Dia 1 de Janeiro ....
Ao entrarmos no Novo Ano Civil, vamos celebrar no mesmo dia 1 de Janeiro três acontecimentos muito importantes:
* Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus.
* Dia de Ano Novo.
* Dia Mundial da Paz.
Pondo em 1º lugar a Solenidade Religiosa, pretendemos, com a Igreja, chamar a atenção dos fiéis para a grande realidade da Maternidade divina de Maria.
Toda a Liturgia da Palavra que é a mesma para os três Ciclos, A, B e C, deste dia, nos faz reflectir nesta grande verdade :
- “Maria dá ao Mundo Cristo nossa paz !”.
A Igreja quer com esta Solenidade, não apenas colocar o novo ano, com as suas interrogações, cuidados e problemas, sob a protecção maternal de Maria, mas também lembrar-nos a importância da missão que Ela desempenha na História da Salvação, como Mãe do Salvador.
É precisamente na Maternidade Divina que se encontra o fundamento da relação especial de Maria com Cristo e da sua presença na economia da salvação.
Cristo vem ao mundo com uma função salvadora.
A Sua natureza humana está intrinsecamente destinada a regenerar a humanidade.
Escolhendo Maria para Sua Mãe, Cristo, o Verbo encarnado, associa-A intimamente à obra da reconciliação da humanidade.
Pelo seu SIM (o fiat), Maria entra definitivamente no Mistério da Salvação.
Gerando no tempo a humanidade do Filho, que o Pai havia gerado, desde a eternidade, Maria Intervém na regeneração dos homens.
Na 1ª Leitura, o Livro dos Números mostra-nos que a “Bênção Sacerdotal” era ritmada pelo Nome do Senhor, repetido no início de cada versículo, terminando assim:
- “Hão-de assim obter a protecção do Meu Nome para os Filhos de Israel, e Eu hei-de abençoá-los”.(1ª Leitura).
Esta bênção sacerdotal era um augúrio de paz para os filhos de Israel.
Esta “paz” invadiu o mundo com o Nascimento de Jesus, que foi anunciado para glória de Deus e de paz para os homens.
Cada um de nós deve ser um construtor de paz.
Esta bênção da paz é proclamada pelo Salmo Responsorial :
- “Deus tenha compaixão de nós ; Ele nos dê a bênção !”.
Na 2ª Leitura, S. Paulo, dirigindo-se aos Gálatas e hoje também a nós, diz que o Mistério da Encarnação realiza-se na plenitude dos tempos, no termo duma longa expectativa da humanidade, numa maravilhosa manifestação da benevolência divina.
Em Cristo, com efeito, Deus cumula os homens de todas as bênçãos, concedendo-lhes a filiação divina e libertando-os da escravidão da lei mosaica.
- “Deus enviou o Seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sujeito à Lei, e assim nos tornarmos filhos adoptivos”. (2ªLeitura).
Para produzir, porém, este duplo efeito, a Encarnação realiza-se pela via normal dos homens e da Lei.
Cristo aceita um nascimento humano e a submissão à Lei.
A Lei situa-O na História da Salvação, na História do Seu Povo; Maria situa-O entre os homens, Seus irmãos, que vem libertar e salvar, tornando-os, à Sua semelhança, filhos do Pai.
Maria assume assim um papel insubstituível nesta revelação da Paternidade divina.
É a Mãe de Deus, que concebe Seu Filho por obra e graça do Espírito Santo.
É a Mãe da Igreja, Corpo de Cristo na terra.
Pelo Evangelho S. Lucas, diz-nos que, de todos aqueles que virão a ser adoptados em Cristo como filhos de Deus, os pastores são os primeiros a receberem a Boa Notícia.
É, porém, junto de Maria, Sua Mãe, a primeira crente, a totalmente disponível a Deus, que encontram o Salvador e, n’Ele, se encontram com Deus.
A intervenção discreta de Maria ajudou-os, na verdade, a descobrir o verdadeiro rosto de Seu Filho.
- “Quando chegaram os oito dias de o Menino ser circuncidado, deram-Lhe o nome de Jesus, indicado pelo Anjo antes de ter sido concebido”. (Evangelho).
« A Virgem Santíssima, predestinada para Mãe de Deus desde toda a eternidade, simultaneamente com a Encarnação do Verbo, por disposição da divina providência, foi na terra a nobre Mãe do divino Redentor, a Sua mais generosa cooperadora e a escrava humilde do Senhor... Cooperou de modo singular, com a sua fé, esperança e ardente caridade, na obra do Salvador, para restaurar nas almas a vida espiritual. É por esta razão nossa Mãe na ordem da graça.»(LG 61).
O significado etimológico do nome de Jesus “Deus salva”, introduz-nos em cheio no mistério de Cristo : da encarnação ao nascimento, à circuncisão, até à realização pascal da morte e ressurreição, Jesus é em todo o seu ser a perfeita bênção de Deus, é dom de salvação e de paz para todos os homens; em seu nome somos salvos.
Ora esta oferta de salvação vem por Maria e ela a apresenta ao Povo de Deus, como outrora aos pastores.
Maria, que deu a vida ao Filho de Deus, continua a apresentar aos homens a vida divina.
É por isto, considerada mãe de cada homem que nasce para a vida de Deus, e mãe de todos.
Com os orientais, também nós honramos “Maria sempre Virgem, solenemente proclamada santíssima Mãe de Deus pelo Concílio de Éfeso, para que Cristo fosse reconhecido, em sentido verdadeiro e próprio, Filho de Deus e Filho do Homem”.(UR 15). Por intermédio de Maria, podemos atingir o plano da História da Salvação.
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Sobre a Maternidade divina de Maria, diz o Catecismo da Igreja Católica :
495. – Chamada nos Evangelhos, «a Mãe de Jesus»(Jo.20,1); 19,25), Maria é aclamada, sob o impulso do Espírito Santo e desde antes do nascimento de seu Filho, como «a Mãe do meu Senhor». (Lc.1,43). Com efeito, Aquele que ela concebeu como homem por obra do Espírito Santo e que se tornou verdadeiramente seu Filho segundo a carne, não é outro senão o Filho eterno do Pai, a segunda pessoa da Santíssima Trindade. A Igreja confessa que Maria é, verdadeiramente, Mãe de Deus.(«Theotokos»).
466. - ...O Concílio de Éfeso proclamou, em 431, que Maria se tornou, com toda a verdade, Mãe de Deus, por ter concebido humanamente o Filho de Deus em seu seio : «Mãe de Deus, não porque o Verbo de Deus dela tenha recebido a natureza divina, mas porque dela recebeu o corpo sagrado, dotado duma alma racional, unido ao qual, na sua pessoa, se diz que o Verbo nasceu segundo a carne»(DS 2519).
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