terça-feira, 2 de agosto de 2011

Liturgia da Terça-Feira — 02.08.2011

Terço do Rosário: Mistérios Dolorosos (clique aqui...)
(Caríssimos, após meditar as leituras deste dia, rezem o Terço ao Vivo - Mistérios Dolorosos - com os Freis Agostinianos do Seminário Santa Mônica e se preferir, clique aqui para baixar o Santo Rosário e gravar no seu celular, MP3 ou CD e rezar onde desejar)


— Santo Eusébio de Vercelli

Hoje nós lembramos o testemunho de santidade de Eusébio, que nasceu no começo do século IV, na Sardenha e não tinha este nome, até ir para Roma em procura de lucro com a Política e o Direito. Encontrado por Jesus, converteu-se e recebeu as águas do Batismo e o novo nome de Eusébio, pois foi batizado pelo Papa Eusébio.

De simples leitor da Igreja de Roma, Eusébio foi ordenado sacerdote e depois em 345, Bispo em Vercelli, onde exerceu seu ministério com zelo, muito amor às almas e à Verdade. Dentre tantas inspirações para a Diocese, Eusébio vivia comunitariamente com seus sacerdotes, e desta comunhão conseguiu forças para vencer os bons combates do dia-a-dia.

Santo Eusébio de Vercelli por opor-se ao Arianismo que buscava erroneamente negar a divindade de Cristo, foi exilado com outros santos Bispos pelo imperador Constâncio. Despachado com algemas para a Palestina, Eusébio sofreu torturas e sobreviveu por seis anos fechado numa prisão. Quando liberto aproveitou para visitar as Igrejas do Oriente. Ao voltar foi acolhido como vencedor pelos irmãos no Episcopado, Clero e todo o povo, e até entrar no Céu em 370, venceu o Arianismo com Santo Hilário e unificou as Igrejas.

Santo Eusébio de Vercelli, rogai por nós!


XVIII SEMANA COMUM *
(Verde – Ofício do Dia da II Semana)

Antífona da entrada: Meus Deus, vinde libertar-me, apressai-vos, Senhor, em socorrer-me. Vós sois o meu socorro e o meu libertador; Senhor, não tardeis mais (Sl 69,2.6).

Oração do dia
Manifestai, ó Deus, vossa inesgotável bondade para com os filhos e filhas que vos imploram e se gloriam de vos ter como criador e guia, restaurando para eles a vossa criação e conservando-a renovada. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Primeira Leitura (Números 12,1-13)
Leitura do livro dos Números.

Naqueles dias, 12 1 Maria e Aarão criticara Moisés por causa da mulher etíope que ele desposara. (Moisés tinha, com efeito, tomado uma mulher etíope.)
2 "Porventura é só por Moisés, diziam eles, que o Senhor fala? Não fala ele também por nós?" E o Senhor ouviu isso.
3 Ora, Moisés era um homem muito paciente, o mais paciente da terra.
4 Logo falou o Senhor a Moisés, a Aarão e a Maria: "Ide todos os três à tenda de reunião." E eles foram.
5 O Senhor desceu na coluna de nuvem e parou à entrada da tenda. Chamou Aarão e Maria, e eles aproximaram-se.
6 "Ouvi bem, disse ele, o que vou dizer: Se há entre vós um profeta, eu lhe aparecerei em visão; eu, o Senhor, é em sonho que lhe falarei.
7 Mas não é assim a respeito de meu servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa.
8 A ele eu lhe falo face a face, manifesto-me a ele sem enigmas, e ele contempla o rosto do Senhor. Por que vos atrevestes, pois, a falar contra o meu servo Moisés?"
9 A cólera do Senhor se acendeu contra eles.
10 O Senhor partiu, e a nuvem retirou-se de sobre a tenda. No mesmo instante, Maria foi ferida por uma lepra branca como a neve. Aarão, olhando para ela, viu-a coberta de lepra.
11 Aarão disse então a Moisés: "Rogo-te, meu senhor, não nos faças levar o peso desse pecado que cometemos num momento de loucura, e do qual somos culpados.
12 Que ela não fique como um aborto que sai do ventre de sua mãe, com a carne já meio consumida!"
13 Moisés orou ao Senhor: "Ó Deus, disse ele, rogo-vos que a cureis."
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.

Salmo responsorial 50/51

Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!

Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia!
Na imensidão de vosso amor, purificai-me!
Lavai-me todo inteiro do pecado
e apagai completamente a minha culpa!

Eu reconheço toda a minha iniqüidade,
o meu pecado está sempre à minha frente.
Foi contra vós, só contra vós que eu pequei,
e pratiquei o que é mau aos vossos olhos!

Mostrais assim quanto sois justo na sentença
e quanto é reto o julgamento que fazeis.
Vede, Senhor, que eu nasci na iniquidade
e pecador já minha mãe me concebeu.

Criai em mim um coração que seja puro,
dai-me de novo um espírito decidido.
Ó Senhor, não me afasteis de vossa face
nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!

Aclamação do Evangelho

Aleluia, aleluia, aleluia.
Mestre, tu és o Filho de Deus, és rei de Israel! (Jo 1,49b)


Evangelho (Mateus 15, 1-2.10-14)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 15 1 alguns fariseus e escribas de Jerusalém vieram um dia ter com Jesus e lhe disseram:
2 "Por que transgridem teus discípulos a tradição dos antigos? Nem mesmo lavam as mãos antes de comer".
10 Depois, reuniu os assistentes e disse-lhes:
11 "Ouvi e compreendei. Não é aquilo que entra pela boca que mancha o homem, mas aquilo que sai dele. Eis o que mancha o homem".
12 Então se aproximaram dele seus discípulos e disseram-lhe: "Sabes que os fariseus se escandalizaram com as palavras que ouviram?"
13 Jesus respondeu: "Toda planta que meu Pai celeste não plantou será arrancada pela raiz.
14 Deixai-os. São cegos e guias de cegos. Ora, se um cego conduz a outro, tombarão ambos na mesma vala".
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!

Sobre as oferendas
Dignai-vos, ó Deus, santificar estas oferendas e, aceitando este sacrifício espiritual, fazei de nós uma oferenda eterna para vós. Por Cristo, nosso Senhor.

Antífona da comunhão: Vós nos destes, Senhor, o pão do céu, que contém todo sabor e satisfaz todo paladar (Sb 16,20).

Depois da comunhão
Acompanhai, ó Deus, com proteção constante os que renovastes com o pão do céu e, como não cessais de alimentá-los, tornai-os dignos da salvação eterna. Por Cristo, nosso Senhor.


MEMÓRIA FACULTATIVA — SANTO EUSÉBIO DE VERCELLI
(Branco – Ofício da Memória)

Oração do dia: Fazei-nos, Senhor nosso Deus, proclamar a divindade de Cristo imitando a firmeza do bispo santo Eusébio, para que, perseverando na fé que ele ensinou, possamos participar da vida do vosso filho. Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.

Sobre as oferendas: Olhai com bondade, ó Deus, o sacrifício que vamos oferecer em vosso altar na festa de santo Eusébio, para que, alcançando-nos o perdão, glorifique o vosso nome. Por Cristo, nosso Senhor.

Depois da comunhão: Alimentados pela eucaristia, nós vos pedimos, ó Deus, que, seguindo o exemplo de santo Eusébio, procuremos proclamar a fé que abraçou e praticar a doutrina que ensinou. Por Cristo, nosso Senhor.

Santo do Dia / Comemoração (SANTO EUSÉBIO DE VERCELLI):

Eusébio nasceu na ilha da Sardenha, no ano 283. Depois da morte do seu pai, em testemunho da fé em Cristo, durante a perseguição do imperador Diocleciano, sua mãe levou-o para completar os estudos eclesiásticos em Roma. Assim, muito jovem, Eusébio entrou para o clero, sendo ordenado sacerdote. Aos poucos, foi ganhando a admiração do povo cristão e do papa Júlio I, que o consagrou bispo da diocese de Vercelli em 345. Nessa condição, participou do Concílio de Milão em 355, no qual os bispos adeptos da doutrina ariana tentaram forçá-lo a votar pela condenação do bispo de Alexandria, santo Atanásio. Eusébio, além de discordar do arianismo considerou a votação uma covardia, pois Atanásio, sempre um fiel guardião da verdadeira doutrina católica, estava ausente e não podia defender-se. Como ficou contra a condenação, ele e outros bispos foram condenados ao exílio na Palestina. Porém isso não o livrou da perseguição dos hereges arianos, que infestavam a cidade. Ao contrário, sofreu muito nas mãos deles. Como não mudava de posição e enfrentava os desafetos com resignação e humildade, acabou preso, tendo sido cortada qualquer forma de comunicação sua com os demais católicos. Na prisão, sofreu ainda vários castigos físicos. Contam os escritos que passou, também, por um terrível suplício psicológico. Quando o povo cristão tomou conhecimento do fato, ergueu-se a seu favor. Foram tantos e tão veementes os protestos que os hereges permitiram sua libertação. Contudo o exílio continuou e ele foi mandado para a Capadócia, na Turquia e, de lá, para o deserto de Tebaida, no Egito, onde foi obrigado a permanecer até a morte do então imperador Constantino, a quem sucedeu Juliano, o Apóstata, que deu a liberdade a todos os bispos presos e permitiu que retomassem as suas dioceses. Depois do exílio de seis anos, Eusébio foi o primeiro a participar do Concílio de Alexandria, organizado pelo amigo, santo Atanásio. Só então passou a evangelizar, dirigindo-se, primeiro, a Antioquia e, depois, à Ilíria, onde os arianos, com sua doutrina, continuavam confundindo o povo católico. Batalhou muito combatendo todos eles. Mais tarde, foi para a Itália, sendo recepcionado com verdadeira aclamação popular. Em seguida, na companhia de santo Hilário, bispo de Poitiers, iniciou um exaustivo trabalho pela unificação da Igreja católica na Gália, atual França. Somente quando os objetivos estavam em vias de serem alcançados é que ele voltou à sua diocese em Vercelli, onde faleceu no dia 1o. de agosto de 371. Apesar de ser considerado mártir pela Igreja, na verdade santo Eusébio de Vercelli não morreu em testemunho da fé, como havia ocorrido com seu pai. Mas foram tantos os seus sofrimentos no trabalho de difusão e defesa do cristianismo, passando por exílios e torturas, que recebeu esse título da Igreja, cujo mérito jamais foi contestado. Com a reforma do calendário litúrgico de Roma, de 1969, sua festa foi marcada para o dia 2 de agosto. Nesta data, as suas relíquias são veneradas na catedral de Vercelli, onde foram sepultadas e permanecem até os nossos dias.


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. As Regrinhas da Dona Maria...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Atuei em uma paróquia onde havia uma Senhora muito piedosa e zelosa das coisas da igreja, mas tão zelosa que inventava mil e uma regrinhas na pastoral onde trabalhava, e como era a Coordenadora, ninguém ousava contrariá-la, nem mesmo o padre. Abria exceções a uns, com outros era mais rigorosa até que um dia cismou de não me deixar levar a Eucaristia a um enfermo, porque tinha que ser o Padre ou o Ministro dos Enfermos. Tentei explicar-lhe que o Diácono Permanente é um Servidor e que essa tarefa tão honrosa faz parte do ministério, que o mais importante era levar a eucaristia ao enfermo, fosse quem fosse....Mas não teve jeito e ao vê-la autoritária e dando ordem, aborrecido fui embora desistindo da minha tarefa.

No Judaísmo tinha um monte de Leis, prescrições, proibições, regrinhas disso e daquilo, norminhas para comer, dormir, vestir-se. O que é isso senão uma preocupação excessiva com o aparente, com aquilo que não é tão importante.

Os discípulos de Jesus não davam muita bola a tais normas, o Mestre se divertia em ver a irritação dos Fariseus que queriam obrigá-los a seguir a tradição dos antigos. Mas nesse dia resolveu dar um “basta”...

O que adianta alguém cumprir o ritual ou a etiqueta sem uma convicção interior? Fazer o sinal da cruz, por exemplo, diante de uma igreja, é um gesto bonito de quem está em comunhão com a Trindade Santa, louvada e celebrada na igreja templo. É um gesto válido porém, ele deve sinalizar que naquele dia, todas as ações daquela pessoa devem estar voltadas para o Reino, em comunhão com a Trindade Santa. Fazer esse gesto sem que ele seja um reflexo do que se tem por dentro, no coração e na vida, fica-se apenas no gesto...

Nada mais perigoso para uma pessoa do que ela mesma, suas aspirações, seus pensamentos, seus desejos do interior, seus vícios ou más inclinações, mas é também dentro das pessoas que estão as belas virtudes, o desejo de ser Santo, a vontade de aprimorar-se no amor e na caridade. Basta se usar o Livre arbítrio e pronto... em um momento lá está uma ação, que pode ser boa ou má, mas que vem lá de dentro e não de fora.

Portanto, a mensagem é muito clara, a verdadeira religião é aquela que brota do coração, e onde ao mesmo tempo, o coração se deixa transformar pela conversão, cultivando a crença e a esperança, vivenciando o amor pois é nesse coração de carne, que em Jesus Deus escreveu a sua Lei...

2. O Projeto de Jesus é diferente
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Uma das características dominantes nas narrativas dos evangelhos é o registro da contradição entre a mensagem de Jesus e a tradicional mensagem dos chefes religiosos de Israel, particularmente representados pelos fariseus e escribas. Tal contradição, levantada por Jesus será o principal motivo para sua perseguição e morte.

Mateus, no Sermão da Montanha já caracterizara esta contradição na sucessiva fala de Jesus, sempre com a introdução: "Ouviste o que foi dito aos antigos... eu porém vos digo...". Ao infringir a observância dos sábados e, agora, ao descartar os critérios legais de pureza, Jesus atinge e remove alguns dos principais fundamentos da doutrina da Lei. A reação imediata suscitada entre os chefes religiosos é de indignação, para, em seguida, passar ao projeto da morte de Jesus.

A planta plantada pelo Pai é aquela que dá frutos de amor e misericórdia, na liberdade dos filhos de Deus que se empenham na construção de um mundo de justiça e paz.

Oração
Pai, aproxima-me de Jesus de quem brota a salvação e a vida, para que eu possa ser curado do egoísmo que me impede de fazer o bem ao próximo.

3. ....
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Nenhum comentário:

Postar um comentário