sábado, 6 de fevereiro de 2010

Papa condena eutanásia

14:29 - 05/02/2010
O papa Bento XVI condenou hoje, durante uma audiência com bispos escoceses, a prática da eutanásia e negou que a Igreja Católica seja uma instituição retrógrada e cheia de proibições.
"O apoio à eutanásia golpeia profundamente no coração o princípio cristão da dignidade da vida humana", afirmou o Pontífice. No final do mês passado, uma deputada escocesa que sofre do mal de Parkinson apresentou ao Parlamento local um projeto de lei sobre o suicídio assistido.
Bento XVI falou dos "desafios" trazidos pela grande presença "do secularismo" na Escócia, assinalando que "os recentes desenvolvimentos na ética médica e algumas práticas sustentadas no setor da embriologia são causa de grande preocupação".
O Papa comentou que frequentemente a Igreja "é percebida como uma série de proibições e de posições retrógradas", enquanto que "a realidade é que é criativa e geradora de vida, e direcionada para a plena realização possível do grande potencial para o bem e para a felicidade que Deus implantou em cada um de nós".
O Pontífice exortou os religiosos escoceses a "continuar a chamar os fieis a uma completa fidelidade", "sustentando e defendendo ao mesmo tempo o direito da Igreja de viver livremente na sociedade segundo sua fé".
Um pedido similar foi feito por Bento XVI a religiosos ingleses e galeses na segunda-feira. Na ocasião, o Papa fez referência implícita à Equality Bill, lei que está sob análise do parlamento britânico e que dá direitos de igualdade a homossexuais.
As críticas se dirigiam à obrigação a que instituições católicas de adoção estariam submetidas quanto a conceder a guarda de crianças a casais formados por pessoas do mesmo sexo. Segundo o Pontífice, as normas de igualdade contrariam a lei natural.
Ainda durante a audiência de hoje, o chefe de Estado do Vaticano fez um convite para que os religiosos prossigam nos esforços por uma "plena, visível unidade" entre os cristãos, mas sem ceder a pressões no sentido de "diluir a mensagem evangélica".
Bento XVI referiu-se aos bispos dizendo que a religião católica na Escócia "sofreu a tragédia da divisão" e disse ser "doloroso lembrar a grande ruptura (...) ocorrida há 450 anos" -- em referência à Reforma Protestante e à ascensão do calvinismo. O Papa afirmou que muitos progressos foram feitos na "cura das feridas herdadas daquela época, especialmente o sectarismo".
Na Escócia, a maioria da população é presbiteriana. O número de católicos é estimado em 690 mil pessoas, sendo que a população do país é de cerca de 6 milhões de habitantes. (ANSA)

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