quarta-feira, 22 de junho de 2011

Carta de Padre Pio a Paulo VI


Pressentindo a aproximação de sua morte, em 12 de setembro de 1968 Pe Pio escreveu uma carta ao Papa Paulo VI, oferecendo-lhe seu apoio, suas orações e sofrimentos. Do L”Osservatore Romano, jornal oficioso do Vaticano, reproduzo os tópicos principais. A oportunidade foi uma audiência especial concedida pelo Papa aos padres capitulares da Ordem Franciscana.
“Santidade,
Valho-me da oportunidade deste encontro para me unir em espírito aos meus irmãos. E para depor humildemente a vossos pés a minha cordial saudação e dedicação pessoal; meu amor, minha fé e obediência à dignidade daquele a quem o senhor representa na terra.
A Ordem dos Capuchinhos tem-se mantido sempre na linha de frente em sua dedicação amorosa, na fidelidade e na obediência à Santa Sé. Em minha oração peço a Deus que ela continue assim em sua austeridade religiosa profunda e pobreza evangélica. E, enquanto o obedece fielmente a essas regras que formam sua constituição, possa renovar-se em vitalidade e espiritualidade, como pediu o Concílio Vaticano II, a fim de estar sempre mais adequadamente preparada para ir ao encontro de muitas necessidades da Mãe Igreja, de acordo com a orientação de Vossa Santidade.

Sei bem das profundas aflições que angustiam vosso coração nestes dias relativamente aos novos rumos da Igreja, à paz do mundo e as múltiplas necessidades dos povos. Mas sobretudo pela falta de odediência de alguns católicos a respeito dos esclarecedores ensinamentos que V Santidade, com o auxílio do Espírito Santo, nos tem dado em nome de Deus.
Ofereço-vos minhas orações e sofrimentos a cada dia,atenção insignificante mas sincera do último de vosso filhos, a fim de que o senhor vos reconforte com sua graça para prosseguir no caminho reto e penoso da defesa daquelas verdades eternas, que permanecem imutáveis num mundo em evolução.
Igualmente, em nome de meus filhos espirituais e dos grupos de oração, vos agradeço pela posição clara e decisiva que nos transmitistes, especialmente na última encíclica Humanae Vitae, e reafirmo a minha fé e a minha obediência incondicional às vossas iluminadas diretrizes.
Digne-se o Senhor conceder o triunfo à verdade e a paz a sua Igreja; a tranquilidade a todos os povos, saúde e prosperidade a V Santidade, a fim de que, dissipadas essas nuvans passageiras, o Reino de Deus triunfe nos corações, graças a vossa obra apostólica de supremo Pastor da cristandade.
Prostrado a vossos pés, peço-vos que me abençoeis, bem como aos meus confrades, aos meus filhos espirituais, aos grupos de oração, aos meus doentes e a todas as iniciativas do bem que, em nome de Jesus, procuraamos arduamente promover.
De Vossa Sentidade, filho obediente
(assinado) P.Pio (capuchinho)
Aos 12 de setembro de 1968
San Giovanni Rotondo.
(do livro de Clarice Bruno, Caminhando com Padre Pio – Ed Myrian)

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