quarta-feira, 10 de março de 2010


Quarta-feira, 10 de março de 2010

Terceira Semana da Quaresma - 2ª Semana do Saltério (Livro III) - cor Litúrgica Roxa


Santos do Dia: Anastácia, a Patriciana (virgem, mártir de Constantinopla), Atala de Bobbio (abade), Caio e Alexandre (mártires de Apamea, na Frígia), Codrato, Dionísio, Cipriano, Aneto, Paulo e Crescente (mártires de Corinto), Doroteu de Paris (abade), Emiliano de Lagny (abade), Himelin de Vissenaeken (presbítero), João de Ogilvie (jesuíta, mártir), Kessog de Lennox (bispo, mártir), Macário de Jerusalém (bispo), Simplício (papa), Vítor (mártir do Norte da África), André de Strumi (abade, bem-aventurado), João de Vallumbrosa (monge, bem-aventurado), Pedro de Geremia (dominicano, bem-aventurado).


Quarenta Mártires de Sebaste

10 de Março

No ano de 320 esses homens deram testemunho no martírio. Em 313 os Imperadores Constantino e Licinio, assinaram o Edito de Milão, que dava a liberdade às religioes, para a manifestação publica. Passado um tempo, Licínio começou a perseguir a Igreja de Cristo, prejudicando padres, bispos e famílias.

Nesse contexto, estavam 40 homens, oficiais e soldados cristãos, que serviam ao Império. Licínio retomou uma lei onde para servir o Império era preciso sacrificar aos deuses. Muitos, inclusive estes quarenta, não aceitaram.

Deixaram por escrito suas despedidas, pediram orações aos bispos e diáconos, e que seus corpos fossem colocados todos juntos. Por não renunciarem a Jesus, foram colocados em um tanque gelado de um dia para o outro, para depois serem queimados.

Um deles buscou a pia de águas temperada, separada para aqueles que quisessem apostatar, mas faleceu ali mesmo, com o choque térmico.

Os outros perseveraram por amor a Jesus.

Quarenta Mártires de Sebaste, rogai por nós!

Antífona Orientai meus passos, Senhor, segundo a vossa palavra, e que o mal não domine sobre mim! (Sl 118, 133)

Oração do Dia: Ó Deus de bondade, concedei que, formados pela observância da quaresma e nutridos por vossa palavra, saibamos mortificar-nos para vos servir com fervor, sempre unânimes na oração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo.

A plenitude da lei*

Postado por: padrepacheco

março 10th, 2010

Jesus diz que não veio revogar a Lei e os profetas, isto é, o Antigo Testamento, mas dar-lhes plenitude. Os três vercículos do evangelho de hoje introduzem as seis antíteses do sermão da montanha em que Jesus delineia a nova justiça do reino de Deus, ou seja, a nova santidade e fidelidade. A frase inicial é chave: “Não penseis que vim revogar a lei e os profetas; não vim revogar, mas dar-jhe plenitude”. Daí se compreende a importância do cumprimento da lei em toda a sua extensão, como fez o próprio Cristo, embora criticasse duramente a interpretação que dela faziam os mestres judeus conforme as tradições rabínicas.

A alternativa que Jesus propõe à lei mosaica não é a simples abolição, mas uma maior perfeição e exigência, uma fidelidade mais radical, uma santidade mais profunda. A lei nova de Cristo, a lei do Espírito, fundamenta uma moral e uma ética religiosa em dinamismo progressivo, interior, totalizante e de acordo com o ritmo ascendente da revelação.

Cristo é a plenitude da Lei. Esta fidelidade maior é a que Jesus quer do seu discípulo e aque diferencia a comunidade do Antigo e do Novo Testamento, os membros da sinagoga e da Igreja. São Paulo, que aprofundou o tema da lei mosaica em relação com a fé em Cristo e a sua nova lei, afirma: “O fim da lei é Cristo para a justificação de todo o crente” (Rm 10,4). Cristo foi o cumprimento pleno e a realização acabada da lei e profecias da antiga aliança

O fato de Jesus colocar aplenitude da lei do reino no amor, que deve animar toda a vida do discípulo, indica a importância e função da lei em si mesmaA lei é necessária em toda a sociedade ou Estado de direito, como expressão das condições mínimas que tornem possível a convivênvcia e salvaguarda dos direitos humanos; caso contrário, impor-se-ia a lei do mais forte. Também a comunidade cristã tem uma lei de governo no Código de Direito Canônico; mas a Igreja e o cristão sabem que a sua lei primeira e básica é o evangelho de Jesus.

O amor sem limites a Deus a ao irmão é a plenitude da lei de Cristo, a nova justiça, a nova santidade do reino, a nova fidelidade religiosa; porque, resume São Paulo, “amar é cumprir a lei inteira” (Rm 13,10).

Padre Pacheco, Comunidade Canção Nova.

Leitura: Deuteronômio (Dt 4, 1.5-9)

É na prática da lei que o povo mostrará sua fidelidade

Moisés falou ao povo, dizendo: 1"Agora, Israel, ouve as leis e os decretos que eu vos ensino a cumprir, para que, fazendo-o, vivais e entreis na posse da terra prometida que o Senhor Deus de vossos pais vos dará.

5Eis que vos ensinei leis e decretos conforme o Senhor meu Deus me ordenou, para que os pratiqueis na terra em que ides entrar e da qual tomareis posse. 6Vós os guardareis, pois, e os poreis em prática, porque neles está vossa sabedoria e inteligência perante os povos, para que ouvindo todas as leis, digam: 'Na verdade, é sábia e inteligente esta grande nação!' 7Pois, qual é a grande nação cujos deuses lhe são tão próximos quanto o Senhor nosso Deus, sempre que o invocamos? 8E que nação haverá tão grande que tenha leis e decretos tão justos, quanto esta lei que hoje vos ponho diante dos olhos?

9Mas toma cuidado! Procura com grande zelo não te esqueceres de tudo o que viste com os próprios olhos, e nada deixes escapar do teu coração por todos os dias de tua vida; antes, ensina-o a teus filhos e netos". Palavra do Senhor!

Comentando a I Leitura

Cumpri e praticai as leis e os decretos

A lei que o povo de Deus deve observar funda-se na aliança, que dele faz um povo único na face da terra, com identidade e missão específica: "neles está vossa sabedoria e inteligência" (versículo 6). Assim para a Igreja, novo povo de Deus: sua existência está ligada ao novo pacto assinado por Cristo com o próprio sangue; sua missão de salvação universal em Cristo constitui sua razão de ser, sua identidade.

Enquanto desenvolve sua missão no contexto histórico em que está inserida, não deve a Igreja confundir-se com o mundo, porém agir nele como o fermento na massa, conservando sua identidade. "Sacramento universal de salvação", ela anuncia fielmente a palavra do Evangelho que recebeu; "germe, e inicio" da grande reunião dos povos, dá graças na assembléia ao Deus-que-nos-é-vizinho, Pai de Cristo Jesus. [MISSAL COTIDIANO, ©Paulus, 1997]

Salmo: 147(147B), 12-13.15-16.19-20 (+12a)
Glorifica o Senhor, Jerusalém!

12Ó Sião, canta louvores ao teu Deus! 13Pois reforçou com segurança as tuas portas, e os teus filhos em teu seio abençoou.

15Ele envia suas ordens para a terra, e a palavra que ele diz corre veloz. 16Ele faz cair a neve como lá e espalha a geada como cinza.

19Anuncia a Jacó sua palavra, seus preceitos suas leis a Israel. 20Nenhum povo recebeu tanto carinho, a nenhum outro revelou os seus preceitos.

Evangelho: Mateus (Mt 5, 17-19)

Jesus e a Lei

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 17"Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas". Não vim para abolir; mas para dar-lhes pleno cumprimento. 18Em verdade, eu vos digo: antes que o céu e a terra deixem de existir; nem uma só letra ou vírgula serão tiradas da lei, sem que tudo se cumpra. 19Portanto, quem desobedecer a um só desses mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será considerado o menor no Reino dos Céus. Porém, quem os praticar e ensinar será considerado grande no Reino dos Céus. Palavra da Salvação!

Comentário do Evangelho

O mandamento inviolável

A severidade com que Jesus tratou a questão da violação dos mandamentos – “mesmo dos menores” – deve ser entendida no contexto de sua pregação e de seu próprio testemunho de vida. Estaria equivocado quem tentasse entendê-la com a mentalidade dos fariseus legalistas da época. O apego deles aos mandamentos estava longe da prática de Jesus. Os fariseus apegavam-se à letra da Lei, o Messias Jesus, no entanto, ia além, buscando viver o espírito escondido nas entrelinhas dessa mesma Lei.


Jesus estava pouco interessado em minúcias, em questões irrelevantes com as quais os fariseus se debatiam. Sua preocupação centrava-se na prática do amor misericordioso, de modo especial em relação aos pobres e marginalizados; na busca constante de fidelidade ao Pai, cuja vontade era um imperativo inquestionável; na relativização das prescrições religiosas, quando estava em jogo a defesa da vida; na liberdade profética diante de tudo quanto se apresentava como empecilho para a realização do Reino. Portanto, seu horizonte era mais vasto e mais radical que o de seus adversários.


Esta é a dinâmica na qual a vida do discípulo deve se inserir, tornando-se para ele como que um mandamento inviolável. E por acreditar que este é o caminho correto de acesso a Deus, o discípulo tanto o pratica como o ensina. O legalismo farisaico é, pois, substituído pela fidelidade incondicional ao Pai.
[O EVANGELHO NOSSO DE CADA DIA, Jaldemir Vitório, ©Paulinas]

Para sua reflexão: Jesus fala com uma autoridade que está acima da legislação antiga e sua interpretação é autêntica. Os fariseus se fixaram na letra sem penetrar no espírito, ou seja, não praticavam o que pregavam. O papel de Jesus é tratado com referência ao Antigo Testamento. Ele veio revelar o verdadeiro significado do Antigo Testamento para expressar o que a Lei e os Profetas queriam dizer e, assim, fazer a Lei cumprir. Em outras palavras, o decálogo contido em Ex 20, 1-21 continua válido. Obedecer à Lei é passaporte para a salvação, isto é, seguir a Palavra do Senhor é essencial para o cristão, na prática e não na teoria; passar do Evangelho para a vida é a missão.

Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Santo Hilário (c. 315-367), Bispo de Poitiers e Doutor da Igreja
Comentário ao evangelho de Mateus, 4, 14-15

Cristo é o cumprimento das Escrituras


«Não vim abolir, mas cumprir». A força e o poder destas palavras do Filho de Deus encerram um profundo mistério.

A Lei, com efeito, prescrevia obras, mas orientava-as a todas para a fé em realidades que seriam manifestadas em Cristo; porque o ensino e a Paixão do Salvador são a grande e misteriosa intenção da vontade do Pai. A Lei, sob o véu das palavras inspiradas, anunciou o nascimento do Senhor Jesus Cristo, a Sua encarnação, a Sua paixão, a Sua ressurreição; os profetas, bem como os apóstolos, ensinam-nos repetidamente que, desde toda a eternidade, todo o mistério de Cristo foi preparado para ser revelado no nosso tempo. [...]

Cristo não quis que pensássemos que as Suas próprias obras continham outra coisa que as prescrições da Lei. Foi por isso que Ele próprio afirmou: «Não vim abolir, mas cumprir». O céu e a terra [...] devem desaparecer, mas nem o menor mandamento da Lei desaparecerá, porque em Cristo toda a Lei e todos os profetas encontram a sua realização. No momento da Sua Paixão, [...] Ele declarou: «Tudo está consumado» (Jo 19, 30). Nesse momento, todas as palavras dos profetas receberam a sua confirmação.

É por isso que Cristo afirma que nem o mais pequeno dos mandamentos de Deus pode ser abolido sem ofender a Deus. [...] Nada pode ser mais humilde que a coisa mais pequena. E a mais humilde de todas foi a Paixão do Senhor e a Sua morte na cruz.


S. Macário de Jerusalém, patriarca, +335

S. Macário

Foi um dos signatários do Concílio de Nicéia contra os arianos. Venerado pelo imperador Constantino e sua mãe Santa Helena, com ela descobriu vários dos instrumentos da Paixão, inclusive a verdadeira Cruz.


Os Quarenta Mártires de Sebaste


+320

Lembramos hoje o testemunho dos quarenta Mártires que deram tão grande testemunho de fé e coragem que Santo Éfrem disse a seu respeito: "Que desculpa poderemos apresentar ao tribunal de Deus, nós, que , livres de perseguição e torturas, deixamos de amar a Deus e trabalhar na salvação de nossas almas?"
Chegou até nós o testemunho da ousadia destes homens que, no século IV, foram impelidos pelo imperador Licínio a um juramento de fidelidade para todos os soldados, o qual consistia em sacrificar aos ídolos protectores do Império. Diante da injusta ordem das autoridades, quarenta cristãos pertencentes à guarda do Império e que prestavam serviço em Sebaste (na Arménia) recusaram-na dizendo:
"Até ao presente combatemos e vencemos ao serviço dum senhor mortal como nós; agora queremos lutar e vencer sob a bandeira de Cristo, que é o Deus verdadeiro a quem devemos obediência e adoração!"
Desta forma venceram e ganharam o direito à coroa imperecível, tendo sido torturados até à morte.

São João Ogilvie

Em 1593 converteu-se à religião católica, entrou no Colégio escocês de Douai e, em 1695, foi para Lavaina onde teve como mestre o famoso Cornélio Lápido. Prosseguiu seus estudos em Ratisbona em 1598 e um ano depois foi admitido como noviço no Colégio dos Jesuítas em Brunnmoróvia. Estudou em diversos lugares e ordenou-se sacerdote em Paris. Em 1610, aos 31 anos de idade, pedia muitas vezes para trabalhar na Escócia, sua pátria a qual não via há 22 anos e meio, foi atendido. A situação dos escoceses estava péssima: era considerado como crime assistir a missas e quem as assistisse corria o risco de perder a vida, seus bens e herdeiros, confiscados pelo Estado. João partiu para Edimburgo e ali exerceu um apostolado clandestino até dia 3 de outubro de 1614 quando, no dia seguinte foi preso em Glasgow por ordens do arcebispo protestante João Spattiswood. Ficou durante 4 meses preso num regime desumano, sem poder realizar nem um movimento, preso por correntes. Foi torturado várias vezes, para que apostatasse. Cinco vezes foi chamado diante do juiz em Glasgow e Ediumburgo. Na ultima sessão, em 10 de março de 1615, foi enforcado no centro de Glasgow e canonizado em 1976.


S. João Ogilvie

João Ogilvie nasceu na Escócia, em 1579, duma nobre família que aderiu à separação da Igreja da Inglaterra com a de Roma. Educado numa rígida doutrina calvinista, João, com treze anos, foi enviado para a França e Alemanha por causa dos estudos. Ao deparar-se com o testemunho de vida dos católicos, iniciou uma crise espiritual, que se findou na sua conversão ao catolicismo, o que implicava, na época, a ruptura com a família e a perda de seu sustento. Mesmo com a certeza de ser perseguido em sua pátria, João abraçou a Igreja Católica, pois, de grande honestidade intelectual, decidiu-se radicalmente por reconhecer que caminhava para a verdade, vontade e convite de Deus. Mais tarde, entrou na Companhia de Jesus, onde chamava a atenção pela sua serenidade e alegria de viver. Chegou ao Sacerdócio, o qual pôde também exercer na Escócia, de modo clandestino devido à perseguição, mas de forma corajosa e santa, até ser preso por professar sua fé ao Cristo, a verdade e amor ao Papa; por isso foi humilhado, condenado e martirizado em 1615.

Creio que mais vale a dignidade de um mendigo do que a

arrogância de um poderoso. (Frei neylor Tonin)

Há três coisas que jamais voltam: a flecha lançada, a palavra dita

e a oportunidade perdida (Provérbio Chinês)

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