sábado, 16 de abril de 2011

Sábado, 16 de abril de 2011

Quinta Semana da Quaresma - 1ª Semana do Saltério (Livro III) - cor Litúrgica Roxa


Hoje: Dia Nacional da Voz

Santos: Optato e seus companheiros (mártires), Engrácia (virgem e mártir), Turíbio de Astorga (bispo), Paterno ou Pair (bispo), Frutuoso de Braga (arcebispo), Magno de Órcades (mártir), Dgógão ou Drão, Contardo, Joaquim de Sena (beato), Guilherme de Polizzi (beato), Arcângelo de Bolonha (beato), Benedito José Labre (confessor franciscano) , Maria Bernadete Soubirous (virgem franciscana), Calisto de Corinto, Júlia, Marçal

Antífona: Ó Senhor, não fiqueis longe de mim! Ó minha força, correi em meu socorro! Sou um verme, e não um homem, opróbrio dos homens e rebotalho da plebe (Sl 21, 20.7)

Oração do Dia: Ó Deus, vós sempre cuidais da salvação dos homens e nesta Quaresma nos alegrais com graças mais copiosas. Considerai com bondade aqueles que escolhestes, para que a vossa proteção paterna acompanhe os que se preparam para o batismo e guarde os que já foram batizados. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo.

Leitura: Ezequiel (Ez 37, 21-28)

Farei com eles uma aliança de paz

21Assim diz o Senhor Deus: "Eu mesmo vou tomar os israelitas do meio das nações para onde foram, vou recolhê-los de toda a parte e reconduzi-los para a sua terra. 22Farei deles uma nação única no país, nos montes de Israel, e apenas um rei reinará sobre todos eles. Nunca mais formarão duas nações, nem tornarão a dividir-se em dois remos.

23Não se mancharão mais com os seus ídolos e nunca mais cometerão infames abominações. Eu os libertarei de todo o pecado que cometeram em sua infidelidade, e os purificarei. Eles serão o meu povo e eu serei o seu Deus. 24Meu servo Davi reinará sobre eles, e haverá para todos eles um único pastor. Viverão segundo meus preceitos e guardarão minhas leis, pondo-as em prática. 25Habitarão no país que dei a meu servo Jacó, onde moraram vossos pais; ali habitarão para sempre, também eles, com seus filhos e netos, e o meu servo Davi será o seu príncipe para sempre.

26Farei com eles uma aliança de paz, será uma aliança eterna. Eu os estabelecerei e multiplicarei, e no meio deles colocarei meu santuário para sempre. 27Minha morada estará junto deles. Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. 28Assim as nações saberão que eu, o Senhor, santifico Israel, por estar o meu santuário no meio deles para sempre.” Palavra do Senhor!

Comentando a Leitura

Farei deles uma nação única

A utopia de Ezequiel permitiu ao povo de Deus não desesperar e depois reconstruir o templo. Paulo VI, na Octogesima adveniens (n. 37), reconhece que o apelo à utopia é "muitas vezes um cômodo pretexto para quem quer encobrir as tarefas concretas e refugiar-se em um mundo imaginário... porém, às vezes, estimula a imaginação em perspectiva, apta a perceber no presente as possibilidades ignoradas aí inscritas e orientá-las a um futuro novo". "O Espírito do Senhor - continua - que anima o homem renovado em Cristo subverte sem descanso os horizontes em que sua inteligência gosta de encontrar segurança, e desloca os limites nos quais de preferência se encerraria sua ação; esse homem é habitado por uma força que solicita a ultrapassar todo sistema e toda ideologia... Animado pelo poder do Espírito de Jesus Cristo, Salvador dos homens, e sustentado pela esperança, o cristão se entrega à construção de uma cidade humana, pacifica, justa e fraterna, que seja uma oferta agradável a Deus". Em que se transformaria o mundo, se não possuísse homens capazes de acolher esta mensagem e de crer seriamente que este nosso mundo é chamado a uma transfiguração? O verdadeiro nome da utopia cristã é "esperança". [Extraído do MISSAL COTIDIANO, ©Paulus, 1997]

Cântico: Jr 31, 10.11-12ab.13 (R/.cf.10d)
O Senhor nos guardará qual pastor a seu rebanho

Ouvi, nações, a palavra do Senhor e anunciai-a nas ilhas mais distantes: "Quem dispersou Israel, vai congregá-lo, e o guardará qual pastor a seu rebanho!"

Pois, na verdade, o Senhor remiu Jacó e o libertou do poder do prepotente. Voltarão para o monte de Sião, entre brados e cantos de alegria afluirão para as bênçãos do Senhor:

Então a virgem dançará alegremente, também o jovem e o velho exultarão; mudarei em alegria o seu luto, serei consolo e conforto após a guerra.

Evangelho: João (Jo 11, 45-56)
Caifás profetizou que Jesus iria morrer pela nação

Naquele tempo, 45muitos dos judeus que tinham ido à casa de Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele. 46Alguns, porém, foram ter com os fariseus e contaram o que Jesus tinha feito.

47Então os sumos sacerdotes e os fariseus reuniram o Conselho e disseram: "Que faremos? Este homem realiza muitos sinais.48Se deixamos que ele continue assim, todos vão acreditar nele, e virão os romanos e destruirão o nosso Lugar Santo e a nossa nação". 49Um deles, chamado Caifás, sumo sacerdote em função naquele ano, disse: "Vós não entendeis nada. 50Não percebeis que é melhor um só morrer pelo povo do que perecer a nação inteira?" 51Caifás não falou isso por si mesmo. Sendo sumo sacerdote em função naquele ano, profetizou que Jesus iria morrer pela nação. 52E não só pela nação, mas também para reunir os filhos de Deus dispersos.

53A partir desse dia, as autoridades judaicas tomaram a decisão de matar Jesus. 54Por isso, Jesus não andava mais em público no meio dos judeus. Retirou-se para uma região perto do deserto, para a cidade chamada Efraim. Ali permaneceu com os seus discípulos. 55A Páscoa dos judeus estava próxima. Multa gente do campo tinha subido a Jerusalém para se purificar antes da Páscoa. 56Procuravam Jesus e, ao reunirem-se no Templo, comentavam entre si: "Que vos parece? Será que ele não vem para a festa?" Palavra da Salvação!

Comentando o Evangelho

Muitos acreditaram em Jesus

O testemunho de Jesus e a adesão que ele suscitava colocavam em risco a estrutura religiosa de sua época. O contexto religioso de rígido tradicionalismo, de hierarquias e privilégios, de conflitos de facções, de jogos de interesses tornava-se vulnerável diante da postura do Mestre. Não que Jesus fosse respaldado pelo prestígio de uma escola rabínica ou de famílias ou grupos importantes. O perigo consistia no fato de muitas pessoas darem crédito às suas palavras e aderirem ao grupo, sempre crescente, que se formava ao redor dele.


As autoridades religiosas demonstravam ter uma preocupação política. O movimento de Jesus poderia ser entendido pelos romanos como uma provocação. E as consequências disto seriam trágicas para a nação. Se não fosse contido a tempo, haveria o perigo de "todos" crerem nele, e os romanos virem e destruírem o templo e a nação. A solução apresentada por Caifás parecia ser bastante prudente: "É melhor um só homem morrer pelo povo, do que a nação inteira perecer!". Acolhida esta sugestão, decretou-se a morte de Jesus. Com esta finalidade, iniciou-se uma verdadeira caçada para prendê-lo.


Todavia, o motivo verdadeiro da condenação à morte foi de caráter religioso. Isto ficará patente no fato de Pilatos, autoridade romana, não se mostrar interessado em condenar Jesus. A verdade é que a liderança religiosa já não podia mais suportar o comportamento do Mestre por ser religiosamente perigoso. [Evangelho nosso de cada dia, Pe. Jaldemir Vitório, ©Paulinas, 1997]



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

São Roberto Belarmino (1542-1621), jesuita, bispo e Doutor da Igreja
A ascensão da alma para Deus (a partir da trad. rev. Tournay)

A partir desse dia, resolveram dar-lhe a morte


Ó Senhor, aquilo que nos ensinas poderia parecer excessivamente difícil, excessivamente pesado, se nos falasses de outra tribuna; mas, dado que nos instruis mais pelo exemplo que pela palavra, Tu que és «Mestre e Senhor» (Jo 13, 14), como ousaremos dizer o contrário, nós que somos Teus servos e Teus discípulos? Aquilo que dizes é perfeitamente verdadeiro, aquilo que ordenas perfeitamente justo, e a cruz de onde nos falas o atesta. Atesta-o igualmente o sangue que corre a jorros e que brada ao céu (Gn 4, 10), e por fim, também esta morte: se por ela se rasgou o véu do templo e se abriram fendas nas mais duras rochas (Mt 27, 51), como não fará o mesmo, e mais ainda, ao coração dos crentes, levando-os a submeter-se?


Senhor, queremos pagar-Te amor com amor; e, se o desejo de Te seguir não procede ainda do nosso amor a Ti, porque este é fraco, que proceda ao menos do nosso amor ao Teu amor. Se nos atrais a Ti, «corremos ao odor do Teu perfume» (Ct 1, 4): não desejamos apenas amar-Te e seguir-Te, mas estamos decididos a desprezar este mundo [...] quando vemos que Tu, o nosso mestre, não tomaste para Ti as alegrias deste mundo. Vemos-Te afrontar a morte, não numa cama, mas no lenho que faz justiça; sendo rei, não queres outro trono senão este patíbulo. [...] Movidos pelo Teu exemplo de rei cheio de sabedoria, recusamos o apelo deste mundo e dos seus luxos e, tomando a Tua cruz sobre os nossos ombros, propomo-nos seguir-Te, só a Ti. [...] Dá-nos somente a ajuda de que precisamos, dá-nos força para Te seguirmos.

Oração da assembleia (Liturgia Diária)

Para que a Igreja seja sempre abençoada em suas propostas de salvação, rezemos Abençoai-nos e protegei-nos, Senhor!

Para que ministros e missionários não desanimem diante das dificuldades, rezemos.

Para que as autoridades não busquem os próprios interesses, mas os do povo, rezemos.

Para que os poderosos não tenham êxito em seus projetos injustos, rezemos.

Para que a celebração de Ramos e da Semana Santa revigore nossa fé, rezemos.

Preces espontâneas

Oração sobre as Oferendas:

Ó Deus eterno e todo-poderoso, que, pela fé e pelo batismo, nos restaurais para a vida eterna, acolhei as oferendas e preces dos vossos filhos e filhas para que realizeis os desejos dos que vós esperam e perdoeis os seus pecados. Por Cristo, nosso Senhor.

Antífona da comunhão:

O Cristo foi entregue para reunir num só corpo os filhos de Deus, que andavam dispersos. (Jo 11, 52)

Oração Depois da Comunhão:

Ó Deus de majestade, nós vos suplicamos humildemente: assim como os alimentais com o Corpo e o Sangue de Cristo, dai-nos participar da natureza divina Por Cristo, nosso Senhor.

Para sua reflexão: As autoridades, os sumos sacerdotes e os fariseus e a instância suprema que era o Grande Conselho (ou Sinédrio) se reúne em sessão extraordinária, considerando que “o caso Jesus” é grave e pode ser muito perigoso. Caiafás apresenta uma observação política sobre os supremos interesses do Estado, tendo em conta experiências ingratas e contando com a presença sempre ameaçadora dos romanos. A popularidade de Jesus, aumentada pelos milagres, pode levar a uma insurreição e provocar a repressão violenta, com a destruição do templo e da nação. É preferível sacrificar a tempo aquele que é o foco do grande perigo. Isso aconteceu com Jesus, o filho de Deus, que só queria praticar o bem. Imagine o que acontece em nossa volta: conspirações, traições, falso testemunhos, e outras maldades mundanas do momento. Orar e vigiar é o desafio, pois Deus quer a nossa santidade e ela requer contra partidas!


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