sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Primeira Semana da Quaresma - 1ª Semana do Saltério (Livro III) - cor Litúrgica Roxa

Santos do Dia: Agrícola de Nevers (bispo), Alexandre de Alexandria (bispo), André de Florença (bispo), Dionísio de Ausburgo (bispo, mártir), Faustiniano de Bolonha (bispo), Fortunato, Félix e Companheiros (mártires), Irene de Gaza, Nestor de Perge (bispo, mártir), Pápias, Diodoro, Conon e Claudiano (mártires da Panfília, na Ásia Menor), Porfírio de Gaza (bispo), Quodvultdeus de Cartago (bispo), Vitor de Troyes (eremita), Isabel da França (clarissa, bem-aventurada), Leão de Saint-Bertin (abade, bem-aventurado), Matilde de Spanheim (monja, virgem, bem-aventurada), Paula Montal (virgem, bem-aventurada).

Antífona: Livrai-me, Senhor, das minhas aflições, vede minha dor; perdoai todos os meus pecados. (Sl 24, 17-18)

Oração do Dia: Concedei, ó Deus, que vossos filhos e filhas se preparem dignamente para a festa da Páscoa, de modo que a mortificação desta Quaresma frutifique em todos nós. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I Leitura: Ezequiel (Ez 18, 21-28)

Arrependendo-se de todos os pecados, viverá

Assim fala o Senhor: 21"Se o ímpio se arrepender de todos os pecados cometidos, e guardar todas as minhas leis, e praticar o direito e a justiça, viverá com certeza e não morrerá. 22Nenhum dos pecados que cometeu será lembrado contra ele. Viverá por causa da justiça que praticou. 23Será que eu tenho prazer na morte do ímpio? - oráculo do Senhor Deus. Não desejo, antes, que mude de conduta e viva? 24Mas, se o justo se desviar de sua justiça e praticar o mal, imitando todas as práticas detestáveis feitas pelo ímpio, poderá fazer isso e viver? Da justiça que ele praticou, nada mais será lembrado. Por causa da infidelidade e do pecado que cometeu, por causa disso morrerá.

25Mas vós andais dizendo: 'A conduta do Senhor não é correta'. Ouvi, vós da casa de Israel: É a minha conduta que não é correta, ou antes é a vossa conduta que não é correta? 26Quando um justo se desvia da justiça, pratica o mal e morre, é por causa do mal praticado que ele morre. 27Quando um ímpio se arrepende da maldade que praticou e observa o direito e a justiça, conserva a própria vida. 28Arrependendo-se de todos os seus pecados, com certeza viverá; não morrerá.” Palavra do Senhor!

Comentando a I Leitura

Será que eu tenho prazer na morte do ímpio?

Ezequiel levanta um problema candente: o problema da responsabilidade em lace do pecado e do sofrimento que dele resulta. Existe certamente um pecado coletivo: a Bíblia fala especialmente do pecado do povo. Jesus é "o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (Jo 1,29). O mal da humanidade é considerado como uma só e enorme pecaminosidade. Mas o profeta acautela contra o perigo que se pode esconder nesta visão: o risco de lançar sobre a coletividade ou sobre Deus toda a responsabilidade, ficando surdo a todo apelo à conversão individual; o risco de esquecer que a luta profunda entre o bem e o mal se trava no coração do homem. Afirmam os bispos latino-americanos que, no contexto de injustiça institucionalizada que gera uma "situação de pecado social", "não teremos um continente novo sem novas estruturas, mas sobretudo não existirá ali um continente novo sem homens novos que, à luz do Evangelho, saibam ser verdadeiramente livres e responsáveis". [Extraído do MISSAL COTIDIANO, ©Paulus, 1997]

Salmo: 129(130), 1-2.3-4ab.4c-6.7-8 (R/.3)
Se levardes em conta nossas faltas, que haverá de subsistir?

1Das profundezas eu clamo a vós, Senhor, 2escutai a minha voz! Vossos ouvidos estejam bem atentos ao clamor da minha prece!

3Se levardes em conta nossas faltas, quem haverá de subsistir? 4Mas em vós se encontra' o perdão, eu vos temo e em vós espero.

5No Senhor ponho a minha esperança, espero em sua palavra. 6A minh´alma espera no Senhor mais que o vigia pela aurora.

7Espere Israel pelo Senhor, mais que o vigia pela aurora! Pois no Senhor se encontra toda graça e copiosa redenção. 8Ele vem libertar a Israel de toda a sua culpa.

Evangelho: Mateus (Mt 5, 20-26)

Vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 20"Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos céus.

21Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: 'Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal'. 22Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo; quem disser ao seu irmão: 'patife!' será condenado pelo tribunal; quem chamar o irmão de 'tolo' será condenado ao fogo do inferno.

23Portanto, quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão. Só então vai apresentar a tua oferta. 25Procura reconciliar-te com teu adversário, enquanto caminha contigo para o tribunal. Senão o adversário te entregará ao juiz, o juiz te entregará ao oficial de justiça, e tu serás jogado na prisão. 26Em verdade eu te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo". Palavra da Salvação!

Comentário do Evangelho

A exigência da comunhão fraterna

O ensinamento de Jesus foi sempre incisivo na questão da comunhão fraterna. Este tema aparece já nas primeiras páginas da Bíblia que relatam o terrível episódio do assassinato de Abel pelas mãos de seu irmão Caim, nos primórdios da humanidade. Este fratricídio brutal e injustificado abriu a porta para todos os demais homicídios que mancharam de sangue a história da humanidade. Quando o Decálogo declarou, de maneira inequívoca, “Não matarás”, estava visando a preservação da humanidade. Sem respeito à vida, a sobrevivência dos seres humanos estaria comprometida.


Os discípulos de Jesus foram confrontados com uma exigência superior à da Lei mosaica. Era preciso dar um passo adiante e assumir a comunhão fraterna como imperativo. Dela decorria a capacidade de ser compreensivo com o outro, evitando irritar-se com ele ou jogar-lhe em rosto palavras ofensivas. O relacionamento com Deus deveria ser vivido juntamente com o relacionamento com o próximo. A oferenda a Deus seria inútil, se o coração do oferente fosse contaminado pela inimizade, e o seu relacionamento com alguém estivesse rompido. A reconciliação tem prioridade em relação ao culto.


O discípulo sensato apressa-se a cumprir a ordem do Mestre, mesmo reconhecendo que deverá superar inúmeras barreiras, para chegar à reconciliação e acontecer a comunhão. (O EVANGELHO DO DIA, Ano “A”. Jaldemir Vitório. ©Paulinas, 1996)

Reconciliar-se com o irmão

Postado por: padrepacheco

Já que Quaresma é tempo, por excelência, de conversão, conversão também significa darmos um novo rumo à maneira de olharmos nossos irmãos, especialmente aqueles que nos fizeram mal e que precisamos perdoar/amar.

Jesus é taxativo! Para o cristão, perdoar não é opcional: ou perdoamos/amamos ou deixamos de ser cristãos. Não adianta nada irmos ao altar do Senhor levar nossa oferenda, sem antes nos reconciliarmos com nossos irmãos. Nós sacerdotes, que atendemos muitas e muitas pessoas em direção espiritual, aconselhamento, confissão, quantos sofremos por não conseguirmos perdoar àquelas pessoas que nos fizeram mal. Quantas pessoas arrastam a sua vida, vivem tristes, deprimidas, sem saber o que fazer. Muitas, inclusive, desenvolvem doenças físicas, emocionais, psicológicas, espirituais, pela falta de perdão/amor. A própria ciência explica que 80% das doenças são psicossomáticas. A grande maioria decorrente da falta de perdão/amor.

Numa certa ocasião, durante um retiro espiritual, fui chamado a ir até o quarto de uma pessoa, pois esta estava passando “muito mal”. Era de manhã. Tinha passado a noite inteira sem dormir, com muita indisposição e mal-estar. Esta pessoa me dizia, aparentemente muito mal, que estava muito feliz, pois tinha recebido uma cura física. E me disse que após a confissão (ela havia se confessado com um outro sacerdote) foi ao quarto para descansar; testemunhou que durante a confissão resolveu perdoar Deus pelo fato de tê-Lo culpado durante treze anos pela morte de sua filha. Quando chegou ao quarto, após a confissão, percebeu que uma veia cerebral, em sua cabeça, voltara a irrigar sangue para o cérebro. Estava com uma artéria no cérebro que havia secado, sem condições de reversão para a medicina. Após a confissão, quando deitou na cama, escutou como que uma água sendo passada por um cano… um registro sendo aberto. Ela não teve dúvidas: naquele momento ela sabia estar sendo curada pelo Senhor, após perdoá-Lo. Deus não precisa do nosso perdão; mas nós precisamos exercer essa virtude [perdão] com quem quer que seja. Ela foi aos médicos e estes, boquiabertos, não entenderam o que havia acontecido. Refez os exames e a cura milagrosa estava ali para testemunhar a graça do perdão.

Deus nos exige perdoar para que venhamos a ter vida. Quem não perdoa gera morte dentro de si, se autodestruindo. Mas para que venhamos a perdoar, precisamos entender o que isso significa verdadeiramente. O perdão não é sentimento; perdão é decisão! O dia em que sentirmos vontade de perdoar alguém, não precisaremos mais perdoar, ou seja, já perdoamos. O perdão verdadeiro é dado quando não queremos perdoar, quando não temos vontade de concedê-lo, mas, decididamente, resolvemos perdoar. Perdão não é esquecer!Esquecimento não é fruto de perdão, é fruto de uma doença: mal de Alzheimer!Quando me proponho a perdoar, perdoo não porque a pessoa precisa ou merece o meu perdão; perdoo porque eu preciso perdoar.

O ressentimento e a mágoa que temos em relação a uma pessoa é a mesma coisa que comprarmos um pacote de veneno para dar ao outro; nunca conseguiremos fazer com que este tome o veneno; então, nós mesmos passamos a tomar um por um, morrendo aos poucos de envenenamento e envenenando a vida dos outros.

Por sua vez, precisamos não confundir amar/perdoar com gostar. São duas coisas completamente diferentes. Amar/perdoar significa respeitar, tratar com dignidade a pessoa, rezar por ela e estar sempre à disposição para ajudá-la quando ela precisar de nós. Gostar é fruto de intimidade, estar próximo, trocar confidências, etc… Não sou obrigado a gostar de ninguém! Sou, por ser cristão, obrigado a amar/perdoar.

Para que possamos amar/perdoar, a pessoa a ser amada/perdoada devemos “amorizá-la”, ou seja, devemos tomar a decisão de perdoá-la, trazer as suas qualidades à tona e também pedir perdão a ela – estando presente ou não - e pedir que Jesus a perdoe. Tudo isso na presença do Senhor! É a única maneira de nos libertarmos. Por isso a exigência de Jesus em perdoarmos; não por causa do outro, mas por causa de nós mesmos. Para que sejamos livres!

Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova

Contexto: Discurso Evangélico (Jesus expõe o espírito novo do Reino de Deus) Leituras paralelas: Tg 1, 19-20; Lc 12, 38-39;

Para sua reflexão: Jesus se apresenta como autoridade soberana. Neste caso Ele é maior que Moisés. “Inútil e louco” são insultos graves que negam ao outro a capacidade de compreender: expressam desprezo e talvez rancor, inveja, e podem conduzir a ações graves; até por brincadeira maliciosa deve ser evitado. O Castigo está escalonado: o tribunal local, o Conselho nacional, o próprio Deus. O preceito negativo “não matar” estende-se à exigência positiva da reconciliação, posta para dar ênfase em relação com o culto. Por fim a reconciliação com o seu irmão ou irmã, em Cristo, é de suma importância para o equilíbrio de uma comunidade, de um ambiente de trabalho. Manter um clima de brigas, de discussões, de disputas até por coisas fúteis não constrói um equilibro fraterno; pelo contrário, quem planta guerra, só colhe o infortúnio. Dos dez mandamentos elencados nas duas tábuas de Moisés Jesus praticamente os reduz a um mandamento: o do amor. Quem ama ao próximo só colhe o amor, eis o desafio dos novos tempos!

Santo Alexandre

Hoje lembramos a vida de Santo Alexandre que governou a Igreja em Alexandria. Alexandre Santo bispo esteve na zelando pelo rebanho do Cristo, e principalmente cuidando do alimento doutrinal que começou a ser ameaçado pelo Arianismo. Ário era um sacerdote de Alexandria que começou a espalhar uma mentira afirmando que somente o Pai poderia ser chamado Deus, enquanto que Cristo é inferior ao Pai, distinto por natureza do Pai, seria, portanto, uma criatura, excelente e superior às demais, mas não divina nem eterna. Várias correções o bispo Alexandre fez a Ário, mas irreversível não deixou de envenenar os cristãos, mesmo depois de saber da condenação de sua doutrina. Santo Alexandre, um ano antes de sua morte com o imperador Constantino e principalmente o papa da época, foram os responsáveis pela realização do Concílio Ecumênico em Nicéia, Ásia Menor, que definitivamente condenou a heresia e definiu: " Filho Unigênito do Pai... consubstancial ao Pai".

A verdadeira sabedoria consiste em saber como aumentar o bem-estar do mundo. (Benjamim Franklin)

O otimismo é a fé que leva à realização. Nada pode ser feito sem esperança ou confiança. (Helen Keller)

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