segunda-feira, 8 de março de 2010

Segunda-feira, 8 de março de 2010

Terceira Semana da Quaresma - 2ª Semana do Saltério (Livro III) - cor Litúrgica Roxa

Hoje: Dia Internacional da Mulher e Comemoração Facultativa a São João de Deus (cor branca)

Santos do Dia: Ariano, Teótico e Companheiros (mártires), Cirilo, Rogato, Félix, outro Rogato, Mamilo, Urbano, Beata, Silvano, Felicidade e Herênia (mártires da África), Estêvão de Obacina (abade), Félix de Dunwich (bispo), Filêmon e Apolônio (mártires de Tebaida, no Egito), Hunfredo de Tarragona (bispo), Juliano de Toledo (bispo), Ogmundo de Holar (bispo), Pôncio de Cartago (diácono), Provino de Como (bispo), Quintilo de Nicomédia (bispo, mártir), Veremundo de Irache (abade), Vicente Kadlubeck (bispo), Faustino Miguez (presbítero, bem-aventurado).

Antífona: Minha alma anseia, até desfalecer, pelos átrios do Senhor; meu coração e minha carne exultam pelo Deus vivo! (Sl 83,3)

Oração do Dia: Ó Deus, na vossa incansável misericórdia, purificai e protegei a vossa Igreja, governando-a constantemente, pois sem vosso auxílio ela não pode salvar-nos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo.


O ungido do Senhor*

Postado por: padrepacheco

março 8th, 2010

Na primeira leitura narra-se a cura do leproso Naamã, general do exército do rei da Síria. Depois de se lavar sete vezes no rio Jordão, por indicação do profeta Eliseu, ficou completamente curado da lepra. Embora ao princípio tenha se mostrado indignado, ao ver-se curado proclamou o Senhor como único Deus de Israel. No Evangelho de hoje, sublinha Jesus que Naamã não era judeu, mas pagão; o que não foi obstáculo para alcançar o favor de Deus por meio do seu profeta.

Como Eliseu e como Elias, Jesus Cristo sabe que é enviado não só aos judeus, mas a todos os homens para os salvar. Afirmar isso na sinagoga de Nazaré despertou a ira dos seus conterrâneos, que tentaram atirá-lo por um despenhadeiro sem o conseguirem. Estava-se verificando à letra a afirmação inicial de Jesus: “asseguro-vos que nenhum profeta é bem visto em sua terra”, com a qual respondia à pergunta que, com desconfiança, faziam sobre Ele: “Não é este o filho de José?”

Os conterrâneos de Cristo, e de igual modo o resto dos judeus, estavam convencidos de que a salvação de Deus era monopólio judeu; as nações pagãs ficavam excluídas. Deus era hebreu segundo eles. E Jesus vem dizer que eles estão equivocados, porque o Todo-poderoso tem horizontes mais amplos. A redenção de Cristo é para todos os homens e povos, raças e nações. Se tivessem aprendido a lição da história, por exemplo, a atuação dos profetas Elias e Eliseu como pagãos, como a viúva de Sarepta, o primeiro, e Naamã o sírio, o segundo, entenderiam que Deus se dá a todo o homem e mulher que procuram o bem e a verdade.

O Evangelho de hoje, tirado de Lucas, mostra já desde o princípio o protagonista do Espírito na pessoa, vida e ministério apostólico de Jesus. É o Espírito que intervém destacadamente na encarnação e batismo de Cristo e quem O unge no começo da Sua atividade profética. Por isso, na sinagoga de Nazaré Jesus se autoaplica o texto do profeta Isaías: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu: enviou-me para dar a boa notícia aos pobres, para anunciar aos cativos a liberdade e aos cegos a vista, para dar liberdade aos oprimidos, para anunciar o ano da graça do Senhor [...]. Hoje cumpre-se esta Escritura que acabais de ouvir”.

Também nós cristãos fomos ungidos pelo Espírito no batismo e na confirmação para testemunhar e continuar a missão libertadora de Cristo. Se não queremos deixar apagar o Espírito de Jesus em nós e na nossa comunidade, temos de comprometer-nos na luta pelos mais pobres e débeis, segundo o programa de Cristo na sinagoga de Nazaré. Mas temos de fazê-lo com o mesmo amor com que o fazia Jesus. Pois não podemos implantar a justiça nas estruturas sociais sem estarmos nós mesmos convertidos, isto é, sem o amor e a força do Espírito de Deus, que nos liberta interiormente.

Incumbe-nos uma árdua e desafiante tarefa de conversão, oração, louvor a Deus e amor aos irmãos. Esse foi o caminho e o estilo de Jesus, e não há outro que nos valha.

Padre Pacheco,
Comunidade Canção Nova.

Primeira leitura (2º Reis 5,1-15a)

I Leitura: II Reis (2Rs 5, 1-15a)

Maamã, general do reio da Síria, leproso

Naqueles dias, 1Naamã, general do exército do rei da Síria, era um homem muito estimado e considerado pelo seu senhor, pois foi por meio dele que o Senhor concedeu a vitória aos arameus. Mas esse homem, valente guerreiro, era leproso.

2Ora, um bando de arameus que tinha saído da Síria, tinha levado cativa uma moça do país de Israel. Ela ficou a serviço da mulher de Naamã. 3Disse ela à sua senhora: "Ah, se meu senhor se apresentasse ao profeta que reside em Samaria, sem dúvida, ele o livraria da lepra de que padece!" 4Naamã foi então informar o seu senhor: "Uma moça do país de Israel disse isto e isto". 5Disse-lhe o rei Aram: "Vai, que eu enviarei uma carta ao rei de Israel". Naamã partiu, levando consigo dez talentos de prata, seis mil siclos de ouro e dez mudas de roupa. 6E entregou ao rei de Israel a carta, que dizia: "Quando receberes esta carta, saberás que eu te enviei Naamã, meu servo, para que o cures de sua lepra".

7O rei de Israel, tendo lido a carta, rasgou suas vestes e disse: "Sou Deus, porventura, que possa dar a morte e a vida, para que este me mande um homem para curá-lo de lepra? Vê-se bem que ele busca pretexto contra mim". 8Quando Eliseu, o homem de Deus, soube que o rei de Israel havia rasgado as vestes, mandou dizer-lhe: "Por que rasgaste tuas vestes? Que ele venha a mim, para que saibas que há um profeta em Israel".

9Então Naamã chegou com seus cavalos e carros, e parou a porta da casa de Eliseu. 10Eliseu mandou um mensageiro para lhe dizer: "Vai, lava-te sete vezes no Jordão, e tua carne será curada e ficarás limpo". 11Naamã, irritado, foi-se embora, dizendo: "Eu pensava que ele sairia para me receber e que de pé, invocaria o nome do Senhor, seu Deus, e que tocaria com sua mão o lugar da lepra e me curaria.12Será que os rios de Damasco, o Abana e o Fartar, não são melhores do que todas as águas de Israel, para eu me banhar nelas e ficar limpo?" Deu meia-volta e partiu indignado. 13Mas seus servos aproximaram-se dele e disseram-lhe: "Senhor, se o profeta te mandasse fazer uma coisa difícil, não a terias feito? Quanto mais agora que ele te disse: 'Lava-te e ficarás limpo"'.

14Então ele desceu e mergulhou sete vezes no Jordão, conforme o homem de Deus tinha mandado, e sua carne tornou-se semelhante à de uma criancinha, e ele ficou purificado. 15aEm seguida, voltou com toda a sua comitiva para junto do homem de Deus. Ao chegar, apresentou-se diante dele e disse: "Agora estou convencido de que não há outro Deus em toda terra, senão o que há em Israel!" Palavra do Senhor!

Comentando a I Leitura

Nenhum leproso em Israel foi curado senão Naamã

Naamã tinha que superar dois grandes obstáculos em seu itinerário de fé: o amor próprio e a mentalidade mágica. Seu caminho da palavra do profeta ao rito que o curou e à fé explícita, deveria ser o de todo candidato aos sacramentos. O sacramento não opera eficazmente se não for celebrado em um diálogo entre Deus que se revela e o homem que obedece; evidentemente, a Igreja deve respeitar o tempo necessário ao homem para que possa situar-se e amadurecer. A exagerada insistência de outrora, sobre o opus operatium desviou bastante a atenção do opus operantis, como se a eficácia da ação divina suprisse as deficientes disposições de quem recebia o sacramento. Toma-se hoje maior consciência de que o sacramento deve vir no término de um prazo mais ou menos longo, durante, o qual a Igreja exerce o seu ministério profético, com a Proclamação da palavra de Deus e a Leitura dos acontecimentos, e o indivíduo harmoniza sua fé e avalia as condições reais da conversão. [Extraído do COMENTÁRIO BÍBLICO, Vol. III, ©Loyola, 1999]

Salmo: 41(42), 2.3; 42(43), 3.4 (R/.41[42],3)
Minha alma tem sede de Deus, do Deus

vivo: quando verei a face de Deus?

41,2Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo: quando verei a face de Deus? Assim como a corça suspira pelas águas correntes, suspira igualmente minh'alma por vós, ó meu Deus!

3A minh'alma tem sede de Deus, e deseja o Deus vivo. Quando terei a alegria de ver a face de Deus?

42,3Enviai vossa luz, vossa verdade: elas serão o meu guia; que me levem ao vosso Monte santo, até vossa morada!

4Então irei aos altares do Senhor, Deus da minha alegria. Vosso louvor cantarei, ao som da harpa, meu Senhor e meu Deus!

Evangelho: Lucas (Lc 4, 24-30)

Nenhum profeta é bem recebido em sua pátria

Jesus, vindo a Nazaré, disse ao povo na sinagoga: 24"Em verdade eu vos digo que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria. 25De fato, eu vos digo: no tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e seis meses e houve grande fome em toda a região, havia muitas viúvas em Israel. 26No entanto, a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a uma viúva em Sarepta, na Sidônia. 27E no tempo do profeta Eliseu, havia muitos leprosos em Israel. Contudo, nenhum deles foi curado, mas sim Naamã, o sírio". 28Quando ouviram estas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos. 29Levantaram-se e o expulsaram da cidade. Levaram-no até o alto do monte sobre o qual a cidade estava construída, com a intenção de lançá-lo no precipício. 30Jesus, porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho. Palavra da Salvação!

Leituras paralelas: Mt 13, 53-58; Mc 6, 1-6 (Na sinagoga de Nazaré)

Comentário do Evangelho

A dureza de coração

A reação dos habitantes de Nazaré, diante da pregação de Jesus, foi de aberta rejeição. Foi tal o desprezo pelas palavras do Mestre, que eles decidiram eliminá-lo lançando-o de um precipício.


É possível imaginar a decepção de Jesus, diante da rejeição de seus conterrâneos. Ele tentou compreender a situação, rememorando as experiências de profetas do passado que, rejeitados por seu povo, foram bem acolhidos pelos estrangeiros. Assim aconteceu com Elias: num tempo de seca e fome, beneficiou uma mulher estrangeira, da terra dos sidônios. O mesmo sucedeu com Eliseu: curou da lepra um general sírio, ao passo que, em Israel, essa doença vitimava muitas pessoas.


A conclusão de Jesus foi clara: já que o povo de sua cidade insistia em não lhe dar atenção, ele sentiu-se obrigado a ir em busca de quem estivesse disposto a acolhê-lo. Aos duros de coração, no entanto, só restava o castigo.


Longe de nós seguirmos o exemplo do povo de Nazaré. Jesus quer encontrar, em nós, abertura para acolhê-lo e disponibilidade para converter-nos. Ninguém é obrigado a aceitar este convite. Entretanto, fechar-se para Jesus significa recusar a proposta de salvação que ele, em nome do Pai, veio nos trazer.
[O EVANGELHO NOSSO DE CADA DIA, Jaldemir Vitório, ©Paulinas]


Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (África do Norte) e Doutor da Igreja
Sermão 11, 2-3 (a partir da trad. Brésard, ano B, p. 260)

A viúva de Sarepta


Esta viúva sem recursos saíra de casa para apanhar dois troncos de lenha para cozer pão, quando se cruzou com Elias. Esta mulher era o símbolo da Igreja; sendo uma cruz formada por dois pedaços de lenha, aquela que ia morrer procurava com que viver eternamente. Há aqui um mistério escondido. [...] Elias disse-lhe: «Vai, dá-me primeiro de comer com a tua pobreza, e as tuas riquezas não terão fim.» Que pobreza tão bem-aventurada! Se a viúva recebeu aqui em baixo tamanho salário, a que recompensa não terá ela direito na outra vida!

Insisto neste pensamento: não contemos com a recolha do fruto das nossas sementeiras no mesmo tempo em que semeamos. Aqui em baixo, semeamos na dor aquilo que será a colheita das boas obras, mais tarde colheremos o fruto na alegria, segundo o que está escrito: «Partimos, partimos a chorar, lançando a semente. Regressamos, regressamos a cantar, trazendo as espigas» (Sl 125, 6). O gesto de Elias para com esta mulher era, na realidade, um símbolo e não a sua recompensa. Porque se esta viúva tivesse sido recompensada aqui em baixo por ter alimentado o homem de Deus, seria uma sementeira bem pobre, seria uma colheita bem magra! Ela apenas recebeu um bem temporal: a farinha que não se esgotou, o azeite que não diminuiu até ao dia em que o Senhor regou a terra com a Sua chuva. Este sinal, que lhe foi concedido por Deus durante poucos dias, era o símbolo da sua vida futura, onde a nossa recompensa não diminuirá. A nossa farinha será Deus! Como a farinha desta mulher não se esgotou durante aqueles dias, Deus não nos faltará durante toda a eternidade. [...] Semeia com confiança, e a tua colheita chegará seguramente; chegará mais tarde, mas quando chegar, colherás sem fim.

Para sua reflexão: Jesus se compara a dois grandes profetas do antigo Israel, observando que eles serviram a não israelitas porque o povo deles mesmos não estava aberto a seus ministérios. A inferência é que também, ele, profeta não aceito por seu povo, levará sua mensagem a estranhos. Essa probabilidade põe em perigo seus ouvintes, dando origem a ideias homicidas. O mesmo julgamento de Israel será feito por Paulo com resultados semelhantes (At 22,21). Por enquanto a hostilidade não triunfa sobre Jesus; ele ainda tem uma missão a cumprir para concretizar o plano de Deus. No ato decisivo de rejeição que resulta em sua morte, Jesus parecerá estar destruído, mas surgirá vitorioso (Lc 24,26) [Comentário Bíblico, Vol 3, Loyola]

São João de Deus

Aos 8 anos de idade fugiu de casa. Seu verdadeiro nome era João Ciudad, mas como ninguém sabia seu verdadeiro nome, passaram-no a chamar de João de Deus. Tornou-se pastor e aos 27 anos de idade entrou para o serviço militar, participando de muitas guerras, praticando vários saques e delitos durante as batalhas e acabou gastando todo o dinheiro que tinha. Aos 40 anos de idade começaram a surgir os primeiros sinais de remorso: desejava servir a Deus mas não sabia como. Uniu-se a uma família de nobres portugueses decadentes acompanhando-os na viagem para a África e ajudando-os no que podia. Retornando à Europa abriu uma próspera loja de livros e quadros na Espanha, na cidade de Granada. Viveu uma vida pacata até ouvir a um sermão de são João D´Ávila. Ofereceu todos os seus bens aos pobres e passou a viver como um pedinte, o que fazia muitos crerem que ele tinha enlouquecido e acabou sendo internado em um sanatório sofrendo os terríveis tratamentos da época. Quando saiu do hospital passou a vender madeira para arrecadar dinheiro e dar alimento aos pobres. Auxiliado pelo arcebispo de Granada construiu uma casa para auxiliar os miseráveis e em pouco tempo passou a ajudar o povo mais e mais. Quando morreu, João de Deus tinha cumprido uma missão marcante: como um homem comum souber despertar a muitos para a vida da caridade, para a vida espiritual.

Dia Internacional da Mulher

Wikipédia

O Dia Internacional da Mulher, celebrado em a 8 de Março tem origem nas manifestações femininas por melhores condições de trabalho e direito de voto, no início do século XX, na Europa e nos Estados Unidos. A data foi adotada pelas Nações Unidas, em 1975, para lembrar tanto as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres como as discriminações e as violências a que muitas mulheres ainda estão sujeitas em todo o mundo. Desde então, a data também tem sido utilizada para fins meramente comerciais, perdendo-se parcialmente o significado original.

A ideia da existência de um dia internacional da mulher foi proposta na virada do século XX, no contexto da Segunda Revolução Industrial, quando ocorre a incorporação da mão de obra feminina em massa, na indústria. As condições de trabalho, frequentemente insalubres e perigosas, eram motivo de frequentes protestos por parte dos trabalhadores. As operárias em fábricas de vestuário e indústria têxtil foram protagonistas de um desses protestos contra as más condições de trabalho e os baixos salários, em 8 de Março de 1857, em Nova Iorque.

No Ocidente, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado durante as décadas de 1910 e 1920, mas esmoreceu, sendo revitalizado pelo movimento feminista da década de 1960. 1975 foi designado como o Ano Internacional da Mulher,

São João de Deus

8 de Março


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São João de DeusNeste dia, lembramos a vida de João Ciudad que depois de viver longa aventura distante de Deus, aventurou-se ao Evangelho e hoje, é aclamado como São João de Deus, o patrono dos hospitais.

João nasceu em Évora, Portugal, em 1495; com oito anos fugiu de casa e foi para a Espanha, onde fez obras e vivenciou inúmeras aventuras. Começou João suas histórias, cuidando do rebanho, depois com os estudos tornou-se administrador, mas encantado pelo militarismo, tornou-se soldado e combateu na célebre batalha de Pávia, onde saiu vitorioso ao lado Carlos V.

Certa vez foi morar em Granada e lá abriu um pequeno negócio de livros, sendo que, ao mesmo tempo, passou a ouvir o grande Santo pregador João de Ávila, que no Espírito Santo suscitou a conversão radical de João. Do encontro com Cristo, começou sua maior aventura, que consistiu em construir com Cristo uma história de santidade.

Renunciou a si mesmo, assumiu a cruz e se colocou radicalmente nos caminhos de Jesus, quando no distribuir os bens aos pobres, e acabou sendo lançado num hospital de loucos por parte dos conhecidos, já que João começava a ter inúmeras atitudes voluntariamente estranhas, que visavam não o manicômio, mas a penitência pela humilhação.

Como tudo concorre para o bem dos que amam a Deus, acabou sendo providencial o tempo que João passou sofrendo naquele hospital, pois diante do tratamento desumano que davam para os pobres e doentes mentais, o Senhor suscitou no coração de João o carisma para lidar com os doentes na caridade e gratuidade.

Desta forma, São João, experimentando a vida na Providência, passou a acolher numa casa alugada, indigentes e doentes, depois se entregou ao cuidado exclusivo num hospital fundado por ele em Granada (Espanha) e assistido por um grupo de companheiros que, mais tarde, constituíram a Ordem Hospitalar de São João de Deus, o qual entrou no céu em 1550.


São João de Deus, rogai por nós!

S. João de Deus, religioso, fundador, +1550


S. João de Deus


"É pelo fruto que se conhece a árvore." Mt 12,33b

O Santo de hoje é muito conhecido, sobretudo no mundo português. É São João de Deus, português, nascido em Montemor-o-Novo (1495) e falecido em Granada (Espanha, a 8 de Março de 1550).

De seu nome João Cidade conta-se que, tendo transportado aos ombros um menino andrajoso que com dificuldade se deslocava, este lhe mostrou uma granada ou romã, com uma representação da Santa Cruz e, referindo-se à cidade espanhola com esse nome, lhe disse: "Granada será a tua Cruz". A seguir desapareceu.

A primeira parte da vida deste santo foi marcada por aventuras, algumas até curiosas.

Abandonou a casa paterna aos oito anos. Fez-se soldado. Trabalhou em hospitais, como simples servente. Foi criado e comerciante. Manteve um pequeno negócio de livros. Ouvindo um sermão de São João d' Ávila sentiu-se tocado. Desfez-se de todos os seus bens. Reuniu esmolas e foi cuidar de doentes, especialmente dos loucos e dos incuráveis. Entre eles, como ele próprio conta, havia paralíticos, leprosos e até mudos. "Nas horas difíceis - dizia João de Deus - é Jesus Cristo quem provê tudo e dá de comer aos meus queridos doentes".

Mantinha ele mais de oitenta hospitais, que fundara só em Espanha. Por isso, tornou-se também o Fundador dos Irmãos dos Enfermos. E foi declarado patrono dos hospitais por Leão XIII.



S. João de Ávila, confessor, +1569

S. João de Ávila

Santo espanhol nascido em Almodóvar del Campo, próximo de Toledo, de espírito reformista e um do maior pregadores do seu tempo, conselheiro de bispos e nobres, diretor de almas, coluna da Igreja e um dos paladinos da Contra-Reforma católica no século XVI, considerado o pai espiritual de um grande número de santos na Espanha de sua época. Descendente de uma família de judeus convertidos e de boas posses, era filho único de Alonso de Ávila e Catarina Xixón, aos 14 anos entrou para a famosa Universidade de Salamanca para estudar Direito. Porém seu apego à fé em Jesus Cristo pesou mais fortemente e abandonou os estudos para voltar para casa. Depois de três anos de profunda dedicação à religiosidade, dirigiu-se à famosa Universidade de Alcalá, com o objetivo de seguir o sacerdócio e estudou filosofia e teologia. Foi discípulo do renomadoDomingos de Soto e recebeu a ordenação sacerdotal. Com a morte dos pais vendeu sua grande fortuna, distribuiu pelos necessitados e passou a viver de esmolas. Dirigiu-se a Sevilha com o intuito de embarcar para as Índias, mas foi persuadido a permanecer na Espanha, onde deu início à sua brilhante carreira apostólica, que o tornaria conhecido como o grande Apóstolo da Andaluzia. Autor e diretor espiritual cuja liderança religiosa animou a Espanha durante o século XVI, morreu em Montilla, de problemas renais.

"O PÃO NOSSO DE CADA DIA" TRANSMITIDO PELA REDE VIDA DE TELEVISÃO DIA 08/03/10.

Padre Fernando J. C. Cardoso

Arquidiocese de São Paulo

Hoje ouvimos uma queixa de Jesus com relação aos judeus habitantes de Nazaré, onde se havia criado e onde havia exercido o ofício de carpinteiro.

Nos dias do profeta Elias havia muitas viúvas em Israel, mas nenhuma delas foi socorrida por Elias, a não ser uma viúva estrangeira de Sarépda na Sidonea.

Nos dias do profeta Elizeu havia muitos leprosos em Israel, mas nenhum deles foi curado a não ser outro estrangeiro, Naamã o Sírio. E através deste texto, nós recebemos uma advertência de Jesus.

É possível, que o Espírito Santo encontre fora das fronteiras geográficas da Igreja católica e até mesmo no meio de pagãos não batizados, pessoas mais abertas a Deus, pessoas mais abertas ao próximo, pessoas mais caridosas, pessoas mais sensíveis do que nós, que vivemos bem próximos, ao menos fisicamente dos sacramentos da Salvação.

Lamentavelmente às vezes aqui dentro, existem muito mais corações empedernidos do que lá fora. Não é verdade que a graça de Deus age apenas aqui dentro, não é verdade que a graça de Deus mova apenas corações católicos.

Existem pessoas não católicas e até não cristãs que nos dão verdadeiras lições de humanidade, em fim de caridade. Não é o amor a plenitude da lei?

Com o Concílio Vaticano II, nós poderíamos dizer que existem muitas pessoas, embora com o corpo fora da Igreja católica, não são cristãos, não são católicos, não foram batizados, estão, no entanto com o coração aqui dentro.

E a situação destas pessoas diante de Deus é bem melhor do que a de católicos, relaxados, medíocres ou abaixo da mediocridade, isto é, católicos que estão plenamente presentes de corpo na Igreja, embora com o coração fora.

O tempo da quaresma é um tempo de conversão e cada um de nós que está com o corpo dentro da Igreja, se ponha a pensar se está também dentro da Igreja com o seu coração, onde andam os seus afetos, onde andam os seus desejos, o que é que aspira nesta vida, no seu prolongamento e no final dela.

A quaresma é para cada um de nós um tempo sério de revisão de vida e de conversão: “Onde estiver o teu tesouro, lá estará também o teu coração”.

Há fome de humanidade entre nós, por sorte ou por virtude de um povo

que ainda é capaz de sentir e mudar. (Betinho)

O coração da mulher, como muitos instrumentos depende de quem o toca. (Saint Prosper)

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