Por quê precisamos de Maria? | ||
Maria mostra o Caminho. O Catecismo da Igreja Católica esclarece admiravelmente o papel de Maria em nossa vida, num texto curtinho, onde cada palavra tem peso, é necessária e insubstituível: "A partir do consentimento dado na fé por ocasião da Anunciação e mantido sem hesitação sob a cruz, a maternidade de Maria se estende aos irmãos e irmãs de seu Filho, 'que ainda são peregrinos e expostos aos perigos e às misérias'. Jesus, o único Mediador, é o Caminho da nossa oração; Maria, sua Mãe e nossa Mãe, lhe é totalmente transparente. Maria 'mostra o Caminho' (...), é seu 'sinal' (...)." Como precisamos de Maria! O doce nome de Maria, Senhora, evoca Luz. Maria não é um adorno supérfluo da Igreja - é uma escolha de Deus: o molde que Deus utilizou para moldar seu Filho em nossa humanidade. É, ainda, através da história das nossas lutas, desacertos e desenganos, aquela que, com amor materno, procura moldar a humanidade em Cristo. Nossa Senhora, que nos trouxe Cristo, busca incansavelmente nos levar a Ele. Ela é o caminho mais seguro, mais fácil e mais curto para chegar a Jesus, porque somos "crianças de Deus" e Ela é a Mãe. Maria-Caminho é 'SIM" - SIM PARA DEUS: Maria sempre esteve unida à vontade de Deus, que conheceu no silêncio orante. Maria concebeu Cristo primeiro no coração e depois na mente - finalmente na História. Ela é a porta-voz da Sua vontade: "Fazei o que Ele vos disser". SIM PARA OS HOMENS: Maria é Mãe do Filho de Deus e Mãe de todos os filhos de Deus em Cristo - Mãe do Cristo total - a Igreja; portanto, nossa Mãe! Ela nos ama porque ama a Jesus: Ela jamais esquece que somos a razão da sua Encarnação, o preço da sua Paixão e Morte, os herdeiros da sua Ressurreição. Aprendamos de Maria, Porta do Céu. Recorramos confiantes a Maria em todas as nossas necessidades; e sobretudo, oremos pelas próprias intenções de Maria a nosso respeito, pois Ela deseja para nós um bem ainda maior do que o que nós podemos conceber: nossa vitória sobre o mal completa a Vitória de Jesus, razão do existir de Maria! Oremos: Maria, NOSSA MÃE, MÃE DA IGREJA, intercede por nós! |
terça-feira, 31 de maio de 2011
Maria e o Tempo Pascal | ||
Como viver “Maria” em pleno tempo de Páscoa? O mais importante é que estamos vivendo o Tempo Pascal? Nenhuma dificuldade haverá se soubermos orientar a nossa devoção a Maria em sentido pascal. A liturgia da Igreja não conhece ritmos mensais: tem um ritmo anual, semanal e diário. O ciclo festivo do Natal é o tempo mais mariano de todo o ano litúrgico. A figura de Maria é, de fato, inseparável do mistério do nascimento de Jesus. Os meses devocionais («mês de Maria», «mês do Coração de Jesus»,«mês do Rosário», «mês das Almas»)nasceram em períodos de um certo afastamento do povo cristão em relação à celebração litúrgica. Mas ela é mais importante que essas devoções. O Diretório sobre a piedade popular e a liturgia dá a seguinte orientação: “... que em grande parte coincide com os cinqüenta dias da Páscoa, os exercícios de piedade deverão evidenciar a participação da Virgem no mistério pascal e no evento pentecostal que inaugura a caminhada da Igreja; uma caminhada que ela, tornada participante da novidade do Ressuscitado, percorre guiada pelo Espírito” (n.º 191). Por conseguinte, os exercícios de piedade devem estar iluminados pela luz de Cristo ressuscitado, apresentando Nossa Senhora como uma crente que se associou ao seu Filho na sua paixão e ressurreição, assim como esteve presente no Pentecostes, quando nasceu a Igreja |
«Maria pôs-se a caminho»
O Céu na fé (Primeiro retiro), décimo dia
Parece-me que a atitude da Virgem durante os meses que decorreram entre a Anunciação e a Natividade é o modelo das almas interiores, dos seres que Deus escolheu para viverem no Seu íntimo, no fundo do abismo sem fundo. Em que paz, em que recolhimento Maria se terá entregado a todas as coisas, divinizando as mais banais! Pois a Virgem adorava o dom de Deus através de tudo, o que não a impedia de se entregar aos outros sempre que se tratava de exercer a caridade.
O Evangelho diz-nos que «Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se à pressa para a montanha, a uma cidade da Judeia. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel». Nunca a visão inefável que contemplava em si própria diminuiu a sua caridade porque, diz um piedoso autor [Ruusbroeck], se a contemplação «a leva ao louvor, e à eternidade do seu Senhor, ela possui a unidade e não a perderá. Quando lhe chega uma disposição do céu, volta-se para os homens, compadece-se de todas as suas necessidades, inclina-se sobre todas as misérias; é necessário que chore e que fecunde. Ela ilumina como o fogo; como ele, queima, absorve e devora, elevando para o céu o que consumiu. E, depois de realizar a sua acção aqui em baixo, levanta-se e retoma, escaldante com o seu fogo, o caminho das alturas».
São Raimundo Nonato, escravo mercedário, +1240
O espanhol Raimundo Nonato, viveu no século XIII, e se rebelou contra a escravidão que na época era tida como natural por muita gente. Em 1224, entrou na ordem dos mercedários, que era dedicada a resgatar os cristãos capturados pelos islâmicos, que eram levados para prisões na Argélia. São Raimundo não queria apenas libertar os escravos, mas lutava também para manter viva a fé cristã dentro deles. Capturado e preso na Argéliaa, converteu presos e guardas, mas teve a boca perfurada e fechada por um cadeado para não pregar mais. Após sua libertação, foi nomeado em 1239 cardeal pelo papa Gregório IX; todavia, no início de seu caminho para Roma padeceu violentas febres pela qual morreu.
Recebeu a alcunha de Nonato (em catalão Nonat) porque foi extraído do ventre de sua mãe, já morta antes de dar-lhe à luz, ou seja, não nasceu de uma mãe viva, mas foi retirado de seu útero, algo raríssimo à época.
É considerado o patrono das parteiras e obstetras.
Fátima no Rio de Janeiro
Dom Orani João Tempesta, O. Cist., Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro - RJ
Neste final de semana, no sábado, inauguramos aqui no Rio de Janeiro a réplica da Capela das Aparições de Fátima, no Bairro do Recreio, com a presença do Bispo de Leiria, Fátima, Reitor do Santuário de Fátima em Portugal, e outras autoridades. Um marco da devoção Mariana em nossa região. A réplica da Capela das Aparições, hoje Santuário de Nossa Senhora de Fátima, no Recreio, aqui no Rio de Janeiro, é um passo dentro de uma história que começou há muito tempo, desde a chegada da devoção mariana com as aparições em Fátima, até este momento marcante em nossa história.
Para compreender os passos dados, teremos que conhecer também o movimento que fez originar essa Capela, que é “a tarde com Maria”. Tanto esse movimento como a construção da “capelinha das aparições”, assim como o Santuário Nossa Senhora de Fátima, já eram realidade quando aqui cheguei. São experiências e decisões que já existiam, mas que tenho a graça de poder viver este momento junto com o nosso povo, pedindo a Deus para que seja mais um local que ajude o povo a se aproximar de Deus, de sua vida de conversão, da renovação da própria vida através da devoção mariana.
“A Tarde com Maria”, o movimento que originou a construção da Capela e agora Santuário de Fátima, no Recreio, é mais um exemplo da intercessão da Mãe de Deus, mostrando-nos o poder da oração, em especial do santo Rosário, na vida das pessoas. A Procissão teve início há 25 anos, na Praça Serzedelo Correia, em Copacabana, quando um grupo de jovens reuniu-se para agradecer a Deus, pela interseção de Nossa Senhora de Fátima, uma cura milagrosa através da Oração do Terço. Este encontro aconteceu nos anos seguintes, cada vez com mais participantes e, ao completar 10 anos, passou a ser celebrado na Catedral Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro e a fazer parte do calendário oficial da Arquidiocese, transformando-se em uma das maiores procissões do mundo, recebendo anualmente as bênçãos da Santa Sé Apostólica.
Nos dias atuais, a procissão, que começou numa praça de Copacabana, é uma Associação Arquidiocesana, que administra a construção de uma réplica da Capela das Aparições do Santuário de Fátima. A inspiração de reproduzir na cidade do Rio de Janeiro esse solo sagrado, onde Nossa Senhora apareceu aos três pastorinhos, aconteceu no próprio Santuário português, quando o fundador da “Tarde com Maria”, mais uma vez agradecia essa história de fé, amor, entrega e confiança, que este ano completa seu jubileu de prata.
Refletir sobre Maria e sobre todas as benfeitorias que devemos promover em sua honra, nos leva a falar do plano eterno de Deus, que a escolheu como Mãe de seu Filho e Mãe de toda a humanidade. Maria espera de todos nós uma entrega plena e sem hesitação, como Ela mesma nos ensinou, ao dizer ao Anjo Gabriel: “faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,26-38), proclamando o “sim” inquestionável que mudou a nossa história para sempre.
Essa obra de Deus, construída no Rio de Janeiro, tem essa mesma finalidade: levar as pessoas a uma vida de conversão mudando a história de vida dos que vão ao encontro da Igreja, com a evangelização que acontece em torno dessa devoção representativa das Aparições de Nossa Senhora. A réplica da Capela das Aparições é um “grande presente” que o Rio de Janeiro conquista, e já começa a ser um centro de peregrinações. A ideia é trazer ao Brasil um pouco do espírito do que acontece no Santuário de Fátima, em Portugal, que chega a esta cidade de forma definitiva, abençoando todos os brasileiros.
Celebramos neste mês de maio a Festa de Nossa Senhora de Fátima e também a beatificação do Papa João Paulo, que foi tão devoto de Maria, especialmente de Fátima. Em nossa cidade e Arquidiocese temos uma forte presença de irmãos e irmãs portugueses que nos legaram esta santa devoção mariana, a qual nos une aos lusitanos e aos católicos de todo o mundo que reconhecem na mensagem de Fátima um chamado universal para reafirmar o nosso Batismo e para viver com coragem a nossa fé neste mundo tão controverso e aonde cada vez mais a família vai sendo esfacelada pela ausência de Deus e pelas novas “modas”, que não são os caminhos do Redentor para a família. Neste mês que também ocorre a Peregrinação das Famílias a Aparecida, será importante valorizar cada vez mais a “célula da humanidade”.
Rezemos pelas nossas famílias! O exemplo de Maria, que constitui a Sagrada Família, nos ajudará a rezar para que as novas gerações continuem valorizando a família. A inauguração da Réplica da Capela das Aparições, no Rio de Janeiro, durante a Santa Missa que presido neste dia 28 de maio, na réplica da Capela das Aparições, será um marco Mariano de demonstração do que se pode alcançar através da nossa unidade com a Mãe de Deus, que vai continuar intercedendo e pedindo as bênçãos de Deus para as queridas famílias.
O documento de Aparecida nos lembra que “a decisão de caminhar em direção ao santuário já é uma confissão de fé; o caminhar é um verdadeiro canto de esperança, e a chegada é um encontro de amor. Aí o peregrino vive a experiência de um mistério que o supera, não só da transcendência de Deus, mas também da Igreja, que transcende sua família e seu bairro. Nos santuários, muitos peregrinos tomam decisões que marcam suas vidas. As paredes dos santuários contêm muitas histórias de conversão, de perdão e de dons recebidos que milhões poderiam contar. A piedade popular penetra delicadamente a existência pessoal de cada fiel e, ainda que se viva em uma multidão, não é uma “espiritualidade de massas”. A piedade popular é imprescindível ponto de partida para conseguir que a fé do povo amadureça e se faça mais fecunda. Não podemos desvalorizar a espiritualidade popular ou considerá-la como modo secundário da vida cristã, porque seria esquecer o primado da ação do Espírito Santo e a iniciativa gratuita do amor de Deus. É parte de uma originalidade histórica e cultural dos pobres deste Continente, e fruto de uma síntese entre as culturas e a fé cristã. No ambiente de secularização que vivem nossos povos, continua sendo uma poderosa confissão do Deus vivo que atua na história, e um canal de transmissão da fé. (cfr. DAp 259-264)
No mundo tereis aflições, mas tende confiança! Eu venci o mundo » (Jo 16, 33). A mensagem de Fátima nos convida a confiar nesta promessa e a entrar nesta história.
Visitação de Nossa Senhora a Isabel
Ocorre hoje a festa litúrgica de Nossa Senhora em visita a sua prima Isabel, anteriormente celebrada no dia 2 de julho. Da narração evangélica do fato emana um perfume de suavidade e santidade admirável. Cedemos a palavra ao próprio Evangelho: "Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para uma região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá. Entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. Ora, quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre e Isabel ficou repleta do Espírito Santo e exclamou: 'Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite? Pois, quando a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria em meu ventre. Feliz és tu que acreditaste, pois o que foi dito da parte do Senhor será cumprido'. Maria então disse: 'A minha alma engrandece o Senhor e o meu espírito exulta em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva. Sim! Doravante as gerações todas me chamarão bem-aventurada, pois o Todo-Poderoso fez grandes coisas por mim. O seu nome é santo e sua misericórdia perdura de geração em geração, para aqueles que o temem. Agiu com a força de seu braço, dispersou os homens de corações orgulhosos. Depôs poderosos de seu trono e a humildes exaltou. Cumulou de bens a famintos e despediu ricos de mãos vazias. Socorreu Israel seu servo, lembrado de sua misericórdia, conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência para sempre'. Maria permaneceu com ela mais ou menos três meses e voltou para sua casa (Lc 1,39-56).
Este é o mistério que mereceu da Igreja celebração especial pela riqueza de ensinamentos que encerra. A cidade de Judá, em que morava Isabel, foi historicamente identificada com Ain-Karin, a uns 15 km de Jerusalém e, mais ou menos, a 100 km de Nazaré de onde partiu Maria em sua viagem, através da região montanhosa do centro da Palestina. Sobre o lugar da casa de Isabel, surgiu desde os primeiros séculos belíssima igreja que relembra este fato histórico.
Dom Hélder Câmara teceu belíssima prece a Nossa Senhora da Visitação. Ei-la: "Maria, Mãe de Cristo e da Igreja. Ao preparar-nos para a missão evangelizadora que nos cabe continuar, alargar e aprimorar, pensamos em ti. Mas de modo especial, pensamos em ti pelo modelo perfeito de ação de graças, que é o hino que cantaste, quando tua prima, Santa Isabel, mãe de João Batista, te proclamou a mais feliz dentre as mulheres. Não paraste na tua felicidade, pensaste na humanidade inteira. Pensaste em todos. Mas assumiste clara opção pelos pobres, como teu Filho faria depois. Que há em ti, em tuas palavras, em tua voz, que anuncias no Magnificat a deposição dos poderosos e a elevação dos humildes, o saciamento dos que têm fome e o esvaziamento dos ricos, e ninguém ousa julgar-te subversiva ou olhar-te com suspeição?... Empresta-nos a tua voz, canta conosco! Pede a teu Filho, que em todos nós se realizem, plenamente, os planos do Pai! Assim seja!"
A espiritualidade de Maria
O louvor brotado dos lábios de Maria respondendo à exultação de sua prima Isabel, revela o centro de sua espiritualidade, sintonizada com a fé do povo de Israel. A piedade refletida no Magnificat é a de uma judia fiel à mais pura tradição religiosa de seu povo.
Reconhecendo-se humilde servidora, ela comunga com os pobres de todos os tempos, cuja confiança estava depositada integralmente em Deus. Ela partilha, também, da bem-aventurança da pobreza proclamada por Jesus, na condição de serva de Javé.
Sua espiritualidade estava em consonância com a dos antigos profetas, em luta intransigente pela causa da justiça e pela transformação das relações interpessoais. Maria acreditava em Deus que não pactua com a injustiça, e está sempre pronto a arrancar de seus tronos, erguidos às custas do suor alheio, os ricos prepotentes. Pelo contrário, coloca-se ao lado dos pobres, tomando as dores dos perseguidos e injustiçados, e reerguendo-os de sua humilhação.
Sobretudo, Maria sabia-se toda entregue ao Deus-misericórdia, sempre pronto a realizar grandes coisas em favor de seus fiéis, de acordo com as suas promessas. Embora se sucedam as gerações, o amor de Deus permanece inalterado. Têm ainda plena vigência as promessas feitas aos patriarcas, pois sua palavra divina é imutável para sempre. [O SANTO DO DIA, Dom Servilio Conti, ©Vozes, 1997]
Visitação de Nossa Senhora
A Igreja celebra a festa da Visitação de Nossa Senhora à sua prima Santa Isabel, em Ain-Karin, na Judeia. Isabel estava grávida de São João Baptista, o precursor de Jesus. É o encontro de duas mulheres que celebram jubilosas a vinda de Jesus Salvador: o Reino de Deus, a Boa Nova, as promessas de Deus já estão cumpridas e continuam a cumprir-se no meio dos homens de boa vontade.
No seu Evangelho, São Lucas afirma: naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá. Entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. Ora, quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu ventre e Isabel ficou replecta do Espírito Santo. Com um grande grito, exclamou: "Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre!" (Lucas 1,39ss.).
É o milagre da vida que brota com força e poder e vence o mundo. É a força e o poder da Palavra de Deus que faz a Virgem conceber e permite que aquela que era estéril dê à luz (Lucas 1,30ss.). É por isso que Maria, trazendo Jesus em seu seio, irrompe neste sublime canto de alegria e júbilo que é o "Magnificat" (Lucas 1,46-55).
Visitação de Nossa Senhora
31 de Maio
Nesta festa, também vamos descobrindo a raiz da nossa devoção a Maria. Ela cantou o Magnificat, glorificando a Deus. Em certa altura ela reconheceu sua pequenez, e a razão pela qual devemos ter essa devoção, que passa de século a século.
“Porque olhou para sua pobre serva, por isso, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações.” (Lucas 1,48)
A Palavra de Deus nos convida a proclamarmos bem-aventurada aquela que, por aceitar Jesus, também se abriu à necessidade do outro. É impossível dizer que se ama a Deus, se não se ama o outro. A visitação de Maria a sua prima nos convoca a essa caridade ativa. A essa fé que se opera pelo amor. Amor que o outro tanto precisa.
Quem será que precisa de nós?
Peçamos a Virgem Maria que interceda por nós junto a Jesus, para que sejamos cada vez mais sensíveis à dor do outro. Mas que a nossa sensibilidade não fique no sentimentalismo, mas se concretize através da caridade.
Virgem Maria, Mãe da visitação, rogai por nós!
Terça-feira, 31 de maio de 2011
Visitação de Nossa Senhor, Ofício de Festa, 2ª do Saltério (Livro II), cor Litúrgica Branca
Hoje: Dia da Aeromoça, dia do Comissário de Bordo, dia Mundial do Combate ao Fumo
Santos: Visitação de Nossa Senhora (festa), Nossa Senhora do Sagrado Coração de Jesus (padroeira da diocese de Pinheiro); Câncio, Canciano e Cancianela (mártires e irmãos carnais), Petronilla de Roma (virgem e mártir), Pascásio, Hérmias (mártir), Mectildes de Edelstetten (virgem), Tiago Veneziano (beato), Vitalis de Bastia (beato, confessor franciscano da 1ª Ordem, Itália).
Antífona: Vinde e escutai, todos os que temeis a Deus, e eu vos direi tudo o que o Senhor fez por mim. (Sl 65,16)
Oração: Ó Deus todo-poderoso, que inspirastes à virgem Maria sua visita a Isabel, levando no seio o vosso Filho, fazei-nos dóceis ao Espírito Santo, para cantar com ela o vosso louvor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
I Leitura: Profecias de Sofonias (Sf 3, 14-18a)
Deus vem para salvar a todos e afastar toda desgraça
14Canta de alegria, cidade de Sião; rejubila, povo de Israel! Alegra-te e exulta de todo o coração, cidade de Jerusalém! 15O Senhor revogou a sentença contra ti, nunca mais temerás o mal. 16Naquele dia, se dirá a Jerusalém: "Não temas, Sião, não te deixes levar pelo desânimo! 17O Senhor, teu Deus, está no meio de ti, o valente guerreiro que te salva; ele exultará de alegria por ti, movido por amor; exultará por ti, entre louvores, 18acomo nos dias de festa. Afastarei de ti a desgraça, para que nunca mais te cause humilhação". Palavra do Senhor!
Comentando a I Leitura
O rei de Israel, o Senhor, está no meio de ti
Enquanto a vida social se vai corrompendo sempre mais e gera até nos bons uma forma prática de ceticismo que se traduz em um “nada há a esperar”. Deus, por meio de seu profeta, faz sentir ao povo sua voz e seu amor. A esperança que, por natureza, é uma jovem criatura a que falta o senso do real e às vezes até a prudência, fala aqui a linguagem da experiência, da sabedoria e da humildade. É humilde, por isso é pura. Pura alegria que vem do alto mas que, ao mesmo tempo, deve surgir de um coração de homem: é uma alegria pascal, necessariamente ligada ao ato último em que Jesus exprime sua obediência ao Pai, dando sua vida por todos os homens. Só recebem essa alegria aqueles que, à sua volta, observam o preceito novo do amor sem fronteiras.[Missal Cotidiano, © Paulus]
Cântico: Is 12, 2-3. 4bcd. 5-6 (R/. 6b)
O santo de Israel é grande entre vós
Eis o Deus, meu salvador, eu confio e nada temo; o Senhor é minha força, meu louvor e salvação. Com alegria bebereis do manancial da salvação.
E direis naquele dia: "Dai louvores ao Senhor, invocai seu santo nome, anunciai suas maravilhas, entre os povos proclamai que seu nome é o mais sublime.
Louvai cantando ao nosso Deus, que fez prodígios e portentos, publicai em toda a terra suas grandes maravilhas! Exultai cantando alegres, habitantes de Sião, porque é grande em vosso meio o Deus santo de Israel!"
Evangelho: Lucas (Lc 1, 39-56)
O Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor
39Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judéia. 40Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. 41Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42Com um grande grito exclamou: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre". 43Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. 45"Bem aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido, o que o Senhor lhe prometeu".
46Maria disse: "A minha alma engrandece o Senhor 47e meu espírito se alegra em Deus, meu salvador, 48porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as geração me chamarão bem aventurada, 49porque o todo poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu nome é santo, 50e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o temem. 51Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. 52Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes.53Encheu de bens os famintos, e despediu os ricos de mãos vazias.
54Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, 55conforme prometera aos nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre." 56Maria ficou três meses com Isabel; depois voltou para casa. Palavra da Salvação!
Comentário o Evangelho
Magnificat!
O relato evangélico é um pequeno retrato de Maria. Sua condição de mãe do Messias, o "Senhor" esperado pelo povo, proveio da profunda comunhão com Deus e da disponibilidade total em fazer-se sua servidora. Expressou sua fé no canto de louvor - o Magnificat -, no qual proclamou as maravilhas do Deus e as grandezas de seus feitos em favor dos fracos e pequeninos.
A comunhão com Deus desdobrava-se, na vida de Maria, na sua disponibilidade a servir o próximo. A ajuda prestada à prima Isabel é uma pequena amostra do que era a Mãe de Deus no seu dia-a-dia. Assunta ao céu, Maria experimentou, em plenitude, a comunhão vivida na Terra. [O EVANGELHO DO DIA. Jaldemir Vitório. ©Paulinas, 1998]
Oração da assembleia (Deus Conosco Dia a Dia)
Para que a Igreja seja cumpridora fiel de sua missão, rezemos ao Deus da vida. Por Maria, ouvi-nos, Senhor Deus!
Por todos os cristãos que se comprometem com a Comunidade, como sinal do Reino, rezemos ao Deus da vida.
Pelas pessoas que se dedicam aos pobres e aos humildes, e lhes dão um pouco de esperança, rezemos ao Deus da vida.
Por todas as pastorais de nossas igrejas, Paróquias e Comunidades, rezemos ao Deus da vida.
Por todos os que amam e servem sem esperar nada em troca, como fez Nossa Senhora, rezemos ao Deus da vida.
(Intenções próprias da comunidade)
Oração sobre as Oferendas:
Ó Deus que vos seja agradável este nosso sacrifício de salvação, assim como foi aceito por vós o serviço de caridade da santa mãe do vosso Filho. Que vive e reina para sempre.
Antífona da comunhão:
Todas as gerações me chamarão bem-aventurada porque o Poderoso fez em mim grandes coisas e santo é o seu nome. (Lc 1, 48-49)
Oração Depois da Comunhão:
Ó Deus, que a vossa Igreja vos glorifique pelas maravilhas que fizestes em vossos fiéis e possa acolher com alegria, neste sacramento, o Cristo sempre vivo, que João Batista pressentiu com exultação, oculto no seio materno. Por Cristo, nosso Senhor.
Para sua reflexão: Quase nunca a história nos narra os acontecimentos simples e singelos dos pobres. Pois aqui encontramos uma exceção. Aqui o protagonismo – se assim se pode dizer – é o de duas mulheres, personagens já de per si desvalorizados em uma sociedade machista patriarcal, dois meninos que ainda mesmo sem nascer já estão chamando a atenção do autor, o Espírito Santo, que enche de alegria Isabel para louvar sua parente Maria e o fruto do seu ventre e para contar as magnificências do Senhor. Maria e Isabel, personagens que não têm importância na sociedade, e sim somente como meio de multiplicação e prolongamento do nome do homem, ambas se encontram, e este encontro, mais que uma simples visita de uma parenta para outra, é a oportunidade par que Lucas estabeleça, mediante o recurso à teologia narrativa, um ensinamento sobre a maneira como Deus age na história humana e por qual tipo de pessoas age; isso é o que, em suma, Isabel proclama nas palavras que dirige a Maria e é também o que Maria reafirma e o explicita melhor em seu canto que a tradição consagrou como Magnificat. (Novo Testamento, Edição de Estudos, Ave-maria)
segunda-feira, 30 de maio de 2011
São Fernando
30 de Maio
Fernando descobriu sua vocação ao matrimônio e casou-se com Beatriz. Teve 13 filhos. Assumiu o reinado e não descuidou de seu povo, tratando-os como filhos, em especial os pobres.
Viveu um reinado justo marcado pela fé, caridade e esperança.
Com a saúde fragilizada aos 54 anos, pegou uma grave enfermidade, recebeu os Sacramentos e quis comungar Jesus Eucarístico de joelhos, num ato de adoração. Abraçou a cruz, aconselhou os filhos e partiu para a Glória.
São Fernando, rogai por nós!
Beata Matilde do Sagrado Coração Tellez Robles, religiosa, fundadora, +1902
Matilde Téliez Robles nasceu em Robledillo de la Vera (Cáceres - Espanha) no dia 30 de maio de 1841, um dia de plenitude primaveril inundado pela luz da solenidade litúrgica de Pentecostes. Ela recebeu as águas do batismo na igreja paroquial no dia seguinte do seu nascimento. Era a segunda dos quatro filhos de Félix Téliez Gómez e de sua esposa Basilea Robles Ruiz. No mês de novembro de 1841, seu pai, devido a sua profissão de escrivão, se estabeleceu com a sua família em Béjar (Salamanca).
Nesta cidade de Béjar, importante pela sua indústria textil, a pequena Matilde vai crescendo; recebe uma formação cultural de base, própria da sua classe social média, e uma boa formação religiosa, iniciada no ambiente profundamente cristão do seu lar. Guiada por sua mãe, já desde pequenina começa a amar intensamente o Senhor e a exercitar-se na prática da oração e nas virtudes, com uma meiga devoção a Nossa Senhora e uma grande misericórdia pelos necessitados e os pecadores.
Ainda muito jovem, quando tudo na vida lhe sorria, Matilde faz a sua opção radical e definitiva por Cristo. Decidiu-se consagrar toda a sua existência a Ele, trabalhando com empenho constante e generoso em busca de corações que o amem.
Sua mãe compreende e apoia sempre a aspiração da filha, mas seu pai lhe deseja um futuro diferente. Obriga-a a engajar-se na vida da sociedade, limita o tempo que Matilde transcorre na igreja, desejando vê-la realizada na vida matrimonial. Obedecendo, ela se adorna e participa da vida social, encantando a todos com sua graça juvenil. Mas mesmo assim, a sua inclinação pelas coisas de Deus é clara e, no fim, o senhor Félix, vencido pela constância de sua filha, deixa-a em liberdade para seguir o caminho por ela escolhido.
Matilde continua a intensificar a sua vida espiritual e a sua devoção a Nossa Senhora. Sente no seu interior que Maria a conduz a uma profunda intimidade com Jesus na Eucaristia, a quem ama com grande paixão. Mesmo «no meio do inverno ardia quando se colocava perto do tabernáculo!», ela afirma nos seus escritos.
Aos 23 anos é eleita presidente da associação das Filhas de Maria, apenas estabelecida em Béjar, e pouco tempo depois é nomeada enfermeira investigadora das Conferências de São Vicente de Paulo. Ela, em seu ardente desejo de ganhar corações para Jesus, exclama diante do sacrário: «Meu senhor, Jesus amante! O mundo é cheio de necessidades. Todos têm coração. Eu vou à procura daqueles de que sou capaz. Estes, eu vou trazê-los a ti».
Unindo a contemplação e a ação, Matilde se lança por longos anos em uma intensa atividade apostólica com crianças e jovens, pobres e doentes; trabalha com as Filhas de Maria, faz catequese, atende a escola dominical, prepara os cristãos para o matrimônio e acompanha as jovens vocacionadas; percorre alegre a cidade em todas as direções para levar consolação e ajuda a qualquer doente ou necessitado, «visitando o seu amante Jesus na pessoa de seus pobres».
Sempre contemplativa na ação, a Eucaristia é a sua força, o sacrário é o seu refúgio. Ela vive prolongadas horas de oração, sendo Nossa Senhora a sua guia, mestra e companheira inseparável.
Ainda jovem sente o chamado para a vida religiosa e desde então recebe diante do tabernáculo a inspiração de fundar um Instituto religioso; e assim o comunica ao Papa Pio IX numa carta escrita no dia 4 de maio de 1874. Mas seu pai volta a provar a filha impedindo-a de realizar a sua vocação, por causa do clima político anticlerical daquela época na Espanha.
Matilde no entanto sofre em silêncio, reza e espera, confortada pelo seu diretor espiritual, Pe. Manuel da Oliva, sacerdote de São Filipe, até que seu pai lhe concede a desejada autorização.
Ela exulta de alegria em ação de graças a Deus e rápidamente prepara tudo para iniciar a fundação com sete jovens das filhas de Maria, que se comprometeram a seguí-la na vida religiosa.
No dia 19 de marzo de 1875, solenidade de São José, todas devem participar da celebração eucarística na Paróquia de Santa Maria e em seguida, unidas e solidárias, seguirem para a casa preparada, onde darão início à vida religiosa. Mas entre as sete jovens comprometidas só uma se apresenta: Maria Briz. Diante desta grande provação, Matilde não se desanima. Fortalecidas com o pão da Eucaristia, ela e a sua única companheira se dirigem alegres e esperançosas, com heróica intrepidez, na «casita de Nazaret», como Matilde a denomina.
Nesta casa procuram imitar a Sagrada Familia de Nazaré, vivendo com muito amor e alegria no recolhimento e na oração, em humildade e pobreza, sem contar com nada e plenamente confiantes na divina Providência. Nesta nova residência, elas não têm um tabernáculo, mas são acompanhadas por uma imagem de Nossa Senhora, diante da qual rezam e a quem consultam tudo.
Poucos dias mais tarde, unindo sempre a contemplação e a ação, recebem em casa um grupo de meninas órfãs, dão aulas às crianças pobres e cuidam dos doentes a domicílio. O seu testemunho evangélico vai atraindo algumas jovens a unirem-se a elas, não obstante as críticas daqueles que consideram a fundação uma loucura.
No dia 23 de abril de 1876, o bispo de Plasencia, D. Pedro Casas y Souto, autoriza provisoriamente a Obra com o título de «Amantes de Jesus e Filhas de Maria Imaculada»; e no dia 20 de janeiro de 1878, Matilde e Maria vestem o hábito religioso em Plasencia.
No fim de março de 1879, a comunidade se transfere de Béjar para Don Benito (Badajoz), onde instalam o noviciado, acolhem as crianças órfãs, dão aulas diárias e dominicais, cuidam dos doentes em suas casas e prestam ajuda aos pobres.
Na comunidade se respira o espirito de Nazaré e toda a vida da casa se desenvolve em torno ao sacrário, diante do qual, a turno, as Irmãs passam várias horas durante todo o dia. Nossa Senhora também recebe um culto especial.
No dia 19 de março de 1884, o mesmo bispo erige canonicamente a Obra como Instituto religioso de direito diocesano, e no dia 29 de junho, a Fundadora com outras Irmãs emitem a profissão religiosa.
No ano seguinte declara-se uma terrível epidemia de cólera na cidade. Madre Matilde e todas as Irmãs consagram-se heroicamente ao cuidado amoroso dos contaminados pela peste, despertando grande admiração nas pessoas pela sua delicada caridade evangélica. A Irmã Maria Briz falece vítima de contágio e a Madre abre em sua memória um Hospital para os pobres.
Em 1889 começa a expansão do Instituto, com uma fundação em Cáceres, e continua nos anos seguintes com outras fundações em Trujillo, Béjar, Villanueva de Córdoba, Almendralejo, Los Santos de Maimona e Villaverde de Burguilios. De cada uma delas se poderia escrever uma bela história de amor: amor apaixonado a Jesus Eucaristia, amor a Maria, amor aos irmãos necessitados: doentes, pobres, meninas órfãs, etc. A missão da Fundadora e das irmãs nesta época é marcada pelo total desinteresse econômico e pela constante ajuda da Providência que não as abandona jamais.
Não faltam as provas e as dificuldades de todos os tipos, mas não importa:
Matilde prossegue o caminho, com Jesus sempre avante!, sempre praticando o lema por ela deixado para o seu Instituto: «Oração, ação, sacrificio»; sempre buscando forças em seus prolongados tempos de oração diante do sacrário e conduzida pela mão materna de Maria.
Da sua forte experiência eucarística nasce o seu ardor evangelizador bem como a ardente caridade que todos admiram. «Seja toda a vida um ato de amor!», ela repete às suas Irmãs. E bem assim o que observam na Madre: è uma vida cheia de Deus, em continua oração e ao mesmo tempo dedicada aos irmãos. Multiplica sua atenção maternal com as novas comunidades, é a animadora da Obra, a Regra viva. Sua simplicidade, sua prudência, sua bondade e sua inalterável alegria atraem a todos. Pobres e ricos se aproximam confiantes na Madre, pois para todos tem uma atenção, um conselho e um sorriso.
Apenas com 61 anos, o seu organismo encontra-se já muito debilitado, por causa dos sofrimentos passados, do intenso trabalho e das doenças que sofria. Madre Matilde parece pressentir o aproximar-se da sua hora de união definitiva com o Senhor. Ao sair de manhã para uma viajem, no dia 15 de dezembro de 1902, sofreu um forte ataque de apoplexia, e nas primeiras horas do dia 17, rodeada por suas filhas, com uma grande paz, partiu para a casa do Pai.
Todo o povoado, sobretudo os pobres, choraram a sua perda como se fosse uma mãe, proclamando ao mesmo tempo a sua grande caridade e as suas numerosas virtudes.
No dia 23 de abril de 2002, o Papa João Paulo II reconheceu oficialmente as Virtudes Heróicas da Serva de Deus Matilde Téllez, e no ano seguinte, no dia 12 de abril, promulgava-se o Decreto sobre o milagre operado por sua intercessão, constituindo esse fato a passagem decisiva para a sua Beatificação no dia 21 de março de 2004.
O Instituto da Madre Matilde, fiel à herança recebida da sua fundadora, continua a viver o seu carisma, tendo no centro a Eucaristia e Maria como Mãe e Mestra, para que Ela forme seu coração para o Evangelho e guie as Irmãs para a Eucaristia. Segundo as Constituições atuais, da Eucaristia nasce uma viva resposta de amor a Jesus Cristo e, n’Ele e com Ele, ao mundo inteiro, levando a boa nova do amor do Pai, com preferência e de modo integral, aos pobres, aos pequenos e aos que sofrem.
Atualmente as Filhas de Maria Mãe da Igreja (chamam-se assim a partir do ano 1965) realizam sua missão evangelizadora na Espanha, Portugal, Itália, Venezuela, Colômbia, Peru e México, através de: lares - internatos onde acolhem meninas e jovens marginalizadas; escolas e colégios abertos à todas as famílias e pessoas excluídas; comunidades sanitárias dedicadas aos doentes, idosos abandonados, transeuntes, alcóolatras, etc., comunidades orantes, casas de acolhida, e comunidades de Pastoral rural e de colaboração nas Paróquias.
Todas as Irmãs do Instituto suplicam a sua Fundadora que as ajudem a fazer de suas vidas um continuo ato de amor e uma «eucaristia perene», para a maior glória de Deus e a salvação do mundo, assim como fez a Madre Matilde.