segunda-feira, 25 de abril de 2011


Sob o título Homem do Sudário, realizou-se em Curitiba, no Shopping Center Palladium, uma extraordinária exposição sobre o Santo Sudário de Turim.

Reproduções em tamanho natural da própria relíquia; da Coroa com a qual foi crucificado o Salvador, feita com espinhos da mesma planta que foi usada na Paixão, colhidas nas proximidades de Jerusalém; dos cravos que pregaram o Redentor na cruz; dos dois tipos de flagelos usados pelos romanos na época; tudo isso apresenta uma imagem impressionante do que foi o indizível sofrimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, como também o esplendoroso de sua Ressurreição.

Percurso do Santo Sudário na História
Cerca de 30 painéis temáticos explicam detalhadamente os vários aspectos da exposição. Um mapa mostra o caminho percorrido pelo precioso linho desde Jerusalém, passando por várias cidades do Oriente Médio e pela França, até chegar a Turim.

O trajeto foi cientificamente comprovado pela presença de pólen de plantas típicas de cada região percorrida.

A projeção de imagens que se superpõem apresenta um estudo comparativo, mostrando a semelhança das pinturas da face do Salvador feitas a partir do século IV, com a imagem obtida na fotografia do Santo Sudário.

Isto se explica pelo fato de o Concílio de Nicéia (325) ter determinado que, a partir de então, toda reprodução deveria ter como modelo aquela relíquia.

Reprodução holográfica (tridimensional)
Muito ilustrativos também são os painéis sobre as principais descobertas científicas que comprovam a autenticidade da relíquia.

O mais impressionante de toda a exposição, entretanto, é uma reprodução holográfica (tridimensional) projetada sobre duas placas de vidro paralelas, do corpo de Nosso Senhor em tamanho natural como estava na sepultura.

A imagem é vista de pé, pela frente e pelas costas. Tem-se a impressão de estar em presença do próprio Corpo Sagrado de Nosso Senhor.

“O Homem do Sudário” supera, do ponto de vista de recursos técnicos, o que se podia ver por ocasião da última mostra oficial da relíquia em Turim, se bem que a presença da própria relíquia torne a de Turim absolutamente insuperável e incomparável.

* * *

Os ateus, materialistas e agnósticos tinham a ilusão de que o avanço da ciência haveria de lhes dar as provas definitivas de que Deus foi uma invenção humana, para explicar aquilo que os homens não conseguem entender — um mito, portanto.

Todos os mistérios do universo iriam sendo desvendados, e por fim não haveria mais necessidade de apelar para um ser superior, misterioso, que estaria na origem de tudo.

O que aconteceu foi exatamente o contrário: quanto mais avança a ciência, tanto mais ela descobre que o número de mistérios não desvendados é hoje muito maior do que aquilo que já foi esclarecido.

Coroa de espinhos
Mais ainda, ela está mostrando e provando que existem fatos inexplicáveis — milagrosos — que contrariam as leis da natureza, e de tal forma confirmam narrações históricas de milagres, que não deixam dúvidas de que os fatos realmente se deram e foram milagrosos.

Os exemplos são numerosos. Fatos como esses, cientificamente comprovados, só se encontram dentro da Igreja Católica. Os milagres de Lourdes talvez sejam os que há mais tempo vêm sendo comprovados pela ciência.

Mais recentemente, famosos institutos de pesquisas analisaram outros aspectos de milagres: os da imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, que apareceu em no México em 1531; o das Espécies Consagradas, por volta do ano 700, em Lanciano na Itália; o véu da Sagrada Face de Manoppello. Todos eles com resultados surpreendentes e, para os ateus, desconcertantes.

Segundo o professor Angelo Montanti da Universidade de Glendale na Califórnia “o objeto cultural mais surpreendente e mais estudado de toda a história da humanidade é o Santo Sudário de Turim. [...] As investigações científicas têm revelado muito mais do que qualquer estudioso poderia esperar, confirmando de maneira espantosa tudo o que os textos sagrados e a história até hoje nos tinham feito conhecer. Uma falsificação é hoje hipótese inteiramente descartada. [...] A crueldade da Paixão excede de muito o que mostram as representações tradicionais de Jesus”.

O Mistério do Santo Sudário

O significado de "Sudário" vem do Latim Sudarium, o lenço com que se enxugava o suor do rosto e pano e com que se cobria o rosto dos mortos e também o lençol usado para envolver cadáveres ou mortalha. O tecido, firme e forte é um puro linho de cor amarelada, este foi utilizado para envolver o corpo de Jesus Cristo após sua crucificação, antes de ser levado ao Santo Sepulcro. Com uma espessura do tecido de cerca de 34/100 de milímetros, macio e fácil de dobrar e com peso avaliado em 2,450 Kg. Conservado em Turim há mais de 4 séculos, o Sudário é um pano retangular de 4,36 metros de comprimento e 1,10 metros de largura. No tecido encontramos manchas de sangue humano, com as marcas do flagelo e suplício sofridos por Jesus de Nazaré. Este pano é a comprovação da existência de Cristo e do das toturas sofridas.


As Marcas do Sofrimento

O sudário foi colocado no sentido longitudinal em torno do corpo torturado, o cadáver que deixou as duas marcas foi deitado sobre uma metade do lençol, o qual depois foi passado por cima da cabeça e estendido até os pés. As duas figuras humanas foram formadas por manchas de dois tipos e de cores diferentes.Sudário


Segundo o engenheiro Kenneth E. Stevenson e o Filósofo Gary R. Habermas, assim definiram o homem do Sudário: "a imagem é de um homem com barba e com mais ou menos 1,80m de altura. A idade é calculada em 30-35 anos e o peso em cerca de 80 Kg. É um homem bem constituído e musculoso".


Na imagem, o rosto apresenta sinais bastante claros de muitos traumas: tumefações na testa, nas arcadas superciliares, nos zigomas, nas faces e no nariz, equimose no nível da omoplata esquerda e uma ferida no ombro direito; poderiam ser atribuídas ao transporte travessão da cruz ( patibulum );os joelhos, especialmente o esquerdo, estão escoriados por quedas violentas; fios de sangue estão presentes em todo crânio, e são mais evidentes na nuca e na testa. São bem visíveis os antebraços e as mãos, cruzadas sobre o abdômem, a esquerda sobre a direita. No pulso esquerdo há uma grande mancha de sangue causada por uma ferida grave. Embora a mão direita esteja parcialmente ocultada pela outra, o fio de sangue que escorre pelo antebraço indica que também o seu pulso devia ter ferida semelhante. São lesões provocadas por grandes cravos. Os dedos, bem visíveis estão alongados. nota-se que os dedos polegares não aparecem; isto porque a lesão do nervo mediano, provocada pelos cravos fincados nos pulsos, obrigou os polegares a se contraírem e oporem-se a palma das mãos. No lado direito do tórax - no Sudário, é o lado esquerdo, nota-se uma grande ferida causada por uma ponta de lança. Nas duas figuras, na anterior e na posterior o sangue se coagulou em lesões lácero-contusas ensangüentadas de modo diferente, muitas vezes aos pares em sentido paralelo, causadas por chicotadas repetidas, foram produzidas por dois homens (carrascos) postados um de cada lado. O pé direito devia estar apoiado diretamente no madeiro da cruz; o esquerdo estava posto sobre o direito; ambos foram pregados juntos nessa posição, e assim os fixou a rigidez cadavérica.

[SANTO+SDÁRIO.gif]A Busca da Comprovação da Veracidade do Santo Sudário

Foto com a inversão positivo-negativo

Em 1898, as fotografias tiradas do Sudário determinaram uma reviravolta no interesse e no conhecimento dele, até então considerado como simples objeto de devoção. O Santo Sudáriofoi fotografado pela primeira vez por Secondo Pia revelando o aparecimento de um corpo humano, com grande surpresa, viu que a imagem da chapa era muito mais nítida e compreensível do que se via diretamente no sudário. Secondo Pia foi o primeiro homem a contemplar a figura de Jesus Cristo depois de dezenove séculos. O próprio afirma: "fechado em minha câmara escura e absorto em meu trabalho, senti uma emoção fortíssima, quando, durante a revelação, ví aparecer pela primeira vez, na chapa, o Sagrado Rosto, com clareza tal, que fiquei aturdido".Aquela primeira fotografia revelou esse segredo imprevisto e imprevisível e desde então se estuda o Sudário como um dos mistérios mais apaixonantes da antiguidade. Já com recursos mais aprimorados, em 1931, o Santo Sudário voltou a ser fotografado por Giuseppe Enrie. Pode-se estudar então os ferimentos do corpo de Cristo impressos no tecido. Entretanto, algo de muito curioso ocorreu. Ao ser revelada a fotografia, apareceu no negativo a figura de um homem de frente e de costas. Esta foi a primeira inversão negativo-positivo de uma fotografia. As manchas de sangue são claramente positivas na chapa, imagens normais. Deu-se a impressão de que as marcas foram feitas por contato direto. O mais importante desse estudo é a revelação não somente da forma, mas da expressão, do conteúdo espiritual. O rosto semita, que apesar das chagas tem um ar de majestade serena e com uma expressão de dever cumprido.Durante as averiguações em 1978, fizeram-se milhares de fotografias, com as técnicas mais modernas, e macrofotografias científicas, radiografias, termográficas, fotografias por transparências, etc.Muitíssimas outras fotografias foram feitas em 1988 durante a retirada de tecido para o exame com o carbono radioativo C14.

Sangue humano no tecido

Os responsáveis pelos estudos de sangue no Sudário são John Heller e Baima Bollone, que comprovaram a presença de hemoglobina, ferro, proteínas, porfirina, albumina e sangue tipo AB, fator RH positivo na trama do Linho. Esta comprovação anula a hipótese de que a imagem possa ter sido feita por um artista, pois nem mesmo o mais perfeccionista dos pintores plásticos seria capaz de utilizar pelo menos 5 litros de sangue humano e, à pinceladas, constituir a imagem que é vista no Sudário. Além disso, o linho possui diversas camadas, e o estudo do sangue existente nas fibras comprova ter sido este absorvido pelo contato, pois nem todas as camadas estão impregnadas. Isto seria impossível de conseguir se fosse uma fraude.

Análise com Microscópio

Em 1973, nomeou-se uma comissão para autenticar as fotografias tiradas em 1969; participava da comissão também um cientista protestante suíço, Max Frei Sulzer, perito em microvestígios e criminólogo de fama internacional, fundador e durante vinte e cinco anos diretor do serviço científico da polícia de Zurique.

Ele encontrou no sudário notável quantidade de pó atmosférico muito fino e tirou doze amostras de pó, usando fitas adesivas especiais, que podiam retirar os microvestígios do tecido sem danificá-lo.

As espécies de pólen identificadas no Sudário por Frei são 58; 17 delas se encontram na França ou na Itália. Três quartos são de plantas na Palestina, sendo muitas delas típicas e freqüentes em Jerusalém e arredores. Isso comprova que o Sudário estivera em Jerusalém. Toda a coleção das amostras de Frei Sulzer se encontra nos Estados Unidos desde 1988.

Uma Moeda de Pilatos

Graças a elaboração tridimensional, notaram-se dois objetos arredondados postos sobre as pálpebras (costume da época) ; logo se supôs que poderia tratar-se de pequenas moedas. A confirmação veio dos estudos aprofundados de Francis L. Filas, docente na Loyola University de Chicago.

Ele identificou a moeda que esteve sobre o olho direito do Homem do Sudário como um lepton, precisamente como um dilepton lituus, cunhado sob Pôncio Pilatos entre 29 e 32 d.C.

Com a técnica da sobreposição em luz polarizada, foram contados 74 pontos de congruência entre a moeda de Pilatos e a imagem sobre o olho direito. Como comparação, pode-se considerar que, para identidade de duas impressões digitais são suficientes 14 pontos coincidentes em sobreposição.

Incêndio

Em 1532, sofreu um incêndio, o qual causou queimaduras que percorrem todo o lençol. Estava dobrado duas vezes no sentido da largura e quatro vezes no sentido do comprimento, formando 48 sobreposições. estava guardado num relicário revestido de prata, da qual fundida, caíram gotas que queimaram em um dos cantos as várias camadas do tecido. Quando foi desdobrado, viu-se que estava danificado de modo simétrico.

Além disso, a água usada para apagar o incêndio e esfriar a caixa incandescente deixou muitos halos (marcas) na forma de losango, as quais circunscrevem as zonas que permaneceram enxutas.

Os triângulos claros são os remendos dos pontos queimados completamente, feitos pelas irmãs clarissas de Chambéry.

Reflexões

O Sudário não é uma falsificação. Com nenhuma técnica se poderia fabricar na Idade Média (como alguns afirmam) alguma coisa semelhante, nem hoje, com toda técnica moderna.

Esse pano tem as características de um tecido funerário hebraico do século I, proveniente da área palestinense.

Esse Homem sofreu uma crucifixão romana do século I, com particularidades desconhecidas na Idade Média, mas em sintonia com as descobertas histórico-arqueológicas posteriores.

Esse corpo sofreu os tormentos descritos nos evangelhos, também nas particularidades personalizadas.

O sangue humano se coagulou sobre a pele ferida e passou para o tecido, com modalidades irreproduzíveis com pincel.

Esse cadáver, posto no lençol cerca de duas horas depois da morte, permaneceu por 30 a 36 horas sem sinais de putrefação.

Essa imagem em negativo não é pintura, nem estampa, nem chamuscadura. É uma projeção do corpo, a qual codificou em sí, a informação tridimensional e é como se houvera sido impressa no tecido por um fenômeno fotorradiante.

Esse lençol não tem sinais de deslocamentos; ele se afrouxou e se abaixou porque ficou vazio.

A questão do Sudário se torna uma questão aberta- dizia o escritor Ítalo A. Chiusano- O ônus da prova compete aos cientistas. Caberá a eles, explicar-nos todas as questões: dos pólens, da tridimensionalidade, da imagem em negativo, das coincidências históricas e arqueológicas, das moedas de Pôncio Pilatos sobre os olhos do cadáver, da ausência de decomposição, da impossibilidade de que a imagem tenha sido pintada, etc.

Acesse também os Sites que tem belos trabalhos sobre o assunto.

www.santo.sudario.nom.br

www.santissima.com.br

"A verdade sobre o Sudário" Stevenson, K. e Habermas, G. Tradução: Ferreira, Isabel Fontes Leal -São Paulo, Paulinas, 1983, 3! edição

"0 Sudário de Turim" Hei ler, John H. Tradução: Fonseca, Thea Rio de Janeiro, José Olympio, 1985

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Dra. Emanuela Marinelli


Com a segurança de quem conhece em detalhes toda a história do Santo Sudário, bem como as provas de sua autenticidade obtidas em rigorosas análises científicas, a Dra. Emanuela Marinelli responde às questões levantadas pelo Sr. Julio Loredo, correspondente de Catolicismo na Itália.

E a conclusão inescapável é que a imagem impressa na sagrada relíquia ‒ que se encontra em Turim, para veneração dos fiéis do mundo inteiro ‒ corresponde à imagem completa de um homem crucificado, estritamente de acordo com as narrativas dos Evangelhos sobre a Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Emanuela Marinelli é graduada em ciências naturais e geológicas, com habilitação para lecionar Matemática, Ciências Naturais, Química e Geografia. Trabalhou como contratada pelo Instituto de Estudo de Mineralogia da Universidade de Roma em 1974 e 1975.

Leciona desde 1976 em escolas públicas, e a partir de 1981 ensina Geografia física, política, econômica e turística no Instituto Profissional para Serviços Comerciais e Turísticos Júlio Verne, de Roma. Também lecionou iconografia, iconologia e simbologia cristã na Universidade Assunção, de Orvieto.

Entre 1977 e 1985, tornou-se membro do Centro Romano de Sindonologia. Nesse centro, freqüentou o curso bienal de estudos do Sudário sobre a Paixão de Cristo, tornando-se depois professora dos referidos cursos. Após ter participado de um subseqüente curso bienal de catequese ministrado pelo Vicariato de Roma, este lhe outorgou em 1987 o diploma de catequista especializada em Catequese da Paixão.
Como professora, participou em 1987 do primeiro curso de Sindonologia, realizado em Roma pelo Santuário de Nossa Senhora do Divino Amor.

Entre 1988 e 1992, promoveu cursos de aperfeiçoamento para professores de Religião da diocese de Roma, sobre os tópicos relativos ao Sudário, tendo feito o mesmo em outras dioceses da Itália. A partir de 1977, profere conferências em diversas regiões da Itália e no exterior, escreve artigos em jornais e revistas, e participa de programas de rádio e televisão.


Participou dos congressos sobre o Sudário realizados em Turim (1978), Bolonha (1981), Trani (1984), Siracusa (1987), Paris (1989), Cagliari (1990), Roma (1993), Nice (1997), Turim (1998), Richmond (1999), Rio de Janeiro (1999), Orvieto (2000), Dallas (2001), Paris (2002), Rio de Janeiro (2002) e Dallas (2005).

Em 1990, em colaboração com Orazio Petrosillo, escreveu para a Editora Rizzoli o livro La Sindone - Un enigma alla prova della scienza, traduzido para o inglês, francês, espanhol e polonês. Em 1996, para a Editora S. Paolo, o livro La Sindone, un immagine “impossibile”, traduzido para o português e o polonês.

Em 1997, para a Editora S. Paolo e em colaboração com Maurizio Marinelli, elaborou os textos para o CD-Rom Sindone viva, além de trabalhar para a sua realização. Escreveu em 1998 para a Editora Rizzoli, em colaboração com Orazio Petrosillo, o livro La Sindone - Storia di un enigma, edição atualizada daquela publicada em 1990; e para a Editora S. Paolo, em colaboração com Maurizio Marinelli, o livro Cosa vuoi sapere sulla Sindone?.

Em colaboração com Giulio Fanti, escreveu em 1999 o livro Cento prove sulla Sindone - Un giudizio probabilistico sull'autenticità. Em 2002, redigiu para a Editora Delta 3, em colaboração com Maurizio Marinelli, a obra La Sindone - Un incontro con il misterio. E em 2003, para a Editora Progetto Editoriale e em colaboração com Giulio Fanti, o livro La Sindone rinnovata - Misteri e certezze.

Ela figura entre os promotores do movimento Collegamento pro Sindone e da revista bimestral homônima, agora na internet, iniciativas para as quais trabalhou ativamente desde o início.

* * *
Abgar, rei de Edessa, recebe cópia do Santo Sudário na época de Cristo
Catolicismo — O Santo Sudário é considerado a relíquia mais importante e a mais rica prova documental dos sofrimentos da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, e até de sua Ressurreição. Foi possível reconstituir seu itinerário do sepulcro de Jesus até Turim?

Profa. Marinelli — No século II, existia em Edessa (atual Urfa, na Turquia) uma imagem especial da face de Jesus em tecido. Na Doutrina de Addaï, provavelmente do Apóstolo Judas Tadeu (uma composição siríaca que remonta ao fim do século IV), lê-se que Abgar V Ukama (o Negro), rei de Edessa na época de Cristo, estava doente.

Abgar enviou então seu arquivista e pintor Hannan a Edessa, o qual voltou dessa cidade com uma cópia da imagem de Cristo, pintada por ele, com uma carta que continha uma promessa de Jesus assegurando a incolumidade da cidade (foto ao lado).

No século VI, foi descoberta essa imagem da face de Jesus em tecido (acheropita, ou seja, que não foi feita por mãos humanas), dita Mandylion (lenço).

Em 944, após intenso assédio, os bizantinos arrebataram o Mandylion da autoridade islâmica do sultanato árabe de Edessa, e no dia 15 de agosto a relíquia chegou a Constantinopla.

Numerosas testemunhas e descrições relacionam o Mandylion com o Sudário, e com toda probabilidade ele era o próprio Sudário dobrado de outra maneira, permitindo que se visse somente a face.

Em 1204, Roberto de Clary, cronista da IV Cruzada, em sua obra A conquista de Constantinopla, registra que logo após a queda de Constantinopla em mãos dos cruzados ocidentais (14 de abril de 1204), um Sudário era exposto toda sexta-feira na igreja de Santa Maria de Blachernae; e que sobre aquela tela a figura de Cristo era claramente visível.

Santo Sudário e Cristo Pantocrator do mosteiro de Santa Catarina no Sinai, século V
E acrescenta: “Mas ninguém sabe o que terá acontecido com o Lençol depois de conquistada a cidade”.

Em 1205, Teodoro Angelo-Comneno, irmão de Miguel I, déspota de Epiro e sobrinho de Isaac II, imperador de Bizâncio quando do assédio da cidade pela Cruzada latina, afirma que o Sudário se encontrou em Atenas.

Em 1208, Pons de la Roche doou ao arcebispo de Besançon, D. Amadeus de Tramelay, o Sudário que seu filho Othon de la Roche, duque latino de Atenas, lhe havia enviado de Constantinopla.

Em 1314, os Templários (ordem de cavalaria de cruzados) foram condenados como hereges, sob a acusação de praticar um culto secreto a uma face que parece ter sido reproduzida do Sudário. Um deles chamava-se Geoffroy de Charny.

Em 1356, Geoffroy de Charny, cavaleiro cruzado homônimo do precedente, arrebatou o Sudário dos cônegos de Lirey, localidade próxima de Troyes, na França. A preciosa tela permaneceu em sua posse pelo menos três anos. Sua esposa, Jeanne de Vergy, é bisneta de Othon de la Roche.

Passou pela mão dos templários
Em 1453, Margarida de Charny, descendente de Geoffroy, cedeu-o a Ana de Lusignano, mulher do duque Ludovico de Sabóia, que passou a custodiá-lo em Chambéry.

Em 1532, a urna de madeira revestida de prata, que guardava o Sudário na Santa Capela do castelo dos Sabóia, teve um dos lados arrebentado, sofrendo a relíquia danos notáveis.

Em 1578, o rei Emanuele Filiberto transferiu o Sudário para Turim a fim de abreviar a viagem de São Carlos Borromeu, que desejava venerá-lo para cumprir um voto. Este é o itinerário conhecido do Santo Sudário.

Catolicismo — Quais são as características do tecido do Sudário?

Ampliação do tecido
Profa. Marinelli — É um grande lençol de linho marcado pelo tempo. A manufatura rudimentar do tecido, a torção dos fios em Z (em sentido horário), a textura em diagonal 3 por 1, a presença de traços de algodão egípcio antiqüíssimo, a ausência de traços de fibra animal ‒ tudo isso torna verossímil a origem do tecido na área sírio-palestina do primeiro século.

Outros indícios importantes de autenticidade: grande abundância de pólen de origem médio-oriental, de aloé e mirra; presença de um tipo de carbonato de cálcio (aragonite) similar ao encontrado nas grutas de Jerusalém; uma costura lateral idêntica à existente nos tecidos hebraicos do séc. I provenientes de Masada, um local vizinho do Mar Morto.

Franco Testore, professor de tecnologia têxtil do Politécnico de Turim, sublinha que esse tipo de textura já era bem conhecido no Egito em 3400 a.C. E
Uma das flores identificadas: variedade de crisântemo

Pietro Savio, arquivista do arquivo secreto do Vaticano, publicou em 1973 as fotografias das guarnições em espinha de peixe das duas cruzes funerárias encontradas na necrópole de Antinoe (Alto Egito, início do século II).

Mechthild Flury-Lemberg, especialista em tecidos, nota que nos tecidos judaicos descobertos em Masada (atualmente no Estado de Israel) é documentada, no período compreendido entre 40 a.C. e a queda de Masada em 74 d.C, uma especial tipologia da borda igual àquela presente no Sudário.

Além disso, a costura longitudinal que une o tecido do Sudário à linha lateral assemelha-se a fragmentos de tecido das citadas descobertas de Masada.

Santo Sudário em Turim



Catolicismo — Quais são os principais sinais da Paixão de Cristo presentes no Santo Sudário, da Agonia no Horto das Oliveiras até à Morte?

Profa. Marinelli — O Sudário é a imagem completa, frontal e dorsal de um homem cruelmente crucificado.

Seu corpo apresenta numerosas feridas, tendo-se comprovado tratar-se de sangue humano.

Portanto, a relíquia envolveu certamente o cadáver de um homem flagelado, coroado de espinhos, crucificado com cravos, transpassado ao lado por uma lança.

Tudo o que se observa no Sudário apresenta uma perfeita coincidência com os relatos dos quatro Evangelhos sobre a Paixão de Cristo, mesmo no tocante aos pormenores “personalizados” do suplício:

1) a flagelação como pena independente, muito intensa, como um prelúdio da crucifixão (120 golpes em vez dos ordinários 21, com um instrumento composto de três cordas, algumas munidas com dois pesos de osso pontiagudo);

2) a coroação de espinhos, fato de todo insólito; o carregamento do patíbulo, que é a trave horizontal da cruz;

3) a suspensão numa cruz com os cravos em vez da corda, que era o uso mais comum; a ausência de quebra de ossos;

4) a ferida ao lado, infligida após a morte, com efusão de sangue e linfa; a ausência de lavagem do cadáver (devida à morte violenta e a um sepultamento apressado);

5) o envolvimento do corpo em lençol precioso e a deposição numa tumba própria.

Catolicismo — Como esses sinais se conservaram impressos no Santo Sudário?

Profa. Marinelli — No Sudário foi envolvido o cadáver de um homem com o sangue já coagulado, mas o óleo perfumado com o qual o lençol estava embebido dissolveu parcialmente o coágulo.

Do aspecto das nódoas, produzidas por uma sucessiva dissolução parcial da crosta, se deduz que o corpo esteve em contato com o Sudário somente por volta de 36 horas, que é o tempo exato que se deduz do Evangelho para a permanência de Jesus na sepultura: o corpo foi colocado no sepulcro ao entardecer da sexta-feira; após 36 horas, até a aurora do dia depois do sábado, o Sudário foi encontrado vazio.

E as marcas de sangue que se observam no Sudário não têm sinal de movimento, nem mesmo nas extremidades.


O contato entre o corpo e o lençol cessou, sem que tivesse havido movimento do tecido.

As marcas de sangue e linfa presentes são irreproduzíveis por meios artificiais. Trata-se de sangue coagulado sobre a pele de um homem ferido, e novamente dissolvido pelo contato com o tecido úmido.

Além do sangue, no Sudário está a imagem do corpo que nele foi envolto.

Tal imagem, devido à degradação por desidratação e oxidação das fibras superficiais do linho, é comparável a um negativo fotográfico. É superficial, detalhada, tridimensional, térmica e quimicamente estável.

A lançada, reconstituicao na amostra 'O homem do Sudário', Curitiba. Foto: Luis Guillermo Arroyave
É resistente até à água, não é composta de pigmento, é privada de direção e não foi provocada pelo simples contato do corpo com o lençol: com o contato, o tecido toca ou não toca, não há meio termo.

Pelo contrário, no Sudário existe uma imagem na qual certamente não houve contato. Seus claro-escuros são proporcionais às diversas distâncias existentes entre o corpo e o tecido nos vários pontos de prega. Pode-se, pois, levantar a hipótese de um efeito à distância de tipo radiante.

Sob as marcas de sangue não existe imagem do corpo: o sangue, depositando-se primeiramente sobre o tecido, velou a camada debaixo do mesmo, enquanto sucessivamente se formava a imagem.

O grande mistério desse lençol é, pois, a imagem humana. Não é formada por pigmentos ou outra substância aplicada sobre o tecido. Não é devida a substância líquida.

É um amarelecimento extremamente superficial dos fios semelhantes, que se oxidaram e desidrataram. Um fenômeno idêntico ao provocado pela luz sobre um velho jornal abandonado ao chão.

Entretanto, não se trata de um amarelecimento difuso, mas localizado onde estava o corpo, de modo a formar o seu negativo; com um claro-escuro que permite reconstruir no computador a forma tridimensional de corpo igual, sem as deformações que seriam normais em se tratando de uma imagem plana como a que se observa no lençol.

Reconstituição na amostra 'O homem do Sudário', Curitiba. Foto: Luis G.Arroyave
A imagem formou-se depois de o sangue ter passado do corpo para o tecido, portanto após as 36 horas de contato, pois é certo que a imagem originou-se do cadáver.

Quaisquer manipulações sucessivas do lençol teriam tido o efeito de danificar as marcas de sangue, que são centenas de centenas.

Catolicismo — Como pôde um cadáver projetar sua imagem sobre o lençol, como se tivesse emitido um raio de luz?

Profa. Marinelli — Um grupo de físicos chegou a uma resposta próxima da que atende tal interrogação. Junto ao ENEA (instituição para as novas tecnologias, a energia e o ambiente) de Frascati (Roma), alguns tecidos de linho foram submetidos à irradiação com um laser excimer, aparelho que emite uma radiação ultravioleta de alta intensidade.

Os físicos foram assim obtendo um amarelecimento que, confrontado com a imagem do Sudário, mostra interessantes analogias e confirma a possibilidade de a imagem ter sido causada por uma irradiação ultravioleta direcional.

Quem crê na Ressurreição de Cristo não tem dificuldade em admitir que uma irradiação de luz possa ter acompanhado aquele acontecimento extraordinário, posto que no Evangelho lê-se que Jesus se transfigurou no Monte Tabor, tornando-se luminoso.

Imagem holográfica, Curitiba Foto: Luis Guillermo Arroyave
Catolicismo — Que tipo de sangue se encontra no Sudário? Existe prova de que o sangue seja de Nosso Senhor Jesus Cristo? Foi possível confrontá-lo com o sangue dos vários milagres eucarísticos?

Profa. Marinelli —Trata-se de sangue humano do grupo AB, que pela análise de DNA resulta ser muito antigo.

O grupo AB é o menos comum, encontra-se somente em cerca de 5% dos indivíduos.

Não há uma prova atestando que o sangue do Sudário pertença a Jesus, mas é interessante o confronto desse sangue com os estudos análogos realizados a respeito do milagre eucarístico de Lanciano (Chieti), o único estudado em laboratório.

No século VIII, na pequena igreja de São Legonziano, em Lanciano, um monge basiliano foi assaltado pela dúvida sobre a presença real de Cristo nas espécies eucarísticas.

Durante a celebração da Missa, no momento da Consagração, a hóstia tornou-se carne e o vinho transformou-se em sangue, que se coagulou em cinco glóbulos irregulares e diversos pela forma e grandeza.

Das pesquisas realizadas em 1970 por Odoardo Linoli, livre-docente em anatomia, histologia patológica, química e microscopia clínica na Universidade de Siena, comprovou-se que a carne surgida por ocasião do milagre de Lanciano é verdadeiro tecido miocárdico de um coração humano, e o sangue é autêntico sangue humano do grupo AB. Uma coincidência muito significativa.
Fim
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Nota: Para aprofundamentos da matéria: MARINELLI, Emanuela - O Sudário, uma imagem “impossível” - Paulus, São Paulo, 1998. Ver também: Emanuela Marinelli em www.sindone.info.





































































































Flagelo




Flagelação










Coroação de espinhos

























































Radiografia da mão crucificada de um cadáver

Radiografia de uma mão crucificada. O prego atravessa o espaço Destot, e o corpo se apóia nos ossos do carpo.

















































Ferida do lado

Imagem da ferida do lado. Tanto a chaga aberta pela lança quanto a mancha de sangue são muito nítidas. O halo claro ao redor do sangue é provavelmente soro sangüíneo


































Rosto no sudário

O rosto no Sudário. As setas indicam escoriações na testa, a presença de objeto nos olhos, e um desvio no septo nasal devido a um trauma violento




































Corpo envolvido com o sudário






Corpo desinflado


Corpo envolvido com o Sudário e o Sudário desinflado






































Sombra permanente após a explosão atômica

“Sombra” permanente de uma válvula numa parede em Hiroshima, produzida pelo brilho fortíssimo da explosão atômica. Um processo semelhante – talvez no momento da Ressurreição – teria originado a imagem no Sudário


Será o Sudário de Turim o mesmo pano que envolveu o corpo de Cristo após a crucificação? A questão permanece em aberto. Os dados sugerem novas experiências, que talvez permitam compreender com maior profundidade os aspectos científicos ligados à Ressureição.

Por Jaime Espinosa


Foto em negativo e positivo do Santo Sudário de Turim


Uma crença arraigada durante séculos, transmitida por tradição oral, viu no Sudário de Turim o lençol que amortalhou o corpo de Cristo. As investigações levadas a cabo a partir da primeira fotografia tirada do lençol projetaram luzes novas e surpreendentes que apoiavam essa crença como a explicação mais plausível.

Ora, temos um documento histórico, os testemunhos evangélicos, que nos relatam, com base em fatos observados por testemunhas presenciais, não apenas a crucifixão de Cristo, mas o itinerário da sua paixão até à morte e à sepultura: Jesus é o Servo sofredor, seviciado, flagelado, crucificado, desfigurado pelas brutalidades a que o submeteram, imolado como cordeiro pascal. Até que ponto o Sudário recolhe essas circunstâncias históricas?

UM CORPO BARBARAMENTE FLAGELADO

Mateus, Marcos e João relatam que Pilatos, tentando demover a multidão, que exigia a crucifixão de Cristo, manda os soldados romanos açoitarem Jesus (cfr. Jo 19, 1; Mt 27, 26; Mc 15, 16). Que nos revela o Sudário neste ponto?

Os romanos não flagelavam os condenados à crucifixão, a não ser moderadamente e enquanto estes transportavam a cruz até o lugar de execução. Ora, o Sudário revela traços de feridas que mostram ter o homem de Turim sido brutalmente flagelado por todo o corpo, à exceção da cabeça, pés e antebraços (fig. 1).

Sudário

Figura 1 – Reprodução da imagem do Sudário

As feridas são numerosas, entre 110 e 120, e tanto pelo tamanho como pela forma são idênticas às produzidas pelo flagrum taxillatum romano, o "horrível flagelo" – um açoite de correias com pedaços de chumbo ou ossos de arestas cortantes nas pontas. Além das marcas das feridas, os cientistas puderam descobrir dentro delas os vestígios de perfurações na carne. Os golpes eram tão bárbaros que a lei romana proibia castigar com o flagrum os que fossem cidadãos romanos. Tanto pelo número de chicotadas – os judeus estavam proibidos pela lei de ultrapassar os 40 açoites (Dt 25, 3) –, como pelo flagelo empregado, vê-se que há coincidência com os dados do Evangelho: o castigo foi aplicado por soldados romanos.

Pelo ângulo das chicotadas, pode-se inferir que eram dois os algozes – um de cada lado –, pois os golpes convergem para dois pontos focais com uma extraordinária precisão geométrica. Esta comprovação exclui que a flagelação tivesse ocorrido enquanto o condenado transportava a cruz, já que neste caso os golpes teriam sido geometricamente desordenados. Outra coincidência com o Evangelho.

Mas a coincidência mais importante com o relato evangélico é a que explica a crueldade excepcional da flagelação que, como vimos, não era usual aplicar previamente a um condenado à crucifixão.

Relatam os Evangelhos que, inicialmente, Pilatos afastou a idéia da crucifixão reclamada pelo povo, pois sabia que Jesus era inocente (Jo 18, 38). Para contemporizar, manda açoitar Jesus, pensando que desse modo abrandaria o coração dos judeus. Mas a vista de Jesus desfeito pelos azorragues deixou o povo ainda mais raivoso: Fora com ele! Crucifica-o!, clamavam. Depois de uma nova tentativa, Pilatos, acovardado, cede: Então entregou-o a eles para que o crucificassem (Jo 19, 15-16). A mudança de opinião de Pilatos é o que explica, pois, a sucessão dos dois suplícios que Jesus sofreu, à diferença do comum dos condenados.

Uma última particularidade: os antebraços de Jesus não foram atingidos pelos flagelos, e isto indica que foi açoitado antes de carregar a cruz, pois os braços estavam atados à coluna, e portanto fora do alcance dos açoites.

A COROAÇÃO DE ESPINHOS

As pessoas condenadas a morrer numa cruz costumavam ser salteadores, escravos que tinham praticado algum crime especialmente grave, ou agitadores que tivessem cometido um delito contra o Estado romano. Evidentemente, essas pessoas não eram coroadas como reis antes de serem crucificadas. Nenhum documento antigo nos fala disso.

Chegamos aqui a um testemunho absolutamente capital para se identificar o homem do Sudário: por que esse homem teve a cabeça ensangüentada por uma coroa de espinhos, quando ainda estava vivo? Os Evangelhos explicam-nos porquê. Os soldados romanos tinham ouvido os chefes judeus acusarem Jesus de blasfemar porque se dizia Deus; e sabiam que, à pergunta de Pilatos: És tu o rei dos judeus?, Jesus respondera: Tu o dizes, eu sou rei. Para isto nasci e para isto vim ao mundo, para dar testemunho da verdade (Jo 18, 37).

Depois de flagelarem Jesus, resolvem, pois, entreter-se fazendo-o rei de palhaçada, e colocam-lhe por manto real um pano vermelho, por cetro uma cana entre as mãos, e por coroa de ouro e pedras um capacete de espinhos: Então os soldados do procurador, conduzindo Jesus ao Pretório, reuniram ao redor dele toda a coorte. E despojando-o das vestes, lançaram-lhe em cima um manto escarlate. E, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça, e na mão direita uma cana; e dobrando o joelho diante dele, diziam escarnecendo: "Salve, rei dos judeus". Cuspiam-lhe no rosto e, tomando da cana, davam-lhe golpes na cabeça (Mt 27, 27-30).

Esta modalidade insólita de maus tratos é documentada de modo insuspeito pelo Sudário: toda a calota craneana apresenta feridas resultantes de objetos perfurantes finos, que coincidem com os espinhos de uma possível coroa em forma de capacete, capazes de dilacerar a golpe de pancadas o couro cabeludo; distinguem-se perfeitamente na mortalha os ferimentos da testa e sobretudo os da nuca (fig. 1).
É de notar a excepcional documentação morfológica do sangue, com as características de ter manado em vida, e que impregna profusamente, misturado com o suor, toda a massa dos cabelos.

Em 1968, em três sepulcros de Jerusalém, encontraram-se os ossos de 35 pessoas. O esqueleto de uma delas mostrava que havia sido crucificada: os ossos dos pés estavam trespassados por pregos, e os das pernas quebrados.

No Sudário, um sulco de sangue parte do pé direito e do calcanhar esquerdo: um único prego perfurou os dois pés, cruzados um sobre o outro.

Aparece também claramente uma chaga profunda na altura do pulso esquerdo. O pulso direito está encoberto pela mão esquerda, pois cruzaram as mãos diante do corpo antes de sepultar o cadáver; mas também aparece, em duas direções, o sangue que correu abundantemente do pulso esquerdo ao longo do antebraço. Não contradiz este dado a tradição cristã e os artistas, que sempre representaram Jesus crucificado pela palma das mãos?

Na verdade, o Evangelho não diz que Jesus foi crucificado pela palma das mãos. Quando Jesus se dirige a Tomé e lhe diz que olhe as suas mãos, não quer dizer que exclua os punhos, os quais, como se sabe, fazem parte das mãos (carpo). Por outro lado, a palavra hebraica Yad, usada na profecia messiânica –trespassaram-lhe as mãos e os pés (SI 22, 16) –, era usada com grande variedade de aplicações, chegando a designar o antebraço e até o cotovelo.

Os crucificados não eram pregados na cruz atravessando-lhes a palma da mão, pois desse modo as mãos se rasgariam e o corpo certamente se desprenderia da cruz. No pulso localiza-se o espaço de Destot que, atravessado pelo prego e amparado nos ossos que o rodeiam, pode sustentar o peso do corpo e permitir-lhe os movimentos necessários para a frente e para trás.

As mãos do sudário

Figura 6 – As mãos dos Sudário. Percebe-se claramente a marca do cravo no pulso, e as duas direções do fluxo de sangue nos braços devidas às diferentes posições do corpo na Cruz. Os polegares não aparecem, pois estão encolhidos.

Durante muito tempo, uma observação atenta do lençol teria levado à conclusão de que o homem do Sudário tinha apenas quatro dedos: não se descobriam sinais do polegar. Foi um cirurgião de Paris, o Dr. Barbet, quem achou a explicação: um prego introduzido no espaço de Destot secciona ou prejudica necessariamente o nervo mediano, o nervo que flexiona os polegares, fazendo-os encolher-se para o interior da mão. Pesquisas recentes, feitas por computador, obtiveram imagens em que se observa que os polegares do homem do Sudário estão presentes na figura, mas dobrados bem junto da palma da mão.

O espaço de Destot só foi descrito anatomicamente no século XIX. Como poderia um pintor ou um eventual falsificador saber das conseqüências que um prego nele cravado provocaria no polegar, de modo a reproduzi-las na mortalha?

A MORTE

O homem do Sudário morreu por crucifixão, isto é, em conseqüência da asfixia que dela resultou. A posição de um crucificado, com os braços presos no alto e o corpo pendurado dos mesmos, acaba por dificultar os movimentos da caixa torácica, iniciando um processo de asfixia. Para respirar, o condenado precisa erguer o corpo, flexionando os braços e apoiando-se tanto quanto possível nas pernas, esticando-as ao máximo para que o corpo suba.

O Sudário indica tanto a posição normal como a posição erguida: esta, resultante do esforço para respirar, aquela indicando a posição caída, determinada pelo cansaço. Dois fluxos de sangue, com uma divergência aproximada de 10 graus, se percebem imediatamente nos antebraços, especialmente no braço esquerdo, indicando as duas posições do corpo (fig. 6).

Mas esse movimento para cima e para baixo tem um limite determinado pelo esgotamento muscular e pela dor das feridas abertas pelos pregos. O esforço muscular contínuo faz surgir cãibras, contrações tetânicas dos músculos peitorais e intercostais que, pela acumulação de ácido láctico, vão-se tornando rígidos: o condenado vai tendo cada vez maior dificuldade em respirar, sobretudo em expirar, e ainda que consiga reerguer-se para aliviar a pressão que sente nos músculos do peito, recai logo na posição baixa e a asfixia começa novamente. A isto deve acrescentar-se que a posição do corpo favorece a concentração de sangue nas pernas e na cavidade abdominal, com o que diminui o volume sanguíneo que chega aos pulmões.

O homem de Turim conserva os traços dessa morte por asfixia, principalmente o peito dilatado por não poder soltar o ar e o ventre inchado pelo acúmulo de sangue (fig. 1).

Uma coincidência importante entre a linguagem do Sudário e o relato evangélico é que o homem do Sudário não teve as pernas quebradas. Diz São João: Como era dia da Preparação (da Páscoa), para que os corpos não ficassem na cruz em dia de sábado, por ser grande dia aquele sábado, os judeus rogaram a Pilatos que lhes quebrassem as pernas e os tirassem. Vieram, pois, os soldados e quebraram as pernas ao primeiro e ao outro que com ele estava crucificado. Chegando a Jesus, como o viram já morto, não lhe quebraram as pernas... (19,31-34).

É sabido que os crucificados podiam sobreviver por muitas horas e mesmo dias, e que, para apressar-lhes a morte, era freqüente quebrarem-lhes as pernas pelo tornozelo: a morte sobrevinha então rapidamente, não só pela hemorragia, mas principalmente porque deixavam de poder apoiar-se nos pés para conseguirem erguer-se e respirar.

Mas Jesus – como o homem de Turim – é levantado sobre a cruz num estado de fraqueza extrema pela violência da flagelação a que foi submetido. Os maus tratos, as pancadas e socos, e sobretudo a flagelação – uma flagelação selvagem – provocaram não só hemorragias externas, mas internas, e provavelmente o líquido hemorrágico foi comprimindo os pulmões e acelerou a morte por asfixia, em conseqüência do derrame pleural.

O certo é que Jesus morreu antes do que a maioria dos crucificados e antes do que os outros dois que foram supliciados juntamente com Ele. Conta São Marcos que, quando José de Arimatéia se dirigiu à presença de Pilatos e lhe pediu o corpo de Jesus, Pilatos admirou-se de que ele tivesse morrido tão depressa, ao ponto de ter chamado o centurião para que lhe confirmasse a notícia (Mc 15, 43-45).

UMA LANÇA ABRIU-LHE O LADO

Uma das comprovações mais comoventes do Sudário é a marca de uma ferida no peito causada por uma lança.

O quarto evangelista, São João, que foi testemunha ocular, relata que, depois de Jesus ter morrido, um soldado romano lhe atravessou o peito com uma lança para certificar-se de que já estava morto e não era preciso apressar-lhe a morte: Chegando a Jesus, como o viram já morto, não lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados atravessou-lhe o lado com uma lança e imediatamente saiu sangue e água. E o Apóstolo acrescenta solenemente: Aquele que o viu dá testemunho, e o seu testemunho é verdadeiro; ele sabe que diz a verdade, para que todos vós creiais (19, 30-35).

O Sudário mostra uma ferida no flanco direito (fig. 8), causada por uma lança do tipo usado pelos soldados romanos no século I da nossa era: sem ganchos que alargassem a ferida e sem nervuras de reforço, tal como as que se utilizavam em motins para ferir depressa e mortalmente, de modo a retirar a arma e visar imediatamente outro adversário.

O golpe foi dado no lado direito, exatamente como os soldados romanos eram treinados a fazer para atingir os adversários, que protegiam o lado esquerdo, o do coração, com um escudo.

A ferida tem 4 cms. – largura máxima das lanças romanas – e atingiu o hemitórax entre a 5ª. e a 6ª. costelas, a 13 cm do esterno.

Percebe-se claramente que a lançada foi desferida depois da morte, porque a ferida ficou aberta, o que não sucederia se fosse feita em pessoa viva. Por outro lado, há indícios de que o sangue saiu sem força, o que dá a entender que o coração já estava parado.
Sobre o tecido, vê-se uma dupla mancha: uma de sangue e outra, quase incolor, que se tornou bem visível quando se usaram raios ultravioletas na observação (fig. 8). Os dois líquidos correram abundantemente até formarem uma espécie de círculo em torno dos rins 11 (fig. 1).

Como vimos, o quarto evangelista afirma que da ferida saiu imediatamente sangue e água. O sangue procedia do coração e talvez de hematomas causados pelas hemorragias internas a que antes nos referimos. Quanto ao que São João chama água e que corresponderia à mancha incolor observada no pano, é muito provavelmente uma mistura de soro sanguíneo – resultante dos hematomas – e de líquido pericárdico, situado dentro do saco pericárdico que envolve o coração. Este líquido é tanto mais abundante quanto maior e mais abundante for o sofrimento da pessoa; constitui até uma prova usada em medicina legal para saber se a vítima foi seviciada antes de morrer.

A constatação de São João, de uma precisão extraordinária, mostra que Cristo sofreu muitíssimo durante a sua paixão.

OUTRAS COINCIDÊNCIAS

O Sudário revela ainda que o homem nele amortalhado deve ter recebido pancadas violentas no rosto, pois se percebe um inchaço notável em torno do olho direito (fig. 9), além de várias escoriações. Ocorre espontaneamente pensar no que relata São Mateus: Cuspiram-lhe então na face, bateram-lhe com os punhos e deram-lhe tapas dizendo: Adivinha, ó Cristo: quem te bateu? (Mt 26, 67-68).

No nariz, nota-se uma dupla ferida, assim como uma deformação da borda, ocasionada provavelmente por uma ruptura ou deslocamento da parte cartilaginosa (fig. 9). Os joelhos, por sua vez, revelam cortes e escoriações. O esquerdo apresenta uma ferida maior.

É muito provável que uma queda de bruços tenha provocado essas lesões. Imaginemos as condições em que o homem do Sudário foi levado ao local do suplício: com as mãos atadas ao travessão horizontal da cruz; extremamente debilitado em conseqüência da flagelação, dos socos e pontapés, etc; vestido com uma túnica em que era fácil ter pisado, na posição inclinada que o peso da cruz o obrigava a adotar.

Estes sinais no tecido parecem confirmar uma antiga tradição, segundo a qual Cristo teria caído várias vezes na sua caminhada para o monte Calvário. A própria alusão do Evangelho de Marcos a um certo Simão de Cirene que, passando por ali, foi requisitado para levar a cruz (15, 20-21), parece depor no sentido da extrema fraqueza e possíveis quedas de Cristo na subida até o local da execução.

E também de mencionar, por se tratar de uma exceção, que o homem do Sudário transportou a cruz vestido. Não era comum os condenados irem vestidos à crucifixão (1). Tanto São Marcos como
São Mateus dizem que Jesus foi ao Calvário com as próprias vestes

e São João refere que os soldados as dividiram em quatro partes, uma para cada soldado, e lançaram sortes sobre a túnica, que era inconsútil, para ver a quem cabia (Mt 27, 31; Mc 15, 20; Jo 19,23).

Ora, o Sudário revela que as lesões provocadas nos ombros pela flagelação foram relativamente pequenas. Sem dúvida teriam sido maiores se a cruz tivesse sido transportada sobre os ombros nus, sem nada que amortecesse o atrito da madeira (fig. 1). Outra coincidência significativa com o relato evangélico.

O SEPULTAMENTO

Como já vimos, os romanos reservavam a crucifixão aos que tivessem cometido um crime grave ou um delito contra o Estado romano. Normalmente, o corpo dos executados não era reclamado por ninguém, sendo jogado na vala comum. Sem lençol.

Ora Jesus, crucificado como um escravo, foi condenado por Pilatos sob a acusação de ter conspirado contra o Estado romano. E, no entanto, escapou à vala comum. Seu corpo foi reclamado por um homem influente, José de Arimatéia, um discípulo secreto, que o envolveu num lençol novo, limpo, e o enterrou num túmulo que tinha comprado para si, próximo do lugar da crucifixão. Estes os dados precisos que nos chegaram através do Evangelho de São João.

O homem do Sudário também foi enterrado num lençol fino que, segundo se calcula, teria custado inúmeras horas de trabalho. Ë um detalhe que faz pensar efetivamente em José de Arimatéia, que sepultou Jesus e era um homem rico.

Mas há ainda um outro aspecto que parece quadrar com o que nos dizem os Evangelhos: a abundância de vestígios de sangue, a indicar claramente que o corpo não foi lavado antes de ser amortalhado, ao contrário do que era costume entre os judeus (At 9,37).

O corpo de Jesus recebeu sinais claros de respeito e distinção, como ser envolvido num lençol de linho e colocado num sepulcro novo, não em vala comum. No entanto, omitiram algo elementar entre os judeus: lavar o corpo antes de sepultá-lo.

O relato de São João permite-nos compreender por que isso aconteceu: "Tomaram, pois, o corpo de Jesus e envolveram-no em faixas de linho com os aromas, conforme é costume sepultar entre os judeus. Havia perto do lugar onde foi crucificado um horto, e no horto um sepulcro novo, no qual ainda ninguém fora depositado. Ali, pois, depuseram Jesus, por causa do dia da Preparação dos judeus..." (19, 40-42).

Vê-se assim a causa da omissão. Estava prestes a começar o grande Sábado pascal em que, como aliás em qualquer sábado, que é o dia santo dos judeus, se proibiam rigorosamente os trabalhos manuais. Por isso era preciso enterrar Jesus antes do pôr do sol da sexta-feira, e por isso não puderam lavar o corpo do Senhor: não havia tempo.

Isto explica também que, no primeiro dia útil, isto é, o domingo, as santas mulheres tivessem ido ao sepulcro, levando os aromas que haviam preparado, a fim de completar o trabalho deixado a meio na sexta-feira santa.

A RESSURREIÇÃO

O evangelista continua: ao amanhecer do primeiro dia da semana – o domingo –, Maria de Magdala encontra o túmulo aberto, corre a avisar Pedro, e este, com João, o discípulo que Jesus amava, corre também para o sepulcro; e ambos observam que o lençol se encontra “vazio”, manifestamente sem conter o volume de um corpo.

Depois, o próprio Cristo aparece a Maria Madalena, que ficara chorando ao pé do sepulcro (Jo 20, 14), e por fim aos próprios Apóstolos: Chegada a tarde daquele primeiro dia, estando fechadas as portas do lugar onde, por temor dos judeus, se achavam os discípulos, veio Jesus e, posto no meio deles, disse-lhes: "A paz seja convosco". E em dizendo isto mostrou-lhes as mãos e o lado, e os discípulos alegraram-se vendo o Senhor (Jo 20, 19-20).

Este o fato histórico que os Evangelhos nos relatam: a ressurreição de Jesus, testemunhada pelos Apóstolos e pelas santas mulheres, e ainda, como relata São Paulo, por muitos outros e por mais de quinhentos irmãos de uma só vez (1 Cor 15, 3-8).

O Sudário de Turim, que lança tanta luz sobre a paixão e morte de Cristo, numa sucessão espantosa de coincidências, terá também algo a dizer-nos sobre a sua ressurreição?

Fixemo-nos em três ponderações de vulto.

O corpo não se decompôs

O corpo envolvido no Sudário achava-se em estado absoluto de enrijecimento causado pela morte (rigor mortis), e os patologistas estão em condições de afirmar que estava sem vida.
Ora, o corpo humano, ao cabo de cerca de trinta horas, começa a deixar sobre os panos que o envolvem uma espécie de pequenos cristais resultantes dos fenômenos que ocorrem no cadáver depois desse tempo, especialmente pela decomposição cadavérica. Mas os especialistas que estudaram o Sudário não encontraram o menor indício desses cristais entre as fibras do tecido. Isto indica que o lençol fúnebre não esteve muitos dias em contacto com o corpo sepultado.

O corpo não foi retirado por meios humanos normais

Mas o corpo poderia ter sido retirado da mortalha pelos próprios discípulos, como aliás se tentou propalar na ocasião (cfr. Mt 28, 13).

Os cientistas fizeram uma análise minuciosa do lençol e concluíram que por nenhum meio humano normal se teria conseguido separar uma ferida e o pano unido a ela, depois que o sangue secou, sem arrancar pequenas partículas do corpo, sem desfazer a correção anatômica da figura e a integridade estrutural das manchas de sangue e dos coágulos sanguíneos: as manchas ter-se-iam desfeito e espalhado. Todavia, encontram-se intactas (figs. 2 e 4).

A separação natural deixaria no tecido sinais de fibras de linho que, grudadas à ferida e ao sangue, teriam sido repuxadas ao separar-se o cadáver da mortalha que o envolvera. A observação microscópica não captou nenhum desses indícios: depois de aumentados 32 vezes, o centro e as bordas das manchas de sangue não revelaram nenhum sinal de repuxamento das fibras.

A origem da figura

É sabido que os cientistas não conseguiram desvendar o mistério relativo ao processo técnico que teria originado a formação da figura do Sudário. As conclusões científicas apenas nos dizem como é que esta não foi gravada no tecido: não foi pintada, não foi formada por contacto direto – à exceção das manchas de sangue – nem mediante vapores ou qualquer outro processo conhecido no nosso século e muito menos no século XIV.

Segundo vimos, a teoria mais plausível de todas é a da chamuscadura ocasionada por calor ou por uma luz intensa. Mas o que teria causado essa chamuscadura? Como é que o corpo de um cadáver pode produzir calor ou luz? Não resta outra hipótese senão a de que, ao ressuscitar, o corpo de Cristo irradiasse esse calor ou essa luz (fig. 11). O Sudário não diz que Cristo ressuscitou, mas não só não se opõe à ressurreição, como parece apontar para esse fato histórico como a explicação mais plausível para a formação da figura impressa no lençol.

CONCLUSÕES

As coincidências

Vale a pena enumerar sucintamente as coincidências existentes entre o homem do Sudário e Jesus de Nazaré:

1. A partir do séc. VII, passa-se a adotar na arte religiosa um único modelo para representar Jesus, no qual se distinguem pelo menos 15 detalhes que se encontram na figura do Sudário.

2. A figura estampada no lençol representa um semita com barba e cabelo comprido e entrançado, como se usava na Palestina no tempo de Cristo.
3. A brutal flagelação, insólita em condenados à crucifixão, executada com o
flagrum romano; este castigo não era aplicado aos cidadãos romanos.
4. A coroação de espinhos, circunstância igualmente insólita.
5. O homem do Sudário não foi despido até o lugar da execução, o que também não era usual.
6. As pernas não foram quebradas, ao contrário do que se fazia nos casos de crucifixão, para apressar a morte do condenado.
7. Uma lança de forma igual à que usavam os soldados romanos atravessa o lado direito, após a morte.
8. O crucificado não foi enterrado na vala comum, mas sepultado individualmente e com uma peça de linho cara.
9. Foi sepultado cuidadosamente, mas não lhe lavaram o corpo.
10. O cadáver abandonou o lençol fúnebre antes de entrar em decomposição.

A sabedoria de Deus

Diversos especialistas de renome aplicaram a estes dados o cálculo de probabilidades, para saber qual a probabilidade de que o homem do Sudário não fosse Jesus Cristo. Para uns, é de um para um octilhão, isto é, de 1 para 1027 (a unidade seguida de vinte e sete zeros). Para os mais prudentes, é de um para 262 bilhões. Pode-se dizer que a probabilidade é tão insignificante que, na prática, é como se não existisse.

A conclusão que se impõe é a de que, à vista dos fatos, a explicação mais plausível, a única satisfatória é que o homem do Sudário é Jesus de Nazaré, e que o Lençol de Turim é o lençol fúnebre com que José de Arimatéia e Nicodemos envolveram o corpo de Cristo. O paralelismo entre o tecido e os testemunhos evangélicos é perfeito: nada a mais, nada a menos. No dizer de Jean-Charles Thomas, "o Sudário é como um quinto Evangelho, inteiramente centrado na Paixão e na Ressurreição de Cristo, que representam o coração da mensagem cristã" (2). Um Evangelho escrito com caracteres de sangue.

Yves Delage, professor de Anatomia na Sorbonne, membro da Academia Francesa e agnóstico confesso, concluiu já em 1902 que o Sudário era o lençol de Jesus. Severamente criticado, teve a seguinte observação: "Injetou-se desnecessariamente um problema religioso num assunto que, em si, é puramente científico, e o resultado foi que os sentimentos se excitaram e a razão foi posta de parte. Se, em vez de Cristo, se tratasse de outra pessoa, como um Sargão, um Aquiles ou um dos Faraós, ninguém teria pensado em fazer a mínima objeção" (3).

Ë de admirar a sabedoria de Deus, que vem em socorro do homem num século em que a ciência e o áudio-visual conquistaram um lugar preponderante nas nossas maneiras de pensar. Nesta nova fase da humanidade, Deus, por assim dizer, dá-se a ver, a observar, a investigar, a fotografar, fortalecendo a fé pela ciência.

Ninguém é coagido a crer: Jesus não constrangeu ninguém a segui-Lo. Mas ninguém pode ficar insensível; e os que fogem dele, esses sabem muito bem que fogem – ao menos provisoriamente, porque ninguém pode fugir para sempre do olhar de Deus.

Jaime Espinosa - Sacerdote e médico. Foi professor de Medicina Legal na Pontifícia Universidade Católica, e é estudioso do tema.

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NOTAS

(1) Kenneth E. Stevenson e Gary R. Habermas, A verdade sobre o Sudário, 2a. Edição, Paulinas, São Paulo, 1983.

(2) Jean-Charles Thomas, Le Linceul de Turin, Coll. Du Laurier, Paris, 1948.

(3) Stevenson e Habermas, op. cit., pág. 48.

O santo Sudário



O Santo Sudário não é um sudário
M.I.Rollemberg

Na realidade é um lençol mortuário, que mede 4,20 metros de comprimento por 1,15 metros de largura. O corpo do morto após ser lavado era deitado sobre uma das metades e em seguida coberto de mirra e aloés. Após, era recoberto pela outra metade do lençol. Desta forma os judeus costumavam enterrar seus mortos. ( Figura 1)

A denominação deste lençol na lingua inglesa é "shroud", em espanhol "sábana"e em italiano "sindone", todas significando mortalha. A lingua portuguesa consagrou-o como sudário, a tal ponto que nos dicionários além do significado "pano para limpar suor", definem igualmente como "mortalha de Cristo".

Nesta época, nas pessoas que haviam sofrido morte violenta ou com alterações importante das feições, costumava-se colocar piedosamente um sudário ( pano usado para limpar o suor, cujas origens remontam ao termo "sudarium", de origem latina). Mesmo entre nós em tempos pretéritos usava-se em tais casos lencinhos de seda, tafetá ou linho muito fino. Curiosamente , existe um pano com estas características guardado em Oviedo - capital das Asturias na Espanha, ali conservado desde o século VIII, com particularidades semelhantes ao lençol mortuário de Turim.

Em 1305, ao tempo do reinado de Felipe - o Belo na França a sede do papado havia se transferido para Avignon devido à insegurança de Roma ( qualquer semelhança com esta sofrida São Paulo é mera coincidência), além dos próprios papas serem franceses. Estava então no poder Clemente V, o anti-papa. Como a França estivesse falida, graças aos desmandos de seu monarca, resolveu ele em conjunto com o papa extorquir os Templários, então a organização mais rica existente. Como nada tivessem conseguido, apesar das torturas e mortes infligidas, resolveram prender seus chefes Jacques de Mollay e Godofredo de Charny. Por não terem conseguido "dobrá-los, condenaram-nos à morte na fogueira. Para tanto foram acusados, entre outras coisas, de idolatria. "Adorariam", segundo seus esbirros," uma enorme figura pintada em um pano..." Quarenta e tres anos depois, em 1348, aparece em mãos de um nobre Cavaleiro chamado Godofredo de Charny um pano com as características de um antiquíssimo lençol mortuário, que segundo suas palavras, teria envolvido o corpo do Jesus Cristo. Pouco depois, como porta-estandarte do rei de França, veio a falecer na "guerra dos cem anos" contra a Inglaterra. Ficou então desconhecida a origem do pano. Sua viuva, também nobre, por questões de segurança ou outro motivo pouco claro, confiou a guarda do pano aos reis da Casa de Savoia, que construíram uma capela especial para o mesmo na cidade de Chambery, a 90 quilômetros de Lyon na França, onde foi guardado em uma caixa de prata. Em 1532 irrompeu um incêndio na capela que derreteu parte da caixa , tendo o metal derretido perfurado o pano dobrado em seu interior.

Milagrosamente a imagem estampada foi poupada, queimando apenas as partes laterais.

Posteriormente os "buracos" foram remendados, como podem ser vistos até hoje. Em 1578 grassava em toda Europa uma epidemia de "peste negra" ou "peste bubônica", que dizimou milhares de pessoas. O arcebispo de Milão e posteriormente S. Carlos Borromeu, homem em torno de oitenta anos, fez uma promessa de ir a pé até Chambery para agradecer ao "pano", se a peste acabasse.

Coincidência ou não, cessou o martírio. Sabedor da pretensão do prelado e levando em consideração às enormes dificuldades para uma pessoa desta idade fazer um percurso de mais de trezentos quilômetros a pé, além de atravessar os Alpes, o Arquiduque Filisberto da Casa Real de Savoia providenciou a ida do pano de Chambery até Turim. Assim o bispo cobriu a distancia entre as duas cidades em cerca de quinze dias com seu séquito. Desde então encontra-se na catedral de S.João Batista em Turim.

O pano passou a ser exibido publicamente somente em ocasiões especiais. Construíram uma capela especial dentro da própria catedral, onde tem permanecido guardado em uma caixa especial de madeira, revestida de prata ricamente adornada. Em 1899 durante as festividades para o casamento do príncipe herdeiro Vittorio Emmanuele , novamente expuseram o "pano" e permitiram sua fotografia pela primeira vez. Tal não foi o espanto de Segundo Pio ao se deparar com o negativo da figura, que apresentava uma imagem positiva. Imediatamente foram enviadas para Paris, afim de serem analisadas pela maior autoridade da época , o anatomista Delage da Sorbonne. Depois de examina-los atestou sua autenticidade, relatando que a imagem era de um crucificado segundo o método romano, com o condenado pregado na cruz pelos punhos e não pelas mãos como as imagens iconográficas tradicionalmente representavam. Demonstrou inclusive a existência de um espaço anatômico na região do punho, chamado espaço de Destot, por onde pode passar facilmente um prego. Outro cirurgião francês - Barbet , demonstrou experimentalmente que uma pessoa de 1,80 metros de altura e peso de 80 quilos teria suas mãos rasgadas se fosse pregado pelas mãos.

Os estudos em torno deste "pano" e da figura impressa foram se intensificando, sobretudo após a exposição de 1978 - quatrocentos anos após sua chegada a Turim , em que a equipe da NASA teve à disposição de seus cientistas 109 horas, nas quais todos os aspectos do lençol foram analisados exaustivamente. Estes estudos continuam até hoje, utilizando-se os mais aperfeiçoados computadores, assim como estudos de DNA, luz polarizada e outros. Desta forma foi possível a autenticação das manchas de sangue do lençol, provenientes de um ser humano do sexo masculino e tipo sangüíneo AB. Este tipo, raro no mundo ocidental onde alcança cerca de 3% da população é encontrado em 18% dos judeus sefarditas! Este e outros achados tornam o estudo deste "pano" cada vez mais emocionante e perturbador.

A Impressão Tridimensional do Tecido do Santo Sudário


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Em 1977 foi descoberta a tridimensionalidade do Santo Sudário pelo grupo de cientistas do Projeto de Pesquisa do Sudário de Turim (STURP).

Dois oficiais da Força Aérea norte-americana, John Jackson e Eric Jumper, analisando o Sudário, perceberam que a figura foi impressa de maneira tridimensional, de tal forma que é possível conhecer a distância entre o tecido e as diversas partes do corpo de Nosso Senhor, o que não acontece numa fotografia comum.

Assim, partes do corpo que não estiveram em contato com o tecido também se achavam misteriosamente impressas na fotografia da mortalha.

Normalmente os cientistas só conseguem reconstituir uma imagem tridimensional a partir de fotos, quando tiradas de enormes distâncias, como as de planetas longínquos.

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De tal modo que a distância possa influenciar, de maneira mensurável, a intensidade de luz recebida ou refletida pelos objetos.

Para a reconstituição da tridimensionalidade, utiliza-se um aparelho chamado VP-8. Jackson e Jumper tomaram uma simples fotografia do Santo Sudário e a introduziram no aparelho.

Qual não foi o seu espanto ao constatar que se constituiu uma imagem tridimensional da Sagrada Face de Nosso Senhor

A Série de Acurados Exames no Santo Sudário Começou em 1978


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A Santa Igreja não teme a ciência. Pelo contrário, abre possibilidades para que ela, usando seus métodos de pesquisa e análise, diga o que lhe compete para comprovar a veracidade de um fato ou a autenticidade de um objeto.

Assim como São Tomé só acreditou na Ressurreição de Nosso Senhor quando meteu o dedo no lugar dos cravos e a mão na chaga aberta pela lança, o mesmo aconteceu com a ciência a propósito do Santo Sudário.

Partindo da hipótese de que poderia ser uma falsidade, os cientistas ocuparam-se em estudá-lo. E a cada progresso nas pesquisas, novas maravilhas foram sendo descobertas.

Nos Estados Unidos, formou-se um grupo de investigação denominado Projeto de Pesquisa do Sudário de Turim (STURP). Em 1978 uma equipe de cientistas desse grupo efetuou uma série de exames num total de 120 horas. Dentre os vários testes aplicados, cumpre destacar fotos e microscopia eletrônica, raio-X, espectroscopia, fluorescência ultravioleta, termografia e análises químicas.

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Os resultados dos exames laboratoriais demonstraram que o desenho que aparecia no pano não poderia ter sido feito por mãos humanas e que não se tratava de uma pintura.
As manchas de sangue marcaram o tecido de modo diverso do que seriam as produzidas por um cadáver comum. Quando a impressão se produziu, tudo leva a crer que o tecido não estava comprimido pela pressão do corpo. Tratava-se realmente de sangue humano, de tipo sangüíneo AB.

Um criminologista e botânico suíço, Max Frei, identificou células de pólen de quarenta e nove plantas diferentes presentes no tecido, sendo algumas delas européias e trinta e três originárias da Palestina e da Turquia. Este fato confirma o percurso do Santo Sudário de Jerusalém a Turim nos seus vinte séculos de existência.

Dois físicos da Força Aérea norte-americana notaram a presença de objetos circulares colocados sobre os olhos e levantaram a hipótese de que fossem moedas. Francis Filas, professor da Universidade Loyola, de Chicago, comprovou por análise de computador que se tratavam realmente de moedas de Pôncio Pilatos, cunhadas entre os anos 29 e 32 de nossa era. Estudos arqueológicos em cemitérios judaicos confirmam que os judeus no primeiro século costumavam colocar moedas sobre os olhos dos mortos para manter as pálpebras cerradas.

A Polêmica em Torno do Teste do Carbono 14


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Outro argumento contra a credibilidade dos resultados do teste do Carbono 14 é que a parte do tecido utilizada para o teste não seria adequada para o mesmo, por estar danificada.

Esse é o depoimento do químico Alan Adler, professor na Western Connecticut State University.

Cientistas que analisaram com olho crítico os resultados do teste do carbono 14 chegaram à conclusão de que são insustentáveis.

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Além do mais, o próprio Michael Tite, coordenador dos testes científicos e diretor do Museu Britânico, reconheceu em carta dirigida ao prof. Luigi Gonella, consultor técnico do Arcebispado de Turim, que o carbono 14 não oferece prova alguma a favor de sua tese.

E para completar ele confessou que “houve intenção deliberada de enganar o público” (AICA, nº 2084, 27/11/1996).


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Em 1993 o cientista russo Dmitri Kouznetsov, entusiasticamente apoiado por John Jackson, um dos líderes das pesquisas de 1978, afirmou que os dados do teste do carbono 14 estavam errados, em conseqüência do incêndio a que esteve exposto o Sudário em 1532.

Pois este muito provavelmente teria alterado a quantidade de carbono 14 na venerável mortalha.

Dr. Leoncio Garza-Valdes, um pediatra especialista em microbiologia e arqueologia, demonstrou que existem determinados tipos de bactérias que produzem uma espécie de verniz sobre tecidos, em condições especiais.



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Ao examinar a região em que foi extraída a amostragem para o exame do carbono 14, verificou que este fenômeno ali se produziu, o que poderia ter alterado os resultados do teste.



Segundo o diário Los Angeles Times de 17 de agosto, John e Rebecca Jackson, um casal de cientistas de Colorado Springs, EUA, obteve o apoio da Universidade de Oxford para solicitar ao Vaticano novas analises do Santo Sudário de Turim utilizando o Carbono 14.

Em 1988, certos cientistas apresentaram resultados de análises com Carbono 14 que contestavam a antiguidade, e portanto a autenticidade do Santo Sudário.

O professor Jackson foi um dos eminentes especialistas que não acreditaram. Ele insistiu que esses resultados não faziam sentido.

Sua desconfiança mostrou estar certa. A fraude daquela análise foi oficialmente denunciada.

Agora com 62 anos, John Jackson, quer fazer seriamente análises com Carbono 14. Para isso tem o apoio da Universidade de Oxford, que participou no desconsiderado estudo anterior.

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Jackson ensina na Universidade de Colorado, e pleiteia que o Santo Sudário foi contaminado por elevados níveis de carbono no incêndio sofrido há séculos, fato que pede maior prudência nos critérios utilizados.

Christopher Ramsey, chefe da Unidade do Acelerador de Radiocarbono de Oxford acrescenta: “Há um mundo de outras evidências que sugerem a muitos que o Sudário é mais velho do que as datas apontadas pelo radiocarbono”.

Numa conferência promovida pelo Shroud Science Group da Universidade Estadual de Ohio, o Los Alamos National Laboratory apresentou provas de que os resultados do teste de 1988 foram falseados. A razão foi que as amostras foram tiradas não do Sudário original, mas do tecido acrescentado para remedar os estragos do incêndio que o danificou na Idade Média.

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Em 1978, Jackson e um grupo de cientistas fizeram uma série de testes inclusive com raios X e análises químicas. Eles concluíram que o Santo Sudário não está pintado, tingido ou manchado e que as marcas de sangue eram genuínas.

O estudo do Santo Sudário levou Rebecca, que foi judia ortodoxa, a se converter à Igreja Católica.

Seu marido John se fez suspender de uma cruz de 2,4 metros para estudar como o Sangue de Nosso Senhor pode ter escorrido nessa posição.

O caso do Carbono 14

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Alguns cientistas efetuaram exames mal feitos com Carbono 14 manipulando as amostras do preciosíssimo tecido.

Eles anunciaram a guisa de conclusão que o Santo Sudário era da época medieval e não do tempo de Nosso Senhor.

O artifício não resistiu à crítica. Por fim, o diretor do Museu Britânico, Michael Tite, reconheceu que "houve intenção deliberada de enganar o público".


Altura do Redentor: Revelação Baseada no Santo Sudário

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Qual era a altura de Nosso Senhor Jesus Cristo?

“Um metro e 87 centímetros”, concluiu com segurança o professor Nicolò Cinquemani, baseado na análise de fotos do Santo Sudário de Turim.

Cinquemani — neurocirurgião e ex-chefe da divisão de traumatologia do Hospital de San Giovanni, em Roma — conferiu os resultados com os relatos evangélicos, segundo o diário “Il Giornale” de Milão. Mais uma vez, o Santo Sudário fornece dados preciosos sobre nosso Salvador.

O Santo Sudário em Altíssima Resolução Fotográfica

O Santo Sudário de Turim foi objeto de um mapeamento fotográfico digital que rendeu uma foto de 12.8 bilhões de pixels.

A imagem foi solicitada pelo Vaticano para ter a mais detalhada reprodução da relíquia.

“Nós fusionamos 1.600 fotos para criar uma grande imagem que é quase 1.300 vezes maior que uma simples fotografia tirada com uma câmara digital de 10 megapixels” explicou Mauro Gavinelli, supervisor de HAL9000, a empresa especializada em arte fotográfica que foi contratada para essa finalidade.

O feito permite analisar o Santo Sudário com um pormenor sem precedentes. “É como olhar o Sudário através de um microscópio. Podem-se ver os fios, as fibras que compõem os fios, e os danos que o sudário sofreu durante anos”, explicou Gavinelli.

A expectativa é que a imagem de alta definição acrescente novos dados ao conhecimento desta relíquia única.

A BBC preparou um documentário com base nestas fotos HD.

“O Sudário deu surpresas cada vez que foi submetido a uma nova forma de reprodução”, disse David Rolfe, diretor de documentários da BBC. “A primeira vez que foi fotografado, revelou características nos negativos. Quando foi scaneada foi possível fazer uma imagem tridimensional. Agora nós o filmamos com alta definição e já estamos vendo alguns efeitos interessantes”, concluiu.

Santo Sudário: As Primeiras Surpresas e Constatações

vizualização do arquivo do Igreja Online COTEssa matéria já foi vista 16847 vezes

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Há 100 anos, em 1898, um devoto do Santo Sudário, o advogado italiano Secondo Pia, não imaginava que um simples e despretensioso gesto seu iria mudar substancialmente a história daquela sagrada relíquia.

Sendo fotógrafo amador, foi ele quem pela primeira vez fotografou o venerável tecido durante uma exposição pública, no período de 25 a 28 de maio daquele ano.

Qual não foi sua surpresa ao constatar, quando revelou o filme, ter aparecido no negativo a figura de Nosso Senhor Jesus Cristo, imperceptível na observação direta do pano.

Diante desse acontecimento, o Santo Sudário saiu do quase anonimato, a que estava reduzido, para a glória. A descoberta foi considerada como "a revelação de fim de século", reacendendo o antigo fervor na devoção ao Sagrado Linho.

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Esta devoção, até então apenas popular, passou a ser um verdadeiro desafio à ciência. Pesquisadores dos mais diversos países acorreram a Turim e debruçaram-se sobre o misterioso lençol para tentar decifrar o seu enigma.

Afinal, qual a origem daquele tecido? O que ele representava? Como foi estampada aquela figura na foto?

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Para a piedade católica, porém, não havia dúvidas. Aquela imagem impressa no negativo era a prova mais evidente da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. E por isso a relíquia era digna de toda veneração.

O primeiro estudo sobre o Sudário que se tornou público foi a análise médico-científica feita pelo Dr. Pierre Barbet, em 1932. As conclusões, descritas no livro A paixão de Cristo segundo o cirurgião (Ed. Loyola, São Paulo, 1976), foram impressionantes:

na face havia sinais de contusões, o nariz estava fraturado e a cartilagem descolada do osso;

no corpo foram contados 120 sinais de golpes de açoite, produzidos por dois flageladores, um de cada lado da vítima;

o flagelo utilizado foi o que se usava no Império Romano, composto de duas ou três correias de couro, terminando em pequenos ossos de pontas agudas, ou em pequenas travas de chumbo com duas bolas nas extremidades;

duas chagas marcavam o ombro direito e o omoplata esquerdo;

o peito muito saliente denotava a terrível asfixia suportada durante a agonia;

os pulsos apareciam perfurados, tendo o prego perfurante secionado em parte o nervo mediano, fazendo contrair o polegar para dentro da palma da mão;

pela curvatura das pernas e as perfurações nos pés, tem-se a nítida impressão de que o esquerdo foi sobreposto ao direito e presos ao madeiro por um único prego;

os dois joelhos estavam chagados;

havia um sinal de sangramento, produzido por grande ferida, no lado direito do tórax;

por fim, havia 50 perfurações na fronte, cabeça e nuca, compatíveis com uma coroação de espinhos...

Era uma constatação científica, totalmente coerente com a descrição evangélica da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Tratava-se realmente do Santo Sudário que envolvera o corpo do Redentor, quando este foi descido da cruz para ser sepultado.

Sobre o Contestado Teste do Carbono 14 no Santo Sudário

No dia 21 de abril de 1988, o Arcebispo de Turim, Cardeal Anastácio Ballestrero, com o auxílio do microbiólogo italiano Giovanni Riggi, cortou uma pequena amostra de 10x70 mm do tecido do Sudário, bem distante da figura central e de qualquer área queimada ou remendada.

Partiu-a em três pequenas amostras e as distribuiu para representantes de três centros de estudos - Zurich, Oxford e Arizona - a fim de que fossem submetidas à análise da idade, por meio do teste do carbono 14. O carbono existe em todas substâncias orgânicas e começa a decrescer em quantidade após a morte delas, sendo assim possível estabelecer a idade aproximada do objeto analisado.

No mês de outubro daquele ano a equipe de Oxford, em conferência no British Museum, declarou que a análise do carbono 14 indicava que o tecido era de origem medieval, tendo sido produzido entre os anos 1260 e 1390!

A ciência parecia entrar em contradição com tudo o que ela própria demonstrara anteriormente.

Entretanto, o que mais abalou os fiéis foi um desconcertante comunicado oficial do mesmo cardeal, publicado no 14 de outubro daquele ano, no "Osservatore Romano":

“Por intermédio do Dr. Tite, do British Museum, coordenador do projeto ... comunicaram finalmente em 28 de setembro de 1988 ao guardião pontifício do Santo Sudário os resultados de suas pesquisas.

“Este documento estabelece, com uma taxa de confiabilidade de 95%, que o tecido do Sudário tem sua origem entre 1260 e 1390.”

O que era tão evidente nas análises anteriores parecia cair por terra.

Por que aceitar assim, sem maiores discussões, o resultado apresentado por esses laboratórios?

Por que não realizar outros exames de partes diferentes do tecido?

O Sudário não teria sofrido alterações na quantidade de carbono 14, por ter sido atingido por dois incêndios, o de 1532 e outro anterior, cujos vestígios podem ser detectados na sagrada mortalha?

Foi o que se perguntaram muitos cientistas. A polêmica apenas estava começando.

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