sábado, 9 de abril de 2011

São Leopoldo Mandic

9 de Abril


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São Leopoldo MandicO santo de hoje foi um herói dos confessionários. Nasceu na Dalmácia (ex-Iugoslávia) no ano de 1866, dentro de uma família croata, que o formou bem para a vida com Deus e para o amor aos irmãos.

Foi discernindo sua vocação, e aos 16 anos tomou uma decisão: queria servir a Deus promovendo a reconciliação, a reunificação dos cristãos ortodoxos na Igreja Católica. E o Espírito Santo o encaminhou para entrar na vida franciscana.

Leopoldo tinha a saúde muito fragilizada e, ao mesmo tempo, aquele desejo de ir para o Oriente e promover a comunhão dos cristãos.

Ingressou na Ordem Franciscana em 1884 e em 1890 já era sacerdote. Seu pedido era insistente a seus superiores, para que o enviasse para essa missão de unificação, mas dentro do discernimento e de sua debilidade física, ele tinha que obedecer e ir de convento em convento, até que em 1909 chegou em Pádua, na Itália, no Convento de Santa Cruz.

Esse frade descobriu em cada alma o seu 'Oriente'. E por obediência e amor, atendia-os por horas, sempre em espírito de oração e de abertura aos carismas do Espírito Santo.

Com 76 anos partiu para o Céu, e hoje intercede por nós.

São Leopoldo Mandic, rogai por nós!

São Leopoldo Mandic OFM CAP

“O Santo da Reconciliação”


Recebei o Espírito Santo. A quem perdoares os pecados, serão perdoados; a quem retiverdes, lhes serão retidos.” Jô 20 22-23

O pequeno Bogdan nasceu no dia 12 de maio de 1866 em Castelnovo. (Herzegnovi) antiga Iuguslávia. Seus pais eram muito pobres, o casarão onde moravam foi recebido por herança. O único bem que a família possuía eram os 12 filhos, e Bogdan era o último.
O nosso santinho nasceu pequenino e franzino que parecia não sobreviver. Foi batizado um mês depois do nascimento e na Pia Batismal recebeu o nome de Bogdan que significa: “Dom de Deus.”
Apesar de sua frágil saúde, o pequeno Bogdan sempre se mostrou de grande caráter e sensibilidade. Seu olhar irradiava ternura e de sua boca jamais se ouviu blasfêmias, insultos, palavrões entre outros.
Certa vez junto com outras crianças, brincavam e jogavam na prainha em frente a sua casa. Nos jogos faziam apostas de patacões, e num determinado momento o perdedor, com raiva disse um palavrão.
Bogdan indignado, tirou do bolso os seus patacões e deu ao perdedor dizendo: “São todos teus se prometeres que nunca repetiras tal palavrão e nem outros”.Pacto firmado e cumprido entre bons amigos!
O jovem Bogdan em 1882 partiu para o seminário de Údine e de lá dois anos depois, parte para o convento de Bassano Del Grappa para fazer o noviciado. No seminário adota o nome de Leopoldo – Frei Leopoldo.
Foram tantas as dificuldades que teve que enfrentar nos tempos de formação que somente alguém com muita persistência suportaria. Frei Leopoldo tudo enfrentou com coragem.
Depois de duras e longas provas, Frei Leopoldo é ordenado sacerdote no dia 20 de setembro de 1890. Desejava celebrar entre os seus a 1ª Missa em Castelnovo, não foi possível, e conformado envia uma foto da celebração para seus familiares.
O sacerdócio foi para Frei Leopoldo a total realização pessoal. As celebrações eram cheias de piedade e na hora da consagração aquele Padre fransino parecia elevar-se e tornar-se um gigante da fé.
Frei Leopoldo era uma fonte de bênçãos, em tudo dava graças a Deus e a todos abençoava. Todos que dele se aproximavam sentiam o toque da graça, o seu olhar penetrava a alma, e descortinava o coração.
O confessionário foi desde os primeiros dias de sua ordenação, o lugar preferido de Frei Leopoldo. Devolver a graça perdida pelo pecado, e readquirida pela absolvição, era a sua realização.
Por alguns anos ficou em Veneza, depois foi enviado a diversos conventos de sua província. Trabalhou em Zara, Bassano, Del Grappa, Capodistria e Thiene.
A obediência, a vida de oração e a disponibilidade, fizeram de Frei Leopoldo um exemplo para seus confrades e um conforto para os seus superiores.
Deseja somente fazer o bem, e o bem poderia ser feito em qualquer lugar desde que estivesse em conformidade com a vontade de Deus.
Todos os seus penitentes eram unânimes em considerá-lo como diretor espiritual e o tinham como pai afetuoso.
Quando era transferido uma multidão lamentava a sua partida, do confessor amigo, e por muitos anos escreviam cartas e até faziam caravanas para visitá-lo.
Frei Leopoldo com muita caridade e simplicidade dirigia os seus filhos espirituais. Os corações eram escancarados e os segredos revelados, com o simples olhar do confessor.
As horas no confessionário eram incontáveis, por vezes chegou a confessar por dezesseis horas seguidas. Seu corpo e sua saúde eram bastante frágeis, sofria dores terríveis, causada pela artrose reumática. Porem seu rosto estava sempre sereno e luminoso.
Seus amigos eram incontáveis, as suas correspondências, que não eram poucas, ocupavam o precioso tempo de seu sono. Quando seus superiores o repreendiam, Frei Leopoldo, olhando para o crucifixo dizia: “E ele então! Ele chegou a morrer pelas almas!”
O sonho de Frei Leopoldo era as santas missões. Conformou-se não ser escolhido por sua frágil saúde. Sua estatura era pequena, aproximadamente 1,50 m.
Em todos os lugares que passou, deixou um testemunho de fé. O tempo que não estava no confessionário era ocupado por horas de adoração eucarística, e outras tantas rezando incontáveis terços diante da imagem da Ssma. Virgem. Jesus e Maria eram para ele seus “Patrões Abençoados”.
Por ser Franciscano, nutria por nosso seráfico Pai São Francisco de Assis uma devoção especial.
O seu confessionário era frio e úmido, seus móveis pobres e velhos, porém o altar da patroa: Virgem Maria estava sempre adornado de belas flores. A ela escrevia bilhetes e recomendava os penitentes de coração duro.
No ano de 1909 foi transferido para Pádua, e lá permaneceu pelo resto de sua vida. O sonho de missionário permaneceu no sonho. Por obediência e sempre de bom humor dizia que: “Se sentia com um pássaro na gaiola e o coração além das fronteiras.”
O confessionário do Frei Leopoldo era chamado de “Saleta da cortesia”. Ele sempre com um sorriso chamava: “Venha, senhor (a), venha”.
Certa vez, Frei Leopoldo saiu da Saleta, e quando voltou o penitente estava em sua cadeira. Nosso Santo, para não constranger o penitente, ouviu a confissão de joelho no genuflexório.
Frei Leopoldo estava bastante cansado e doente, de nada reclamava, e tudo estava bom demais.
No dia 29 de julho de 1942, confessou aproximadamente 50 pessoas, seu corpo dava sinais de desgaste. No dia seguinte, ás 7:00 da manha, enquanto se paramentava para a Santa Missa, sofreu um colapso e expirou pronunciando as palavras da Salve Rainha.
Seu sepultamente foi gigantesco! Os paduanos saudavam o cortejo fúnebre com lagrimas e acenos.
Quando seu tumulo foi aberto para o processo de beatificação, encontraram tão somente a sua mão direita intacta.
A mão que tanto abençoou e tantos pecados absolveu, permaneceu como sinal de amor e da misericórdia de nosso Deus. Para a eternidade.
Foi beatificado por Paulo VI em 2 de maio de 1976, e canonizado em16 de outubro de 1983 pelo Papa João Paulo II, e por ele foi denominado como: “O Herói do confessionário”.

Amém

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