sexta-feira, 8 de julho de 2011

Liturgia da Sexta-Feira — 08.07.2011

Terço do Rosário: Mistérios Dolorosos (clique aqui...)
(Caríssimos, após meditar as leituras deste dia, rezem o Terço ao Vivo - Mistérios Dolorosos - com os Freis Agostinianos do Seminário Santa Mônica e se preferir, clique aqui para baixar o Santo Rosário e gravar no seu celular, MP3 ou CD e rezar onde desejar)


— Santo Eugênio

Um dado importante é que de cada três Papas, praticamente, um foi oficialmente declarado santo. Assim aconteceu com Santo Eugênio, que se tornou para a Igreja o homem certo para o tempo devido. Eugênio III nasceu no fim do século XI, em Pisa na Itália e, depois de ordenado, consagrou-se a Deus como sacerdote, até que abandonou todas suas funções para viver como monge.

O grande reformador da vida monástica – São Bernardo – o acolheu a fim de ajudá-lo na busca da santidade, assim como no governo da Igreja, pois inesperadamente o simples monge foi eleito para sucessor na Cátedra de Pedro. A Roma da época sofria com a agitação de Arnaldo de Bréscia, que reclamava instituições municipais com eleições diretas dos senadores, talvez por isso chegou a impedir a ordenação e posse de Eugênio, já que tinha sido eleito pelo Espírito Santo numa instituição de origem divina.

O Papa Eugênio teve muitas dificuldades no governo da Igreja, tanto assim que, teve de sair várias vezes de Roma, mas providencialmente aproveitou para evangelizar em outras locais como Itália e França. Além de promover quatro Concílios e lutar pela restauração dos santos costumes, Santo Eugênio zelou pela salvação das almas, com tanta dedicação, que passou por inúmeros sofrimentos.


Santo Eugênio, rogai por nós!


XIV SEMANA DO TEMPO COMUM
(Verde – Ofício do Dia)

Antífona da entrada: Recebemos, ó Deus, a vossa misericórdia no meio do vosso templo. Vosso louvor se estenda, como o vosso nome, até os confins da terra; toda a justiça se encontra em vossas mãos (Sl 47,10s).

Oração do dia
Ó Deus, que pela humilhação do vosso Filho reerguestes o mundo decaído, enchei os vossos filhos e filhas de santa alegria e daí aos que libertastes da escravidão do pecado o gozo das alegrias eternas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Primeira Leitura (Gênesis 46,1-7.28-30)
Leitura do livro do Gênesis.

Naqueles dias, 46 1 Israel partiu com tudo o que lhe pertencia. Chegou a Bersabéia, onde ofereceu sacrifícios ao Deus de seu pai Isaac.
2 Em uma visão noturna Deus disse-lhe: “Jacó! Jacó!” “Eis-me aqui”, respondeu ele.
3 E Deus disse: “Eu sou Deus, o Deus de teu pai. Não temas descer ao Egito, porque ali farei de ti uma grande nação.
4 Descerei contigo ao Egito, e eu mesmo te farei de novo subir de lá. José fechar-te-á os olhos.”
5 E Jacó deixou Bersabéia. Os filhos de Israel levaram seu pai, assim como seus filhos e suas mulheres, nos carros que o faraó tinha enviado para os transportar.
6 Tomaram também seus rebanhos e os bens que tinham adquirido na terra de Canaã,
7 e Jacó com toda a sua família partiu para o Egito. Levou consigo os seus filhos e seus netos, suas filhas e suas netas, enfim, toda a sua família.
28 Jacó tinha enviado Judá adiante dele para informar a José de sua chegada a Gessém. Quando chegaram a Gessém,
29 José mandou preparar o seu carro e montou para ir ao encontro de seu pai em Gessém. E, logo que o viu, jogou-se ao seu pescoço e chorou longo tempo em seus braços.
30 “Agora posso morrer, disse-lhe Israel, porque vi o teu rosto, e vives ainda!”
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.

Salmo responsorial 36/37

A salvação vem de Deus!

Confia no Senhor e faze o bem,
e sobre a terra habitarás em segurança.
Coloca no Senhor tua alegria
e ele dará o que pedir teu coração.

O Senhor cuida da vida dos honestos
e sua herança permanece eternamente.
Não serão envergonhados nos maus dias,
mas, nos tempos de penúria, saciados.

Afasta-te do mal e faze o bem,
e terás tua morada para sempre.
Porque o Senhor Deus ama a justiça
e jamais ele abandona os seus amigos.
Os malfeitores hão de ser exterminados
e a descendência dos malvados destruída.

A salvação dos piedosos vem de Deus;
ele os protege nos momentos de aflição.
O Senhor lhes dá ajuda e os liberta,
defendendo-os e protege-os contra os ímpios
e os guarda porque nele confiaram.

Aclamação do Evangelho

Aleluia, aleluia, aleluia.
Quando o paráclito vier, o Espírito da verdade, ele vos conduzirá a toda a verdade, lembrar-vos-á de tudo o que eu tenho falado (Jo 16,13; 14,26).


Evangelho (Mateus 10,16-23)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 10 16 "Eu vos envio como ovelhas no meio de lobos. Sede, pois, prudentes como as serpentes, mas simples como as pombas.
17 Cuidai-vos dos homens. Eles vos levarão aos seus tribunais e açoitar-vos-ão com varas nas suas sinagogas.
18 Sereis por minha causa levados diante dos governadores e dos reis: servireis assim de testemunho para eles e para os pagãos.
19 Quando fordes presos, não vos preocupeis nem pela maneira com que haveis de falar, nem pelo que haveis de dizer: naquele momento ser-vos-á inspirado o que haveis de dizer.
20 Porque não sereis vós que falareis, mas é o Espírito de vosso Pai que falará em vós.
21 O irmão entregará seu irmão à morte. O pai, seu filho. Os filhos levantar-se-ão contra seus pais e os matarão.
22 Sereis odiados de todos por causa de meu nome, mas aquele que perseverar até o fim será salvo.
23 Se vos perseguirem numa cidade, fugi para uma outra. Em verdade vos digo: não acabareis de percorrer as cidades de Israel antes que volte o Filho do Homem".
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!

Sobre as oferendas
Possamos, ó Deus, ser purificados pela oferenda que vos consagramos; que ela nos leve, cada vez mais, a viver a vida do vosso reino. Por Cristo, nosso Senhor.

Antífona da comunhão: Provai e vede quão suave é o Senhor! Feliz o homem que tem nele o seu refúgio! (Sl 33,9)

Depois da comunhão
Nós vos pedimos, ó Deus, que, enriquecidos por essa tão grande dádiva, possamos colher os frutos da salvação sem jamais cessar vosso louvor. Por Cristo, nosso Senhor.


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Testemunho Firme, mesmo com os Ventos contrários.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Esse evangelho tem como contexto o início do Cristianismo algum tempo após a ascensão de Jesus, 60 a 80 anos, quando os Cristãos foram expulsos da Sinagoga passando a ser uma seita derivada do Judaísmo, a essa perseguição interna, segue-se também a eterna, por parte do Império Romano. Nesse ambiente totalmente hostil ao evangelho, os cristãos se perguntavam se valeria a pena continuar com o anúncio e a vida nas comunidades mas havia também o medo, temiam por suas vidas e por suas Famílias, o que dizer diante dos interrogatórios feitos pelos poderosos? Como defender-se nessa situação desesperadora...

O evangelista quer lembrar á sua comunidade que Jesus nunca enganou a ninguém, não foram enviados para navegarem com o vento a favor, mas sempre em meio as contrariedades, em meio a Lobos vorazes que querem destruir e devorar.

O discípulo deverá ser prudente como as serpentes, isso é, ter em seu trabalho do Reino o bom censo e o equilíbrio, ser discreto e comedido, as serpentes não se expõe mas agem muito discretamente. Tive um amigo que cismou de fazer pregação na hora do almoço em um salão de jogos da empresa, achando que ali naquela hora era preciso falar do evangelho aquelas pessoas, foi advertido pela chefia, justamente porque não teve bom censo, equilíbrio em sua ação evangelizadora, poderia juntar-se aos colegas naquele lazer, e com seu comportamento entre eles fazer a diferença...Certamente isso teria surtido o efeito desejado, isso é, teria anunciado Jesus e o seu evangelho, dentro do contexto do momento.

Mas há também a simplicidade das pombas, nenhum discípulo deve vangloriar-se daquilo que faz, porque nesse caso irá se tornar arrogante, prepotente, e nesse caso, a sua pregação se tornará vazia, discipulado tem tudo a ver com humildade.

O contexto de hoje não é o mesmo do primeiro século do Cristianismo, entretanto, a hostilidade ao evangelho existirá sempre e o Cristão da atualidade, que verdadeiramente abraçar com Fidelidade o Discipulado terá sempre que ter esse “jogo de cintura”, esse jeitinho para abordar as pessoas sem escandalizá-las, também aqui é válida a afirmação final: não se preocupar com lindos discursos sobre Jesus e seu evangelho, mas deixar que o Espírito Santo fale, e esse Espírito se molda á cada pessoa.

Enfim, ficou claro áquelas comunidades primitivas de Mateus, e também ás nossas, que o Discípulo de Jesus sempre terá pela frente muitas contrariedades, e se a missão estiver fácil demais, é melhor parar e refletir, pois Cristianismo do Oba-Oba, pode até ser muito bonito em sua aparência, mas não leva a lugar nenhum...

Cristão não pode ser como macarrão, quando cai na fervura, logo afrouxa e amolece, abrindo mão de suas convicções oriundas do Santo Evangelho...

2. A alegria maior é fazer tudo em união com Jesus e com o Espírito de amor do Pai
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Temos neste texto de Mateus um trecho do discurso atribuído a Jesus ao enviar os doze apóstolos em missão. O texto tem um estilo literário apocalíptico. No evangelho de Marcos, mais primitivo, ele faz parte do discurso escatológico de Jesus ao prenunciar a destruição do Templo de Jerusalém, nas vésperas de sua paixão (Mc 13,9-13).

Muitos dos primeiros cristão sofreram perseguições tanto da parte dos judeus como do império romano. A alusão à terrível tragédia no seio da família, no texto acima, no seu estilo escatológico-apocalíptico, é uma referência à tradição profética da injustiça universal no fim dos tempos (Mq 7,6).

Contudo, a missão o enche o discípulo de alegria pelo convívio fraterno, pela comunicação com os irmãos, pela solidariedade que leva os pobres e humildes a sorrirem e a terem esperanças. E a alegria maior é fazer tudo em união com Jesus e com o Espírito de amor do Pai.

Oração
Pai, reveste-me com a força do teu Espírito a fim de que eu tenha força suficiente para perseverar, até o fim, no cumprimento da missão recebida de Jesus.

3. OS PERCALÇOS DA MISSÃO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Os apóstolos foram alertados, sem subterfúgios, para a realidade da missão. A imagem das ovelhas convivendo em meio a lobos não dava margem para ilusões. Eles tinham diante de si um destino de ódios, perseguições e martírio. Nada de aspirar honras e reconhecimento e, sim, preparar-se para defrontar com coragem a sorte futura.

Uma consolação para os apóstolos foi a promessa de não serem largados à própria sorte. Eles teriam a assistência do Espírito de Deus, mormente, nos momentos mais dramáticos de testemunho quando a perseguição se abatesse sobre eles. Nesta hora, falariam inspirados, pois o Espírito é quem falaria através deles. Por conseguinte, nada têm de temor.

Em meio a tantos percalços, os apóstolos foram exortados a revestir-se de perseverança. Talvez, fosse este o dom principal a ser pedido ao Espírito. Vítimas de perseguição prolongada, os apóstolos poderiam acabar cedendo às pressões e renunciar à missão recebida.

Evidentemente, Jesus não exigia deles se entregarem voluntariamente nas mãos de seus carrascos. Isso seria insensatez! Quanto possível, deveriam fugir e se proteger. Mas, sem abrir mão da missão.

A missão apostólica tem uma dimensão escatológica. Se o apóstolo persevera firme, até o fim, pode estar certo de receber o prêmio da salvação.

Oração
Senhor Jesus, conceda-me o espírito de perseverança que me leve a ficar firme no meio das dificuldades e contrariedades da missão.

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