quinta-feira, 4 de março de 2010

Quinta-feira, 4 de março de 2010

Segunda Semana da Quaresma - 2ª Semana do Saltério (Livro III) - cor Litúrgica Roxa

Santos: Adriano (bispo, mártir na Ilha de May), Arquelau, Casimiro, Cirilo e Fócio (mártires de Nicomédia), Basílio, Eugênio, Agatodoro, Elpídio, Etério, Efrém, Nestor e Arcádio, bispos em Chersoneso (mártires), Capitão (primeiro bispo de Lugo, mártir), Lúcio (papa, mártir), Romeu de Limoges (carmelita, bem-aventurado).

Antífona: Provai-me, ó Deus, e conhecei meus pensamentos: vede se ando pela vereda do mal e conduzi-me nos caminho da eternidade. (Sl 138, 23-24)

Oração do Dia: Ó Deus, que amais e restaurais a inocência, orientai para vós os corações dos vossos filhos e filhas, para que, renovados pelo vosso Espírito, sejamos firmes na fé e eficientes nas obras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo.


Partilhar com os irmãos

Postado por: padrepacheco

março 4th, 2010


No evangelho contrapõe Jesus a diferente sorte final do rico e do pobre Lázaro. É uma parábola em três quadros: situação de ambos em vida, troca de cena depois da sua morte e diálogo do rico com Abraão. Nos dois primeiros quadros procede Jesus com base em contrastes e inversão de situações: felicidade de um e desgraça do outro; no terceiro está a lição da parábola.

O desigual destino final do rico e de Lázaro não se deve exclusivamente à sua condição sociológica, mas, sobretudo, às suas atitudes pessoais. O rico não é condenado pelo simples fato de o ser, mas porque não teme a Deus, de quem prescinde, e porque de modo egoísta se nega a partilhar o seu pão com o pobre que morre de fome á sua porta. Também Lázaro não se salva simplesmente por ser pobre, mas porque está aberto a deus e espera dele a salvação, porque faz justiça aos oprimidos.

A lição, intenção e finalidade da parábola não é realçar a escatologia individual, embora se indique ao remeter-se a Jesus a crença e linguagem habituais de seu tempo, nem prometer uma compensação aos pobres com um final feliz, nem menos ainda, incutir nos deserdados da vida uma resignação esperançada mas fatalista e alienante.

Não; trata-se, antes, de afirmar o perigo da riqueza, porque facilmente cria o esquecimento de Deus, surdez à sua palavra (expressa na lei de Moisés e nos profetas) e fechamento ao próximo; ao ponto de tais pessoas “não fazerem caso nem que ressuscite um morto” para fazer-lhes ver o seu caminho errado.

Escutar a palavra de Deus, converter-se à Lei do seu Reino de justiça e amor, abandonar a falsa segurança dos bens materiais e partilhar com os irmãos o que temos são as regras que se tiram da lição desta parábola.

O perigo que nos ronda ao ler o evangelho de hoje é pensar que se dirige somente aos ricos e aos potentados do dinheiro. A esses não pertencemos nós, dizemos. Contudo, a lição da parábola, em maior ou menor medida, tem aplicação para todos. Pobre e rico são conceitos relativos. O que tem um milhão é pobre se se compara com o que tem mil, mas rico se se compara com o que só tem umas moedas.

Todos temos ao nosso lado ou encontramos nas nossas passadas algum Lázaro que é mais pobre que nós: famílias humildes que passam por apuros, gente sem trabalho, doentes e velhos abandonados, alcoólicos e drogados, marginalizados que necessitam de uma mão amiga. Se lhe fechamos o coração, como julgarmo-nos em regra com Deus? Os cristão não podem ser espectadores neutrais da pobreza e miséria alheias, porque “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angustias dos homens do nosso tempo, sobretudo dos pobres e de quantos sofrem, são por sua vez alegrias e esperanças, tristezas e angústias dos discípulos de Cristo. Nada há verdadeiramente humano que não encontre eco no seu coração” (GS 1).

Se não somos solidários partilhando os nossos bens e dinheiro com os que são mais pobres que nós, as nossas eucaristias não serão autênticas , conforme dizia São paulo aos cristãos de Corinto (1Cor 11,17ss).

Padre Pacheco,
Comunidade canção Nova.

I Leitura: Jeremias (Jr 17, 5-10)

Maldito o homem que confia no homem

5Isto diz o Senhor: "Maldito o homem que confia no homem e faz consistir sua força na carne humana, enquanto o seu coração se afasta do Senhor”; 6como os cardos no deserto, ele não vê chegar a floração, prefere vegetar-se na secura do ermo, em região salobra e desabitada.

7Bendito o homem que confia no Senhor, cuja esperança é o Senhor; 8é como a árvore plantada junto às águas, que estende as raízes em busca da umidade, e por isso não teme a chegada do calor: sua folhagem mantém-se verde, não sofre míngua em tempo de seca e nunca deixa de dar frutos. 9Em tudo é enganador o coração, e isto é incurável; quem poderá conhecê-lo?

10Eu sou o Senhor, que perscruto o coração e provo os sentimentos, que dou a cada qual conforme o seu proceder e conforme o fruto de suas obras". Palavra do Senhor!

Comentando a I Leitura

Bendito o homem que põe sua confiança no Senhor

Em quem se deve esperar? No homem, afirmam muitos de nossos contemporâneos, que sonham libertar o mundo das tutelas religiosas para confiá-lo totalmente às mãos do homem. Sua confiança no homem é comovedora, mas segundo a linguagem do profeta eles seriam malditos, iludidos. Acabam por ser homens sem esperança porque lhes falta a confiança na ressurreição. Além disso, constatando a maldade humana, concluem amargamente que o homem não merece confiança.

Só existe uma possibilidade de esperar no homem: esperar no homem Jesus Cristo. Nele Deus nos dá a possibilidade de tornar tudo novo e de crer no futuro. Nele a vida humana torna-se possível e vale a pena ser vivida. É possível, então, esperar também nos outros homens, porque sua graça pode transformá-los e torná-los corresponsáveis, mediante um engajamento fiel no mundo, pela construção de um futuro melhor. [MISSAL COTIDIANO, ©Paulus, 1997]

Salmo: 1, 1-2.3.4 e 6 (R/.Sl 39 [40], 5a)
É feliz quem a Deus se confia!

1Feliz é todo aquele que não anda conforme os conselhos dos perversos; que não entra no caminho dos malvados, nem junto aos zombadores vai sentar-se; 2mas encontra seu prazer na lei de Deus e a medita, dia e noite, sem cessar.

3Eis que ele é semelhante a uma árvore, que à beira da torrente está plantada; ela sempre dá seus frutos a seu tempo, e jamais as suas folhas vão murchar. Eis que tudo o que ele faz vai prosperar.

4Mas bem outra é a sorte dos perversos. Ao contrário, são iguais à palha seca espalhada e dispersa pelo vento. 5Pois, Deus vigia o caminho dos eleitos, mas a estrada dos malvados leva à morte.

Evangelho: Lucas (Lc 16, 19-31)

O homem rico e o pobre Lázaro

Naquele tempo, disse Jesus aos fariseus: 19"Havia um homem rico, que se vestia com roupas finas e elegantes e fazia festas esplêndidas todos os dias. 20Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, estava no chão, à porta do rico. 21Ele queria matar a fome com as sobras que caiam da mesa do rico. E, além disso, vinham os cachorros lamber suas feridas.

22Quando o pobre morreu, os anjos levaram-no para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado. 23Na região dos mortos, no meio dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe a Abraão, com Lázaro ao seu lado. 24Então gritou: 'Pai Abraão, tem piedade de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas'. 25Mas Abraão respondeu: 'Filho, lembra-te de que recebeste teus bens durante a vida e Lázaro, por sua vez, os males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. 26E, além disso, há grande abismo entre nós: por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e nem os daí poderiam atravessar até nós'.

27O rico insistiu: 'Pai, eu te suplico, manda Lázaro à casa de, meu pai, 28porque eu tenho cinco irmãos. Manda preveni-los, para que não venham também eles para este lugar de tormento'. 29Mas Abraão respondeu: 'Eles têm Moisés e os profetas, que os escutem!' 30 O rico insistiu: 'Não, Pai Abraão, mas se um dos mortos for até eles, certamente vão se converter'. 31Mas Abraão lhe disse: 'Se não escutam a Moisés, nem aos Profetas, eles não acreditarão, mesmo que alguém ressuscite dos mortos'". Palavra da Salvação!

Comentário do Evangelho

O rico e Lázaro

A parábola evangélica é um alerta premente contra o perigo da riqueza e as consequências desastrosas para quem não sabe se servir dela como meio para obter a salvação eterna. A riqueza pode levar à condenação.

O rico simboliza aquela pessoa cuja vida limita-se à busca de prazeres: da comida, da bebida, do vestir-se bem, do locupletar-se com bens materiais. Por isso, não demonstra a mínima preocupação com Deus, nem muito menos com seus semelhantes, de modo especial, os pobres e marginalizados. Interessa-lhes, apenas, quem lhes pode proporcionar prazer, e seus companheiros de orgias. Nada, porém, que possa significar amor e ruptura dos esquemas egoístas.

A riqueza estreitava os horizontes do rico da parábola, impedindo-o de ver para além de seu pequeno mundo. O sofrimento do pobre Lázaro, à sua porta, era-lhe desconhecido. Sua fome contrastava com a opulência dos banquetes que o rico oferecia. Seu corpo coberto de feridas, dando-lhe um aspecto asqueroso, chocava-se com a bela aparência dos convivas do rico, bem vestidos e adornados.


O desfecho da parábola parece lógico: a insensibilidade do rico farreador valeu-lhe a condenação eterna de sofrimentos, pois deixara escapar a única chance de construir sua felicidade eterna, fazendo-se solidário com o sofrimento do próximo. [O EVANGELHO NOSSO DE CADA DIA, Jaldemir Vitório, ©Paulinas]

Para sua reflexão: O rico da parábola não tem nome, o pobre chama-se Lázaro, ou seja, Eleazar, que significa Deus auxilia. Ezequiel nos lembra: “este foi o pecado de Sodoma: soberba, fartura de pão e bem estar aprazível... mas não deu uma mão ao infeliz e pobre” (Ez 16,49). A parábola nos mostra o confronto entre a riqueza injusta e a pobreza, ou seja, entre um rico pecador, pois deus é o seu dinheiro, e um pobre justo e que, depois da morte, haverá castigo e prêmio. De Lázaro se contam os sofrimentos, não as virtudes. Não consegue afugentar nem os cães que lhe lambem a umidade das chagas. Segundo Daniel, “muitos dos que dormem no pó despertarão: uns para a vida eterna, outros para a vergonha perpétua” (Dn 12,2). A riqueza não é uma coisa abominável, quando justa e tem a sua evolução permeada pela justiça e respeito ao próximo. Segundo Jesus, o que vale é a lei do amor ao irmão, uma prática que tem sido difícil de ser aplicada nos dias de hoje. Mas há tempo para que a justiça seja reconhecida e aplicada ao seu irmão do lado; não espere isso só dos outros, comece a mudar o mundo a partir de você! Sobre o versículo 31 encontre uma oportunidade para ler todo o Pentateuco (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio). Se desejar dar uma passada em Romanos, capítulos de 12 a 15, vai se surpreender!

Comentário ao Evangelho do dia feito por :

São Basílio (c. 330-379), monge e bispo de Cesareia na Capadócia, Doutor da Igreja
Homilia 6 contra a riqueza; PG 31, 275-278

«Feliz é o homem que tem piedade e empresta, [...] que dá aos pobres; a sua justiça perdura para sempre» (Sl 111)


Que responderás ao soberano juiz, tu que vestes as tuas paredes e não vestes o teu semelhante? Tu que enfeitas os teus cavalos e não tens um único olhar para o teu irmão que está na miséria? [...] Tu que escondes o teu ouro e não vens em auxílio do oprimido? [...]

Diz-me, o que é que te pertence? De quem recebeste tudo aquilo que acumulas ao longo desta vida? [...] Não saíste nu do ventre da tua mãe? E não voltas à terra igualmente nu? (Jb 1, 21) De quem recebeste os teus bens presentes? Se responderes «do acaso», és um ímpio que se recusa a conhecer o seu criador e a agradecer ao seu benfeitor. Se concordares que foi de Deus, diz-me por que razão os recebeste.

Será Deus injusto ao repartir desigualmente os bens necessários à vida? Porque vives tu na abundância e aquele na miséria? Não será unicamente para que um dia recebas a recompensa pela tua bondade e gestão desinteressada, enquanto o pobre obterá a coroa prometida à paciência? [...] Ao esfomeado pertence o pão que tu guardas; ao homem despido o manto que tens nos teus cofres. [...] Deste modo, cometes tantas injustiças quantas as pessoas que poderias ajudar.

São Casimiro

O Santo que comemoramos hoje foi proclamado padroeiro da juventude Lituânia. O nome de Casimiro, o qual possui como significado do nome: comandar, tornou-se profecia, pois com o auxílio do Espírito Santo e da Virgem Maria comandou todo o seu pensar, falar e agir para Cristo e os irmãos. Casimiro era filho do rei da Polônia, nasceu com o título de grão-duque da Lituânia, sua terra natal, isto no ano de 1458. De família real e católica, Casimiro poderia se envolver em perigos políticos, por isso renunciou o direito ao trono, acolhendo assim a voz do Papa sobre a situação. Aceitou o dom do celibato como seu estado de vida e, com a ajuda da mãe e rainha, começou a receber forte educação espiritual do cônego de Cracóvia. São Casimiro, com dezessete anos e, debilitado pelo excesso de penitência, começou a ajudar o pai no governo da Lituânia, usando sempre a força da oração, prudência e tudo permeado pelo seu amor profundo ao Santíssimo Sacramento e a Nossa Senhora. Admirado pelos súditos e amado pelo povo foi vítima de tuberculose que o vitimou no ano 1484, mas não tirou dele o Prêmio Eterno.

S. Casimiro, príncipe da Polónia, penitente, +1484



S. Casimiro

Filho da rainha Isabel da Áustria e de Casimiro III, da Polônia, S. Casimiro nasceu em Cracóvia no dia 5 de Outubro de 1458. Renunciou ao reino da Hungria, colocando os interesses da Igreja acima de seus direitos como legítimo sucessor húngaro. Recusou casar-se também com a filha de Frederico III, opondo-se à sede de domínio do pai, desejoso de ampliar o império. Era um homem de profunda paz, serenidade, alegria e cordialidade. Os polacos chamam-lhe pacificador porque tudo fez para manter a paz, evitando com determinação as guerras fratricidas. Devotava estima especial aos pobres considerando-os membros de Cristo. Tuberculoso, morreu aos 25 anos em Grodno, Lituânia, no dia 4 de março de 1484. Em 1521 foi canonizado. É o padroeiro da Polónia e da Lituânia.

S. Lúcio I, papa, mártir, +254

S. Lúcio I

Em apenas um ano de pontificado, o governo de S. Lúcio foi marcado por um período de fortes perseguições. O tratamento injusto e cruel infligido pelo então imperador Valeriano, teve como consequência seu exílio. Mas, ao retornar, teve de sustentar luta fortíssima, desta vez, contra hereges denominados "novacianos". Sua determinação, zelo apostólico, plena convicção e fé em defesa da doutrina de Cristo, culminou em seu martírio. Data desta época, a morte de Nereu de Chipre, um perigoso agitador que ambicionava o trono Pontifício, e maquinou inúmeros estrategemas para conquistar seguidores. Documentos apócrifos ditam a sua morte por envenenamento com recurso de Cicuta, poderoso veneno. Neste mesmo local e época, foram martirizados outros novecentos santos mártires, cujos corpos foram depositados nas catacumbas de Santa Cecília, vítimas da intolerância romana.

Orai e aprendei a orar! Abri vossos corações e vossas consciências Àquele

que vos conhece melhor que vós mesmos. (Papa João Paulo II)

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