quinta-feira, 14 de julho de 2011

Liturgia da Quinta-Feira — 14.07.2011

Terço do Rosário: Mistérios Luminosos (clique aqui...)
(Caríssimos, após meditar as leituras deste dia, rezem o Terço ao Vivo - Mistérios Luminosos - com os Freis Agostinianos do Seminário Santa Mônica e se preferir, clique aqui para baixar o Santo Rosário e gravar no seu celular, MP3 ou CD e rezar onde desejar)


— São Camilo de Léllis

Nasceu no ano de 1550 na Itália. Filho de pai militar, também seguiu essa carreira, mas não pode prosseguir devido a um tumor em um dos pés. Recorreu ao hospital de São Tiago em Roma, onde viveu sua compaixão pelos outros doentes.

Porém, ele deu um 'sim' ao pecado, entregando-se ao vício do jogo, onde perdeu tudo e ficou na miséria total. Saiu do hospital devido o seu temperamento. Foi de hospital em hospital para cuidar de sua ferida, até bater na porta dos franciscanos capuchinhos e ali quis trabalhar na obra de Deus.

Com 25 anos começou o seu processo de conversão. No hospital em Roma, Deus suscitou nele a santidade de ver nos doentes a pessoa de Cristo e também o carisma dos 'Camilianos'. Camilo também viveu uma bela amizade com São Felipe Néri.

Entrou para os estudos, foi ordenado sacerdote, e vendo a realidade dos peregrinos de Roma, que não tinham uma assistência médica digna, foi brotando nele o carisma de servir a Cristo na pessoa do doente, do peregrino. E muitos se juntaram a ele nessa obra. Em cada sofredor está a presença do Crucificado.

São Camilo partiu para o céu em 1614.

São Camilo de Léllis, rogai por nós!


XV SEMANA DO TEMPO COMUM *
(Verde – Ofício do Dia)

Antífona da entrada: Contemplarei, justificado, a vossa face; e serei saciado quando se manifestar a vossa glória (Sl 16,15).

Oração do dia
Ó Deus, que mostrais a luz da verdade aos que erram para retomarem o bom caminho, dai a todos os que professam a fé rejeitar o que não convém ao cristão e abraçar tudo o que é digno desse nome. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Primeira Leitura (Êxodo 3,13-20)
Leitura do livro do Êxodo.

3 13 Moisés disse a Deus: “Quando eu for para junto dos israelitas e lhes disser que o Deus de seus pais me enviou a eles, que lhes responderei se me perguntarem qual é o seu nome?”
14 Deus respondeu a Moisés: “EU SOU AQUELE QUE SOU”. E ajuntou: “Eis como responderás aos israelitas: (Aquele que se chama) ´EU SOU´ envia-me junto de vós.”
15 Deus disse ainda a Moisés: “Assim falarás aos israelitas: ´É JAVÉ, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó, quem me envia junto de vós. Este é o meu nome para sempre, e é assim que me chamarão de geração em geração”.
16 “Vai, reúne os anciãos de Israel e dize-lhes: ´o Senhor, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó apareceu-me. E disse-me: eu vos visitei, e vi o que se vos faz no Egito,
17 e disse: tirar-vos-ei do Egito onde sois oprimidos, para fazer-vos subir para a terra dos cananeus, dos hiteus, dos amorreus, dos ferezeus, dos heveus e dos jebuseus, terra que mana leite e mel´.
18 Eles ouvirão a tua voz. Irás então com os anciãos de Israel à presença do rei do Egito e lhe direis: ´o Senhor, o Deus dos hebreus, nos apareceu. Deixa-nos, pois, ir para o deserto, a três dias de caminho, para oferecer sacrifícios ao Senhor, nosso Deus´.
19 Eu sei que o rei do Egito não vos deixará partir, se ele não for obrigado pela força.
20 Mas estenderei a mão e ferirei o Egito com toda sorte de prodígios que farei no meio deles. Depois disso, o faraó vos deixará partir".
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.

Salmo responsorial 104/105

O Senhor se lembra sempre da aliança.

Dai graças ao Senhor, gritai seu nome,
anunciai entre as nações seus grandes feitos!
Lembrai as maravilhas que ele fez,
seus prodígios e as palavras de seus lábios!

Ele sempre se recorda da aliança,
promulgada a incontáveis gerações;
da aliança que ele fez com Abraão
e do seu santo juramento a Isaac.

Deus deu um grande crescimento a seu povo
e o fez mais forte que os próprios opressores.
Ele mudou seus corações para odiá-lo,
e trataram com má-fé seus servidores.

Então mandou Moisés, seu mensageiro,
e igualmente Aarão, seu escolhido;
por meio deles realizou muitos prodígios
e, na terra do Egito, maravilhas.

Aclamação do Evangelho

Aleluia, aleluia, aleluia.
Vinde a mim, todos vós que estais cansados, e descanso eu vos darei, diz o Senhor (Mt 11,28)


EVANGELHO (Mateus 11,28-30)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, tomou Jesus a palavra e disse: 11 28 "Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei.
29 Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas.
30 Porque meu jugo é suave e meu peso é leve."
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!

Sobre as oferendas
Acolhei, ó Deus, as oferendas da vossa Igreja em oração e fazei crescer em santidade os fiéis que participam deste sacrifício. Por Cristo, nosso Senhor.

Antífona da comunhão: Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele, diz o Senhor (Jo 6,56).

Depois da comunhão
Alimentados pela vossa eucaristia, nós vos pedimos, ó Deus, que cresça em nós a vossa salvação cada vez que celebramos este mistério. Por Cristo, nosso Senhor.


MEMÓRIA FACULTATIVA SÃO CAMILO LELLIS
(Branco – Ofício da Memória)

Oração do dia: Ó Deus, que inspirastes a são Camilo de Lellis extraordinária caridade para com os enfermos, dai-nos o vosso espírito de amor, para que, servindo-vos em nossos irmãos e irmãs, possamos partir tranqüilos ao vosso encontro na hora de nossa morte. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Sobre as oferendas: Recebei, Ó Pai, os dons do vosso povo, para que, recordando a imensa misericórdia do vosso Filho, sejamos confirmados no amor a Deus e ao próximo, a exemplo dos vossos santos. Por Cristo, nosso Senhor.

Depois da comunhão: Tendo participado com alegria do banquete da salvação, nós vos pedimos, ó Pai, que, imitando a caridade de são Camilo de Lellis, participemos com ele da vossa glória. Por Cristo, nosso Senhor.

Santo do Dia / Comemoração (SÃO CAMILO LELLIS):

Camila Compelli e João de Lellis eram já idosos quando o filho foi anunciado. Ele, um militar de carreira, ficou feliz, embora passasse pouco tempo em casa. Ela também, mas um pouco constrangida, por causa dos quase sessenta anos de idade. Do parto difícil, nasceu Camilo, uma criança grande e saudável, apenas de tamanho acima da média. Ele nasceu no dia 25 de maio de 1550, na pequena Bucchianico, em Chieti, no sul da Itália. Cresceu e viveu ao lado da mãe, uma boa cristã, que o educou dentro da religião e dos bons costumes. Ela morreu quando ele tinha treze anos de idade. Camilo não gostava de estudar e era rebelde. Foi então residir com o pai, que vivia de quartel em quartel, porque, viciado em jogo, ganhava e perdia tudo o que possuía. Apesar do péssimo exemplo, era um bom cristão e amava o filho. Percebendo que Camilo, aos quatorze anos, não sabia nem ler direito, colocou-o para trabalhar como soldado. O jovem, devido à sua grande estatura e físico atlético, era requisitado para os trabalhos braçais e nunca passou de soldado, por falta de instrução. Tinha dezenove anos de idade quando o pai morreu e deixou-lhe como herança apenas o punhal e a espada. Na ocasião, Camilo já ganhara sua própria fama, de jogador fanático, briguento e violento, era um rapaz bizarro. Em 1570, após uma conversa com um frade franciscano, sentiu-se atraído a ingressar na Ordem, mas foi recusado, porque apresentava uma úlcera no pé. Ele então foi enviado para o hospital de São Tiago, em Roma, que diagnosticou o tumor incurável. Sem dinheiro para o tratamento, conseguiu ser internado em troca do trabalho como servente. Mesmo assim, afundou-se no jogo e foi posto na rua. Sabendo que o mosteiro dos capuchinhos estava sendo construído, ofereceu-se como ajudante de pedreiro e foi aceito. O contato com os franciscanos foi fundamental para sua conversão. Um dia, a caminho do trabalho, teve uma visão celestial, nunca revelada a ninguém. Estava com vinte e cinco anos de idade, largou o jogo e pediu para ingressar na Ordem dos Franciscanos. Não conseguiu, por causa de sua ferida no pé. Mas os franciscanos o ajudaram a ser novamente internado no hospital de São Tiago, que, passados quatro anos, estava sob a sua direção. Camilo, já tocado pela graça, dessa vez, além de tratar a eterna ferida passou a cuidar dos outros enfermos, como voluntário. Mas preferia assistir aos doentes mais repugnantes e terminais, pois percebeu que os funcionários, apesar de bem remunerados, abandonavam-nos à própria sorte, deixando-os passar privações e vexames. Neles, Camilo viu o próprio Cristo e por eles passou a viver. Em 1584, sob orientação do amigo e contemporâneo, também fundador e santo, padre Filipe Néri, constituiu uma irmandade de voluntários para cuidar dos doentes pobres e miseráveis, depois intitulada Congregação dos Ministros Camilianos. Ainda com a ajuda de Filipe Néri, estudou e vestiu o hábito negro com a cruz vermelha de sua própria Ordem, pois sua congregação, em 1591, recebeu a aprovação do Vaticano, sendo elevada à categoria de ordem religiosa. Eleito para superior, dirigiu por vinte anos sua Ordem dos padres enfermeiros, dizem que com "mão de ferro" e a determinação militar recebida na infância e juventude. Depois, os últimos sete anos de vida preferiu ficar ensinado como os doentes deviam ser tratados e conviver entre eles. Mesmo sofrendo terríveis dores nos pés, Camilo ia visitar os doentes em casa e, quando necessário, chegava a carregá-los nas costas para o hospital. Nessa hora, agradecia a Deus a estatura física que lhe dera. Recebeu o dom da cura pelas palavras e orações, logo a sua fama de padre milagreiro correu entre os fiéis, que, ricos e pobres, procuravam sua ajuda. Era um homem muito querido em toda a Itália, quando morreu em 14 de julho de 1614. Foi canonizado em 1746. São Camilo de Lellis, em1886, foi declarado Padroeiro dos Enfermos, dos Doentes e dos Hospitais.


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. O Peso da Lei
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Entre prescrições e obrigações os Judeus tinham 680 leis para serem cumpridas, viver sob o julgo de uma Lei não é nada agradável. Vamos trazer isso ao nosso dia a dia, sabemos bem que o trabalho é o sustento de uma pessoa, imaginemos uma pessoa que trabalha em algo que não gosta, o seu dia a dia deve ser muito desgastante e estressante, o motorista de um transporte coletivo, um enfermeiro, um médico, um engenheiro, um Padre ou Bispo, um Diácono, estas últimas são vocações religiosas, mas também entram nesse contexto, já imaginaram qualquer uma dessas vocações, a pessoa não gosta do que faz, e o faz apenas por obrigação, no caso das profissões, apelas pelo Salário, mas no caso das vocações religiosas, por puro status. Quão horrível deve ser o dia a dia dessas pessoas.

Imaginemos um jogador de futebol, que está jogando apenas por dinheiro, nunca vestiu de verdade a camisa do time, Fazer por obrigação, fazer pelo salário apenas, é um peso insuportável. Vamos agora ver isso na nossa relação com Deus, cumprir as obrigações religiosas, com Deus e com a Igreja, rezar porque é preciso, ir a missa porque é preciso, atuar em alguma pastoral ou movimento, porque é preciso.

O que é que nos obriga a fazer essas coisas? Aí os motivos são muitos, há quem faça apenas por medo de não chegar ao céu, há quem faça, por medo que Deus castigue, há quem faça, apenas para estar de bem com Deus e sentir-se protegido. Podem reparar, as vezes as pessoas soltam frases mais ou menos assim, em um domingo de manhã, após a Missa “Bom, já cumpri minha obrigação, agora estou livre’ . Livre para fazer as coisas boas do domingo, futebol, churrasco, cerveja, piscina, chácara, pescaria, passeio etc. Poderia até aproveitar melhor essas coisas boas, se não tivesse antes que “bater o ponto” na Igreja.

Jesus, no evangelho de hoje, faz uma proposta nesse sentido, ele nos desobriga de todas essas coisas e pede apenas para que nos sintamos amados por ele, gratuitamente, incondicionalmente. É assim que o Pai o ama, é assim também o seu amor por nós, sempre um dom imerecível... Precisamos ser livres para servir, o amor pressupõe a liberdade.

A partir do momento em que nos descobrimos amados por Jesus, um amor suave que nunca cobra, que nada exige, iremos sentir um desejo imenso e forte de expandir esse amor, e então possivelmente iremos fazer todas essas coisas, que agora terão um novo sentido. E como saber quando o nosso fardo está pesado demais?

Quando nossas relações familiares ou comunitárias, andam desgastadas e estressantes, quando brigamos muito com os outros, sendo impacientes e intolerantes, quando as pessoas começam a reclamar que somos intolerantes, impacientes, incompreensíveis, eis o sinal de alerta! Está mais do que na hora de dar um tempo e procurar essa experiência profunda com Jesus, para nos abastecer da sua humildade, deixando com ele nosso cansaço e voltando para nossos trabalhos com um novo ardor missionário.

Não vale a pena caminhar gemendo, e eternamente reclamando das coisas que fazemos por obrigação, Carregar peso, Jesus já o fez por nós... exatamente para que o nosso julgo fosse sempre suave, por causa da leveza do amor...

2. Coração compassivo
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Podemos considerar que nesta proclamação de Jesus resumem-se todos os evangelhos. É o Jesus simples, humano, sensível, que se faz presente entre nós e nos dirige palavras carinhosas e sedutoras, que são luz e vida. Os discípulos, no tempo de Jesus, viviam sob o jugo da Lei.

Os escribas e fariseus amarravam fardos pesados sobre seus ombros (Mt 23,4), sob a forma dos inúmeros preceitos legais, as exigências de ofertas, as discriminações, as humilhações e as exclusões. Jesus oferece o jugo do cumprimento da vontade do Pai. Esta vontade é o dom da vida eterna e o caminho é a prática das bem-aventuranças, que levam a um estado de felicidade divina e a uma alegria comunicativa. O mundo, dominado pelos ambiciosos e poderosos, também amarra fardos pesados, tanto sobre os inseridos no sistema global, como os excluídos, cada um a seu modo.

As opressões sob formas diversificadas, as ansiedades, as frustrações, os stresses urbanos, a violência e o medo que provoca, a carência, a fome, a doença, a miséria. Jesus manso e humilde de coração oferece a sua paz. Já era aquele coraçãozinho que batia, junto com o coração de Maria, em seu ventre. É o Jesus humano, com seu coração compassivo, que convivendo conosco nos revela o Pai, nos comunica seu Espírito de amor, nos ilumina e conforta, nos estimula à luta e nos dá a vida eterna.

Oração
Pai, dá-me disposição para pôr em prática as exigências do Reino, assumidas como expressão de minha fé sincera em teu Filho Jesus. Que elas sejam para mim um jugo suave!

3. O REPOUSO PROMETIDO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

O Mestre Jesus propôs-se a romper um certo esquema religioso de sua época, no qual as pessoas viviam assoberbadas em cumprir uma enorme quantidade de minuciosas prescrições religiosas, não tendo tempo para as coisas essenciais. Evidentemente, quem penava, carregando pesados fardos, era o povo simples, ao passo que fariseus e doutores da Lei adaptavam as exigências legais às suas comodidades.

O jugo suave e o fardo leve anunciados por Jesus não consistiam na abolição pura e simples das exigências religiosas, mas sim, na sua substituição por uma outra pauta de ação: seguir o Mestre no caminho do amor compassivo e misericordioso ao próximo. Nada de preocupação com coisas secundárias, nem neurotização para cumprir, nos mínimos detalhes, as coisas prescritas. A libertação disto tudo aconteceria, ao se buscar viver o amor misericordioso como exigência fundamental, no processo de comunhão com Deus.

Por isso, existe uma profunda diferença entre os discípulos dos mestres da Lei e os discípulos de Jesus. Os primeiros penam, sob o pesado fardo das exigências da Lei. Os segundos fazem a experiência da paz e do repouso, ao se submeterem somente à lei do amor. Os primeiros são orientados por espíritos arrogantes e prepotentes. Os segundos experimentam a mansidão e a humildade de Jesus.
"Vinde a mim" é o apelo de Jesus a quem é escravizado pela religião.

Oração
Espírito de paz e de repouso, liberta-me do pesado jugo do legalismo, e faze-me abraçar o jugo suave e leve, que me leva a ser misericordioso para com o meu próximo.

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