quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Liturgia da Quinta-Feira — 11.08.2011

Terço do Rosário: Mistérios Luminosos (clique aqui...)
(Caríssimos, após meditar as leituras deste dia, rezem o Terço ao Vivo - Mistérios Luminosos - com os Freis Agostinianos do Seminário Santa Mônica e se preferir, clique aqui para baixar o Santo Rosário e gravar no seu celular, MP3 ou CD e rezar onde desejar)


— Santa Clara

"Clara de nome, mais clara de vida e claríssima de virtudes!" Neste dia, celebramos a memória da jovem inteligente e bela que se tornou a 'dama pobre'. Santa Clara nasceu em Assis (Itália), no ano de 1193, e o interessante é que seu nome vem de uma inspiração dada a sua fervorosa mãe, a qual [inspiração] lhe revelou que a filha haveria de iluminar o mundo com sua santidade.

Pertencente a uma nobre família, destacou-se desde cedo pela sua caridade e respeito para com os pequenos, por isso, ao deparar com a pobreza evangélica vivida por Francisco de Assis apaixonou-se por esse estilo de vida. Em 1212, quando tinha apenas dezoito anos, a jovem abandonou o seu lar para seguir Jesus mais radicalmente. Para isso foi ao encontro de Francisco de Assis na Porciúncula e teve seus lindos cabelos cortados como sinal de entrega total ao Cristo pobre, casto e obediente.

Ao se dirigir para a igreja de São Damião, Clara – juntamente com outras moças – deu início à Ordem, contemplativa e feminina, da Família Franciscana (Clarissas), da qual se tornou mãe e modelo, principalmente no longo tempo de enfermidade, período em que permaneceu em paz e totalmente resignada à vontade divina. Nada podendo contra sua fé na Eucaristia, pôde ainda se levantar para expulsar – com o Santíssimo Sacramento – os mouros (homens violentos que desejavam invadir o Convento em Assis) e assistir, um ano antes de sua morte em 1253, a Celebração da Eucaristia, sem precisar sair de seu leito. Por essa razão é que a santa de hoje é aclamada como a "Patrona da Televisão".

Santa Clara, rogai por nós!


SANTA CLARA — CONSAGRADA AO SENHOR
(Branco, Prefácio Comum ou das Virgens – Ofício da Memória)

Antífona da entrada: Estes são os santos que receberam a bênção do Senhor e a misericórdia de Deus, seu salvador. É a geração dos que buscam a Deus (Sl 23,5s).

Oração do dia
Ó Deus, que, na vossa misericórdia, atraístes santa Clara ao amor da pobreza, concedei, por sua intercessão, que, seguindo o Cristo com um coração de pobre, vos contemplemos um dia em vosso reino. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Primeira Leitura (Josué 3,7-11.13-17)
Leitura do livro de Josué

Naqueles dias, 3 7 o Senhor disse a Josué: "Hoje começarei a exaltar-te diante de todo o Israel, para que saibam que, assim como estive com Moisés, assim estarei contigo.
8 Eis o que ordenarás aos sacerdotes que levam a arca da aliança: quando chegardes ao Jordão, deter-vos-eis junto às águas do rio".
9 Então Josué disse aos israelitas: "Aproximai-vos e ouvi as palavras do Senhor, vosso Deus".
10 "Por isso", prosseguiu ele, "sabereis que o Deus vivo está no meio de vós, e que ele expulsará de diante de vós os cananeus, os hiteus, os heveus, os ferezeus, os gergeseus, os amorreus e os jebuseus.
11 Eis que a arca da aliança do Senhor de toda a terra vai atravessar diante de vós o Jordão.
13 Logo que os sacerdotes que levam a arca de Javé, o Senhor de toda a terra, tiverem tocado com a planta dos seus pés as águas do Jordão, estas serão cortadas, e as águas que vêm de cima pararão, amontoando-se".
14 O povo dobrou suas tendas e dispôs-se a passar o Jordão, tendo diante de si os sacerdotes que marchavam na frente do povo levando a arca.
15 No momento em que os portadores da arca chegaram ao rio e os sacerdotes mergulharam os seus pés na beira do rio - o Jordão estava transbordante e inundava suas margens durante todo o tempo da ceifa -,
16 as águas que vinham de cima detiveram-se e amontoaram-se em uma grande extensão, até perto de Adom, localidade situada nas proximidades de Sartã; e as águas que desciam para o mar da planície, o mar Salgado, foram completamente separadas. O povo atravessou defronte de Jericó.
17 Os sacerdotes, que levavam a arca da aliança do Senhor, conservaram-se de pé sobre o leito seco do Jordão, enquanto que todo o Israel passava a pé enxuto. E ali permaneceram até que todos passassem para a outra margem.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.

Salmo responsorial 113A/114

Aleluia, aleluia, aleluia.

Quando o povo de Israel saiu do Egito
e os filhos de Jacó, de um povo estranho,
Judá tornou-se o templo do Senhor
e Israel se transformou em seu domínio.

O mar, à vista disso, pôs-se em fuga,
e as águas do Jordão retrocederam;
as montanhas deram pulos como ovelhas,
e as colinas, parecendo cordeirinhos.

Ó mar, o que tens tu para fugir?
E tu, Jordão, por que recuas desse modo?
Por que dai pulos como ovelhas, ó montanhas?
E vós, colinas, parecendo cordeirinhos?

Aclamação do Evangelho

Aleluia, aleluia, aleluia.
Em Cristo, Deus reconciliou consigo mesmo a humanidade; e a nós ele entregou essa reconciliação (2Cor 5,19).


EVANGELHO (Mateus 18,21-19,1)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor!

18 21 Então Pedro se aproximou dele e disse: "Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?"
22 Respondeu Jesus: "Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.
23 Por isso, o Reino dos céus é comparado a um rei que quis ajustar contas com seus servos.
24 Quando começou a ajustá-las, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos.
25 Como ele não tinha com que pagar, seu senhor ordenou que fosse vendido, ele, sua mulher, seus filhos e todos os seus bens para pagar a dívida.
26 Este servo, então, prostrou-se por terra diante dele e suplicava-lhe: ´Dá-me um prazo, e eu te pagarei tudo!´
27 Cheio de compaixão, o senhor o deixou ir embora e perdoou-lhe a dívida.
28 Apenas saiu dali, encontrou um de seus companheiros de serviço que lhe devia cem denários. Agarrou-o na garganta e quase o estrangulou, dizendo: ´Paga o que me deves!´
29 O outro caiu-lhe aos pés e pediu-lhe: ´Dá-me um prazo e eu te pagarei!´
30 Mas, sem nada querer ouvir, este homem o fez lançar na prisão, até que tivesse pago sua dívida.
31 Vendo isto, os outros servos, profundamente tristes, vieram contar a seu senhor o que se tinha passado.
32 Então o senhor o chamou e lhe disse: ´Servo mau, eu te perdoei toda a dívida porque me suplicaste.
33 Não devias também tu compadecer-te de teu companheiro de serviço, como eu tive piedade de ti?´
34 E o senhor, encolerizado, entregou-o aos algozes, até que pagasse toda a sua dívida.
35 Assim vos tratará meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar a seu irmão, de todo seu coração".
19 1 Após esses discursos, Jesus deixou a Galiléia e veio para a Judéia, além do Jordão.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!

Sobre as oferendas
Sejam aceitos por vós, ó Deus, os frutos do nosso trabalho que trazemos ao vosso altar em honra de santa Clara, e concedei que, livres da avidez dos bens terrenos, tenhamos em vós a única riqueza. Por Cristo, nosso Senhor.

Antífona da comunhão: Provai e vede como o Senhor é bom; feliz de quem nele encontra seu refúgio (Sl 33,9).

Depois da comunhão
Ó Deus, pela força deste sacramento, conduzi-nos constantemente no vosso amor, a exemplo de santa Clara, e completai, até a vinda do Cristo, a obra que começastes em nós. Por Cristo, nosso Senhor.

Santo do Dia / Comemoração (SANTA CLARA)

Clara nasceu em Assis, no ano 1193, no seio de uma família da nobreza italiana, muito rica, onde possuía de tudo. Porém o que a menina mais queria era seguir os ensinamentos de Francisco de Assis. Aliás, foi Clara a primeira mulher da Igreja a entusiasmar-se com o ideal franciscano. Sua família, entretanto, era contrária à sua resolução de seguir a vida religiosa, mas nada a demoveu do seu propósito.

No dia 18 de março de 1212, aos dezenove anos de idade, fugiu de casa e, humilde, apresentou-se na igreja de Santa Maria dos Anjos, onde era aguardada por Francisco e seus frades. Ele, então, cortou-lhe o cabelo, pediu que vestisse um modesto hábito de lã e pronunciasse os votos perpétuos de pobreza, castidade e obediência.

Depois disso, Clara, a conselho de Francisco, ingressou no Mosteiro beneditino de São Paulo das Abadessas, para ir se familiarizando com a vida em comum. Pouco depois foi para a Ermida de Santo Ângelo de Panço, onde Inês, sua irmã de sangue, juntou-se a ela.

Pouco tempo depois, Francisco levou-as para o humilde Convento de São Damião, destinado à Ordem Segunda Franciscana, das monjas. Em agosto, quando ingressou Pacífica de Guelfúcio, Francisco deu às irmãs sua primeira forma de vida religiosa. Elas, primeiramente, foram chamadas de "Damianitas", depois, como Clara escolheu, de "Damas Pobres", e finalmente, como sempre serão chamadas, de "Clarissas".

Em 1216, sempre orientada por Francisco, Clara aceitou para a sua Ordem as regras beneditinas e o título de abadessa. Mas conseguiu o "privilégio da pobreza" do papa Inocêncio III, mantendo, assim, o carisma franciscano. O testemunho de fé de Clara foi tão grande que sua mãe, Ortolana, e mais uma de suas irmãs, Beatriz, abandonaram seus ricos palácios e foram viver ao seu lado, ingressando também na nova Ordem fundada por ela.

A partir de 1224, Clara adoeceu e, aos poucos, foi definhando. Em 1226, Francisco de Assis morreu e Clara teve visões projetadas na parede da sua pequena cela. Lá, via Francisco e os ritos das solenidades do seu funeral que estavam acontecendo na igreja. Anteriormente, tivera esse mesmo tipo de visão numa noite de Natal, quando viu, projetado, o presépio e pôde assistir ao santo ofício que se desenvolvia na igreja de Santa Maria dos Anjos. Por essas visões, que pareciam filmes projetados numa tela, santa Clara é considerada Padroeira da Televisão e de todos os seus profissionais.

Depois da morte de são Francisco, Clara viveu mais vinte e sete anos, dando continuidade à obra que aprendera e iniciara com ele. Outro feito de Clara ocorreu em 1240, quando, portando nas mãos o Santíssimo Sacramento, defendeu a cidade de Assis do ataque do exercito dos turcos muçulmanos.

No dia 11 de agosto de 1253, algumas horas antes de morrer, Clara recebeu das mãos de um enviado do papa Inocêncio IV a aguardada bula de aprovação canônica, deixando, assim, as sua "irmãs clarissas" asseguradas. Dois anos após sua morte, o papa Alexandre IV proclamou santa Clara de Assis.


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. “Não se perdoa porque se perde...”
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Quando em uma causa temos razão absoluta, porque fomos ofendidos, prejudicados, por alguém, acabamos saindo por cima. Podemos mesmo apontar o dedo para a pessoa, fazer um belo discurso, dar-lhe uma lição de moral, arrasa-lo e isso nos dá um certo prazer pois a pessoa não terá a mínima chance de se defender já que toda a razão está conosco. Quando se perdoa com sinceridade, somos obrigados a descer desse Pedestal diante daquela pessoa, e descer ao mesmo nível, isso significa uma perda sim senhor, pois a partir de então não vou poder me dirigir a ela com arrogância e prepotência, como Dono da Verdade, vamos falar em tom de igualdade.

Perdoar significa abrir mão de toda essa razão, para dar ao outro uma chance de se refazer, de reiniciar e fazer a coisa certa. A Parábola do Filho Pródigo é a referência máxima de perdão e misericórdia, quando o Filho se aproxima do Pai, este poderia crescer prá cima dele, humilhá-lo com palavras rigorosas, dar-lhe uma bela lição, e rebaixa-lo a condição de servo, que foi o que ele mesmo chegou a cogitar... os servos na casa do meu pai têm pão a vontade.

Mas o Pai o acolheu na mesma posição de antes, restituindo-lhe a dignidade de Filho. A pergunta de Pedro feita a Jesus, é uma tentativa de colocar um limite no Amor, com isso, o apóstolo está insinuando que provavelmente, até Deus tenha um limite para o perdão. Nós pensamos desse jeito, e achamos que “A paciência têm limites...”, é o que vociferamos diante de alguém a quem ajudamos e que agora se volta contra nós...

Se Pedro esperava um elogio, ou um abrandamento de Jesus, para o ato do perdão, ficou decepcionado com a parábola que Jesus contou, onde o devedor de uma grande fortuna acabou perdoado pelo seu Credor, mas saindo dali, encontrou um sujeito que lhe devia um valor irrisório, além de não perdoá-lo quando ele suplicou, mandou pô-lo na cadeia juntamente com toda família...E assim, diante do Credor extremamente bondoso, agiu com a maior perversidade possível, não sentindo a mínima compaixão do que lhe devia.

Jesus está dizendo que o amor de Deus, a sua misericórdia e perdão, concedido ao homem, é infinito, incondicional e gratuito, e que o homem que Nele crê, deverá pautar sua relação com as pessoas exatamente desse modo, por isso respondeu : setenta vezes sete, e não apenas sete vezes como insinuara Pedro.

O evangelho tem como foco precisamente a vida em comunidade, onde há muitas ofensas, grandes e pequenas, onde as pessoas não querem perder, onde desfilam muitos Egos cheios de vaidade e orgulho. Não podemos esquecer-nos do sentido do perdão: perdoar é perder, é deixar de “sair por cima” da situação, é igualar-se a outra pessoa, é se fazer humilde, e se preciso for é aniquilar-se como Jesus, aquele que se esvaziou de si mesmo.

Ao propor sete vezes para perdoar ao outro, embora supere a norma Judaica que se restringia a três, Pedro não quer perder muito, e Jesus lhe responde que perdoar de coração é abrir mão de tudo a que se tenha direito.

As relações, principalmente na comunidade, devem pautar pela igualdade, ninguém pode tratar o outro de cima para baixo, isso seria trair o princípio Cristão, isso seria ser uma caricatura de Igreja...

2. Amor de Deus em Jesus é o perdão
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Uma das características fundamentais da revelação do amor de Deus em Jesus é o perdão, fruto da misericórdia. Na antiga Lei de Israel predominava o revide à agressão e o extermínio do inimigo.

A interrogação de Pedro a Jesus indica uma tolerância limitada à ofensa. A resposta de Jesus, com a figuração numérica de "setenta vezes sete", revela que o perdão não tem limites. Só quem se julga justo é que mede até onde se perdoa e dispõe-se a condenar.

Neste sentido segue-se a parábola, narrada por Jesus. Aquele que é perdoado não pode negar seu perdão a outrem.

Quem toma consciência de que recebeu o infinito perdão do Deus misericordioso, deve perdoar sem limites.

Oração
Pai, predispõe meu coração para o perdão, e que eu esteja sempre disposto a perdoar e a querer viver reconciliado com meu semelhante.

3. RECONHECER-SE PERDOADO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A parábola evangélica visava desmascarar a intransigência de certos líderes da comunidade cristã primitiva, por demais severos, quando se tratava de perdoar as faltas alheias. Quiçá, o contraponto desta atitude fosse uma condescendência com os próprios pecados, para os quais fechavam os olhos.

Tais líderes são comparados com o servo desalmado que, após ter sido perdoado de uma dívida incalculável, mostra-se sem compaixão para com o companheiro que lhe devia uma quantia insignificante. A quantia exagerada que o primeiro servo devia - dez mil talentos - sublinha que, por maior que fosse o perdão concedido aos membros faltosos, sempre seria inferior ao perdão que Deus concedia à liderança da comunidade. Em última análise, o perdão concedido deveria corresponder a um gesto de reconhecimento pelo perdão recebido de Deus.

O senhor da parábola foi inclemente com o servo incapaz de ser misericordioso, uma vez que tinha sido, por primeiro, objeto de misericórdia. A lição é evidente. Quem não perdoa, não será perdoado. Quem não corresponde à misericórdia de Deus, sendo misericordioso com seu próximo, receberá o castigo divino. Quem não demonstra para com o próximo a mesma paciência que recebeu de Deus, será vítima da cólera divina. Portanto, quem se sabe infinitamente perdoado, tem a obrigação de estar sempre disposto a perdoar.

Oração
Espírito que ensina a perdoar, dispõe-me a conceder o perdão a quem me ofende, consciente de que o Pai também está sempre pronto a me perdoar.

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