terça-feira, 13 de setembro de 2011

«Mas diz uma só palavra e o meu servo será curado»




1ª Carta a Timóteo 2,1-8.
Caríssimo: Recomendo, pois, antes de tudo, que se façam preces, orações, súplicas e acções de graças por todos os homens,
pelos reis e por todos os que estão constituídos em autoridade, a fim de que levemos uma vida serena e tranquila, com toda a piedade e dignidade.
Isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador,
que quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade.
Pois, há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, um homem: Cristo Jesus,
que se entregou a si mesmo como resgate por todos. Tal é o testemunho dado para os tempos estabelecidos.
Foi para isto que fui constituído arauto e apóstolo –digo a verdade, não minto – mestre das nações, na fé e na verdade.
Quero, pois, que os homens orem em todo o lugar, erguendo as mãos puras, sem ira nem altercação. 

Livro de Salmos 28(27),2.7.8-9.
Ouve o grito das minhas súplicas
quando Te invoco,
quando ergo as minhas mãos
para o teu santuário.

O SENHOR é a minha força e o meu escudo;
nele confiou o meu coração e Ele socorreu me;
por isso, hei-de louvá-lo
de todo o coração.

O SENHOR é a força do seu povo,
a fortaleza que salva o seu ungido.
Salva o teu povo, SENHOR, abençoa a tua herança,
apascenta o e guia-o para sempre.

Evangelho segundo S. Lucas 7,1-10.
Naquele tempo, quando Jesus acabou de falar ao povo, entrou em Cafarnaúm.
Ora um centurião tinha um servo a quem dedicava muita afeição e que estava doente, quase a morrer.
Ouvindo falar de Jesus, enviou-lhe alguns judeus de relevo para lhe pedir que viesse salvar-lhe o servo.
Chegados junto de Jesus, suplicaram-lhe insistentemente: «Ele merece que lhe faças isso,
pois ama o nosso povo e foi ele quem nos construiu a sinagoga.»
Jesus acompanhou-os. Não estavam já longe da casa, quando o centurião lhe mandou dizer por uns amigos: «Não te incomodes, Senhor, pois não sou digno de que entres debaixo do meu tecto, pelo que
nem me julguei digno de ir ter contigo. Mas diz uma só palavra e o meu servo será curado.
Porque também eu tenho os meus superiores a quem devo obediência e soldados sob as minhas ordens, e digo a um: 'Vai', e ele vai; e a outro: 'Vem', e ele vem; e ao meu servo: 'Faz isto', e ele faz.»
Ouvindo estas palavras, Jesus sentiu admiração por ele e disse à multidão que o seguia: «Digo-vos: nem em Israel encontrei tão grande fé.»
E, de regresso a casa, os enviados encontraram o servo de perfeita saúde. 


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org 


Comentário ao Evangelho do dia feito por : 

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (África do Norte) e doutor da Igreja 
Sermão 62 

«Mas diz uma só palavra e o meu servo será curado»
Como é que o centurião obteve a graça da cura do seu servo? «Porque também eu tenho os meus superiores a quem devo obediência e soldados sob as minhas ordens, e digo a um: 'Vai', e ele vai; e a outro: 'Vem', e ele vem; e ao meu servo: 'Faz isto', e ele faz.» Tenho poder sobre os meus subordinados mas eu também estou submetido a uma autoridade superior. Se, pois, embora subordinado, tenho, apesar de tudo, o poder de comandar, que não poderás fazer Tu, a Quem se submetem todas as potestades? Este homem pertencia ao povo pagão pois a nação judaica estava então ocupada pelos exércitos do império romano. Era, portanto, na Judeia que ele comandava os soldados, na qualidade de centurião [...].


Mas Nosso Senhor, embora estivesse no meio do povo hebraico, declarava já que a Igreja se espalharia por toda a terra para onde Ele viria a enviar todos os apóstolos (cf Mt 8,11). E, com efeito, os pagãos acreditaram n'Ele sem O terem visto [...]. O Senhor não entrou fisicamente na casa do centurião. Embora ausente de corpo estava presente pela Sua majestade e curou esta casa e a sua fé. Do mesmo modo, o Senhor só estava fisicamente presente no meio do povo hebraico; os outros povos não O viram nascer de uma Virgem, nem sofrer, nem caminhar, nem sujeitar-Se às condições da natureza humana, nem fazer maravilhas divinas. Ele não fez nada disso entre os pagãos e, no entanto, entre eles, realizou-se o que Ele tinha dito a seu respeito: «Povos desconhecidos prestaram-Me vassalagem». Como é que O serviram se não O conheciam? O salmo continua: «Mal ouviram falar de Mim, logo Me obedeceram e os estrangeiros Me cortejaram» (Sl 17,45).

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