terça-feira, 19 de julho de 2011

Liturgia da Terça-Feira — 19.07.2011

Terço do Rosário: Mistérios Dolorosos (clique aqui...)
(Caríssimos, após meditar as leituras deste dia, rezem o Terço ao Vivo - Mistérios Dolorosos - com os Freis Agostinianos do Seminário Santa Mônica e se preferir, clique aqui para baixar o Santo Rosário e gravar no seu celular, MP3 ou CD e rezar onde desejar)


— São Símaco

Neste dia, celebramos um santo Papa que enfrentou um período da história em que a Igreja sofria com pressões internas e externas.

Nasceu na Ilha da Sardenha no século V. Pertenceu ao clero romano e foi eleito Papa em 498. No tempo de Símaco, a Igreja era duramente atingida por perseguições.

Muitas famílias tradicionais de Roma, bem como o Senado, buscavam de todas as formas influenciar a ação da Igreja, trazendo assim muitos prejuízos; isto perdurou por um tempo até levantar-se Símaco. O santo Papa combateu e venceu estes "invasores", recuperando assim a total liberdade da Igreja, na sua organização e disciplina.

Com a queda do império romano e a invasão dos vândalos, godos, visigodos e longobardos, que começavam a dominar o Ocidente, São Símaco, na ousadia, entrou nas intrigas sociais e políticas, para assim tomar partido da paz e da harmonia e não de algum dos lados. Na função eficiente de pai comum, suscitou a inveja do imperador do Oriente que começou a perseguir os cristãos; em resposta a esta atitude corrigiu Símaco: "Lança um olhar, o Imperador, a tantos príncipes que perseguiram a Igreja e vê como todos eles tiveram triste fim, ao passo que a Igreja perseguida continua com tanto mais glória, quanto mais violenta lhe foi a perseguição".

Símaco era conciliador, homem de justiça e sinal de paz.

Em 514 ele partiu para a glória celeste e intercede por nós, para que nos tempos de hoje, por amor a Cristo e à Igreja, sejamos promotores da paz.

São Símaco, rogai por nós!


XVI SEMANA DO TEMPO COMUM
(Verde – Ofício do Dia)

Antífona da entrada: É Deus quem me ajuda, é o Senhor quem defende a minha vida. Senhor, de todo o coração hei de vos oferecer o sacrifício e dar graças ao vosso nome, porque sois bom (Sl 53,6.8).

Oração do dia
Ó Deus, sede generoso para com os vossos filhos e filhas e multiplicai em nós os dons da vossa graça, para que, repletos de fé, esperança e caridade, guardemos fielmente os vossos mandamentos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Primeira Leitura (Êxodo 14,21-15,1)
Leitura do livro do Êxodo.

Naqueles dias, 14 21 Moisés estendeu a mão sobre o mar. O Senhor fê-lo recuar com um vento impetuoso vindo do oriente, que soprou toda a noite. E pôs o mar a seco. As águas dividiram-se
22 e os israelitas desceram a pé enxuto no meio do mar, enquanto as águas formavam uma muralha à direita e à esquerda.
23 Os egípcios os perseguiram: todos os cavalos do faraó, seus carros e seus cavaleiros internaram-se após eles no leito do mar.
24 À vigília da manhã, o Senhor, do alto da coluna de fogo e da de nuvens, olhou para o acampamento dos egípcios e semeou o pânico no meio deles.
25 Embaraçou-lhes as rodas dos carros de tal sorte que, só dificilmente, conseguiam avançar. Disseram então os egípcios: “Fujamos diante de Israel, porque o Senhor combate por eles contra o Egito.”
26 O Senhor disse a Moisés: “Estende tua mão sobre o mar, e as águas voltar-se-ão sobre os egípcios, seus carros e seus cavaleiros.”
27 Moisés estendeu a mão sobre o mar, e este, ao romper da manhã, voltou ao seu nível habitual. Os egípcios que fugiam foram de encontro a ele, e o Senhor derribou os egípcios no meio do mar.
28 As águas voltaram e cobriram os carros, os cavaleiros e todo o exército do faraó que havia descido no mar ao encalço dos israelitas. Não ficou um sequer.
29 Mas os israelitas tinham andado a pé enxuto no leito do mar, enquanto as águas formavam uma muralha à direita e à esquerda.
30 Foi assim que naquele dia o Senhor livrou Israel da mão dos egípcios. E Israel viu os cadáveres dos egípcios na praia do mar.
31 Viu Israel o grande poder que o Senhor tinha exercido contra os egípcios. Por isso, o povo temeu o Senhor e confiou nele e em seu servo Moisés.
15 1 Então Moisés e os israelitas entoaram em honra do Senhor o seguinte cântico: “Cantarei ao Senhor, porque ele manifestou sua glória. Precipitou no mar cavalos e cavaleiros".
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.

Salmo responsorial Ex 15

Ao Senhor quero cantar, pois fez brilhar a sua glória!

Ao soprar a vossa ira, amontoaram-se a águas,
levantaram-se as ondas e formaram uma muralha,
e imóveis se fizeram, em meio ao mar, as grandes vagas.
O inimigo tinha dito:
“Hei de segui-los e alcançá-los!
Repartirei os seus despojos e minha alma saciarei;
arrancarei da minha espada e minha mãos os matará!”

Mas soprou o vosso vento, e o mar os recobriu;
afundaram como chumbo entre as águas agitadas.
Estendestes vossa mão, e a terra os devorou.

Vós, Senhor, o levareis e o plantareis em vosso monte,
no lugar que preparastes para a vossa habitação,
no santuário construído pelas vossas próprias mãos.

Aclamação do Evangelho

Aleluia, aleluia, aleluia.
Que me ama, realmente, guardará minha palavra e meu Pai o amará, e a ele nós viremos (Jo 14,23).


Evangelho (Mateus 12,46-50)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 12 46 Jesus falava ainda à multidão, quando veio sua mãe e seus irmãos e esperavam do lado de fora a ocasião de lhe falar.
47 Disse-lhe alguém: "Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar-te".
48 Jesus respondeu-lhe: "Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?"
49 E, apontando com a mão para os seus discípulos, acrescentou: "Eis aqui minha mãe e meus irmãos.
50 Todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe".
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!

Sobre as oferendas
Ó Deus, que no sacrifício da cruz, único e perfeito, levastes á plenitude os sacrifícios da antiga aliança, santificai, como o de Abel, o nosso sacrifício, para que os dons que cada um trouxe em vossa honra possam servir para a salvação de todos. Por Cristo, nosso Senhor.

Antífona da comunhão: O Senhor bom e clemente nos deixou a lembrança de suas grandes maravilhas. Ele dá o alimento aos que o temem (Sl 110,4s).

Depois da comunhão
Ó Deus, permanecei junto ao povo que iniciastes nos sacramentos do vosso reino, para que, despojando-nos do velho homem, passemos a uma vida nova Por Cristo, nosso Senhor. Amém!


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Comunidade, uma nova Família
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Que recado maravilhoso de Jesus nesse evangelho, sobre o papel e a importância da Comunidade em nossa Vida! Entre nós católicos, eu penso que ainda não compreendemos bem o que é ser comunidade. Uns são freqüentadores, admiram o trabalho das pastorais e movimentos, são Fãs do Padre e por isso freqüentam, não deixam de ir.

Outros participam mas não se misturam com outras pessoas, ou ficam isolados em algum canto, tentando uma Linha Direta com Deus, ou se fecham em seu grupo ou Movimento, estão ali, mas em função do grupo ou da equipe. Há muitos que vão mas têm sérias restrições e de vez em quando “soltam os cachorros” contra a comunidade, ameaçando de não mais voltar se as coisas continuarem desse jeito. Exigem mudanças radicais...

Há também os que vão, simplesmente porque alcançaram alguma graça e agora não podem mais desistir, com medo de sofrer algum castigo Divino. Há também outros, que, julgando ter talento em fazer alguma coisa, acham que a comunidade é o lugar ideal para mostrarem o seu valor e o seu dote artístico...

Jesus, o Filho de Deus, Santo e Perfeito, não só se encarnou entre os homens, mas realiza sua vocação de amor e serviço em comunidade, estabelecendo com ela não apenas uma amizade, mas um laço fraterno em torno de um projeto em comum: a realização do Reino de Deus.

Qual é a Vontade de Deus em nossa vida ? As vezes imaginamos que a Vontade de Deus sempre contraria as nossas vontades e aí é que nos enganamos. Deus só quer que o homem seja Feliz e essa Felicidade torna-se concreta quando o homem ama e é amado, partilhando sua vida em comunhão com os demais, como é o ideal de uma vida em comunidade.

Aderir á comunidade significa “Vestir a camisa”, entrar no jogo prá valer, estabelecer relações que não são simplesmente afetivas, mas uma relação com as pessoas, entrelaçadas pela nossa relação com Deus, tornando-se uma única relação, marcada fortemente pela compreensão, misericórdia, paciência, tolerância e ternura. Por isso Jesus, mais do que ninguém fez essa ruptura até com os laços familiares, mostrando que agora surge uma nova Família: precisamente a Comunidade, onde se vive á Vontade do Pai, exercitando o amor que nunca irá se acabar, mas que um dia atingirá a sua plenitude.

2. O amor que se abre, se faz solidário
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Após quatro narrativas de conflito com os escribas e os fariseus, Mateus narra este episódio em que introduz a família de Jesus. O clima é o de um conflito potencial face às exigências de mudanças, conforme a boa nova de Jesus. Esta narrativa é didática, visando à conversão. A família é a célula básica na composição do tecido social. Uma família conservadora é reprodutora da tradicional sociedade opressora e excludente. Há grande interesse dos poderosos em manter as tradições que lhes permitem gozar de seus privilégios.

Agora, Jesus propõe a substituição de um conceito hermético de família para um conceito aberto e solidário, conforme a vontade do Pai. Substitui os laços formais familiares pelos laços do amor compassivo e comunicativo que vai muito além dos limites da família. É o amor que se liberta da servidão aos interesses do mercado, na ambição do ter e do enriquecer. É o amor que se abre e se faz solidário com os oprimidos e com os mais carentes. A semente lançada por Jesus supõe um processo de amadurecimento e crescimento. É com este processo que estamos comprometidos, por nossa fé, dedicando-nos à construção do mundo novo possível.

Oração
Pai, reforça os laços que me ligam aos meus irmãos e irmãs de fé, de forma a testemunhar que formamos uma grande família, cujo pai és tu.

3. QUEM É MINHA MÃE E QUEM SÃO MEUS IRMÃOS?
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A ruptura com os laços familiares foi uma das exigências do serviço ao Reino, com as quais Jesus se defrontou. Também por exigência do Reino, foi levado a constituir, sobre novas bases, uma comunidade cujo relacionamento interpessoal deveria ter a profundidade do relacionamento familiar. A comunidade dos discípulos de Jesus pode ser definida como a família do Reino, cuja característica são os laços fraternos que unem seus membros.

Nesta perspectiva, fica em segundo plano a consangüinidade. Doravante, ser mãe ou irmão de sangue não tem importância. O critério de pertença à família do Reino consiste em submeter-se à vontade do Pai, sendo-lhe obediente em tudo. Importa mostrar, com ações concretas, esta submissão. Aí o agir do discípulo identifica-se com o agir do Mestre, a ponto de Jesus poder considerá-lo como irmão: a vontade do Pai é o imperativo na vida de ambos.

Assim, a ligação entre Jesus e os seus discípulos era muito mais profunda do que a sua convivência física com eles. Havia algo de superior que os unia, sem estar na dependência de elementos conjunturais, quais sejam, a pertença a uma determinada família, raça ou cultura. Basta alguém viver um projeto de vida fundado na vontade do Pai, para que Jesus o reconheça como pertencente à sua família.

Para ele, estes são seus irmãos, suas irmãs, suas mães. São irrelevantes outros títulos de relação com Jesus, quando falta este pré-requisito.

Oração
Espírito de adesão à vontade do Pai, faze-me sentir sempre mais membro da família do Reino, levando-me à perfeita submissão ao querer divino.

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