quarta-feira, 27 de abril de 2011

Emaús

Quarta-feira, 27 de abril de 2011

Oitava da Páscoa, 1ª Semana do Saltério (Livro II), cor litúrgica Branca

Hoje: Dia da Empregada Doméstica, dia Mundial do Teatro e dia do Engraxate

Santos: Pedro Canísio (doutor), Antimo (bispo), Ásico ou Tassach (bispo), Maugoldo ou Maccul (bispo), Floriberto (bispo), Estêvão Pechersky (bispo), Zita de Lucca (virgem, franciscana da 3ª ordem), Pedro Armengol (beato), Antônio de Sena (beato), Tiago de Bitetto (beato), Hosana de Cattaro (beata e virgem), Turíbio de Lima (arcebispo), Tertuliano, João (abade)

Antífona: Vinde, benditos de meu Pai: tomai posse do reino preparado para vós desde o princípio do mundo, aleluia! (Mt 25,34)

Oração: Ó Deus, que nos alegrais todos os anos com a solenidade da ressurreição do Senhor, concedei-nos, pelas festas que celebramos nesta vida, chegar às eternas alegrias. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo

Leitura: Atos (At 3, 1-10)
Em nome de Jesus Cristo, o nazareno, levanta-te e anda

Naqueles dias, 1Pedro e João subiram ao templo para a oração das três horas da tarde. 2Então trouxeram um homem, coxo de nascença, que costumavam colocar todos os dias na porta do templo, chamada Formosa, a fim de que pedisse esmolas aos que entravam. 3Quando viu Pedro e João entrando no templo, o homem pediu uma esmola. 4Os dois olharam bem para ele e Pedro disse: "Olha para nós!" 5O homem fitou neles o olhar, esperando receber alguma coisa. 6Pedro então lhe disse: "Não tenho ouro nem prata, mas o que tenho eu te dou: em nome de Jesus Cristo, o nazareno, levanta-te e anda!"

7E pegando-lhe a mão direita, Pedro o levantou. Na mesma hora, os pés e os tornozelos do homem ficaram firmes. 8Então ele deu um pulo, ficou de pé e começou a andar. E entrou no templo junto com Pedro e João, andando, pulando e louvando a Deus. 9O povo todo viu o homem andando e louvando a Deus. 10E reconheceram que era ele o mesmo que pedia esmolas, sentado na porta Formosa do templo. E ficaram admirados e espantados com o que havia acontecido com ele. Palavra do Senhor!

Comentando a Leitura

O que tenho eu te dou: em nome de Jesus, levanta-te e anda!

A Igreja define-se em relação a Cristo ressuscitado. Não se pode compreender a si mesma, trabalhar e cresce, senão em relação a ele. É bastante para a Igreja ter que anunciar Cristo. A riqueza terrena, a ciência, o poder não entram na definição da Igreja de Lucas.

O único poder da nova comunidade é o nome de Jesus: Cristo ressuscitado, vivo e presente na Igreja com o poder de sua ressurreição. A Igreja é testemunha, não só porque repete com as palavras tudo o que viu e sentiu do Cristo, mas sobretudo porque repete em sua vida as vicissitudes de seu Senhor.

O milagre de Pedro é mais que “outro” milagre de Jesus. Basta compará-lo com os milagres que Cristo opera no evangelho. Na Igreja como em Cristo, exatamente porque Cristo está presente, Deus age e opera os sinais extraordinários da salvação e suscita ainda no homem salvação, maravilha, estupor. [Extraído do MISSAL COTIDIANO, ©Paulus, 1997]

Salmo: 104 (105), 1-2.3-4.6-7.8-9 (R/.5b)
Exulte o coração dos que buscam o Senhor

Dai graças ao Senhor, gritai seu nome, anunciai entre as nações seus grandes feitos! Cantai, entoai saímos para ele, publicai todas as suas maravilhas!

Gloriai-vos em seu nome que é santo, exulte o coração que busca a Deus! Procurai o Senhor Deus e seu poder, buscai constantemente a sua face!

Descendentes de Abraão, seu servidor, e filhos de Jacó, seu escolhido, ele mesmo, o Senhor, é nosso Deus, vigoram suas leis em toda a terra.

Ele sempre se recorda da aliança, promulgada a incontáveis gerações; da aliança que ele fez com Abraão, e do seu santo juramento a lsaac.

Evangelho: Lucas (Lc 24, 13-35)
Todos os cristãos reconhecem Jesus ao partilhar a eucaristia

13Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos de Jesus iam para um povoado, chamado Emaús, distante onze quilômetros de Jerusalém. 14Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido.

15Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. 16Os discípulos, porém, estavam como que cegos, e não o reconheceram. 17Então Jesus perguntou: "O que ides conversando pelo caminho?" Eles pararam, com o rosto triste, 18e um deles, chamado Cléofas, lhe disse: "Tu és o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes últimos dias?" 19Ele perguntou: "O que foi?" Os discípulos responderam: "O que aconteceu com Jesus, o nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e diante de todo o povo. 20Nossos sumos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. 21Nós esperávamos que ele fosse libertar Israel, mas, apesar de tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! 22É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deram um susto. Elas foram de madrugada ao túmulo 23e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que Jesus está vivo. 24Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém o viu".

25Então Jesus lhes disse: "Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! 26Será que o Cristo não devia sofrer tudo isso para entrar na sua glória?" 27E, começando por Moisés e passando pelos profetas, explicava aos discípulos todas as passagens da escritura que falavam a respeito dele.


28Quando chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez de conta que ia mais adiante. 29Eles, porém, insistiram com Jesus, dizendo: "Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!" Jesus entrou para ficar com eles. 30Quando se sentou à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lhes distribuía. 31Nisso os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles. 32Então um disse ao outro: "Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho, e nos explicava as Escrituras? 33Naquela mesma hora, eles se levantaram e voltaram para Jerusalém onde encontraram os onze reunidos com os outros. 34E estes confirmaram: "Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!" 35Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão. Palavra da Salvação!

Leitura paralela: Mc 16, 12-13

Comentário o Evangelho

Corações lentos para crer

A fé na ressurreição consolidou-se no coração dos discípulos de maneira muito lenta. O choque provocado pela crucifixão do Mestre causou-lhes um impacto enorme. Embora tivesse demonstrado ser “um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo”, Jesus fora condenado à morte reservada aos malditos e marginais. Com isto, os discípulos viam esvair-se sua esperança de ver Israel libertado da opressão estrangeira, e reconquistar a condição de povo livre, segundo o querer do Pai.


A decepção deu lugar à deserção. Seria inútil dar continuidade ao grupo formado pelo Mestre quando ele ainda vivia, já que, diante da cruz, tudo quanto dissera e fizera tinha perdido sua consistência. Conseqüentemente, nem merecia ser recordado. Era tempo de colocar um ponto final nessa experiência que despontara tão promissora!


A superação deste desânimo deu-se após um lento processo de repensamento, à luz das Escrituras, de tudo quanto acontecera com o Senhor. Foi preciso que os discípulos vissem a cruz com uma perspectiva aberta, relacionando-a com o conjunto da vida do Mestre, relida à luz do cumprimento do desígnio de Deus.


Na medida em que se deslanchava um processo de compreensão da ressurreição, eles experimentavam uma profunda mudança interior. Revigorados na fé, reconheceram ser preciso voltar à vida de comunidade e se tornar proclamadores da ressurreição. [O EVANGELHO NOSSO DE CADA DIA, Ano A, ©Paulinas, 1997]


Comentário ao Evangelho do dia feito por :

João Paulo II
Carta apostólica «Mane nobiscum Domine» §§ 2, 11, 12 (trad. DC 2323 7/11/04 © copyright Libreria Editrice Vaticana)

«Tomou o pão, pronunciou a bênção e, depois de o partir, entregou-lho. Então, os seus olhos abriram-se»


O ícone dos discípulos de Emaús presta-se bem para nortear um ano que verá a Igreja particularmente empenhada na vivência do mistério da sagrada Eucaristia. Ao longo do caminho das nossas dúvidas, inquietações e às vezes amargas desilusões, o divino Viajante continua a fazer-Se nosso companheiro para nos introduzir, com a interpretação das Escrituras, na compreensão dos mistérios de Deus. Quando o encontro se torna pleno, à luz da Palavra segue-se a luz que brota do «Pão da vida», pelo qual Cristo cumpre de modo supremo a Sua promessa de «estar connosco todos os dias até ao fim do mundo» (cf. Mt 28, 20).


A narração da aparição de Jesus ressuscitado aos dois discípulos de Emaús ajuda-nos a pôr em destaque um primeiro aspecto do mistério eucarístico, que deve estar sempre presente na devoção do povo de Deus: a Eucaristia, mistério de luz! [...] Jesus designou-Se a Si mesmo como «luz do mundo» (Jo 8, 12), e esta Sua propriedade aparece bem evidenciada em momentos da Sua vida como a Transfiguração e a Ressurreição, onde refulge claramente a Sua glória divina. Diversamente, na Eucaristia a glória de Cristo está velada. O sacramento eucarístico é o «mysterium fidei» por excelência. E, todavia, precisamente através deste sacramento da sua total ocultação, Cristo torna-Se mistério de luz, mediante o qual o fiel é introduzido nas profundezas da vida divina. [...]


A Eucaristia é luz antes de mais nada porque, em cada Missa, a liturgia da Palavra de Deus precede a liturgia Eucarística, na unidade das duas «mesas» — a da Palavra e a do Pão. [...] Na narração dos discípulos de Emaús, o próprio Cristo intervém para mostrar, «começando por Moisés e seguindo por todos os profetas», como «todas as Escrituras» conduzem ao mistério da Sua Pessoa (cf. Lc 24, 27). As Suas palavras fazem «arder» os corações dos discípulos, tiram-nos da obscuridade da tristeza e do desânimo, suscitam neles o desejo de permanecer com Ele: «Fica connosco, Senhor» (cf. Lc 24, 29).

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