terça-feira, 19 de abril de 2011

S. Leão IX, papa, +1054


Bruno de Eguisheim-Dagsbourg (Alsácia, 1002 - Roma, 1054), coroado papa em 12 de fevereiro de 1049 sob o nome de Leão IX, foi o 153º papa da Igreja católica. Foi principalmente um papa viajante, trabalhando pela paz na Europa.

Leão IX foi um reformador, tendo-se inscrito na reforma gregoriana. Convoca durante seu pontificado 12 Concílios.

Suas principais lutas foram contra:

  • a taxa eclesiástica (a simonia);
  • o casamento bem como a concubinagem dos padres (o nicolaismo;
  • o facto de os bispos serem príncipes do Império;
  • o afastamento dos valores do cristianismo primitivo

De junho de 1053 a março de 1054 ele foi mantido prisioneiro em Benevento, numa prisão honorável; ele não sobreviveu muito tempo após seu retorno a Roma, onde morreu em 19 de abril de 1054. O dia de São Leão é festejado em 19 de abril, dia do aniversário da sua morte. Seu corpo repousa na basílica de S. Pedro.

Antes de sua morte, Leão IX enviou um legado papal, o Cardeal Humberto de Silva Candida, a Constantinopla, para negociar com o Patriarca Miguel Cerulário (1043-1059), em resposta às suas ações sobre a Igreja no sul da Itália. Humberto rapidamente parou as negociações, e excomungou e depôs o patriarca em nome do papa. Este ato, embora juridicamente inválido devido à morte de Leão IX, foi respondida pelo próprio Patriarca Miguel com uma excomunhão contra Humberto e seus associados, o que é popularmente considerado a separação oficial entre as Igrejas orientais e ocidentais, o chamado
Grande Cisma do Oriente.

Pontificado: 1049 a 1054

Descendente da nobre família dos Dagsburgo ou Asburgo, era Leão parente do duque Adalrico da Alsacia. Era filho de uma santa mãe, Heilwiges, devotíssima da Sagrada Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, sobre cujo mistério meditava quotidianamente. A este fato atribui-se o fenômeno, observado na criança recém nascida, cujo corpo estava coberto de manchas vermelhas, representando cada qual uma cruz. Bruno – foi o nome que o menino recebeu no Santo Batismo – ficou na casa paterna até a idade de cinco anos, quando a mãe o confiou aos cuidados do célebre Bispo de Toul, Bertoldo. Dotado de belos talentos, Bruno fez rápidos progressos nos estudos, e distingui-se com grande vantagem entre os condiscípulos. Era principalmente o Direito canônico, cujo estudo mais o ocupava. Destinado ao estado sacerdotal, recebeu a ordem do diaconato, e nesta qualidade de ministro do altar, entrou a serviço do primo imperial Conrado, distinguindo-se sempre pela habilidade em negócios de administração, como na piedade.

Em 1026 foi eleito Bispo de Treves. Nesta posição, desenvolveu um zelo extraordinário na reforma dos conventos e na obra da salvação das almas. Profundo conhecedor da arte musical, compôs grande número de cânticos religiosos e envidou todos os esforços pela digna celebração do culto divino. Compenetrado de que humildade é verdade, lavava diariamente os pés de alguns pobres e servia-lhes à mesa. Vivia em contínuos exercícios de penitência exterior e interior. Não se alterou, quando soube que vis caluniadores tinham procurado denegrir-lhe a reputação junto ao imperador. Anualmente visitava os túmulos de São Pedro e São Paulo em Roma.

A morte do Papa Damaso II (1048) causou sérios embaraços ao governo da Igreja. Havendo três pretendentes à tiara, o Imperador da Alemanha, Henrique II convocou um congresso para Worms, ao qual compareceu grande número de Bispos, Prelados, Príncipes e embaixadores, com o fim de dar um novo Papa à Cristandade, afastando assim o perigo de um cisma.

Os votos dos congressistas uniram-se, indicando o nome de Bruno, o qual vendo-se elevado à dignidade de Sumo Pontífice, fez uma confirmação pública dos seus pecados, para assim convencer os eleitores de sua indignidade e incompetência para exercer tão elevado cargo. O efeito deste ato de humildade foi, que a assembléia confirmasse como confirmou a eleição, declarando que outro mais digno não era possível achar. A aceitação da dignidade pontifícia Bruno a fez depender ainda da eleição em Roma, para onde se dirigiu em companhia de Hildebrando (Gregório VII). A eleição se deu aos doze de fevereiro de 1049 na Basílica de São Pedro. Eleito. Adotou o nome de Leão IX. Seu primeiro cuidado foi reorganizar a disciplina eclesiástica. Os Sínodos de Latrão, de Pávia, Reims e Mogúncia se dirigiram contra os abusos da simonia, contra a investidura laical e o casamento dos clérigos. Criou Cardeal de outras nações além de italianos.

À sua intervenção, o rei André, da Hungria, fez as pazes com o imperador Henrique III.

Em 1050 condenou os erros de Berengário. O ano de 1053 trouxe a divisão da Igreja, em grega e latina, causada pelas maquinações do Patriarca de Constantinopla, Miguel Cerulário, o qual impugnava o uso de pães ázimos na celebração da Santa Missa, a omissão do canto de Aleluia durante a quaresma e outros usos de menor importância da Igreja latina. Leão defendeu as tradições latinas num memorando que chegou às mãos do Patriarca por intermédio do Cardeal Umberto. Miguel Cerulário, mostrando-se inacessível às argumentações do Papa, separou-se da Igreja latina, exemplo que foi seguido pela maior parte da Igreja Oriental. Os Normandos, sequiosos de conquistas e no afã de estender o poderio sobre a Europa toda, invadiram também a Itália. As províncias de Apulia e Calábria, tinham já caído em seu poder, e os acampamentos estendiam-se até às portas de Benevento, cujos habitantes invocaram o auxílio do Papa. Este, tendo recebido valiosos reforços do imperador, pegou em armas contra os Normandos. Estes venceram e apoderaram-se da pessoa do Papa. Embora vencedores trataram o ilustre prisioneiro com todo o respeito, dispensando-lhe todas as honras, a que sua alta posição lhe dava jus.

Leão adoeceu gravemente e voltou para Roma, onde morreu santamente, em 19 de abril de 1054. O túmulo de Leão IX foi glorioso e muitos milagres testemunharam-lhe o grande poder junto ao trono de Deus.

R E F L E X Õ ES

Berengário foi o primeiro que ousou negar a real presença de Cristo no Santíssimo Sacramento. Contra ele e sua doutrina levantou-se a Igreja, num protesto vibrante, defendendo o dogma da Santíssima Eucaristia. O Santíssimo Sacramento é o mistério da fé, que a débil razão humana nunca poderá compreender. Nós o acreditamos, porque a Igreja o ensina. Jesus Cristo não fundou a Igreja sobre a areia, mas sobre rocha firme, contra a qual as portas do inferno em vão lançarão seus furores. A Igreja é a coluna da verdade e sua doutrina é verdadeira. Se ela é de Deus, se a doutrina é divina, não pode nunca ensinar inverdade, nunca poderá ser escola do erro. Sejamos, portanto, humildes e aceitemos a doutrina da Igreja, que é a doutrina de Cristo, dos Apóstolos e dos homens mais santos e sábios, durante 20 séculos. Não é possível que todos eles tenham errado.


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