quinta-feira, 19 de maio de 2011

S. Celestino V, papa e eremita, +1296

S. Celestino V (Pedro Morrone)

Monge eremita italiano nascido nas proximidades de Morrone, Isernia, que se tornou papa (1294) em substituição ao seu antecessor Nicolau IV(1288-1292), na época inadequado para o cargo por seu excessivo espírito de retidão e humildade e aura de santidade. As lutas entre os Orsini e os Colonna, somadas às epidemias e outros males, afugentaram de Roma os cardeais eleitores. Nascido de uma família de modestos camponeses, viveu por muito tempo como eremita sobre o monte Morrone, daí o seu nome, perto de Sulmona, fundando uma congregação de monges que receberam o nome de celestinos. Afinal, após 27 meses sucessivos de vacância papal após a morte do papa Nicolau IV (1292), com os cristãos pressionados pelas profecias que ameaçavam com castigos divinos se a Igreja permanecesse sem Pastor por mais tempo, o próprio profeta, foi escolhido por unanimidade para papa. Asceta convicto, o velho monge eremita foi trazido de seu retiro, em procissão e sobre uma paramentada montaria, acompanhado pelo rei de Nápoles Carlos II de Anju e seu filho, e coroado em agosto com o nome de Celestino V. De caráter fraco e submisso e despreparado para o cargo, que aceitara sob o temor de contrariar a vontade de Deus, mudou-se para Nápoles, onde se deixou iludir pelo rei de Nápoles, que indicou a nomeação de 12 cardeais, sete franceses e cinco italianos, e comandou a distribuição de privilégios e cargos. Também, em prejuízo de outras ordens, concedeu inúmeros privilégios aos celestinos, a ponto da ordem ser abolida por seu sucessor. Assustado e consciente de não estar à altura da tarefa a ele confiada, depois de menos de quatro meses abdicou, pressionado especialmente pelo cardeal Benedetto Caetani, que foi eleito seu sucessor com o nome de Bonifácio VIII. Depôs em público consistório, nas mãos de seus eleitores, o elevado encargo e retirou-se humildemente. Seu sucessor, Bonifácio VIII, temendo que o santo e inocente monge, fosse utilizado pelos desordeiros, mandou com alguns de seus frades para o convento de Monte Fumone, o Castelo de Fumone, em Frosinone, onde morreu dois anos depois e foi sepultado em Aquila. Foi canonizado por Clemente V (1313) e é comemorado no dia 19 de maio.



Pedro Celestino, eremita, fundador e Papa, nasceu em 1221, em Isérnia, na Província da Apúlia, Itália. Tendo apenas seis anos de idade, disse à mãe: «Mamã, quero ser um bom servo de Deus». Fielmente cumpriu esta palavra, como se fosse promessa feita ao Altíssimo. Apenas terminou os estudos, retirou-se para um ermo, onde viveu dez anos. Decorrido este tempo, ordenou-se em Roma e entrou na Ordem Beneditina. Com licença do Abade, abandonou depois o convento, para continuar a vida de eremita. Como tal, teve o nome de Pedro de Morone, tirado do morro de Morone, no sopé do qual erigira a cela em que morava.
O tempo que passou naquele ermo foi época de grandes lutas, tentações e provações. As perseguições que sofreu do espírito diabólico foram tão pertinazes que por longos meses deixou de celebrar a santa Missa e chegou quase a abandonar a cela. A paz e tranquilidade voltaram, depois de Pedro ter confessado o estado da sua consciência a um sábio sacerdote.
Em 1251 fundou, com mais dois companheiros, um pequeno convento, perto do morro Majella. A virtude e santidade dos monges animaram outros a seguir-lhes o exemplo. O número dos religiosos, sob a direcção de Pedro, cresceu de mês em mês, tanto que o superior, por inspiração divina, deu uma regra à nova comunidade, que foi chamada Ordem dos Celestinos. Esta Ordem, reconhecida e aprovada por Leão IX, estendeu-se admiravelmente e ainda em vida do fundador contava 36 conventos.
Havia mais de dois anos que a Igreja não tinha chefe. Este estado de coisas prometia durar muito tempo, em vista da impossibilidade de os Cardeais chegarem a um cordo. Deus pennitiu que a proposta dum Cardeal fosse aceite, e Pedro Celestino, ancião de 80 anos, foi tirado do enno e colocado na cadeira de S. Pedro. Inútil lhe foi a resistência e fuga. Em 1294 deu entrada em Roma, como chefe da cristandade, sendo chamado Celestino V. Os cardeais convenceram-se em breve que não tinham sido felizes na escolha do supremo chefe. Quanto ao Papa, este teve a mesma convicção desde o primeiro dia de pontificado. A política daquele tempo exigia um Papa enérgico e versado na diplomacia. Celestino não era diplomata e a extrema bondade e condescendência fez que, em poucos meses, se tornasse dócil instrumento na mão do rei e dos políticos da França. Já em Dezembro do mesmo ano, usando do direito que assiste aos Papas, depositou a dignidade papal nas mãos dos Cardeais e voltou para o enno.
Foi eleito papa Bonifácio VIII. Este, receando qualquer reacção hostil da parte dos Cardeais dedicados a Pedro, estabeleceu rigorosa vigilância sobre a pessoa deste e fechou-o no castelo de Fumone, perto de Anâgni. Pedro de boa vontade se sujeitou a esta medida coercitiva e passou dez meses, por assim dizer, na prisão.
Por uma graça divina, foi conhecedor do dia da sua morte, que predisse com toda a exactidão. Tendo recebido os Santos Sacramentos, esperou a hora da chamada no chão. As últimas palavras que disse foram as do Salmo 150: «Todos os espíritos louvem ao Senhor». Morreu a 19 de Maio de 1296.
Já em 1313 foi honrado com o título de Santo, pela canonização feita por Clemente V.
A Ordem dos Celestinos estendeu-se rapidamente pela Itália, França, Alemanha e Holanda. Estimada pelos príncipes, teve em todos os países bela tlorescência, até à grande catástrofe religiosa na Alemanha e à Revolução Francesa.

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