Sábado, 13 de março de 2010
Terceira Semana da Quaresma - 2ª Semana do Saltério (Livro III) - cor Litúrgica Roxa
Santos do Dia: Ansovino de Camerino (bispo), Cristina da Pérsia (virgem, mártir), Eldrado de Novalese (abade), Eufrásia de Constantinopla (virgem), Geraldo de Mayo (abade), Macedônio, Patrícia e Modesta (mártires da Nicomédia), Nicéforo de Constantinopla (bispo, mártir), Pulquério de Liath-Mochoemoc (abade), Ramiro e Companheiros (monges, mártires de Leão, na Espanha), Rodrigo e Salomão (mártires de Córdova), Sabino do Egito (mártir), Teusita, Hórrio, Teodora, Ninfodora, Marcos e Arábia (mártires de Nicéia, na Bitínia), Agnelo de Pisa (franciscano, bem-aventurado), Pedro II de Cava (abade, bem-aventurado).
Antífona: Bendize, ó minha alma, ao Senhor, não esqueças nenhum dos seus benefícios: é ele quem te perdoa todas as ofensas. (Sl 102, 2-3)
Oração do Dia: Ó Deus, alegrando-nos cada ano com a celebração da Quaresma, possamos participar com fervor dos sacramentos pascais e colher com alegria todos os seus frutos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo.
I Leitura: Oséias (Os 6, 1-6)
Deus quer primeiramente o amor e a fé
1"Vinde, voltemos para o Senhor, ele nos feriu e há de tratar-nos, ele nos machucou e há de curar-nos. 2Em dois dias, nos dará vida, e, ao terceiro dia, há de restaurar-nos, e viveremos em sua presença. 3É preciso saber segui-lo para reconhecer o Senhor. Certa como a aurora é a sua vinda, ele virá até nós como as primeiras chuvas, como as chuvas tardias que regam o solo".
4Como vou tratar-te, Efraim? Como vou tratar-te, Judá? O vosso amor é como nuvem pela manhã, como orvalho que cedo se desfaz. 5Eu os desbastei por meio dos profetas, arrasei-os com as palavras de minha boca, mas, como luz, expandem-se meus juízos; 6quero amor e não sacrifícios, conhecimento de Deus, mais do que holocaustos. Palavra do Senhor!
Comentando a I Leitura
Quero amor e não sacrifícios
O amor de Deus, forte e fiel, liga-o de modo indissolúvel à história de seu povo. Também o seu povo quer Deus um amor forte, e prefere-o ao sacrifício. Quer, entretanto, o conhecimento de Deus. Oséas o contrapõe aos ritos celebrados sem fé e à idolatria que toma Deus pelo que ele não é o rebaixa ao capricho das visões humanas. Mas a consciência intelectual é nula sem a descoberta do amor de Deus como se nos revela, e sem um fiel apego a este amor. Quantas liturgias nas quais nada acontece, das quais se sai sem haver encontrado a Deus, sem havê-lo conhecido melhor! O cansaço do profeta é muitas vezes o nosso, mas sabemos que meios tomar para corrigir esta impressão e fazer de cada reunião eucarística a experiência continuamente renovada de um vivo conhecimento de Deus? [Extraído do MISSAL COTIDIANO, ©Paulus, 1997]
Salmo: 50 (51), 3-4. 18-19.20-21ab (R/.cf. Os 6,6)
Eu quis misericórdia e não o sacrifício!
Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! Na imensidão de vosso amor, purificai-me! Lavai-me todo inteiro do pecado, e apagai completamente a minha culpa!
Pois não são de vosso agrado os sacrifícios, e, se oferto um holocausto, o rejeitais. Meu sacrifício é minha alma penitente, não desprezeis um coração arrependido!
Sede benigno com Sião, por vossa graça, reconstruí Jerusalém e os seus muros! E aceitareis o verdadeiro sacrifício, os holocaustos e oblações em vosso altar!
Evangelho: Lucas (Lc 18, 9-14)
Deus torna justo quem o busca com fé
Naquele tempo, 9Jesus contou esta parábola para alguns que confiavam na sua própria justiça e desprezavam os outros: 10"Dois homens subiram ao templo para rezar: um era fariseu, o outro cobrador de impostos. 11O fariseu, de pé, rezava assim em seu íntimo: `Ó Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens, ladrões, desonestos, adúlteros, nem como este cobrador de impostos. 12Eu jejuo duas vezes por semana, e dou o dízimo de toda a minha renda'. 13O cobrador de impostos, porém, ficou a distância, e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu; mas batia no peito, dizendo: `Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador!' 14Eu vos digo: este último voltou para casa justificado, o outro não. Pois quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado". Palavra da Salvação!
Comentando o Evangelho
Dois modos de rezar
O contraste entre a oração do fariseu e a do publicano ilustra duas posturas diante de Deus, o modo inconveniente e o modo conveniente de rezar.
O fariseu encarna o modo inconveniente de se dirigir a Deus. Sua postura empertigada deixa transparecer a consciência de ser estimado por Deus e gozar de grande prestígio diante dele. Suas palavras denotam o grande conceito que tinha de si mesmo. Sabia-se ser uma pessoa acima de qualquer suspeita, muito diferente do resto da humanidade formada por ladrões, injustos e adúlteros. Deus não tinha como fazer-lhe nenhuma censura, uma vez que era fiel no cumprimento dos mandamentos, dentre os quais, o pagamento do dízimo.
A oração revestida de tal soberba, de forma alguma pode ser agradável a Deus. Quem se serve dela, terá a humilhação como resposta.
O publicano situa-se no pólo oposto: mantém-se distante, de cabeça baixa, temendo erguer os olhos para os céus, pois tinha consciência de ser pecador, carente da misericórdia e do perdão divinos. Sem títulos de grandeza nem provas de virtude, só lhe restava colocar-se, humildemente, nas mãos do Pai.
A oração do humilde toca o coração de Deus e é atendida. Ele vem em socorro de quem sabe reconhecer-se limitado e impotente para se salvar com as próprias forças. . [O EVANGELHO NOSSO DE CADA DIA, Jaldemir Vitório, ©Paulinas]
Para sua reflexão: Eis uma falsa religiosidade do fariseu muito parecida com a situação de muitos nos dias atuais. Ele é senhor de si e despreza os demais. A ação de graças é recitada no AT pelos benefícios recebidos de Deus, mas o fariseu confunde tudo dando graças a Deus por sua própria bondade, a de suas obras e comportamentos. Já o coletor é uma figura típica: os judeus tinham esse tipo de pessoa como pecador. Diante de Deus o publicano se considera realmente pecador e assume o seu arrependimento. Só pede piedade e obtém o perdão e começa uma nova vida. Enfim, ninguém poderá orgulhar-se diante de Deus. Que acolhemos a Palavra como fonte de cura espiritual e melhoremos a qualidade das nossas orações ao Senhor.
Comentário ao Evangelho do dia feito por :
São Cipriano (c. 200-258), Bispo de Cartago e mártir
A Oração do Senhor, §§ 4, 6 (a partir da trad. de DDB 1982, p.42 rev.)
«O cobrador de impostos [...] nem sequer ousava levantar os olhos ao céu»
Os homens de oração devem exprimir as suas súplicas e os seus pedidos com modéstia, calma, contenção e discrição. Lembremo-nos de que nos estamos a apresentar perante Deus. É necessário que a atitude do nosso corpo, o nosso tom de voz sejam agradáveis aos olhos de Deus. Não convém estender-se em clamores; é conveniente rezar com modéstia e reserva.
O Senhor, no Seu ensinamento, manda-nos rezar isoladamente, na solidão ou mesmo em lugares retirados, até mesmo no nosso quarto (Mt 14,n23; 6,n6), o que se coaduna melhor com a fé. Sabemos que Deus está presente em todo o lado, que ouve e vê todos os homens, que o olhar da Sua majestade soberana penetra até no segredo. Com efeito, está escrito: «Será que Eu sou Deus só ao perto e não sou Deus ao longe? [...] Poderá alguém ocultar-se em lugares escondidos sem que Eu o veja? [...] Não sou Eu que encho o céu e a terra?» (Jr 23, 23-24)
O homem de oração, irmãos bem amados, não deve ignorar como o publicano orava no Templo, por comparação com o fariseu. O cobrador de impostos não levantava os olhos ao céu com descaramento, não erguia as mãos com insolência. Batia no peito, reconhecia os seus pecados interiores e escondidos, implorava o socorro da misericórdia divina. O fariseu, pelo contrário, fiava-se em si mesmo. E foi o publicano que mereceu ser reconhecido como justo. Porque rezava sem colocar a sua esperança de salvação na sua própria inocência, visto que ninguém é inocente. Rezava confessando os seus pecados, e a sua oração foi atendida por Aquele que perdoa aos humildes. Santa Eufrásia
Eufrásia, cujo nome em grego significa alegria, nasceu no ano 380, na Ásia Menor e cresceu durante o reinado do imperador Teodósio, de quem seus pais eram parentes. Portanto, foi educada para viver na corte, rodeada pelos prazeres e luxos. Mas, nunca se sentiu atraída por nada disso, mesmo porque, seus pais também viviam na humildade, apesar da fortuna que possuíam.
Depois que ela nasceu, filha única, o casal decidiu fazer voto de castidade. Desejavam viver como irmãos, para melhor se dedicarem a Deus. Quanto à jovem, desde pequena fazia jejuns e orações que chegavam a durar alguns dias. Com a morte de seu pai, a sua mãe que começou a ser cortejada, resolveu se retirar para o Egito. Lá, com sua fortuna, também intensificou a caridade da família, levando com frequência Eufrásia em suas visitas aos conventos e hospitais que ajudava a manter.
Numa dessas visitas a um convento, quando Eufrásia tinha apenas sete anos, ela pediu para não voltar para casa. Queria ficar definitivamente alí. Os registros mostram que, apesar da pouca idade, acompanhava as religiosas em todos os seus afazeres com disciplina e pontualidade, que chegavam a impressionar por sua maturidade. O tempo passou, sua mãe faleceu e Eufrásia continuava no convento.
Vendo-a assim órfã, o imperador, seu parente, procurou por ela e lhe ofereceu a proposta que recebera de um senador, que a desejava desposar. O que, além de lhe dar estabilidade social aumentaria consideravelmente sua já enorme fortuna. Contudo Eufrásia recusou, confirmando que desejava continuar na condição de virgem e seguir a vida religiosa. Aliás, não só recusou como pediu ao governante para distribuir todos seus bens entre os pobres.
Os registros narram inúmeras graças e fatos prodigiosos ocorridos através de Eufrásia. Consta que curou um menino à beira da morte com o sinal da cruz.
Certo dia sua superiora teve uma visão, onde era avisada da morte de Eufrásia e sua futura proclamação como santa. A jovem nada sentia, mas mesmo assim fez questão de receber os sacramentos e como previsto, no dia seguinte, foi acometida de uma febre fortíssima e ela morreu. Era o ano 412 e Eufrásia foi sepultada no convento que tanto amava.
O culto à Santa Eufrásia é muito difundido no Oriente e Ocidente, pela singeleza de sua vida e pelas graças que até hoje ocorrem por sua intercessão. Sua festa litúrgica acontece no dia 13 de março, data provável de sua morte. [www.paulinas.org.br]
Santa Eufrásia, virgem, +412
Eufrásia, cujo nome em grego significa alegria, nasceu no ano 380, na Ásia Menor e cresceu durante o reinado do imperador Teodósio, de quem seus pais eram parentes. Portanto, foi educada para viver na corte, rodeada pelos prazeres e luxos. Mas, nunca se sentiu atraída por nada disso, mesmo porque seus pais também viviam na humildade, apesar da fortuna que possuíam.
Depois que ela nasceu, filha única, o casal decidiu fazer voto de castidade. Desejavam viver como irmãos, para melhor se dedicarem a Deus. Quanto à jovem, desde pequena fazia jejuns e orações que chegavam a durar alguns dias. Com a morte de seu pai, a sua mãe que começou a ser cortejada, resolveu retirar-se para o Egito. Lá, com sua fortuna, também intensificou a caridade da família, levando com frequência Eufrásia em suas visitas aos conventos e hospitais que ajudava a manter.
Numa dessas visitas a um convento, quando Eufrásia tinha apenas sete anos, ela pediu para não voltar para casa. Queria ficar definitivamente ali. Os registros mostram que, apesar da pouca idade, acompanhava as religiosas em todos os seus afazeres com disciplina e pontualidade, que chegavam a impressionar por sua maturidade. O tempo passou, sua mãe faleceu e Eufrásia continuava no convento.
Vendo-a assim órfã, o imperador, seu parente, procurou-a e ofereceu-lhe a proposta que recebera de um senador, que a desejava desposar. O que, além de lhe dar estabilidade social, aumentaria consideravelmente sua já enorme fortuna. Contudo Eufrásia recusou, confirmando que desejava continuar na condição de virgem e seguir a vida religiosa. Aliás, não só recusou como pediu ao governante para distribuir todos seus bens entre os pobres.
Os registos narram inúmeras graças e fatos prodigiosos ocorridos através de Eufrásia. Consta que curou um menino à beira da morte com o sinal da cruz.
Certo dia, a sua superiora teve uma visão, onde era avisada da morte de Eufrásia e sua futura proclamação como santa. A jovem nada sentia, mas mesmo assim fez questão de receber os sacramentos e como previsto, no dia seguinte, foi acometida de uma febre fortíssima e morreu. Era o ano 412 e Eufrásia foi sepultada no convento que tanto amava.
O culto a Santa Eufrásia é muito difundido no Oriente e Ocidente, pela singeleza de sua vida e pelas graças que até hoje ocorrem por sua intercessão. Sua festa litúrgica acontece no dia 13 de março, data provável de sua morte.
S. Rodrigo, mártir, +857
Estes dois santos, juntamente com Santo Eulógio, são os mais conhecidos entre os mártires de Córdova.
Apesar de Córdova ter sofrido por altura da invasão dos muçulmanos, os cristãos não foram tão perseguidos pela sua fé como o seriam anos mais tarde, quando a paz já reinava no local.
Em meados do séc. IX, os governantes passaram a exigir dos cristãos que jamais pronunciassem a sua fé em público e que se mantivessem apenas dentro de casa quando desejassem praticar os seus deveres cristãos.
Rodrigo, Salomão e Eulógio foram os protagonistas de uma história comovente, que aconteceu no ano de 857. Os três eram amigos e Rodrigo tinha dois irmãos, um cristão e outro muçulmano.
Certa vez, quando os seus irmãos estavam brigando, cada qual defendendo a sua própria fé, Rodrigo interveio e, colocando-se no meio dos dois para impedir a briga, levou um golpe que o fez desmaiar.
O irmão muçulmano, vendo que Rodrigo desfalecera, carregou-o nos braços por toda a cidade de Córdova dizendo que ele acabara de abraçar a fé islâmica. Ao despertar, Rodrigo negou qualquer conversão e os muçulmanos passaram a tê-lo como traidor.
Foi preso juntamente com os seus amigos e os três foram condenados à morte juntos.
Santa Serafina, virgem, +1253
Santa Serafina nasceu em 1238, pertencente a uma nobre família italiana. Era uma menina modesta, pura, piedosa, de grande mortificação, bondosa e caridosa para com todos. Santa Serafina, que amava muito os seus pais e deles recebeu conselhos contra a malícia do mundo, sempre buscou com muito empenho a pureza, a ponto de receber a graça de se consagrar ao Cristo como virgem.
Com apenas 10 anos, Santa Serafina contraiu uma grave doença que cobriu o seu corpo de chagas incuráveis e dolorosas. Durante a sua enfermidade Santa Serafina escolheu estar sobre uma tábua, a fim de se assemelhar o Cristo e, como São Paulo, completar com os seus sofrimentos o que faltava no Cristo sofredor. Santa Serafina teve momentos muito difíceis na sua vida, porém, devota à Paixão e Morte de Jesus, ofereceu tudo pela conversão dos pecadores até que, em 1253, com 15 anos, entrou na Casa do Pai.