O evento foi moderado pelo jornalista Lorenzo Fazzini e ilustrado pelo autor e pelo presidente do Instituto de Obras Religiosas (IOR), Ettore Gotti Tedeschi.
"Por que o Papa atual é o homem público mais atacado de todos? Por que suas palavras são objeto de tanta manipulação? - perguntou-se Valli. Porque, no centro do seu magistério - respondeu -, há uma batalha contra o relativismo, uma batalha feita com tom tranquilo e gentil, mas que se centra no problema do homem atual. É uma convergência de interesses e pessoas que não querem que o homem levante a questão da verdade para que, assim, possa ser facilmente manipulado."
Este foi o tema central do livro, ilustrado com diversos exemplos da experiência, em primeira pessoa, do jornalista.
Este Papa "conquistou-me com sua racionalidade e simplicidade", indicou, ao apresentar "a questão mais profunda de temas cruciais como a liberdade e a verdade, e porque nos convidou a interrogar-nos sobre essas grandes questões".
Valli disse que "os ataques ao Papa se devem ao fato de que ele levanta diversas perguntas, nas quais o problema da verdade é absolutamente central, porque é uma autêntica batalha contra o relativismo".
Isso acontece, acrescentou, "porque o que permeia nossa cultura e mentalidade atuais é que a verdade não existe e que, ao limite, é possível aproximar-se em maior ou menor grau, dependendo das experiências vividas."
"Com grande simplicidade - prosseguiu -, o nosso Papa indica que a verdade existe e que, se ela não for buscada, não é possível ser plenamente humano. Ensina que o homem tem esse anseio e que, se este lhe for negado, uma parte do seu ser será amputada". E assim, "se não se identifica este problema de fundo, não é possível compreender seu pontificado", disse ele.
Economia
O moderador disse que, quando a Caritas in Veritate foi apresentada a portas fechadas, pelo professor Stefano Zamagni, a um grupo de banqueiros da City, alguém disse: "Nós aceitamos tudo, exceto que o Papa se intrometa em nossos negócios" e que, após esta encíclica, os ataques aumentaram.
O presidente do IOR, respondendo à pergunta, lembrou que, "na introdução e no capítulo VI, a Caritas in Veritate diz que o niilismo não é bom para o homem, pois o leva a perder o sentido da vida e que, então, já não consegue mais distinguir entre meios e fins. E, portanto, os instrumentos econômicos perdem autonomia moral e não servem para mais nada".
E afirmou: "Na encíclica, não se culpa os banqueiros da City", porque "o Papa explicou que a crise atual é de caráter moral".
Valli recordou, assim, a importância de recristianizar a Europa, "que está paganizada, mas que ainda é forte na cultura e nas ideias, depois de três mil anos de civilização".
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