segunda-feira, 30 de maio de 2011


Jesus ressuscitado, testemunhado

pelos cristãos que se amam

Jesus promete o Espírito de verdade a quem observa seus mandamentos. Só quem faz o que agrada ao amigo pode dizer que está verdadeiramente em comunhão com ele. Como Cristo sempre fez o que agradava ao Pai, aceitando sem reservas o plano de salvação e executando-o com livre obediência, e assim se manifestou como o "filho bem-amado", também quem crê em Cristo entra na mesma corrente de amor, porque responde à escolha e à predileção do Pai. O Espírito de Cristo ilumina agora os que crêem para que continuem em sua vida a atitude filial de Cristo. Não no sentido de que todos os pormenores sejam codificados como mais importantes, mas no de que o amor filial escolha da maneira mais justa em todas as circunstâncias, com liberdade e fidelidade. Ainda não é cristão quem pratica os dez mandamentos, código elementar decomportamento moral e religioso, mas quem é fiel ao único mandamento do amor, até dar a vida em plena liberdade. Este amor faz passar da morte para a vida.

Os profetas do amor

Esse amor é também o melhor testemunho da novidade de vida trazida por Cristo, porque é de outra ordem: não só o respeito da alteridade e da liberdade dos outros, da sua dignidade de homens, mas o reconhecimento de uma fraternidade baseada na adoção filial. Esse amor "teologal" dá uma dimensão mais profunda ao esforço, comum aos não cristãos, de promoção e libertação do homem, de construção de um mundo justo e pacífico. Essa lúcida fidelidade ao homem, esse esforço incansável e desinteressado, é para o cristão uma participação do amor criador de Deus, da páscoa do Senhor. Assim, "santifica o Senhor Deus em seu coração" e responde a quem lhe pergunta a razão da sua esperança (2ª leitura), remetendo, para além de sua pessoa, Àquele que é a fonte do amor.

Vede como se amam

O amor dos cristãos dá testemunho do Cristo ressuscitado, de dois modos. Primeiramente, o amor dos cristãos entre si. "Vede como se amam diziam os pagãos sobre os primeiros cristãos. Hoje, os novos pagãos pós-cristãos poderão dizer o mesmo ao olhar-nos? Ou o nosso comportamento só levará a menosprezar e desconfiar do cristianismo e de sua insistência sobre o amor? Certamente, falamos demais de amor, dele fazendo quase um gênero literário; mas não o vivemos sinceramente entre nós, divididos como somos por preconceitos, sectarismos, guetos diversos. Em segundo lugar, o amor dos cristãos pelo mundo. Em cada época da história, a Igreja é chamada a dar uma contribuição específica. Nos séculos passados empenhou-se em salvaguardar e difundir a cultura, entregou-se às obras assistenciais em beneficio dos pobres e indigentes, fundou hospitais, cuidou da instrução do povo, criou os primeiros serviços sociais. Hoje tudo isso é em geral assumido pelo Estado, e a obra que a Igreja ofereceu durante séculos tende a terminar. O Estado deve preocupar-se com a difusão da cultura, com a instrução, a escola, a assistência e todo tipo de serviço social.

Liberada dessas tarefas, cabe agora à Igreja oferecer à humanidade sua contribuição original e única: o sentido e o valor construtivo do amor.

Que pede o mundo de hoje ao cristão?

A mais importante exigência a que devemos atualmente responder não está acaso em contribuir para suprimir as divisões entre os homens e lutar contra todos os ódios? Se a humanidade que não crê mais em Deus, se o homem racional e ateu está mais avançado em outros pontos, não estará talvez menos avançado neste?

O Estado assistencial poderá criar estruturas perfeitas. Mas de que servirão se os homens que as devem animar não forem movidos por um profundo amor pelo homem? Esta é a ação dos cristãos, engajados ao lado dos outros homens no esforço por criar um mundo novo, mais justo e com mais respeito pelo homem. Lembrar que o motor de todo verdadeiro progresso é o amor e só o amor. Sem amor o próprio progresso pode se voltar contra o homem e destruí-lo ou aliená-lo. Procura-se um amor que salve o homem todo: sua dignidade, sua liberdade, sua necessidade de Deus, seu destino ultra terreno. Um amor concreto, que se interesse pelos que estão perto e a quem se pode prestar algum auxílio. Um amor que vai até onde nenhum outro pode ir. [MISSAL DOMINICAL ©Paulus, 1995]

Jesus afirma, como Deus, seu direito de ser amado e obedecido. Amar a Jesus é deixar-se guiar por suas palavras e inspirar-se em seu modo de vida. Este é um amor prático e efetivo, que no dia-a-dia de nossas vidas é demonstrado, através da superação dos limites da relação com Ele e que se amplia para atingir a toda a humanidade. Torna-se universal, sem excluir ninguém; privilegiando os pobres e os excluídos, que são vitimas da marginalização e do desamor. Permanecer em Cristo supõe um ato da vontade humana, porém, é indispensável a colaboração do Espírito Santo. Sem esta força divina, a(o) discípula(o) não se conserva fiel à sua entrega ao Ressuscitado (Ir. Sônia de Fátima M. Lunardelli, terciária capuchinha da Sagrada Família)

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