segunda-feira, 27 de junho de 2011


Domingo, 26 de junho de 2011

13ª Semana do Tempo Comum, 1ª Semana do Saltério (III Volume), cor litúrgica verde

Hoje: Dia Internacional da Luta contra o Uso e o Tráfego de Drogas, dia Internacional de Apoio às Vitimas da Tortura e dia do Metrologista.

Santos: João e Paulo (mártires em Roma), Antelmo (Chambéry, bispo), Perseveranda, Vigílio (bispo de Trento), Davi, Maxêncio (abade do Languedoc), Sálvio (bispo da Auvergne, mártir), Supério (mártir), Pelágio (Córdova, na Andaluzia, jóvem cristão de 13 anos que deu testemunho de Cristo diante do Islamismo)

Antífona: Povos todos, aplaudi e aclamai a Deus com brados de alegria (Sl 46,2)

Oração: Ó Deus, pela vossa graça, nos fizestes filhos da luz. Concedei que não sejamos envolvidos pelas trevas do erro, mas brilhe em nossas vidas a luz da vossa verdade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: II Reis (4,8-11.14-16a)
É um santo homem de Deus

8Certo dia, Eliseu passou por Sunam. Aí morava uma senhora rica, que insistiu para que fosse comer em sua casa. Depois disso, sempre que passava por aí, Eliseu parava na casa dessa mulher para fazer suas refeições. 9E ela disse ao marido: “Tenho observado que este homem, que passa tantas vezes por nossa casa, é um santo homem de Deus. 10Façamos para ele, no terraço, um pequeno quarto de alvenaria, onde colocaremos uma cama, uma mesa, uma cadeira e um candeeiro. Assim, quando vier à nossa casa, poderá acomodar-se aí”.

11Um dia, Eliseu passou por Sanam e recolheu-se àquele quarto para descansar. 14E perguntou a Giezi, seu servo: “Que se poderia fazer por esta mulher?” Giezi respondeu: “É inútil perguntar-lhe; ela não tem filhos e seu marido já é velho”.

15Eliseu mandou então que a chamasse. Ele chamou-a e ela pôs-se à porta. 16aEliseu disse-lhe: “Daqui a um ano, neste tempo, estarás com um filho nos braços”. Palavra do Senhor!

Comentando a I Leitura

Uma história muito humana


A primeira leitura nos lembra um exemplo da “recompensa por causa do profeta” de que fala também o evangelho (Mt 10,40-41). Trata-se da história da mulher sunamita e o profeta Eliseu, uma história muito humana. Uma mulher que não tem filhos transfere algum sentimento materno para Eliseu, amparando-o. Como recompensa, Deus lhe dá um filho, segundo a palavra do profeta (2Rs 4,16: “Por este tempo, daqui a um ano, terás um filho”; cf. a recompensa dada a Abraão e a Sara, sua mulher, Gn 18,10.14). São duas coisas altamente estimadas no Oriente: a hospitalidade e ter um filho.[Pe. Johan Konings, sj, Vida Pastoral nº 278, Paulus, 2011]

Salmo: 88 (89), 2-3.16-17.18-19 (R/. 2a)

Ó Senhor, eu cantarei, eternamente, o vosso amor


2Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor, de geração em geração eu cantarei vossa verdade! 3Porque dissestes: “O amor é garantido para sempre!” E a vossa lealdade é tão firme como os céus.


16Quão feliz é aquele povo que conhece a alegria, seguirá pelo caminho, sempre à luz de vossa face! 17Exultará de alegria em vosso nome dia a dia, e com grande entusiasmo exaltará vossa justiça.


18Pois sois vós, ó Senhor Deus, a sua força e sua glória, é por vossa proteção que exaltais nossa cabeça. 19Do Senhor é o nosso escudo, ele é nossa proteção, ele reina sobre nós, é o Santo de Israel!

II Leitura: Romanos (Rm 6, 3-4.8-11)

Sepultados com ele pelo batismo, vivamos uma nova vida!

Irmãos: 3Será que ignorais que todos nós, batizados em Jesus Cristo, é na sua morte que fomos batizados? 4Pelo batismo na sua morte, fomos sepultados com ele, para que, como o Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim também nós levemos uma vida nova.


8Se, pois, morremos com Cristo, cremos que também viveremos com ele. 9Sabemos que Cristo ressuscitado dos mortos não morre mais; a morte já não tem poder sobre ele. 10Pois aquele que morreu, morreu para o pecado uma vez por todas; mas aquele que vive, é para Deus que vive. 11Assim, vós também, considerai-vos mortos para o pecado e vivos para Deus, em Jesus Cristo. Palavra do Senhor!

Comentando a II Leitura

Viver com Cristo é doar-se na caridade


A segunda leitura comenta o mistério da participação no grande “ato de graça” pelo sinal do batismo: morrer com Cristo e ressuscitar com ele para uma vida nova. Morrer ao pecado e viver, com Cristo, a vida nova de Cristo. Viver com Cristo é doar-se na caridade. Morrer ao pecado é extirpar da nossa vida tudo o que for inspirado por vil egoísmo, vontade de poder, opressão dos semelhantes etc. A tarefa não é fácil. A ressurreição de Cristo é consumada e irreversível, na glória do Pai; a nossa ainda precisa ser, constantemente, confirmada e “veri-ficada” na fé e no empenho de nossa vida cristã. Temos de aprender a usar nossa liberdade para viver para Deus. Nossa vida nova não cai prontinha do céu. O batismo dá a graça, sim, mas a graça só frutifica por nosso esforço. Devemos até reagir contra os conceitos de nossa sociedade e contra nossos costumes e inclinações, que nos possuem mais do que nós os possuímos. Contudo, não conseguimos isso na base do mero esforço voluntarista, mas somente movidos por um profundo amor a Cristo e àqueles por quem ele empenhou sua vida. [Pe. Johan Konings, sj, Vida Pastoral nº 278, Paulus, 2011]

Evangelho: Mateus (Mt 10, 37-42)
Quem vos recebe, a mim recebe

Naquele tempo, disse Jesus a seus apóstolos: 37“Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim, não é digno de mim. Quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim, não é digno de mim. 38Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim. 39Quem procura conservar a sua vida, vai perdê-la. E quem perde a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la.

40Quem vos recebe, a mim recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou. 41Quem recebe um profeta, por ser profeta, receberá a recompensa de profeta. E quem recebe um justo, por ser justo, receberá a recompensa de justo.

42Quem der, ainda que seja apenas um copo de água fresca, a um desses pequeninos, por ser meu discípulo, em verdade vos digo: não perderá a sua recompensa”. Palavra da Salvação!

Comentário do Evangelho do Dia

Abriam os corações

O evangelho põe em cena a instrução missionária que Jesus deu a seus discípulos ao percorrerem as estradas da Galileia (Mt 9,35-10,42). Mais exatamente, o fim dessa instrução. O primeiro tema é o despojamento do missionário cristão. A missão evangelizadora significa despojamento, desprender-se de sua vida normal (10,37-39). O segundo tema é a assimilação da missão dos discípulos à missão de Cristo. Essa missão leva à plenitude aquela dos “profetas e justos”, como eram os homens de Deus no Antigo Testamento (cf. Mt 13,17; 23,29-35). Se alguém recebe os discípulos de Jesus, é como se recebesse esses grandes do Antigo Testamento. Mas os grandes do Novo Testamento são “pequeninos” (10,42), e quem os recebe é como se recebesse a Cristo mesmo. Tal hospitalidade será recompensada por Deus com o prêmio pela hospitalidade oferecida a um profeta (cf. o profeta Eliseu na I leitura, 2Rs 4,8-16) ou a um justo (cf. Abraão e os “homens de Deus”, Gn 18,1-15).

Há, porém, uma diferença entre a prefiguração no Antigo Testamento (a sunamita acolhendo Eliseu) e sua plena realização no Novo (a recepção dos discípulos de Jesus). Eliseu era visivelmente um profeta, um “homem de Deus”, acompanhado de discípulos e muito venerado. Os profetas do Novo Testamento, os missionários cristãos, são gente simples, os “pequenos” que deixaram tudo e já não têm lugar na sociedade (Mt 10,37-39). Impulsionados pela urgência de levar o evangelho a todas as nações (Mt 28,16-20) antes que venha o Filho do homem (Mt 10,23), percorrem campos e cidades, vivendo na extrema pobreza, como os primeiros franciscanos. Ora, se já não era fácil, para a sunamita, acolher um profeta “institucional” de Israel, tanto mais difícil foi para o povo do tempo de Jesus acolher esses estropiados missionários errantes que eram os profetas cristãos. Entre eles e seu Mestre existe tal semelhança – também no sofrimento –, que Jesus se identifica com eles: “Quem vos recebe a mim recebe... e àquele que me enviou”. Ora, por isso mesmo, grande é a recompensa de ter recebido um profeta (cf. a sunamita), de ter recebido um justo: nem mesmo um copo d’água oferecido com esse espírito ficará sem recompensa.

Qual será a recompensa não se diz. Mas, olhando para o capítulo 25 de Mateus, notamos que é grande a recompensa por uma boa obra feita ao mais insignificante, mesmo sem saber que se está servindo a Cristo nele: a recompensa é a alegria eterna (Mt 25,31-46). E aí está uma experiência bem específica, que a comunidade de Mateus nos legou no seu evangelho: no séquito de Cristo, os profetas e missionários são pequenos, despojados como ele; mas ele se identifica com o ser humano despojado, pobre, pois essa é a medida de nossa bondade gratuita. O pobre nada pode retribuir. Na atitude adotada para com o pobre (missionário ou não), mostramos a verdadeira generosidade de nosso coração.

O profeta cristão deve ser um “pequenino”, alguém que, por seu despojamento, aciona as comportas mais remotas da gratuidade no coração das pessoas. Aí está o segredo de sua missão: ele não vem proclamar belas teorias, mas transformar o coração das pessoas. Para isso, segue o caminho que Jesus mesmo trilhou: tornar-se pobre e escravo, para suscitar no ser humano verdadeira resposta “de graça”, que corresponda à graça do Pai. O evangelho não se prega com ostensão e brilho, diz Paulo, mas com loucura e fraqueza aos olhos dos homens (1Cor 2,1-5). O verdadeiro brilho da verdade (cf. a oração do dia) está em nossa fraqueza, quando não mais escurecemos a luz de Deus em nós e, por nossa fraqueza, nos tornamos um convite à generosidade mais profunda do nosso semelhante. Quanta insensatez é pensar que abriremos os corações com eventos sensacionais e organizações poderosas, que quase inevitavelmente estragam as pessoas que nelas “funcionam”. Melhor é o método dos antigos missionários mendicantes: abriam os corações, não oferecendo, mas pedindo... [Pe. Johan Konings, sj, Vida Pastoral nº 278, Paulus, 2011]

Quem vos acolhe, a mim acolhe

Dois são os temas apresentados à reflexão pela palavra de Deus neste domingo: as condições para seguir Jesus -desprendimento, cruz, disponibilidade total (primeira parte do evangelho); o tema do acolhimento e da hospitalidade(segunda parte do evangelho).

Seguir a Cristo é aceitar a cruz

Na Epístola aos romanos, Paulo não descreve apenas um rito sacramental: o gesto do rito é sinal e iniciação a um estado de vida batismal. O cristão prolonga, em cada momento de sua vida, o significado e a realidade do batismo, no dinamismo pascal de morte ressurreição. Cada momento, ele morre ao pecado, ao egoísmo, à carne, ao homem velho, e ressurge para a vida nova de amor e de graça, para o Espírito, para o homem novo.

Na base da existência cristã há, pois, uma tensão dialética, um conflito entre um sim às exigências da graça, aos apelos incessantes do Espírito, e um não às seduções da carne, ao peso do egoísmo e do comodismo. E tudo isto é cruz. Tomar a cruz, desapegar-se às vezes dolorosamente, perder a própria vida (evangelho), são sinônimos de morte ao pecado e de abertura aos apelos da graça. O cristianismo "pascal" não é sinônimo de facilidade e de fuga do sofrimento. O esplendor da manhã de Páscoa é sempre precedido pelas trevas da sexta-feira santa... Para seguir Jesus é necessário passar inevitavelmente pelo caminho estreito. Mas só percorrendo este caminho é que se chega à vida, como só quem tiver perdido a vida por Cristo a encontrará.

Assim como a aceitação da cruz é condição essencial para seguir o Senhor, também o acolhimento do outro (apóstolos, pobres ou pequeninos) com generosa hospitalidade é sinal de fidelidade ao mandamento novo do amor fraterno sem fronteiras. Não só acolher o colega, o parente ou o amigo - os pagãos também não fazem o mesmo? -, mas acolher o forasteiro, o estrangeiro, o pobre, aquele que não pode retribuir. Um acolhimento que convida à renúncia, à disponibilidade, à gratuidade, porque vê no hóspede, no forasteiro, especialmente no pobre, o divino Forasteiro, que não tem uma pedra onde recostar a cabeça (Mt 8,20). No que tem fome, que tem sede, no peregrino, no que está nu, no prisioneiro... e sempre Jesus que bate à porta do cristão e pede hospitalidade e auxílio (Mt 25,35-36).

Acolhimento através do diálogo e da simpatia

Mas o acolhimento e a escuta se manifestam e nos interpelam também em outras situações; na atenção ao outro, na capacidade de diálogo, no esforço por "compreender" as razões do outro.

E uma atitude, uma disposição profunda que sabe acolher sem espírito de excessiva crítica, sem desconfiança e suspeitas, mas com atenção e amor, os gestos e intervenções do Magistério, mesmo que se vejam suas limitações ou falhas; sabe ouvir e não extinguir" o Espírito que se manifesta em certos movimentos eclesiais, que anima certos grupos e instituições de cujos métodos ou opções não partilhamos; leva mais em conta as pessoas que a organização ou a instituição.

Hospitalidade, medida do nosso cristianismo

Para os antigos, a hospitalidade era coisa sagrada. Ainda hoje, entre os povos pobres, o hóspede é acolhido e respeitado com espontaneidade e humanidade. Os pobres se ajudam e repartem de boa vontade o pouco que têm. Em nossos dias, especialmente nos países ricos e opulentos do Ocidente, o estrangeiro é considerado como intruso; ainda se prática a hospitalidade, mas é condicionada pelo interesse; tornou-se uma indústria, uma fonte de lucro. O turista é recebido porque traz moeda forte, e portanto riqueza.

Os operários forasteiros, imigrados de outras regiões do mesmo pais, também só encontram lugar em nossa sociedade enquanto proporcionam a mão-de-obra de que se tem necessidade. Mas em lugar de serem "acolhidos" são "suportados" como mal necessário. Em muitos casos, vivem em guetos, em situações infra-humanas, em condições de trabalho injustas. E quando sua presença começa a pôr em perigo a segurança das regiões que os recebem, ou a comprometer os privilégios adquiridos, então o forasteiro ou o estrangeiro é mandado de volta ao seu lugar de origem...

De qualquer modo, é certo (e para os cristãos deve ser um motivo de sério exame de consciência) que a hospitalidade, o senso do acolhimento, é um dos sinais para medir a verdadeira fidelidade das nossas comunidades cristãs ao evangelho. Os gestos de intolerância perante os estrangeiros revelam a fisionomia anticristã e antievangélica de comunidades aparentemente cristãs e praticantes. [MISSAL DOMINICAL ©Paulus, 1995]

Oração da assembleia (Missal Dominical, Paulus, 1995)

O caminho de Jesus é uma via-sacra, e leva ao Calvário. Mas o Calvário não é a última etapa do caminho, que termina sempre com a glória da ressurreição na manhã de Páscoa. Roguemos ao Senhor que torne leve a nossa cruz. Senhor, atendei-nos.

Pelos doentes, os pobres, os oprimidos, no corpo e no espírito, para que a solidariedade e a caridade dos irmãos tornem mais leve e suportável sua cruz, rezemos.

Pelos imigrantes, os estrangeiros, os prisioneiros, para que encontrem em nossas comunidades cristãs acolhimento generoso, hospitalidade desinteressada e compreensão fraterna, rezemos.

Por todos nós, que ouvimos a palavra e participamos da eucaristia, para que saibamos responder “sim” aos apelos do Espírito Santo e “não” às seduções da carne, rezemos.

Outras intenções

Oração sobre as Oferendas:

Ó Deus, que nos assegurais os frutos dos vossos sacramentos, concedei que o povo reunido para vos servir corresponda à santidade dos vossos dons. Por Cristo, nosso Senhor.

Antífona da comunhão (Sl 102,1):

Bendize, ó minha alma, ao Senhor e todo o meu ser, seu santo nome!

Oração Depois da Comunhão:

Ó Deus, o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, que oferecemos em sacrifício e recebemos em comunhão, nos transmitam uma vida nova, para que, unidos a vós pela caridade que não passa, possamos produzir frutos que permaneçam. Por Cristo, nosso Senhor.

Novas luzes no firmamento da Igreja

Dom Redovino Rizzardo, cs, Bispo de Dourados – MS

Até parece brincadeira: ultimamente, nos momentos em que me ausento da Diocese de Dourados, um padre aproveita para entrar no Paraíso... Foi o que aconteceu com o Frei Ernesto Wiederholt, OFM, em maio, durante a Assembleia Geral da CNBB, em Aparecida, e com o Pe. José Carlos Stefanello, SAC, em junho, durante a reunião do Conselho Permanente da CNBB, em Brasília.

Trata-se de dois religiosos que partiram para engrossar a multidão de santos que compõem a Igreja celeste e definitiva, rezando pelos irmãos que ainda caminham neste “vale de lágrimas”.

O Frei Ernesto é o último missionário alemão enviado ao Brasil pela Província Franciscana da Turingia. Nascido em Hetzerath, a 12 de maio de 1938, ingressou na Ordem Franciscana, onde fez a sua profissão religiosa no dia 28 de abril de 1961 e recebeu a ordenação presbiteral a 31 de julho de 1966.

No Brasil, atuou em várias frentes missionárias: Canaã do Norte, Nobres, Santo Antônio de Leverger, Pedra Preta e, a partir de 2006, em Rio Brilhante, Itaporã e Dourados. Em toda a parte por onde passou, suas características mais visíveis eram a simplicidade e o senso de humor, que o levavam a se distanciar das grandezas e das ambições do mundo.

Depois de uma intervenção cirúrgica destinada a lhe extirpar um câncer nos intestinos, em abril de 2011 Frei Ernesto foi transferido para Campo Grande. Lutou bravamente, durante seis meses, contra a doença, contando sempre com a assistência generosa dos confrades e amigos até o último instante, na manhã do dia 6 de maio, quando Deus o chamou para o Paraíso.

Um mês depois, na tarde do dia 15 de junho, foi a vez do Pe. José Carlos Stefanello, religioso Palotino e pároco de Nova Alvorada do Sul, chegar à Pátria celeste. Se Frei Ernesto faleceu aos 73 anos, o Pe. Zeca (como era conhecido por todos) o fez bem mais cedo: aos 58 anos. Seu sepultamento, acompanhado por inúmeros sacerdotes (dentre eles, um seu irmão), diáconos, religiosos e uma multidão de amigos, ocorreu no dia seguinte, em Glória de Dourados, onde ele prestara seu serviço durante muitos anos.

O Pe. Zeca nasceu em Nova Palma, no Rio Grande do Sul, a 19 de dezembro de 1952. Aos 12 anos, ingressou no seminário de Faxinal do Soturno. Completou seus estudos de filosofia e teologia em Santa Maria, onde também fez sua profissão religiosa, a 15 de abril de 1976.

Logo após a ordenação sacerdotal, ocorrida em Faxinal do Soturno, no dia 21 de dezembro de 1980, veio ao Mato Grosso do Sul, onde passou a maior parte de sua vida pastoral (excetuados os cinco anos que transcorreu em Colorado do Oeste, Rondônia).

Iniciou suas atividades em Glória de Dourados, paróquia à qual se sentiu sempre muito ligado, tanto que manifestou o desejo de ser enterrado naquela cidade. Por ocasião de seu jubileu de prata sacerdotal, em 2005, o Pe. José Carlos assim se referiu àquele período de sua vida: «O pároco, Pe. Gervásio Pivetta, foi um pai para mim. Ajudou-me muito nos primeiros anos de apostolado. Certa vez, no domingo da Páscoa, celebramos juntos. Alguém, no final, da missa, comentou: “Até parecia o pai ensinando a seu filho!” Muito do que sou hoje, devo-o a ele».

De Glória de Dourados, o Pe. Zeca foi transferido para a paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Dourados. Quando precisou deixar também esta paróquia, os jovens enviaram uma carta ao Superior Provincial dos Palotinos insistindo na permanência do sacerdote: «O Pe. José Carlos é o único padre que dedica a maior parte de seu tempo à juventude. Pedimos encarecidamente que o nosso padre e amigo tão querido fique entre nós».

Outras paróquias do Mato Grosso do Sul que contaram com sua presença foram Amambai e Vicentina. Em 1989, foi enviado por seus Superiores para Colorado do Oeste, em Rondônia. Em 1995, voltou à Diocese de Dourados, assumindo novamente a paróquia de Glória de Dourados, onde se manteve até o ano de 2007, quando passou para Nova Alvorada do Sul, como vigário paroquial do Pe. Gervásio Pivetta, a quem sucedeu na direção da paróquia, em 2009.

O necrológio, preparado pelos Palotinos de Santa Maria, assevera: «O Pe. José Carlos foi um padre que manteve o espírito jovem. Tinha sempre um sorriso no rosto. Era de agradável e fácil convívio. Mesmo na enfermidade que o acometeu, manteve sua serenidade e alegria. Não fez coisas extraordinárias, mas sempre desempenhou com muito empenho suas responsabilidades. Tinha um jeito meio brincalhão e, por isso, tornava-se leve e agradável na convivência. Os colegas destacam seu caráter simples, agradável e serviçal». [Fonte: CNBB, junho 2011]

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