cuidavam da educação religiosa e acadêmica dos filhos, sempre no caminho para a santificação em Cristo. Durante um longo período, Brígida foi dama de companhia da rainha Bianca, de Namur, por isso freqüentava sempre as cortes luxuosas. Mas não se corrompeu neste ambiente de riquezas frívolas, ao contrário, manteve-se fiel aos ensinamentos cristãos, perseverando seu espírito na dignidade e na caridade da fé. Após a morte de um dos seus filhos, o casal resolveu fazer uma peregrinação ao santuário de Santiago de Compostela, na Espanha. No retorno, Ulf caiu gravemente enfermo, e nessa ocasião Brígida, em sonho, teve uma revelação de são Dionísio, que lhe disse que o marido não morreria. De fato ele ficou curado, mas logo em seguida ingressou no mosteiro de Alvastra, onde vivia um dos seus filhos, e lá morreu, em 1344. Viúva, Brígida decidiu retirar-se definitivamente para a vida monástica, para realizar um velho projeto, a fundação de um mosteiro duplo, de homens e mulheres, que deu origem à Ordem do Santo Salvador, sob as Regras de são Agostinho, passando, então, a viver nele. Quando obteve aprovação canônica, a fundadora transferiu-se para Roma. Ali viveu por vinte e quatro anos, trabalhando pela reforma dos costumes e a volta do papa de Avignon. Com o apoio do rei da Suécia, construiu e instaurou setenta e oito mosteiros por toda a Europa. Ela morreu em 23 de julho de 1373, durante uma romaria à Terra Santa. Desde então, a Ordem fundada por ela passou a ser dirigida por sua filha, Catarina da Suécia, alcançando notoriedade pelos anos futuros. Canonizada em 1391, apenas dezoito anos após sua morte, santa Brígida já tinha um culto muito vigoroso em todo o mundo cristão da Europa, sendo celebrada no dia de sua morte. O local onde residia em Roma foi transformado em um belíssima igreja dedicada a ela, na praça Farnese.


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Paciência de Deus com os maus...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Na agricultura, o trigo será sempre trigo, e o jôio, ou a erva daninha, ou ainda a”tiririca” nunca servirá para nada, a não ser para ser queimado e jogado fora como diz a própria parábola.

Minha equipe de “Teólogos Populares” logo reagiram diante dessa primeira colocação, “Olha, então não há no evangelho nenhuma novidade, os bons serão recompensados, e os maus irão arder no inferno, parece que Deus continua a ser aquela Juiz e Castigador implacável” - comentou o Sebastião, Zelador da igreja.

Convidei a turma para ler bem devagar o diálogo entre os Servidores do Pai de Família com o Patrão, até o ponto em que estes, impacientes, querem logo arrancar o Joio, mas o Senhor não permite “Ao arrancar o joio vai acabar também arrancando o trigo.Deixa-os crescer juntos até a colheita”.

Deus acredita que o Homem seduzido pelo Mal, pode fazer a “Virada”, Deus alimenta esperança e confiança de que o Homem é capaz de mudar a sua vida pela conversão, por isso nunca desiste dele, mantém nele o dom da vida, cuida dele com carinho, dá atenção ao injusto como dá ao justo, e sempre confia que o seu amor há de salva-lo.

O mal presente na vida do Ser humano, não tem sua origem em Deus que é o Sumo Bem, o Joio é o Mal e não as pessoas, esse mal não terá a menor chance quando chegar o tempo da colheita, será totalmente destruído.

Arrancar e destruir o mal agora, nesta vida terrena, é tolher do homem a sua liberdade de escolha e de tomar decisões, e nesse caso o AMOR de Deus nem teria razão de ser.

Em uma sociedade impaciente, e que rotula as pessoas dividindo-as entre Boas e Más, a ordem do dia é arrancar o que é ruim, os bons não toleram conviver com os maus, ninguém tem paciência e tolerância com quem é mau porque não acredita que o Ser humano pode superar-se e dar a volta por cima.

Esse trigo bom que o homem plantou é a Vida do Homem e a sua Vocação ao amor, e a possibilidade de realizar-se e ser Feliz. Ninguém pode tirar do Ser humano essa oportunidade de Viver e recomeçar! Qualquer ideologia nesse sentido contraria o ensinamento de Jesus e tem que merecer do Cristão todo repúdio...

2. O semeador
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

A categoria de "povo eleito", fundamentada no Primeiro Testamento, é conjugada com a imagem do "inimigo", o qual deve ser destruído. Jesus remove tais concepções pela revelação do amor misericordioso do Pai, sem privilegiados e excluídos. Nesta parábola, exclusiva de Mateus, o inimigo, malígono, está presente, representado pelo joio. Os servos têm o desejo imediato de arrancar o joio. O semeador, contudo, decide que a separação será feita no momento da colheita. A antítese joio - trigo pode induzir a julgamentos sobre as pessoas, separando-as em boas ou más, justas e santas ou pecadoras.

A parábola vem contradizer estes critérios de julgamento. No Sermão da Montanha foi proclamado: "Não julgueis e não sereis julgados". Aos discípulos cabe cultivar a seara deixando a Deus a decisão final. Acolhendo-se a todos, com a misericórdia de Deus, abrem-se as portas da esperança e comunica-se a vida.

Oração
Pai, enche de misericórdia o meu coração para que, como Jesus, eu me solidarize com os pecadores, e procure atraí-los para ti.

3. SUPORTANDO A CONTRADIÇÃO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A parábola do joio e do trigo mostra como devemos, na vida, suportar a coexistência do bem e do mal. É impossível realizar uma clara separação entre eles. A ação concomitante do senhor do campo, semeando a boa semente, e a do seu inimigo, semeando a erva daninha, é inevitável. É preciso contar com esta eventualidade!

Os discípulos foram alertados quanto à tentação de querer arrancar a erva daninha, deixando crescer somente o trigo. Seria arriscado, pois juntamente com a erva má, arrancar-se-ia também a boa. O prejuízo desaconselha uma tal providência.

Diante desta situação, a atitude correta consiste em ter paciência, misericórdia e esperança. Paciência, porque, no final das contas, ficará patente a identidade do bem e do mal, embora, num determinado momento, parecessem semelhantes. Além disto, fica sempre aberta a possibilidade de conversão do pecado para a graça, pois a ação de Deus, no coração humano, supera o nosso entendimento.

Misericórdia, porque o discípulo do Reino é chamado a acolher os pecadores, com a mesma benevolência do Pai, sem pretender excluí-los dos benefícios do Reino. Trata-se de uma luta constante para libertá-los da escravidão à qual foram reduzidos pelo pecado. Sem misericórdia, este processo de aproximação será inviável. Esperança, porque o mal está fadado a ser derrotado. Pela força de Deus, o bem terá a última palavra na história humana.

Oração
Espírito de esperança, encha o meu coração de paciência e de misericórdia que me permitam viver as contradições da história, confiante na vitória do bem.


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