46 . – Esta relação filial, este entregar-se de um filho à Mãe, não só tem o seu início em Cristio, mas pode dizer-se que está definitivamenteorientado para Ele.
Pode dizer-se, ainda, que Maria continua a repetir a todos as mesmas palavras, que disse outrora em Caná da Galileia : “Fazei o que Ele vos disser”.
Com efeito, é Ele, Cristo, o único Mediador entre Deus e os homens ; é Ele “o caminho, a verdade e a vida” (Jo.`4,6) ; e é Aquele que o Pai doou ao mundo, para que o homem “não pereça mas tenha a vida eterna”. (Jo.3,16).
A Virgem de Nazaré tornou-se a primeira “testemunha” deste amor salvífico do Pai e deseja tambémpermanecer a sua humilde serva sempre e em toda a parte.
Em relação a todos e cada um dos cristãos e a cada um dos homens, Maria é a primeira na fé : é “Aquela que acreditou” ; e, precisamente com esta sua fé de esposa e de mãe, Ela quer actuar em favor de todos os que a Ela se entregam como filhos.
E é sabido que quanto mais estes filhos perseveram na atitude de entrega, e mais progridem nela, tanto mais Maria os aproxima das “insondáveis riquezas de Cristo” (Ef.3,8).
E, de modo análogo, também eles reconhecem cada vez mais em toda a sua plenitude a dignidade do homem e o sentido definitivo da sua vocação, porque “Cristo...revela também plenamente o homem ao homem”.
Esta dimensão mariana da vida cristã assume um relevo particular no que respeita à mulher e à condição feminina.
Com efeito, a feminilidade econtra-se numa relação singular com a Mãe do Redentor, assunto que podrerá ser aprofundado num outro contexto.
Aqui dsejaria somente salientar que a figura de Maria de Nazaré projecta luz sobre a mulher enquanto tal,pelo facto exactamente de Deus, no sublime acontecimento da Incarnação do Filho, Se ter confiado aos bons préstimos, livres e activos da mulher.
Pode, portanto, afirmar-se que a mulher, olhando para Maria, nela encontrará o segredo para viver dignamente a sua feminilidade e levar a efeito a sua verdadeira promoção.
À luz de Maria, a Igreja lê no rosto da mulher os reflexos de uma beleza, que é espelho dos mais elevados sentimentos que o coração humano pode albergar : a totalidade do dom de si por amor : a força que é capaz de resistir aos gandes sofrimentos : a fidelidade sem limites, a operosidade incansável e a capacidade de conjugar a intuição penetrante com a palavra de apoio e encorajamento.
Nota : João Paulo II tem o cuidado de pôr em realce o carácter cristocêntrico desta relação filial : tem o seu início em Cristo e é orientado para Ele.
Depois desta afirmação o Papa refere-se à mulher e à sua condição.
Recorda que a mulher, olhando para Maria, encontrará o segedo para viver dignamente a sua feminilidade e levar a efeito a sua verdadeira promoção.
Mas tratando-se de um tema muito amplo, o Pontífice propõe-se aprofundá-lo noutra ocasião.
Nenhum comentário:
Postar um comentário