quinta-feira, 4 de março de 2010

"O PÃO NOSSO DE CADA DIA" TRANSMITIDO PELA REDE VIDA DE TELEVISÃO DIA 04/03/10.

Padre Fernando J. C. Cardoso

Arquidiocese de São Paulo

Hoje coloca-nos a Igreja diante dos olhos a famosa parábola do rico epulão e do pobre Lázaro. Esta parábola é um texto evangélico que se ajusta perfeitamente ao tempo que estamos vivendo.

O rico do texto se veste esplendidamente, nada na riqueza e concede aos amigos esplêndidos banquetes. A sua mansão é uma ilha de fantasia, ele não podia imaginar se quer que do outro lado desta mansão fantástica havia uma multidão de pobres que nada possuíam. Cavou a vida inteira um abismo entre si e aquela outra multidão que ficava bem distante de suas vistas, não desejava sequer considerá-los.

Jesus nos diz que este mesmo abismo existe no além, só que invertidamente, aquele que se banqueteava aqui é o mesmo que lá, no além, pede uma gota de água para lhe refrescar a língua.

Aparentemente entre a parábola do rico epulão, e a primeira leitura tirada do texto de Jeremias, não existe vínculo direto, no entanto uma leitura atenta nos mostra um vínculo sim.

Jeremias afirma num texto deuteronomista que corre em seu nome o seguinte: “Maldito o homem que confia em si mesmo” ele é comparável a cargos que existem nas estepes e no deserto, não possui nenhuma vitalidade, este é o caso do rico epulão, ele confiou em si mesmo, ele encheu a vida de si próprio, tornou-se com os anos um perfeito egoísta, confiava nos seus bens, confiava nas suas riquezas e não teve longemirancia para detectar o que vem depois dos poucos anos que nós transcorremos aqui na terra.

No final da parábola existe uma advertência: ele quer chamar a atenção dos cinco irmãos que ainda estão na terra. Abraão lhe diz que estes cinco irmãos não necessitam da aparição de um morto, eles têm Moisés e os profetas, que os escutem.

Na verdade estes cinco irmãos somos todos nós que ainda estamos momentaneamente na terra e que hoje, neste dia quaresmal, ouvimos, lemos e meditamos este Evangelho.

Se existem analogias e semelhanças entre nossa vida e a vida deste rico insensível e de coração de pedra, ainda Deus nos concede tempo para conversão e arrependimento, porque não deseja a morte do pecador e sim que ele se converta e viva.

Neste caso, que a conversão se dê do egoísmo para a misericórdia, para a sensibilidade e para o altruísmo com relação aos que sofrem.

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