segunda-feira, 23 de maio de 2011

Santa Rita de Cássia

Santa Rita de Cássia, viúva, religiosa, +1457


Suportou durante 18 anos um marido brutal que lhe era infiel e a maltratava, até que conseguiu convertê-lo. Quando este foi assassinado e seus dois filhos juraram vingar-se dos matadores, pediu a Deus que tirasse a vida dos filhos antes que eles cometessem o feio pecado da vingança, e foi atendida. Ingressou depois de viúva num convento agostiniano e ali recebeu na fronte, como privilégio, um dos espinhos da coroa de Nosso Senhor. Sua vida é repleta de milagres e episódios maravilhosos. É a padroeira das mulheres que sofrem com os maridos, e é também chamada "advogada das causas perdidas" e "dos impossíveis".

Santa Rita de Cássia

Na Úmbria, província da Itália, na cidadezinha de Cáscia, habitavam, por meados do século XIV, dois esposos cristãos, fiéis em servir a Deus. Eram muito estimados por causa do empenho que tinham em manter a concórdia à sua volta. Já avançados em idade, não tinham filhos. No ano de 1381, as orações deles foram finalmente ouvidas, e Deus concedeu-lhes uma filha a que chamaram Margarida (em italiano Margherita). ficando ela a ser chamada Rita por abreviatura.
Desde os doze anos que sentiu o desejo de se consagrar a Deus pelo voto de virgindade. Mas os pais, sentindo que não poderiam viver longamente e receando deixar a filha sozinha, pensaram em casá-Ia. Rita submeteu-se humildemente a essa vontade. Para a purificar no meio das provas, Deus permitiu que fosse escolhido um jovem de família nobre, mas de carácter brutal. Rita suportou tão bem as asperezas do marido que, durante os 18 anos que viveu com ele, não lhe deu nunca ocasião para um queixume. A força de doçura e de persuasão, chegou mesmo a reconduzi-lo a Deus.


Esta conversão não desarmou contudo os rancores que este homem tinha atraído sobre si com os hábitos de violência. Um dia, os seus inimigos assassinaram-no sem compaixão.
A santa viúva, dolorosamente ferida no seu afeto, conseguiu aceitar generosamente a vontade de Deus e bendisse os seus juízos secretos que lhe arrebatavam a companhia do esposo, no momento em que a mudança de vida parecia que o havia de tomar mais agradável. Ela chorou-o, mas soube perdoar generosamente aos assassinos. E tudo fez para arrastar os seus dois filhos à mesma clemência. Mas, resultando tais esforços inúteis e temendo que eles executassem os desejos de vingança, pediu ao céu que antes levasse a vida deles do que permitisse essa vingança. A oração foi ouvida, e novo luto, desta vez duplo, veio despedaçar-lhe o coração.
Liberta agora dos laços que a prendiam ao mundo, resolveu realizar por fim o sonho que desde a infância acariciava, entrando na vida religiosa. Foi bater à porta das religiosas agostinhas de Cáscia, mas não a aceitaram, pois o costume da casa era receber unicamente virgens. De regresso ao seu lar, entregou-se à oração e à penitência com fervor renovado. Essas lágrimas tocaram o coração de Deus, que lhe enviou o socorro dos três santos a quem tinha devoção particular: S. João Baptista, Santo Agostinho e S. Nicolau de Tolentino. Estes três santos apareceram-lhe uma noite e levaram-na, por caminhos desconhecidos, até à porta do mosteiro onde a não tinham querido receber. Apesar dos ferrolhos e trancas, esses Santos fizeram-na entrar e, a seguir, desapareceram. Quando as religiosas vieram a descobrir por que meio tinha ela podido transpor o limiar do mosteiro, aceitaram com prontidão a viúva.
Santa Rita aplicou-se de maneira nova à obra da santificação. Dominou o corpo com numerosas penitências. Usava continuamente um cilício e trazia, cosidos por dentro no vestido, espinhos que a torturavam a cada movimento. Jejuava muitas vezes a pão e água, e passava a maior parte da noite em vigílias e orações. Tinha o costume de meditar a Paixão do Salvador desde a meia noite até ao nascer do Sol. Unia-se com tal intimidade aos sommentos de Jesus, que derramava abundantes lágrimas e por vezes era encontrada absorta em Deus, sem conhecimento sensível.
Um dia, depois de ouvir o Beato Tiago da Marca pregar sobre a Paixão, pediu a Nossa Senhora a levasse a participar nos seus sommentos. Sentiu então, nas fontes da cabeça, os espinhos duma coroa, e a testa ficou marcada com uma chaga que teve sempre no resto da vida. Este ferimento profundo e doloroso trouxe-lhe numerosas humilhações, porque dele se desprendia um cheiro nauseabundo que a obrigou a isolamento completo. Mas nisto encontrou motivo para se entregar mais à oração e à penitência. Sofrer neste estado tão doloroso e humilhante tomou-a cada vez mais agradável ao Senhor. que lhe concedeu o dom dos milagres. Uma mulher de Cássia tinha vindo pedir-lhe orações por sua filha: ao voltar a casa, encontrou a criança curada. Este milagre, e outros que a Santa obteve do céu, tornaram-na célebre em toda a região e fizeram que tivesse numerosas visitas, por vezes até de países afastados. A todos recebia com muita caridade, e ninguém voltava a casa sem ter sido consolado e edificado.
Uma doença que durou quatro anos veio acabar de purificar a serva de Deus pela resignação com que suportava os sofrimentos. Quando sentiu aproximar-se o fim, pediu os últimos sacramentos e, depois de os receber, exortou as irmãs à fiel observância da regra. Em seguida, tendo posto as mãos em cruz e tendo-lhe a abadessa dado a bênção, adormeceu serenamente no Senhor. Isto a 22 de Maio de 1457. Fez um grande milagre quando o seu corpo estava no caixão. E continuou a fazer tantos, que é tida por «advogada das causas perdidas e a santa do impossível». Foi canonizada por Leão XIII, a 24 de Maio de 1900.
D. João V (rei de Portugal de 1706 até 1750) muito contribuiu com as suas dádivas para o novo lanço do mosteiro em que vivera a Santa. E lá se lê ainda o nome dele na fachada, com uma inscrição e as armas portuguesas. Dentro da casa, mostra-se um retrato do Rei de prata, retrato que assinala, debaixo do olho esquerdo, com uma pedra preciosa, qual o milagre obtido por intercessão da Santa: a cura de um cancer na vista do nosso rei.

Oração a Santa Rita

Ó gloriosa Santa Rita de Cássia, modelo insigne de paciência, em todos os sofrimentos fisicos e morais por que passastes, nos diversos estados de vida a que Deus vos chamou. Vós que conseguistes vencer todos os obstáculos pela oração perseverante, vinde em meu SOCORRO, agora que estais gozando no Céu, para sempre, a recompensa de todos os vossos trabalhos.
Fazei vossa a minha aflição, dizei por mim a Maria Santíssima, nossa Mãe, uma palavra em meu favor, para que Ela advogue a minha causa junto de Jesus, a quem vós nada recusastes em vida, cooperando com Ele na salvação das almas.
Vós sois a advogada das causas julgadas impossíveis. Vós que muito sofrestes, compreendeis muito bem o meu problema. E se o que peço não for para glória de Deus e bem da minha alma, obtende-me o que a ambos for mais conforme.
Prometo que a gratidão nunca me sairá da alma e que hei-de propagar o vosso culto, pois honrando-se os Santos de Deus é a Ele próprio que honramos como Pai e único autor da Santidade.
(Rezemos 3 glórias à Santíssima Trindade em ação de graças por todos os dons concedidos por Deus a Santa Rita).

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