sábado, 23 de abril de 2011

Sábado, 23 de abril de 2011

Vigília Pascal, Ano “A”, 2ª Semana do Saltério (Livro II), cor litúrgica Branca

Hoje: Dia Mundial do Livro e do Direito Autoral, dia Mundial do Escoteiro e dia Nacional do Choro

Santos: Jorge (mártir), Felix (mártir), Fortunato (mártir), Aquiles (mártir), Ibar (bispo), Gerardo de Toul (bispo), Adalberto de Praga (bispo e mártir), Egídio de Assis (beato, confessor franciscano da 1ª ordem), Helena de Udine (viúva e beata), Nossa Senhora da Penha

Bênção do Fogo: Ó Deus, que pelo vosso Filho trouxestes àquele que creem o clarão da vossas luz, santificai este novo fogo. Concedei que a festa da Páscoa acenda em nós tal desejo do céu, que possamos chega purificados à festa da luz eterna. Por Cristo, nosso Senhor.


A Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua paixão e morte, e abstendo-se de celebra o sacrifício da Missa te que, após a solene Vigília em que espera a ressurreição, se entregue às alegrias da Páscoa.

Leitura, Gênesis (Gn 1, 1 - 2, 2)
Deus viu tudo quanto havia feito e eis que tudo era muito bom

1No princípio Deus criou o céu e a terra. 2A terra estava deserta e vazia, as trevas cobriam a face do abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas. 3Deus disse: "Faça-se a luz!" E a luz se fez. 4Deus viu que a luz era boa e separou a luz das trevas. 5E à luz Deus chamou "dia" e às trevas, "noite". Houve uma tarde e uma manhã: primeiro dia.

6Deus disse: "Faça-se um firmamento entre as águas, separando umas das outras". 7E Deus fez o firmamento, e separou as águas que estavam embaixo, das que estavam em cima do firmamento. E assim se fez. 8Ao firmamento Deus chamou "céu". Houve uma tarde e uma manhã: segundo dia.

9Deus disse: "Juntem-se as águas que estão debaixo do céu num só lugar e apareça o solo enxuto!" E assim se fez. 10Ao solo enxuto Deus chamou "terra" e ao ajuntamento das águas, "mar". E Deus viu que era bom. 11Deus disse: "A terra faça brotar vegetação e plantas que deem semente, e árvores frutíferas que deem fruto segundo a sua espécie, que tenham nele a sua semente sobre a terra". E assim se fez. 12E a terra produziu vegetação e plantas que trazem semente segundo a sua espécie, e árvores que dão fruto tendo nele a semente da sua espécie. E Deus viu que era bom. 13Houve uma tarde e uma manhã: terceiro dia.

14Deus disse: "Façam-se luzeiros no firmamento do céu, para separar o dia da noite. Que sirvam de sinais para marcar as épocas, os dias e os anos, 15e que resplandeçam no firmamento do céu e iluminem a terra". E assim se fez. 16Deus fez os dois grandes luzeiros: o luzeiro maior para presidir o dia, e o luzeiro menor para presidir à noite, e as estrelas. 17Deus colocou-os no firmamento do céu para alumiar a terra, 18para presidir ao dia e à noite e separar a luz das trevas. E Deus viu que era bom. 19E houve uma tarde e uma manhã: quarto dia.

20Deus disse: "Fervilhem as águas de seres animados de vida e voem pássaros sobre a terra, debaixo do firmamento do céu".21Deus criou os grandes monstros marinhos e todos os seres vivos que nadam, em multidão, nas águas, segundo as suas espécies, e todas as aves, segundo as suas espécies. E Deus viu que era bom. 22E Deus os abençoou, dizendo: "Sede fecundos e multiplicai­-vos e enchei as águas do mar, e que as aves se multipliquem sobre a terra". 23Houve uma tarde e uma manhã: quinto dia.

24Deus disse: "Produza a terra seres vivos segundo as suas espécies, animais domésticos, répteis e animais selvagens, segundo as suas espécies". E assim se fez. 25Deus fez os animais selvagens, segundo as suas espécies, os animais domésticos segundo as suas espécies e todos os répteis do solo segundo as suas espécies. E Deus viu que era bom. 26Deus disse: "Façamos o homem à nossa imagem e segundo à nossa semelhança, para que domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, e sobre todos os répteis que rastejam sobre a terra". 27E Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou: homem e mulher os criou. 28E Deus os abençoou e lhes disse: "Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a! Dominai sobre os peixes do mar, sobre os pássaros do céu e sobre todos os animais que se movem sobre a terra". 29E Deus disse: "Eis que vos entrego todas as plantas que dão semente sobre a terra, e todas as árvores que produzem fruto com sua semente, para vos servirem de alimento. 30E a todos os animais da terra, e a todas as aves do céu, e a tudo o que rasteja sobre a terra e que é animado de vida, eu dou todos os vegetais para alimento". E assim se fez. 31E Deus viu tudo quanto havia feito, e eis que tudo era muito bom. Houve uma tarde e uma manhã: sexto dia.

2,1E assim foram concluídos o céu e a terra com todo o seu exército. 2No sétimo dia, Deus considerou acabada toda a obra que tinha feito; e no sétimo dia descansou de toda a obra que fizera. Palavra do Senhor!

Nota: Leitura breve: Ge 1, 1.26-31

I Salmo 104/103, 1-2a. 5-6. 10 e 12. 13-14. 24 e 35c (R/. cf. 30)
Enviai o vosso Espírito, Senhor, e da terra toda a face renovai

Bendize, ó minha alma, ao Senhor! Ó meu Deus e meu Senhor, como sois grande! De majestade e esplendor vos revestis e de luz vos envolveis como num manto.

A terra vós firmastes em suas bases, ficará firme pelos séculos sem fim; os mares a cobriam como um manto, e as águas envolviam as montanhas.

Fazeis brotar em meio aos vales as nascentes que passam serpeando entre as montanhas; às suas margens vêm morar os passarinhos, entre os ramos eles erguem o seu canto.

De vossa casa as montanhas irrigais, com vossos frutos saciais a terra inteira; fazeis crescer os verdes pastos para o gado e as plantas que são úteis para o homem.

Quão numerosas, ó Senhor, são vossas obras, que sabedoria em todas elas! Encheu-se a terra com as vossas criaturas! Bendize, ó minha alma, ao Senhor!

II Leitura: Gênesis (Gn 22, 1-18)
O sacrifício de nosso Pai Abraão

Naqueles dias, 1Deus pôs Abraão à prova. Chamando-o, disse: "Abraão!" E ele respondeu: "Aqui estou". 2E Deus disse: "Toma teu filho único, Isaac, a quem tanto amas, dirige-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre um monte que eu te indicar". 3Abraão levantou-se bem cedo, selou o jumento, tomou consigo dois dos seus servos e seu filho Isaac. Depois de ter rachado lenha para o holocausto, pôs-se a caminho, para o lugar que Deus lhe havia ordenado. 4No terceiro dia, Abraão, levantando os olhos, viu de longe o lugar. 5Disse, então, aos seus servos: "Esperai aqui com o jumento, enquanto eu e o menino vamos até lá. Depois de adorarmos a Deus, voltaremos a vós". 6Abraão tomou a lenha para o holocausto e a pôs às costas do seu filho Isaac, enquanto ele levava o fogo e a faca. E os dois continuaram caminhando juntos. 7Isaac disse a Abraão: "Meu pai". "Que queres, meu filho?", respondeu ele. E o menino disse: "Temos o fogo e a lenha, mas onde está a vítima para o holocausto?"8Abraão respondeu: "Deus providenciará a vítima para o holocausto, meu filho". E os dois continuaram caminhando juntos.

9Chegados ao lugar indicado por Deus, Abraão ergueu um altar, colocou a lenha em cima, amarrou o filho e o pôs sobre a lenha em cima do altar. 10Depois, estendeu a mão, empunhando a faca para sacrificar o filho. 11E eis que o anjo do Senhor gritou do céu, dizendo: "Abraão! Abraão!" Ele respondeu: "Aqui estou!" 12E o anjo lhe disse: "Não estendas a mão contra teu filho e não lhe faças nenhum mal! Agora sei que temes a Deus, pois não me recusaste teu filho único". 13Abraão, erguendo os olhos, viu um carneiro preso num espinheiro pelos chifres; foi buscá-lo e ofereceu-o em holocausto no lugar do seu filho. 14Abraão passou a chamar aquele lugar: "O Senhor providenciará". Donde até hoje se diz: "Sobre o monte o Senhor providenciará".

15O anjo do Senhor chamou Abraão, pela segunda vez, do céu, 16e lhe disse: "Juro por mim mesmo - oráculo do Senhor -, uma vez que agiste deste modo e não me recusaste teu filho único, 17eu te abençoarei e tornarei tão numerosa tua descendência como as estrelas do céu e como as areias da praia do mar. Teus descendentes conquistarão as cidades dos inimigos. 18Por tua descendência serão abençoadas todas as nações da terra, porque me obedeceste". Palavra do Senhor!

Nota: Leitura breve: Ge 22, 1-2.9-13.15-18

II Salmo 15 (16), 5 e 8. 9-10. 11 (+ 1)

Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!

Ó Senhor, sois minha herança e minha taça, meu destino está seguro em vossas mãos! Tenho sempre o Senhor ante meus olhos, pois se o tenho a meu lado não vacilo.

Eis por que meu coração está em festa, minha alma rejubila de alegria, e até meu corpo no repouso está tranqüilo; pois não haveis de me deixar entregue à morte, nem vosso amigo conhecer a corrupção.

Vós me ensinais vosso caminho para a vida; junto a vós, felicidade sem limites, delícia eterna e alegria ao vosso lado!

III Leitura: Êxodo (Ex 14,15 - 15,1)
Os filhos de Israel entraram pelo meio do mar a pé enxuto

Naqueles dias, 15o Senhor disse a Moisés: "Por que clamas a mim por socorro? Dize aos filhos de Israel que se ponham em marcha. 16Quanto a ti, ergue a vara, estende o braço sobre o mar e divide-o, para que os filhos de Israel caminhem em seco pelo meio do mar. 17De minha parte, endurecerei o coração dos egípcios, para que sigam atrás deles, e eu seja glorificado às custas do faraó, e de todo o seu exército, dos seus carros e cavaleiros. 18E os egípcios saberão que eu sou o Senhor, quando eu for glorificado às custas do faraó, dos seus carros e cavaleiros".

19Então, o anjo do Senhor, que caminhava à frente do acampamento dos filhos de Israel, mudou de posição e foi para trás deles; e com ele, ao mesmo tempo, a coluna de nuvem, que estava na frente, colocou-se atrás, 20inserindo-se entre o acampamento dos egípcios e o acampamento dos filhos de Israel. Para aqueles a nuvem era tenebrosa, para estes, iluminava a noite. Assim, durante a noite inteira, uns não puderam aproximar-se dos outros. 21Moisés estendeu a mão sobre o mar, e durante toda a noite o Senhor fez soprar sobre o mar um vento leste muito forte; e as águas se dividiram.

22Então, os filhos de Israel entraram pelo meio do mar a pé enxuto, enquanto as águas formavam como que uma muralha à direita e à esquerda. 23Os egípcios puseram-se a persegui-los, e todos os cavalos do faraó, carros e cavaleiros os seguiram mar adentro. 24Ora, de madrugada, o Senhor lançou um olhar, desde a coluna de fogo e da nuvem, sobre as tropas egípcias e as pôs em pânico. 25Bloqueou as rodas dos seus carros, de modo que só a muito custo podiam avançar. Disseram, então, os egípcios: "Fujamos de Israel! Pois o Senhor combate a favor deles, contra nós". 26O Senhor disse a Moisés: "Estende a mão sobre o mar, para que as águas se voltem contra os egípcios, seus carros e cavaleiros". 27Moisés estendeu a mão sobre o mar e, ao romper da manhã, o mar voltou ao seu leito normal, enquanto os egípcios, em fuga, corriam ao encontro das águas, e o Senhor os mergulhou no meio das ondas. 28As águas voltaram e cobriram carros, cavaleiros e todo o exército do faraó, que tinha entrado no mar em perseguição de Israel. Não escapou um só. 29Os filhos de Israel, ao contrário, tinham passado a pé enxuto pelo meio do mar, cujas águas lhes formavam uma muralha à direita e à esquerda. 30Naquele dia, o Senhor livrou Israel da mão dos egípcios, e Israel viu os egípcios mortos nas praias do mar, 31e a mão poderosa do Senhor agir contra eles. O povo temeu o Senhor, e teve fé no Senhor e em Moisés, seu servo. 15,5Então, Moisés e os filhos de Israel cantaram ao Senhor este cântico...

...Cântico: Ex 15, 1-2. 3-4. 5-6. 17-18 (+ 1a)
Cantemos ao Senhor que fez brilhar a sua glória!

Ao Senhor quero cantar, pois fez brilhar a sua glória: precipitou no mar Vermelho o cavalo e o cavaleiro! O Senhor é minha força, é a razão do meu cantar, pois foi ele neste dia para mim libertação!

Ele é meu Deus e o louvarei, Deus de meu pai e o honrarei. O Senhor é um Deus guerreiro; o seu nome é "onipotente". Os soldados e os carros do faraó jogou no mar; seus melhores capitães no mar Vermelho.

Afundaram como pedras e as ondas os cobriram. Ó Senhor, o vosso braço é duma força insuperável! Ó Senhor, o vosso braço esmigalhou os inimigos!

Vosso povo levareis e o plantareis em vosso monte, no lugar que preparastes para a vossa habitação, no santuário construído pelas vossas próprias mãos. O Senhor há de reinar eternamente, pelos séculos!

IV Leitura: Is 54, 5-14
Com misericórdia eterna, eu o teu Senhor, compadeci-me de ti

5Teu esposo é aquele que te criou, seu nome é Senhor dos exércitos; teu redentor, o santo de Israel, chama-se Deus de toda a terra. 6O Senhor te chamou, como a mulher abandonada e de alma aflita; como a esposa repudiada na mocidade, falou o teu Deus. 7Por um breve instante eu te abandonei, mas com imensa compaixão volto a acolher-te. 8Num momento de indignação, por um pouco ocultei de ti minha face, mas com misericórdia eterna compadeci-me de ti, diz teu salvador, o Senhor. 9Como fiz nos dias de Noé, a quem jurei nunca mais inundar a terra, assim juro que não me irritarei contra ti nem te farei ameaças. 1OPodem os montes recuar e as colinas abalar-se, mas minha misericórdia não se apartará de ti, nada fará mudar a aliança de minha paz, diz o teu misericordioso Senhor.

11Pobrezinha, batida por vendavais, sem nenhum consolo, eis que assentarei tuas pedras sobre rubis, e tuas bases sobre safiras;12revestirei de jaspe tuas fortificações, e teus portões, de pedras preciosas, e todos os teus muros, de pedra escolhida. 13Todos os teus filhos serão discípulos do Senhor, teus filhos possuirão muita paz; 14terás a justiça por fundamento. Longe da opressão, nada terás a temer; serás livre do terror, porque ele não se aproximará de ti. Palavra do Senhor!

III Salmo: 29(30), 2 e 4.5-6.11 e 12a e 13b (+2a)
Eu vos exalto, ó Senhor, porque vós me livrastes!

Eu vos exalto, ó Senhor, pois me livrastes, e não deixastes rir de mim meus inimigos! Vós tirastes minha alma dos abismos e me salvastes, quando estava já morrendo!

Cantai salmos ao Senhor, povo fiel, dai-lhe graças e invocai seu santo nome! Pois sua ira dura apenas um momento, mas sua bondade permanece a vida inteira; se à tarde vem o pranto visitar-nos, de manhã vem saudar-nos a alegria.

Escutai-me, Senhor Deus, tende piedade! Sede, Senhor, o meu abrigo protetor! Transformastes o meu pranto em uma festa, Senhor meu Deus, eternamente hei de louvar-vos!

V Leitura: Is 55, 1-11
Vinde a mim, ouvi e tereis vida

Assim diz o Senhor: 1”Ó vós todos que estais com sede, vinde às águas; vós que não tendes dinheiro, apressai-vos, vinde e comei, vinde comprar sem dinheiro, tomar vinho e leite, sem nenhuma paga. 2Por que gastar dinheiro com outra coisa que não opão, desperdiçar o salário senão com satisfação completa? Ouvi-me com atenção, e alimentai-vos bem, para deleite e revigoramento do vosso corpo. 3ínclinai vosso ouvido e vinde a mim, ouvi e tereis vida; farei convosco um pacto eterno, manterei fielmente as graças concedidas a Davi. 4Eis que fiz dele uma testemunha para os povos, chefe e mestre para as nações. 5Eis que chamarás uma nação que não conhecias, e acorrerão a ti povos que não te conheciam, por causa do Senhor, teu Deus, e do santo de Israel, que te glorificou. 6Buscai o Senhor, enquanto pode ser achado; invocai-o, enquanto ele está perto.

7Abandone o ímpio seu caminho, e o homem injusto, suas maquinações; volte para o Senhor, que terá piedade dele, volte para nosso Deus, que é generoso no perdão. 8Meus pensamentos não são como os vossos pensamentos e vossos caminhos não são como os meus caminhos, diz o Senhor. 9Estão meus caminhos tão acima dos vossos caminhos e meus pensamentos acima dos vossos pensamentos, quanto está o céu acima da terra. 10Como a chuva e a neve descem do céu e para lá não voltam mais, mas vêm irrigar e fecundar a terra, e fazê-la germinar e dar semente, para o plantio e para a alimentação, 11assim a palavra que sair de minha boca: não voltará para mim vazia; antes, realizará tudo que for de minha vontade e produzirá os efeitos que pretendi, ao enviá-la". Palavra do Senhor!

II Cântico: Is 12. 2-23.4bcd.5-6 (+ 3)
Com alegria bebereis do manancial da salvação

Eis o Deus, meu Salvador, eu confio e nada temo; o Senhor é minha força, meu louvor e Salvação. Com alegria bebereis do manancial da Salvação.

E direis naquele dia: "Dai louvores ao Senhor, invocai seu santo nome, anunciai suas maravilhas, entre os povos proclamai que seu nome é o mais sublime.

Louvai cantando ao nosso Deus, que fez prodígios e portentos, publicai em toda a terra suas grandes maravilhas! Exultai cantando alegres, habitantes de Sião, porque é grande em vosso meio o Deus santo de Israel!"

VI Leitura: Br 3, 9-15.32-4,4
Marcha para o esplendor do Senhor

9Ouve, Israel, os preceitos da vida; presta atenção, para aprenderes a sabedoria. 10Que se passa, Israel? Como é que te encontras em terra inimiga? 11Envelheceste num pais estrangeiro, te contaminaste com os mortos, foste contado entre os que descem à mansão dos mortos. 12Abandonas-te a fonte da sabedoria! 13Se tivesses continuado no caminho de Deus, viverias em paz para sempre. 14Aprende onde está a sabedoria, onde está a fortaleza e onde está a inteligência, e aprenderás também onde está a longevidade e a vida, onde está o brilho dos olhos e a paz. 15Quem descobriu onde está a sabedoria? Quem penetrou em seus tesouros?

32Aquele que tudo sabe, conhece-a, descobriu-a com sua inteligência; 33aquele que criou a terra para sempre e a encheu de animais e quadrúpedes; aquele que manda a luz, e ela vai, chama-a de volta, e ela obedece tremendo. 34As estrelas cintilam em seus postos de guarda e alegram-se; 35ele chamou-as, e elas respondem: "Aqui estamos"; e alumiam com alegria o que as fez.36Este é o nosso Deus, e nenhum outro pode comparar-se com ele.

37EIe revelou todo o caminho da sabedoria a Jacó, seu servo, e a Israel, seu bem-amado. 38Depois, ela foi vista sobre a terra e habitou entre os homens. 4,1A sabedoria é o livro dos mandamentos de Deus, é a lei, que permanece para sempre. Todos os que a seguem, têm a vida, e os que a abandonam, têm a morte. 2Volta-te, Jacó, e abraça-a; marcha para o esplendor, à sua luz.3Não dês a outro a tua glória nem cedas a uma nação estranha teus privilégios. 4Ó Israel, felizes somos nós, porque nos é dado conhecer o que agrada a Deus. Palavra do Senhor!

IV Salmo: 18B(19), 8.9.10.11 (R/.Jo 6, 68c)

Senhor, tens palavras de vida eterna

A lei do Senhor Deus é perfeita, conforto para a alma! O testemunho do Senhor é fiel, sabedoria dos humildes.

Os preceitos do Senhor são precisos, alegria ao coração. O mandamento do Senhor é brilhante, para os olhos é uma luz.

É puro o temor do Senhor, imutável para sempre. Os julgamentos do Senhor são corretos e justos igualmente.

Mais desejáveis do que o ouro são eles do que o ouro refinado. Suas palavras são mais doces que mel, que o mel que sai dos favos.

VII Leitura: Ez 36, 16-17a.18-28
Derramarei sobre vós uma água pura e dar-vos-ei um coração novo

16A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos: 17"Filho do homem, os da casa de Israel estavam morando em sua terra. Mancharam-na com sua conduta e suas más ações. 18Entáo derramei sobre eles a minha ira, por causa do sangue que derramaram no pais e dos ídolos com os quais o mancharam. 19Eu dispersei-os entre as nações, e eles foram espalhados pelos países. Julguei-os de acordo com sua conduta e suas más ações.

20Quando eles chegaram às nações para onde foram, profanaram o meu santo nome; pois deles se comentava: 'Esse é o povo do Senhor; mas tiveram de sair do seu país!'21 Então eu tive pena do meu santo nome que a casa de Israel estava profanando entre as nações para onde foi. 22Por isso, dize à casa de Israel: 'Assim fala o Senhor Deus: Não é por causa de vós que eu vou agir, casa de Israel, mas por causa do meu santo nome, que profanastes entre as nações para onde fostes.

23Vou mostrar a santidade do meu grande nome, que profanastes no meio das nações. As nações saberão que eu sou o Senhor, - oráculo do Senhor Deus - quando eu manifestar minha santidade à vista delas por meio de vós. 24Eu vos tirarei do meio das nações, vos reunirei de todos os países, e vos conduzirei para a vossa terra. 25Derramarei sobre vós uma água pura, e sereis purificados. Eu vos purificarei de todas as impurezas e de todos os ídolos. 26Eu vos darei um coração novo e porei um espírito novo dentro de vós. Arrancarei do vosso corpo o coração de pedra e vos darei um coração de carne; 27porei o meu espírito dentro de vós e farei com que sigais a minha lei e cuideis de observar os meus mandamentos. 28Habitareis no pais que dei a vossos pais. Sereis o meu povo e eu 'serei o vosso Deus. Palavra do Senhor!

V Salmo: 41(42), 3.5bcd; 43(43), 3.4 (+ Sl 41[42]. 2)

A minha alma tem sede de Deus

A minha alma tem sede de Deus, e deseja o Deus vivo. Quando terei a alegria de ver a face de Deus?

Peregrino e feliz caminhando para a casa de Deus, entre gritos, louvor e alegria da multidão jubilosa.

Enviai vossa luz, vossa verdade: elas serão o meu guia; que me levem ao vosso monte santo, até a vossa morada!

Então irei aos altares do Senhor, Deus da minha alegria. Vosso louvor cantarei, ao som da harpa, meu Senhor e meu Deus!

Epístola: Carta de São Paulo aos Romanos (Rm 6, 3-11)
Cristo ressuscitado dos mortos não morre mais

Irmãos, 3será que ignorais que todos nós, batizados em Jesus Cristo, é na sua morte que fomos batizados? 4Pelo batismo na sua morte, fomos sepultados com ele, para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim também nós levemos uma vida nova. 5Pois, se fomos de certo modo identificados a Jesus Cristo por uma morte semelhante à sua, seremos semelhantes a ele também pela ressurreição. 6Sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com Cristo, para que seja destruído o corpo de pecado, de maneira a não mais servirmos ao pecado. 7Com efeito, aquele que morreu está livre do pecado.8Se, pois, morremos com Cristo, cremos que também viveremos com ele. 9Sabemos que Cristo ressuscitado dos mortos não morre mais; a morte já não tem poder sobre ele. 10Pois aquele que morreu, morreu para o pecado uma vez por todas; mas aquele que vive, é para Deus que vive. 11Assim, vós também considerai-vos mortos para o pecado e vivos para Deus, em Jesus Cristo.Palavra do Senhor!

VI Salmo: 117(118), 1-2.16ab-17.22-23 (+24)

Aleluia, aleluia, aleluia

Daí graças ao Senhor, porque ele é bom! Eterna é a sua misericórdia! A casa de Israel agora o diga: “Eterna é a sua misericórdia!”

A mão direita do Senhor fez maravilhas, a mão direita do Senhor me levantou, a mão direita do Senhor fez maravilhas! Não morrerei, mas ao contrário, viverei para cantar as grandes obras do Senhor!

A pedra que os pedreiros rejeitaram, tornou-se agora a pedra angular. Pelo Senhor é que foi feito tudo isso: Que maravilhas ele fez a nossos olhos!

Evangelho (Ano A): Mateus (Mt 28, 1-10

Ele ressuscitou e vai à vossa frente para a Galiléia

1Depois do sábado, ao amanhecer do primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. 2De repente, houve um grande tremor de terra: o anjo do Senhor desceu do céu e, aproximando-se, retirou a pedra e sentou-se nela. 3Sua aparência era como um relâmpago, e suas vestes eram brancas como a neve. 4Os guardas ficaram com tanto medo do anjo, que tremeram, e ficaram como mortos.

5Então o anjo disse às mulheres: "Não tenhais medo! Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. 6Ele não está aqui! Ressuscitou, como havia dito! Vinde ver o lugar em que ele estava. 7Ide depressa contar aos discípulos que ele ressuscitou dos mortos, e que vai à vossa frente para a Galiléia. Lá vós o vereis. É o que tenho a dizer-vos". 8As mulheres partiram depressa do sepulcro. Estavam com medo, mas correram com grande alegria, para dar a notícia aos discípulos. 9De repente, Jesus foi ao encontro delas, e disse: "Alegrai-vos!" As mulheres aproximaram-se, e prostraram-se diante de Jesus, abraçando seus pés.10Então Jesus disse a elas: "Não tenhais medo. Ide anunciar aos meus irmãos que se dirijam para a Galiléia. Lá eles me verão".Palavra da Salvação!

Comentário ao Evangelho do dia feito por :

São Cromácio de Aquileia (?-407), bispo
1º Sermão para a Grande Noite Pascal (a partir da trad. SC 154, pp. 260ss. rev.)

Aquela foi uma noite de vigília para o Senhor, quando Ele os fez sair da terra do Egipto (Ex 12, 42)


Todas as vigílias que celebramos em honra do Senhor são agradáveis a Deus e aprovadas por Ele, mas esta vigília está acima de todas as outras. É por isso que esta noite tem, muito especialmente, o título de «Vigília do Senhor». Lemos com efeito: «Esta noite do Senhor será de vigília para todos os filhos de Israel» (Ex 12, 42). Esta noite merece bem o seu nome porque o Senhor acordou vivo para que nós não ficássemos adormecidos na morte. Com efeito, Ele sofreu por nós o sono da morte, pelo mistério da Sua Paixão; mas esse sono do Senhor tornou-se a vigília do mundo inteiro, porque a morte de Cristo afastou para longe de nós o sono da morte eterna. Ele próprio o declara pelo profeta: «Então, despertei e reparei quão doce tinha sido o meu sono!» (Sl 3, 6; Jr 31, 26). Esse sono de Cristo, que nos chamou da amargura da morte para nos levar à doçura da vida, não pode ser senão doce.


Salomão escreveu: «Eu dormia, mas de coração desperto» (Ct 5, 2). Estas palavras manifestam com toda a evidência o mistério da divindade e da carne do Senhor. Ele dormiu segundo a carne mas a Sua divindade estava desperta, pois a divindade não podia dormir [...]: «Pois não há-de dormir nem dormitar Aquele que guarda Israel» (Sl 120, 4) [...] Dormia, segundo a carne, mas a Sua divindade visitava os infernos para tirar de lá o homem que ali se encontrava cativo; o nosso Senhor e Salvador quis visitar todos os lugares para ter misericórdia para com todos. Desceu do céu à terra para visitar o mundo; desceu ainda da terra aos infernos para levar a luz àqueles que lá estavam cativos, segundo a palavra do profeta: «habitavam numa terra de sombras, mas uma luz brilhou sobre eles» (Is 9, 1).


É por isso que os anjos do céu, os homens, na terra, e as almas dos fiéis, na morada dos mortos, celebram essa vigília do Senhor. [...] Se o arrependimento de um só pecador, como lemos no Evangelho, é causa de alegria para os anjos do céu (Lc 15, 7.10), quanto mais a redenção do mundo inteiro? [...] Esta vigília não é, portanto, uma festa apenas para os homens e para os anjos, mas também para o Pai, o Filho e o Espírito Santo, porque a salvação do mundo é a alegria da Trindade.


Vigília pascal na noite santa

Por antiquíssima tradição, esta é "a noite de vigília em honra do Senhor" (Ex 12,42). Os fiéis, trazendo na mão - segundo a exortação do evangelho (Lc 1 2, 35 e seguintes) - a vela acesa, assemelham-se aos que esperam o Senhor ao voltar, para que, quando ele chegar, os encontre ainda vigilantes e os faça sentar-se à sua mesa.

A noite pascal é o grande sacramento da vida do cristão. Batismo e eucaristia, que são o centro da liturgia de hoje, tornam-nos presentes e contemporâneos os acontecimentos que celebramos, e nos comunicam seu valor salvífico.

A Vigília pascal (que não é vigília, mas já é a festa), termina com a celebração eucarística que é a raiz de todas as outras; a partir desta noite da ressurreição, Cristo está presente entre os seus por meio dos sacramentos, e principalmente da eucaristia que os contém todos.

A Vigília se desenrola deste modo: depois de breve liturgia da luz (primeira parte), a santa Igreja medita as "maravilhas" que o Senhor fez por seu povo desde o princípio, e confia na sua palavra e na sua promessa (segunda parte ou liturgia da Palavra) até o momento em que, aproximando-se o dia da ressurreição, com os seus membros regenerados no batismo (terceira parte ouliturgia batismal), é convidada à mesa, que o Senhor preparou para seu povo por meio da sua morte e ressurreição (quarta parte ou liturgia eucarística). A celebração da Vigília pascal se desenrola toda durante a noite, deve, pois, começar depois do início da noite, ou terminar antes do amanhecer do domingo.

A missa da noite, mesmo que celebrada antes da meia-noite, é a missa pascal do domingo da Ressurreição.

Os que participam desta missa podem receber de novo a comunhão na segunda missa de Páscoa.

Sepultura do Senhor

Como a semente confiada à terra, Cristo "repousa" no sepulcro, à espera da ressurreição. A Igreja vela junto ao túmulo do seu Senhor, participando do seu mistério; de fato, ela também espera a ressurreição no ultimo dia, o grande "dia do Senhor".

O sábado santo é, tradicionalmente, um dia sem assembleia eucarística; o jejum da eucaristia prepara a festa da noite de Páscoa. Celebram-se, no entanto, os vários momentos da Liturgia das Horas, na qual o tema dominante é a esperança da ressurreição e a entrada do Messias, vencedor da morte, no santuário do céu. Velada nos salmos e na leitura do profeta, a ressurreição do Senhor transcende toda perspectiva de sobrevivência e de prolongamento da vida terrena, inaugurando um modo novo de existência, que as leituras do Novo Testamento põem em foco sob diferentes aspectos. Um deles é a "descida de Cristo aos infernos", isto é, à habitação dos mortos, que é recordada no símbolo da fé batismal, como um momento importante na história da nossa salvação.

Cristo, verdadeiro homem, experimentou profundamente o aniquilamento da morte, para efetuar a vitória sobre ela e tornar dela participante quem nele crê. Em Cristo, novo Adão, os justos do Antigo Testamento e todos os homens que buscaram a Deus com coração reto, encontram a plenitude daquilo que viveram na esperança. Cristo, o homem Fiel a Deus, não foi “entregue à corrupção", mas "vivificado pelo Espírito" subiu ao céu, proclamando a glória de Deus e manifestando-se Senhor de "todas as coisas", no céu, na terra e debaixo da terra".

Assim, para todo aquele que crê, a morte não é o fim da vida, mas a vitória sobre os limites da condição terrena e a participação da vida eterna de Deus. E o batismo é uma simbólica descida à morte junto com Cristo, para emergir, com ele, na liberdade dos filhos de Deus. [Missal Dominical, ©Paulus, 1995]

Vigília Pascal

A Vigília Pascal é o cume do ano litúrgico. Sua celebração se realiza de noite; mas de maneira a não começar antes do início da noite e a terminar antes da aurora do Domingo.

Para a Vigília pascal. propõem-se nove Leituras: sete do Antigo Testamento e duas do Novo. Se as circunstâncias o exigirem por razões particulares. o número das leituras pode ser reduzido. Mas devem-se ler ao menos três do AT ou, em casos mais urgentes, duas antes da Epístola e do Evangelho. Nunca se omita a leitura do Êxodo sobre a passagem do Mar Vermelho (3ª leitura).

Anotações para a Vigília Pascal

1. Oficio de Leituras do Domingo omite-se, mas é rezado por quem não tomar parte na Vigília Pascal, bem como as Completas;

2. A celebração da Missa da Vigília é proibida onde não se faz a liturgia completa.

3. A cor dos paramentos é branca para toda a Vigília;

4. Os sacerdotes que celebram a Missa da Vigília podem, no dia da Ressurreição, (con)celebrar novamente e, se têm fa­culdade, também binar e trinar;

5. Os fiéis que comungam na Missa da Vigília podem comungar também em uma Missa durante o dia da Ressurreição;

6. Na aspersão dos fiéis antes da Missa paroquial (ou conventual), convém usar a água benta na vigília noturna;

7. O Círio pascal permanece no candelabro próprio ao lado do altar até Pentecostes e deve-se acender nas Missas dos Domingos e dias de semana, bem como nas Vésperas, quando cantadas;

8. Nas Completas, a partir de amanhã, começa a antífona mariana Regina Coeli.

Sete Palavras de Jesus na Cruz:

1) Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem. 2) Hoje estarás comigo no paraíso. 3) Mulher, eis o teu filho; filho eis a tua mãe. 4) Meu Deus, por que me abandonaste? 5) Tenho sede. 6) Tudo está consumado. 7)Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito.

Preparativos da Equipe de Liturgia

1. A equipe de liturgia providencie velas para os fiéis acompanharem a procissão com o círio pascal.

2. Antes do início da celebração, prepare-se pequena fogueira fora da igreja, para a bênção do fogo novo e de onde serão tiradas as brasas para o turíbulo. À medida que vão chegando, os fiéis se posicionam ao redor da fogueira e colocam nela o graveto que trouxeram de casa. Esse gesto pode expressar o desejo de participar da vida e da energia transformadora (fogo) que brota do Ressuscitado.

3. Numa mesinha, próxima à fogueira, estejam preparados: círio pascal, estilete, que o sacerdote utilizará para grava a cruz sobre o círio, cinco grãos de incenso, que serão fixados nos pontos que representam as cinco “chagas gloriosas” de Cristo; turíbulo e naveta com incenso, e o Missal Romano, com as fitas marcando a celebração da vigília pascal.

4. Tudo deve estar previamente arrumado para o ritual do batismo, se houver, assim como para a celebração eucarística.

5. O sacerdote e ministros vestem paramentos brancos.

6. Convém que a bênção do fogo e a preparação do círio sejam realizadas em lugar um pouco elevado. Recomenda-se também bom serviço de som, de modo que os fiéis possam acompanhar atentamente a celebração da luz, e assim compreender melhor o seu profundo significado.

7. As crianças tragam bandeirinhas brancas para animar a celebração.

Sugestões para a celebração

1. A celebração da Vigília se desenvolve em quatro importantes partes: liturgia da luz, da Palavra, da água e da eucaristia. Além da cor branca e das flores, é necessário prever e organizar o espaço de acordo com os diversos momentos. Seria bom que junto à pia batismal estivessem também, bem visíveis, os santos óleos consagrados na Missa do Crisma, na Quinta-feira Santa.

2. Por meio da liturgia da luz, com o fogo novo, o círio, as velas, o incenso, adoramos o Ressuscitado, luz de nossa vida.

a) Preparar uma bonita fogueira, começando a vigília fora do local da celebração, ao ar livre. Enquanto as pessoas vão chegando, a equipe de cantores entoa músicas populares, de esperança e de saudades: “Hoje, eu quero a rosa...”; “Luar do sertão”; “Eu quero ver acontecer...”; “Liberdade vem e canta...”

b) Após a acolhida, quem preside motiva a comunidade a convidar o universo a celebrar junto a festa da Páscoa. O animador e outras pessoas vão chamando as criaturas do universo (lua, vento, estrelas, terra, rios, pássaros...), grupos e comunidades... Após cada invocação, todos respondem: “Vem celebrar conosco a Páscoa do Senhor!”

c) A pessoa que preside a celebração invoca a bênção sobre o fogo e acende o círio pascal com o fogo novo, dizendo: “A luz de Cristo que ressuscitou resplandecente dissipe as trevas do nosso coração e de toda a nossa vida”. No círio, acendem-se as velas da assembleia.
d) Começa-se a procissão da luz, momento em que, como o povo de Deus no deserto guiado por uma coluna de nuvem, nós também caminhamos conduzidos pelo círio pascal, imagem do Cristo luz da humanidade. Durante a procissão, entoar cânticos alegres, da caminhada, de acordo com a cultura popular: “O povo de Deus...”; “Quero entoar um canto novo de alegria....”; “Eu quero ver acontecer....” Cuidar de escolher cantos que todos saibam de cor, para dispensar folha de canto e vivenciar bem, “curtir melhor”, a caminhada pascal. Em três momentos da caminhada, para-se e a pessoa que traz o círio canta: “Eis a luz de Cristo!” A assembleia responde: “Demos graças a Deus!” Um grupo de crianças poderá caminhar à frente, jogando pétalas de flores no círio e na comunidade.

e) Ao chegar à igreja, o círio é incensado. Canta-se, então, a solene proclamação da Páscoa. Há uma versão popular no Hinário 2, p. 143, na qual a assembleia participa com a resposta: “Bendito seja o Cristo Senhor, que é do Pai imortal esplendor!” Há ainda outras versões bem populares que merecem ser divulgadas. Durante o canto da proclamação da Páscoa, no momento indicado pelo próprio canto, fazer a entrada da cruz bem florida e com um pano branco.

3. Por meio da liturgia da Palavra, contemplamos a longa e maravilhosa história do amor de Deus por nós e meditamos as ações maravilhosas que ele realizou em benefício dos nossos antepassados.

a) É importante que esta parte seja bem preparada, para que a Palavra seja, de fato, proclamada. Quanto à primeira leitura, também chamada de Poema da Criação, é aconselhável manter, na proclamação, seu estilo poético. Se possível, uma família encena seu conteúdo.

b) A leitura do Êxodo pode ser encenada, seguida de uma dança no cântico de Míriam e Moisés.

c) A leitura de Isaías pode ser recitada de cor. Após cada leitura, segue o canto do salmo e a oração.

d) Ao final das leituras bíblicas, pode-se fazer uma dança ou encenação evocando as páscoas de nossa história, tanto mundial e nacional como da comunidade local. A comunidade pode continuar dizendo o que, desde a última Páscoa, foi sinal de vida e ressurreição. Após cada intervenção, a assembleia poderia proclamar: “Isso é Páscoa!”

e) Segue o canto do glória, a oração da coleta e a epístola.

f) O texto da carta aos Romanos pode ser proclamado por uma pessoa da pastoral do batismo junto à pia batismal.


g) Dar especial destaque ao Evangelho, com uma aclamação bem vibrante, toque de sinos, fogos. Se possível, seja encenado ou cantado. As velas podem ser acesas novamente durante a proclamação.

4. Por meio da liturgia do batismo, renovamos o nosso compromisso batismal e acolhemos os novos membros da comunidade.

a) A água poderá ser trazida em sete vasilhas, por sete jovens vestidas de branco e em ritmo de dança. Colocam-se junto à pia batismal — que, nesta noite, deverá estar bem destacada e ornamentada. Durante a oração, a cada tipo de água recordada na bênção, derramar a água — uma vasilha cada vez — na pia batismal.

b) Inicia-se com a invocação dos santos e santas, que poderá ser cantada.

c) Em seguida, faz-se a bênção da água. A pessoa que anima convida todos a rezar sobre a água:

D: Nós, que participamos da Páscoa de Cristo, vibramos com as maravilhas do Deus vivo na história e em nossas vidas, e agora invocamos a bênção de Deus sobre esta água. (silêncio)

1. Bendito sejais vós, Senhor, Deus do universo, porque, pelos sinais visíveis dos sacramentos, realizais maravilhas invisíveis. Ao longo da história da salvação, vos servistes da água para fazer-nos conhecer a graça do batismo.

T (cantando): Fontes de água viva, bendigam ao Senhor.

2. Bendito sejais vós, Deus criador do universo, porque já na origem do mundo
vosso Espírito pairava sobre as águas para que elas concebessem a força de santificar.

T: Fontes de água viva, bendigam ao Senhor!

3. Bendito sejais vós, Deus da Aliança, que nas próprias águas do dilúvio prefigurastes o nascimento da nova humanidade, de modo que a mesma água sepultasse os vícios
e fizesse nascer a santidade.

T: Fontes de água viva, bendigam ao Senhor.

4. Bendito sejais, Deus de nossos pais, porque concedestes aos filhos de Abraão
atravessar o mar Vermelho a pé enxuto para que, livres da escravidão, prefigurassem o povo nascido da água do batismo

T: Fontes de água viva, bendigam ao Senhor.

5. Bendito sejais, Deus Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, porque quisestes que vosso Filho,
ao ser batizado nas águas do Jordão, fosse ungido com o Espírito Santo.

T: Fontes de água viva, bendigam ao Senhor.

6. Pendente da cruz, permitistes que do seu coração aberto pela lança corresse sangue e água, anunciando os sacramentos da Igreja. Após a ressurreição, quisestes que ele ordenasse aos apóstolos: “Ide, fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.”

T: Fontes de água viva, bendigam ao Senhor.

7. Olhai, agora, ó Pai, a vossa Igreja e fazei brotar para ela a água do batismo. Que o Espírito Santo dê, por esta água, a graça do Cristo, a fim de que o ser humano, criado a vossa imagem e semelhança, seja lavado da antiga culpa, pelo batismo, e renasça pela água e pelo Espírito Santo para uma vida nova.

T: Enviai, Senhor, o vosso Espírito.

Que santifique a fonte da água. (O que preside mergulha o círio pascal na água e continua:) Nós vos pedimos, ó Pai, que por vosso Filho desça sobre esta água a força do Espírito Santo.


E todos os que, pelo batismo, forem sepultados na morte com Cristo ressuscitem com ele para a vida. Por nosso Senhor Jesus Cristo vosso Filho na unidade do Espírito Santo.

T: Amém.

5. Renovação das promessas batismais. A assembleia, com velas acesas, faz a sua profissão de fé. É importante preparar bem para que não seja algo apenas formal.

6. Segue o rito do batismo (se houver) e o rito de aspersão sobre toda a assembléia, acompanhado do canto: “Eu vi, eu vi, vi foi água a manar” (Hinário Lit. 3, CNBB, p. 83).

7. Pela liturgia eucarística, damos graças pela Páscoa do Cristo e participamos da mesa que o Senhor nos preparou com sua morte e ressurreição.

8. É aconselhável a comunhão sob as duas espécies, conforme as orientações em vigor.

9. A bênção final é própria (cf. Missal Romano, p. 520) e poderá ser cantada.

10. No final todos se saúdam, repetindo uns aos outros as palavras: “O Senhor ressuscitou realmente, aleluia!” ou outra semelhante.

11. A celebração pode terminar com uma confraternização, principalmente se houve batismo. [Fonte: Vida Pastoral nº 247, ©Paulus, 2006]

Os símbolos pascais

O simbolismo do fogo


Reconhecido pelos antigos como um dos quatro elementos do mundo, o fogo é um princípio ativo. Suas características são certa “materialidade” ou “espiritualidade”, que o torna próximo a Deus. Tem capacidade de purificar e regenerar. Os ritos de purificação são bem conhecidos: basta lembrar as queimadas que preparam o manto verde da natureza; o crisol onde são purificados os metais etc. Em sentido translato, o fogo representa o amor, as paixões que se aninham nos corações. Na Bíblia, o fogo é sinal da presença e ação de Deus no mundo (1Rs 19,12), é expressão da santidade e transcendência divinas. As teofanias sob a forma de fogo marcam momentos ímpares da revelação de Deus: no Horeb (Ex 3,2ss) e Sinai (19,18ss), e são importantes do ponto de vista da vocação de alguns profetas (Is 6,6; Ez 1,4; cf. 2Rs 2,11).


Na liturgia da Vigília Pascal, o fogo representa a grande teofania de Deus: a nova criação realizada na ressurreição de Jesus. (Onde for possível, permitir aos participantes expressarem o significado que o fogo possui.)

O simbolismo da luz


A luz é força fecundante, condição indispensável para que haja vida. Em oposição às trevas, símbolo do mal, da infelicidade, da perdição e da morte, a luz exalta o que é belo e bom. Na Bíblia, Deus é luz (Sl 27,1; Is 9,1). Jesus é a luz do mundo (Jo 8,12; 9,5). Quem crê se torna luz (Mt 5,14), reflexo da luz de Cristo (2Cor 4,6). A vida inspirada pela fé é um “caminhar na luz” (1Jo 2,8-11). A transfiguração de Jesus, manifestação de sua filiação divina, é uma antecipação da glória pascal que ilumina os que crêem.


Entre todos os simbolismos que derivam da luz e do fogo, o Círio Pascal é a expressão mais forte por sua riqueza de significados. É a fusão da lua cheia de Nisan (símbolo da salvação pascal) e o rito da luz (quando, à tardinha, os hebreus acendiam as lâmpadas), que é uma ação de graças pelo dom da luz. Representa Cristo ressuscitado, vencedor das trevas e da morte (os cravos do Círio), Senhor da história (os algarismos), princípio e fim de tudo (A e Z), sol que não conhece ocaso. É aceso com o fogo novo, produzido em plena escuridão, pois na Páscoa tudo renasce.


A tipologia da luz é descrita no Exultet, que forma um todo orgânico com o anúncio da libertação pascal. A aclamação “Eis a luz de Cristo” é um memorial da Páscoa. A procissão com o Círio marca a presença de Cristo no meio do seu povo.

O simbolismo da água


A água é símbolo da vida. Representa a eficácia do sangue redentor de Cristo, comparado à água que lava. A descida do catecúmeno à fonte batismal é assimilada à descida de Cristo às profundezas da terra. A imersão do Círio Pascal na água é a união do elemento divino com o humano, a força fecundante de Cristo, gerador de vida nova, para que todos os que se banharem nessa água fecundada se tornem filhos de Deus. (Estas considerações sobre os principais símbolos da Vigília Pascal foram extraídas do Dicionário de Liturgia, Paulus, São Paulo, 2ª edição, 2001.) [Fonte: Vida Pastoral nº 253, Paulus]

A quarta parte da Vigília Pascal é formada pela liturgia eucarística. Vencendo o poder da morte, Jesus ressuscitou. Nós também, alimentado-nos com a eucaristia, renovamos e fortalecemos nosso compromisso com a vida.

Círio Pascal, Alfa e Ômega

John Nascimento

O Círio Pascal é uma vela especial, de maiores dimensões, feita com 75% de cera pura e representa Cristo ressuscitado.

É benzido e aceso pela primeira vez nas cerimônias litúrgicas de Sábado Santo ou Vigília Pascal. Quando o Círio Pascal é benzido, colocam-se cinco pequenas pinhas com grãos de incenso embutidas, em forma de cruz e que significam as Cinco Chagas de Cristo.

É desenhada, ou pintada, ou aplicada como Decalcomania uma cruz vermelha. No topo aplica-se do mesmo modo a letra grega Alfa (Ά) que significa o princípio; e na parte inferior a letra grega Ômega (Ώ) que significa o fim, para nos indicar que Cristo é o Princípio e o Fim de todas as coisas que existem.

A partir de Sábado Santo e até à festa da Ascensão, o Círio Pascal deve acender-se durante a Missa dominical e em outras festas litúrgicas. De cada vez que se benze a água batismal se deve acender o Círio Pascal que nessa cerimônia é mergulhado nessa água para o Batismo. Quando se administra o Batismo, também deve estar o Círio Pascal aceso e é nele que se acende a vela que é entregue no Batismo. Também durante as exéquias e missa de corpo presente se deve acender o Círio Pascal exatamente por causa do seu significado e simbolismo da ressurreição de Cristo, e esperança da ressurreição final dos que morrem.

Alfa e ômega

Quando empregamos esta expressão Alfa Ά e Ômega, Ω estamos a referir-nos à primeira e última letras do Alfabeto grego. É como se disséssemos o A e Z, que são a primeira e última letras do nosso Alfabeto. Como símbolo religioso, empregamos as duas letras gregas, desenhadas de várias maneiras, referindo-nos a Cristo que é o Princípio e o Fim de todas as coisas, o nosso Criador.

Esta expressão aparece várias vezes na Bíblia:

- Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, O que era e que há de vir, o Todo Poderoso (Ap 1,8)

- Continuou: Está feito: Eu sou o Alfa e o Ômega. (Ap 21,6).

- Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o último.(Ap 22,13).

Portanto o Alfa e Ômega, como símbolo religioso significa a divindade de Cristo.

Já no Antigo Testamento, pela voz de Isaías, Deus disse:

- Eu, sou o Senhor que sou o Primeiro… (Is 41,4).

- Eu sou o primeiro e o último e não há outro Deus fora de Mim. (Is44,6).

Portanto São João no Apocalipse aplica este título a Cristo. Todas as vezes que encontrarmos este monograma, já sabemos que se trata de um símbolo cristão que nos fala da Divindade de Cristo, nosso Criador e Senhor, o Princípio e o Fim de todas as coisas.

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