quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

"O PÃO NOSSO DE CADA DIA" TRANSMITIDO PELA REDE VIDA DE TELEVISÃO DIA 25/02/10.

Padre Fernando J. C. Cardoso

Arquidiocese de São Paulo

“Pedi e recebereis, batei e a porta vos será aberta”. Eis um Evangelho consolador.

As afirmações são colocadas nos próprios lábios de Jesus. Tendo estas afirmações nos meus lábios, eu normalmente falo o seguinte aos peregrinos que levo a Terra Santa, diante da Basílica da Agonia, onde se faz memória da agonia de Jesus no Horto das Oliveiras: Aquele que disse, “Pedi e recebereis, batei e a porta vos será aberta”, quando no jardim e no horto, angustiado, pediu “Pai, afasta de Mim este cálice”. O cálice não Lhe foi afastado. Pediu e não recebeu, mas acrescentou: “Não a minha, mas a Tua vontade seja feita”.

No final da oração a vontade humana de Jesus se conformava com a vontade do Pai e aceitava o cálice da paixão, que Ele percebeu não lhe seria tirado.

Jesus pediu num momento primeiro que isto lhe fosse retirado das vistas e das mãos. Soube ler no silêncio de Deus, que esta oração assim, não seria atendida. E então, acrescentou o que já disse: “Não a Minha mais a Tua vontade seja feita”.

Existiam algumas maneiras de se livrar da morte, ou ser dela poupado - o que Jesus não foi - ou ressuscitando para trás - o que aconteceu com Lazaro, com o filho da viúva de Naim, mas não com Ele - ou então ressuscitando para frente, depois de atravessar o próprio mistério da morte.

Esta foi a graça que Jesus recebeu. Aos peregrinos que eu levo a Terra Santa, diretamente da Basílica da Agonia, eu digo sempre: peçam, mas com uma mão apresentem a Deus as orações, as súplicas e os pedidos, mas não levantem a outra mão apresentando a Deus também a solução. Basta o pedido, deixemos a solução que venha de Deus, da forma como Ele quiser, da maneira como quiser e quando Ele quiser também. Porque quem reza sente a sua pobreza total. Ele não é senhor de si, não é senhor de seu tempo e não possui nas mãos o que suplica a Deus. O deixa livre para escolher a maneira como deseja intervir na nossa vida.

No caso de Jesus, sabemos o cálice não lhe foi retirado. Jesus passou pela morte e saiu vencedor para nunca mais morrer e tendo agora as chaves dos hades e do abismo dos mortos nas próprias mãos.

Deixemos sempre a última palavra a Deus e não antecipemos a solução que pode não ser sua.

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